sábado, 30 de junho de 2012

«Brumas e Escarpas» #44

A pesca à baleia na Fajã Grande

Todos os anos, ainda em plena Primavera, logo a seguir à Páscoa, chegavam à Fajã Grande, vindos da ilha do Pico, da vila de Santa Cruz e, sobretudo, das Lajes, homens cuja actividade principal era a baleação. Eram geralmente os oficiais e os arpoadores, mas também alguns marinheiros e, até, o vigia. Muitos deles traziam a família, alugavam casa e viviam na Fajã durante todo o Verão. A maior parte voltava na época seguinte e alguns fizeram-no anos a fio. A estes homens, profissionais experientes da caça à baleia, juntavam-se muitos outros baleeiros, bem menos experientes e pouco sabedores, naturais e residentes na Fajã, que eram agricultores e criadores de gado, mas com uma vontade gigantesca de também se dedicarem à baleação, reforçando assim com os ganhos obtidos, o seu parco e débil orçamento familiar. Muitos destes homens, arreavam pela primeira, sem conhecimentos e sem prática, mas, no entanto e aos poucos, iam aprendendo, ganhando experiência, adquirindo sabedoria tornando-se baleeiros competentes e, sobretudo, capazes de conciliar as suas actividades agrícolas e pecuárias com a pesca à baleia, que afinal só acontecia nos meses de Verão e nos dias em que, por indicação do vigia, se avistava baleia. Assim nos restantes dias podiam dedicar-se à sua actividade agrícola, trabalhando os seus campos e cuidando do seu gado.

Tudo começava com o vigia que, todos os dias, ainda noite escura, se deslocava para a Casa da Vigia, situado a bem lá no alto do Pico da Vigia e que, munido de uns binóculos potentíssimos, vigiava, com muita atenção e esmero, todo o oceano desde a Rocha do Risco, quase abrangendo os mares de Ponta Delgada e do Corvo até à rocha dos Bredos, na Fajãzinha.

Mal avistava uma baleia o vigia atirava uma bomba, se fosse cardume, um foguete. De imediato um magote de homens, muitos deles abandonando os trabalhos dos campos, desatavam a correr, em direcção ao Porto Velho, onde estavam varados os botes e ancorada a Santa Teresinha, numa correria louca, espavorida e atropelada. Não havia contemplação, nem tolerância! Quem estivesse a ordenhar as vacas, a tirar o esterco ao palheiro, a ceifar erva numa lagoa ou fetos no Pocestinho, a sachar milho nas Furnas ou plantar inhames no Delgado, teria que deixar a meio o que estava a fazer e se trouxesse às costas um molho de lenha ou um cesto de inhames teria que o largar sobre a parede do descansadouro mais próximo e desandar, o mais rápido possível, na direcção do mar. Algum familiar mais chegado ou amigo mais próximo havia de lhe terminar a tarefa. Os velhos da freguesia, que já não podiam arrear e as crianças, se não houvesse escola, também se encaminhavam para o Porto, é verdade que numa correria menos comprometida, com o objectivo de se postarem à Eira, em cima do Cais, no Farol ou no Matadouro, a vê-los partir, os velhos a recordar os tempos de outrora, as crianças a sonhar que um dia ainda haviam de ser baleeiros. A baleação, na Fajã Grande, como que estava no sangue de todos. As mulheres também não se haviam aquietado com o foguete. Antes, rápidas e céleres, tentavam chegar a tempo de lançar de terra para dentro dos botes já na água, os agasalhos e as sacas ou cestas cheias de pão, de bolo, de queijo, de linguiça e de torresmos, uma garrafa de vinho ou café, porque o dia poderia ser muito longo e a noite prolongar-se pela madrugada. Depois todos regressavam a casa, encaminhando-se, de seguida, para os campos para finalizarem as tarefas inacabadas ou para iniciarem outras.

Se o gasolina ainda não estava pronto, os botes partiam, à vela ou a remos se não soprasse aragem favorável, na procura do cetáceo, de acordo com a indicação do vigia. Em breve a Santa Teresinha os apanhava, rebocando-os em alta velocidade. Era imperioso não perder tempo e chegar o mais rápido possível perto da baleia. Uma bandeira hasteada lá no alto do Pico e um pano da mesma cor, colocado nas encostas do Canto do Areal, indicavam a localização das baleias e a direcção que as embarcações deviam seguir.

Finalmente os botes aproximavam-se das baleias, enquanto o gasolina se afastava para que os barulhos do motor não as assustasse, pois qualquer ruído estranho podia amedrontá-las, fazendo com que se afastassem. Sob as ordens do mestre que orientava a direcção e o movimento do bote com remo “esparrel”, o trancador, um dos homens mais valentes da companha, colocava-se, com os pés bem firmes na proa do bote, de arpão em riste, à espera de que a baleia voltasse à tona para lhe atirar em cheio.

Depois era o inferno! Uma vez ferido, o cetáceo ora se lançava numa louca correria ora mergulhava nas profundezas do oceano, com o risco de arrastar bote e marinheiros que deixavam correr a corda do arpão, guardada numa selha e bem ensebada para que deslizasse menos perigosamente pela borda fora. O bote seguia o cetáceo numa correria cada vez mais alucinante, com um marinheiro de facalhão em riste para cortar a corda, caso o animal não parasse ou se enfiasse pelos fundos do oceano. A maioria das vezes a baleia, exausta e com necessidade de respirar, voltava à tona e reaparecia. Era então a vez da Santa Teresinha tomar parte na batalha e, aproximando-se com uma lança lhe atirar golpes sucessivos até, para gáudio de todos, matar por completo o cetáceo.

Finalmente o reboque até à fábrica do Boqueirão em Santa Cruz, tarefa que geralmente era realizada pelo gasolina, enquanto os botes, agora a remos e muito lentamente navegavam em direcção ao Porto Velho, onde eram aguardados e saudados, já noite escura, por uma pequena multidão, iluminando o porto com lanternas de petróleo.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Deputados criticam custos do tráfego na fibra óptica entre Continente e Açores

Os deputados açorianos do PSD na Assembleia da República insurgiram-se contra o preço do tráfego na fibra óptica Continente-Açores, argumentando que o cabo foi montado com dinheiros públicos.

Num requerimento dirigido ao Governo da República, Joaquim Ponte, Mota Amaral e Lídia Bulcão dizem não compreender que 1 giga de tráfego por mês custe 45 mil euros. Os três deputados açorianos dão ainda exemplos de ligações submarinas cujos tarifários estão a descer: Los Angeles-Tóquio, por exemplo, desceu 35 por cento no último ano (agora, 10 gigas de tráfego por mês custam menos de 40 mil dólares).

Os três deputados açorianos social-democratas querem saber como se chega ao preço praticado, tendo em conta que o cabo de fibra óptica foi montado com dinheiros públicos e que a empresa concessionária apenas faz a sua manutenção.


Notícia: RTP Açores Multimédia.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Lajes das Flores vai continuar a ser o único concelho do país sem 3º ciclo

O concelho de Lajes das Flores, o mais ocidental da Europa, vai continuar a ser o único em Portugal sem o terceiro ciclo do ensino básico, depois da sua criação ter sido rejeitada pelos votos contra do PS e do CDS/PP na Assembleia Legislativa Regional.

O projecto de resolução apresentado pelo PCP para a criação do terceiro ciclo do ensino básico na Escola das Lajes das Flores recebeu os votos favoráveis do PCP, BE, PSD e PPM.

Aníbal Pires, deputado regional do PCP, justificou a iniciativa salientando que “o número de alunos (que deveria abranger) é reduzido, mas existe”. A necessidade de evitar a deslocação destes alunos todos os dias para a escola no vizinho concelho de Santa Cruz e a importância de contribuir para que as Lajes mantenham o seu nível de população, foram outros dos argumentos apresentados.

Argumentos que não convenceram José Gabriel Eduardo, deputado do PS, que salientou o facto de o Conselho de Ilha das Flores não se ter pronunciado a favor desta medida e de a escola ter considerado “que o reduzido número de alunos não viabiliza a abertura do terceiro ciclo”. José Gabriel Eduardo, que foi eleito pelo círculo da ilha das Flores, frisou que actualmente estão a terminar o segundo ciclo do ensino básico apenas 16 alunos nas Lajes das Flores.

Por seu lado, Paulo Rosa, deputado do CDS/PP, também eleito pelo círculo da ilha das Flores, apesar de reconhecer que as Lajes “são o único concelho do país que não tem terceiro ciclo do ensino básico”, defendeu que a proposta do PCP “não tem validade pedagógica”.

A secretária regional da Educação considerou que “não há viabilidade, nem interesse” na criação do terceiro ciclo do ensino básico nas Lajes das Flores. “A curto e médio prazo, não se justifica”, frisou Cláudia Cardoso.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tivemos novo sismo de magnitude 4.7

Um sismo de magnitude 4.7 na escala de Richter ocorreu esta quarta-feira às 7h40 ao largo da ilha das Flores, revelou o Instituto Geológico dos EUA.

O sismo, cujo hipocentro foi localizado a 247 quilómetros a nordeste de Santa Cruz das Flores, a uma profundidade de nove quilómetros, não provocou danos ou vítimas.

Uma fonte dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores contactada pela Agência Lusa revelou que a corporação não recebeu nenhuma chamada relacionada com este sismo.

Naquela região do oceano Atlântico já tinha sido registado um sismo com a mesma magnitude no domingo ao final da tarde [e outro sismo na noite também deste domingo].


Notícia: RTP Açores, jornal «Correio da Manhã» e TVI 24.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Nem é Lagoa das Patas, nem Alagoinha. O Poço chama-se, simplesmente, Poço!

Se é bem verdade que a toponímia das ruas e praças das localidades é competência dos órgãos autárquicos, também não é menos verdade que o nome/toponímia dos diferentes pontos e sítios geográficos vêm de tempos ancestrais e é no mínimo uma atitude de respeito para com os que nos antecederam e de defesa do nosso património respeitar e preservar os nomes que esses ancestrais deram aos ditos locais. Vem isto a propósito do recente panfleto distribuído pela Secretaria Regional do Ambiente constante da campanha “Um florentino Uma planta endémica”, divulgando uma acção de voluntariado no “Poço das Patas” na Fajanzinha. Ora não pretendo contestar a existência de um número crescente e variado de patos-bravos, que sempre os ouve, tal como as galinhas de água/galinhas da Guiné que ali também se encontram; já os nomes com que a desinformação (que quando não se busca corrigir assume outra designação), ao que parece tão amiga dos responsáveis por tais actos, tem dado diferentes nomes a este local, desde Poço das Patas ou Lagoa das Patas a Poço da Alagoinha, nomes que me causam no mínimo alguma repulsa, no fundamental pelas razões já expostas, mas também porque sendo a minha família paterna natural e residente na Fajanzinha (há séculos) ainda antes da construção da sua Igreja Matriz, e tendo a felicidade de ainda ter conhecido bisavó e outros coevos tive e tenho o previlégio de conhecer, quase “como as palmas das mãos”, esta, também minha, freguesia, os seus diferentes locais e suas designações. Assim sendo, esclareçamos.

A Alagoinha é um sítio localizado na base da rocha situado, grosso modo, entre a Ribeira Grande e a Rocha Branca (ou seja, precisamente do lado contrário). É lá que existe o Poço da Alagoinha, que há longas décadas sofre de um processo de eutrofização que o tem praticamente transformado num pântano coberto de vegetação mas que ainda pode ser observado do miradouro Craveiro Lopes (é só e apenas olhar na vertical, para baixo!)

Quanto ao Poço em apreço, que tão mal tratado e apelidado tem vindo a ser, o seu nome sempre foi: “O POÇO” – isso mesmo, simplesmente o POÇO, sabem isso os Fajanenses e todos os donos dos terrenos onde o mesmo se encontra (é que todos os terrenos à volta do mesmo têm dono, que naturalmente terão dado autorização para que a Secretaria Regional entre por eles adentro e desate a plantar e a cortar tudo o que lhe apetece e apraz por bem, pelo menos assim espero!)

Posto isto, não posso terminar sem fazer um reparo. É que mesmo que os florentinos da diáspora sejam chamados às Flores para plantar a sua planta endémica, não me parece o suficiente para combater a planta invasora que é a “cana-roca” que abundantemente se vê na foto apresentada no prospecto. Fica-me pois esta dúvida: não será preferível pedir autorização ao proprietário daquela plantação de “cana-rocas” para os voluntários lhe limparem o terreno dessa praga em vez de andar a plantar “meia-dúzia” de plantas endémicas nas propriedades ao lado? – até porque o novo Quadro Comunitário de Apoio que se prevê venha a apoiar este tipo de replantação não passa ainda de um projecto a aguardar aprovação.

Termino deixando uma sugestão: se por acaso os responsáveis governativos não souberem o que é a “cana-roca”, talvez entendam se lhe explicarem que são “conteiras”, que é a designação micaelense das mesmas.


João Paulo Valadão Corvelo

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Recolha selectiva de resíduos nas Lajes acima das mais optimistas expectativas

A Câmara Municipal das Lajes vem expressar o seu agrado perante os seus munícipes quanto ao correcto comportamento que estes têm vindo a desempenhar na separação dos resíduos. Para aferir as consequências positivas sobre o meio ambiente, adiantamos que desde 3 de Maio estes resíduos já não se encontram depositados junto com o lixo indiferenciado. Desta data em diante, a correcta separação dos resíduos permite que até ao início de laboração do Centro de Tratamento não se verifique acumulação de odores dos resíduos aí armazenados, pelo que o município de Lajes das Flores agradece todo o empenho.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

domingo, 24 de junho de 2012

Sismo de magnitude 4.7 nas Flores

Um sismo de magnitude 4,7 na escala de Richter foi registado hoje ao largo da ilha das Flores, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos da América.

O sismo ocorreu às 18h43 locais, com hipocentro a nove quilómetros de profundidade e a 270 quilómetros de Santa Cruz das Flores.

De acordo com o Instituto Português do Mar e Atmosfera (antigo Instituto de Meteorologia), hoje registaram-se ainda outros cinco tremores de terra de fraca intensidade, entre os 2,2 e os 4,3 de magnitude, no arquipélago dos Açores.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal de Notícias».
De relembrar que a 5 de Junho deste ano e a 8 de Dezembro do ano passado já haviam também ocorrido sismos com epicentro a menor distância da ilha as Flores e que não foram sentidos pela população.

Saudações florentinas!!

Parabéns ao coveiro do São João como "antiga" festa municipal de Santa Cruz

Talvez que hoje afinal já nem seja sequer o dia feriado do Munícipio de Santa Cruz das Flores... É favor verificar os elementos do actual Executivo da Câmara Municipal de Santa Cruz, com o presidente Manuel Pereira, o vice-presidente José Carlos Mendes, o vereador a tempo inteiro Fábio Medina e outras duas pessoas em cargos de vereação. Um fartote!

Quem queira, pode sempre recordar o cartaz e programa das Festas de São João... quando estas ainda se realizavam, em 2010, 2009, 2008...

sábado, 23 de junho de 2012

Homens pelo fim da violência doméstica

A campanha do Laço Branco arrancou esta semana nos Açores, com a divulgação de um vídeo promocional no qual seis homens conhecidos do grande público apelam ao fim da violência doméstica.

Para a directora regional da Solidariedade e Segurança Social, Natércia Gaspar, este vídeo promocional vai “seguramente mudar comportamentos e mentalidades", pelo facto de os homens açorianos admirarem as personalidades que dão a cara por esta campanha.

O futebolista Pedro Pauleta, o automobilista Ricardo Moura, o jornalista Rui Goulart e os humoristas José Maria Pacheco, Hélder Medeiros e Roberto Borges são os rostos da campanha, que teve como inspiração uma acção de sensibilização realizada no Brasil.

Nos Açores uma em cada cinco mulheres já foi vítima de algum tipo de violência doméstica, de acordo com um estudo realizado pelo professor Manuel Lisboa.


Notícia: «Açoriano Oriental», «TeleJornal» da RTP Açores [com vídeo], «Jornal Diário», semanário «Sol» e «Tribuna das Ilhas».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nova produção teatral d' A Jangada

Na próxima semana, de 26 a 30 de Junho, "A Jangada - Grupo de Teatro" leva à cena uma nova revista à portuguesa, entitulada «Aguenta ó teso, que este buraco é de peso». Com encenação e direcção artística de Joaquim Salvador, esta peça será mostrada às 21h30 no Auditório d' Os Minhocas.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Troika "pagou" subsídio de férias ontem

Até ao final desta semana cerca de 14 mil e 500 funcionários da administração regional e local nos Açores vão sentir o corte no subsídio de férias.

Os trabalhadores que recebem um salário inferior a 600 euros são os únicos que recebem o subsídio na íntegra. Os funcionários que auferem um vencimento a partir dos 600 euros vão sofrer um corte gradual e os que recebem acima dos 1.100 euros são afectados pelo corte na totalidade.

No país são 560 mil os trabalhadores da Função Pública abrangidos pela medida de austeridade, por isso os sindicatos afectos à CGTP vão manifestar-se amanhã em Lisboa.

Na Região os sindicatos estão solidários com a luta. João Decq Mota, do Sindicato da Função Pública do Sul e Ilhas, lembra que o corte terá duplo impacto nos Açores. O SINTAP (afecto à UGT) não vai para a rua, mas Francisco Pimentel espera que a medida [do Governo PSD+CDS] seja considerada inconstitucional.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Retomam-se tradições do Espírito Santo

Em Santa Cruz das Flores, a tradição do Espírito Santo das crianças foi recuperada. Além do bodo de leite e da procissão, a festa [no passado fim-de-semana] incluiu a realização de jogos tradicionais.

Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Detectadas irregularidades no pagamento de algumas deslocações e ajudas de custo do Governo Regional

O Tribunal de Contas detetou várias irregularidades no pagamento de despesas de deslocação, estadias e ajudas de custo dos membros do Governo Regional dos Açores em 2010, ano em que estas despesas totalizaram mais de 600 mil euros.

O relatório de auditoria [ontem divulgado] conclui que, em algumas situações, se registou "falta de formalização do cabimento" de verba e, noutros casos, foram "assumidos compromissos para os quais não existia dotação disponível". Estas irregularidades terão sido corrigidas posteriormente pela administração regional através de um "reforço de verbas", o que, segundo o Tribunal de Contas, "consubstancia uma situação irregular" que pode ser punida com multa, embora não tenha aplicado nenhuma.

O Tribunal de Contas analisou também a deslocação ao Canadá de Luísa César, mulher do presidente do Governo Regional, a convite da Liga Solidária da Mulher Portuguesa de Manitoba. A deslocação custou cerca de 27 mil euros e foi adjudicada, por ajuste direto, a uma empresa contratada pelas autoridades regionais. O Tribunal de Contas questiona algumas despesas incluídas na fatura, contestando também a ausência de consulta a outras empresas, que não terá permitido comparar os custos totais da deslocação, num processo que considera ter sido "pouco transparente".

O relatório de auditoria, disponível em www.tcontas.pt, questiona também o pagamento de ajudas de custo a alguns membros do Governo Regional quando "deslocados" na sua ilha de residência. Um dos casos referidos é o do secretário regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, que, apesar de morar em São Miguel, mudou a residência para o Faial, onde está sediado o departamento governamental que dirige. Segundo o Tribunal de Contas, o Governo Regional pagou 136 dias de ajudas de custo a Noé Rodrigues (quando se encontrava "deslocado" em São Miguel), quando podia ter pago apenas 44 dias de ajudas de custo, referentes ao tempo que esteve deslocado no Faial.

Neste relatório há ainda referência a despesas pagas pelo Governo Regional relativas a deslocações a Lisboa, que divergem entre os membros do Executivo. O Tribunal de Contas divulgou uma lista onde revela que as estadias do vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio Ávila, no Hotel Altis (250 euros por noite), são mais caras do que as de outros membros do Executivo regional na mesma unidade hoteleira, incluindo as de Carlos César (224,78 euros por noite) e as do subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona (99 a 130 euros por noite).


Notícia: RTP/Antena 1 Açores, «Açoriano Oriental», semanário «Sol», TSF - Rádio Notícias, «A União» e «Tribuna das Ilhas».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Santa Cruz extingue empresa municipal

A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores decidiu extinguir a empresa "Flores Invest" criada com o objectivo de construir e gerir o Museu Municipal, uma obra orçada em dois milhões de euros.

A recusa do Tribunal de Contas a uma parceria público-privada e a actual conjuntura económica foram factores determinantes na decisão da autarquia em extinguir a empresa municipal.

O projecto para o Museu Municipal foi, entretanto, reformulado e encontra-se em fase de conclusão. O concurso público para a construção da nova infraestrutura em Santa Cruz deverá ser lançado ainda este mês.


Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Relembre-se que 20 milhões de euros é a verba disponibilizada pelo Governo da República para as autarquias açorianas pagarem dívidas a fornecedores, só dá para um terço das contas em falta.

Saudações florentinas!!

domingo, 17 de junho de 2012

Novo Quiosque de Turismo... nas Lajes

O município de Lajes das Flores é associado da Associação Regional de Turismo (ART), tendo negociado com a ART a abertura de um Quiosque na sede de concelho.

O Quiosque de Turismo irá funcionar no edifício polivalente de serviços, junto aos Paços do Concelho, sendo que o espaço que lhe foi destinado fica logo à entrada da porta principal.

Os primeiros passos estão já dados nesse sentido: formação ao futuro funcionário, aquisição de material informático, de escritório e material de informação turística e merchandising para venda.

Neste momento está tudo em bom andamento e teremos o Quiosque de Turismo montado a tempo do Verão.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 16 de junho de 2012

«Brumas e Escarpas» #43

O pátio em frente à minha casa

A minha casa era pobre e muito pequenina, mas era a minha casa e eu gostava muito dela porque tinha poucas coisas, é verdade, mas tinha uma que eu adorava e que um dia me tiraram. A minha casa tinha um pátio em frente, do lado que dava para o caminho.

Era um pátio simples e humilde, mas grande e murado com pedras toscas que o separavam da rua, com a qual comunicava através de dois portões sempre abertos, um em frente à porta da sala e outro em frente à porta da cozinha.

O meu pátio era muito importante para mim porque era nele que eu brincava, era nele que eu me sentava a ver passar as pessoas e era nele que eu me escondia quando fazia jogos com os meus amigos de infância. Mas o meu pátio também era importante para a minha mãe porque era nele que ela punha a roupa a coarar, era nele que ela plantava sécias e cubres e o enchia de flores e também era a ele que ela assomava quando passava uma vizinha ou uma amiga para lhe dar dois dedos de conversa. O meu pátio era importante para o meu pai, mas mesmo muito importante, porque era lá, na parte superior, junto à porta da cozinha que ele colocava molhos e carradas de lenha que trazia das terras para acender o lume e aquecer o forno e onde havia um enorme cepo, sobre o qual, com um machado, ele cortava e rachava toda aquela lenha e era nele que, à tardinha, fruindo duma bela sombra, se sentava a descansar das pesadas lides do campo. O meu pátio era muito importante para todos nós porque nele havia, em frente à janela da sala, uma enorme “japoneira”, sempre muito verde, a proporcionar-nos uma sombra muito fresquinha, que na Primavera se enchia de flores vermelhas e que, quando se cansava delas, as atirava ao chão formando, ao seu redor, um tapete fofo, brilhante e colorido. O meu pátio era útil, necessário, belo e meu, mas... em frente dele não passavam automóveis.

Um dia abriram uma estrada para que começassem a passar automóveis por ali mas... destruíram completamente o meu pátio, arrancaram-lhe todas as flores, cortaram a “japoneira” e, pior do que isso, obrigaram a minha mãe a ir coarar a roupa para a Ribeira, o meu pai a colocar a lenha bem longe dali e eu a ir brincar para debaixo do estaleiro.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Alerta para problema da erosão costeira

No arquipélago dos Açores existem zonas em que a erosão costeira pode atingir mais de um metro por ano, afirmou Paulo Amaral Borges, investigador da Universidade dos Açores, alertando para os riscos de se construir nessas áreas.

"Existem zonas em que a erosão costeira pode chegar até 1,2 metros por ano, o que é bastante", revelou Paulo Amaral Borges, do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, em declarações à margem de um encontro sobre 'Turismo Sustentável e Erosão Costeira'.

Para este investigador, a costa norte de São Miguel é uma das zonas afectadas pela erosão, que salientou ser "um processo natural, que só passa a ser um perigo e um risco quando os homens se instalam na faixa costeira". "Nos Açores há este problema", frisou, recordando que "a faixa costeira tem sido uma zona apetecível" e, em alguns casos, a "única zona boa" para a instalação de casas e para fins turísticos. Paulo Amaral Borges alertou que construir nesses locais é tornar-se "vulnerável a determinados perigos", defendendo a necessidade de "investir e continuar a produzir conhecimento para que os gestores ambientais tenham as ferramentas adequadas para fazer uma boa gestão".

Por seu lado, Helena Calado, do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, destacou um trabalho de doutoramento de um aluno, defendido há cerca de um mês, que propõe "uma nova forma de gestão nas zonas balneares nas ilhas dos Açores", baseado no caso de estudo da ilha de São Miguel. "São identificadas as características e classificadas as zonas segundo tipologias, tendo em vista uma gestão mais adequada à rede", afirmou a investigadora, acrescentando que são apontadas áreas que "podem servir mais à conservação e outras destinadas ao uso intensivo".


Notícia: RTP/Antena 1 Açores e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Melhor destino Quality Coast na Europa

O arquipélago dos Açores foi galardoado como “Destino Quality Coast nº 1”, com reconhecimento ouro, que distingue o mais sustentável destino costeiro de férias na Europa.

Segundo a European Coastal & Marine Union, entidade responsável pelo projecto Quality Coast que certifica a qualidade ambiental de uma Região para o turismo sustentável, “os Açores são um excelente exemplo de uma Região com desenvolvimento turístico assente na sua identidade local e nos produtos locais das suas ilhas, e que oferece igualmente uma beleza paisagística espectacular, vida selvagem e um meio ambiente limpo. Uma Região que dá prioridade à preservação ambiental das suas ilhas e do mar que as rodeia, ao seu património arquitectónico, às suas tradições e herança cultural, não permitindo que o turismo desperdice estes valores”.

Notícia: «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Marinho Pinto acusa Governo Regional de "manigâncias" e favorecimento de alguns escritórios de advogados

O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou que o poder político na Região tem favorecido “alguns escritórios de advogados”, defendendo a necessidade de “transparência” nos processos de contratação destes profissionais.

Para Marinho Pinto “os poderes do Estado e da Região devem contratar advogados de acordo com as regras da transparência, da mesma forma que contratam prestadores de outros serviços ou adjudicando obras públicas, por concurso público”, referindo ter conhecimento de que “nos Açores tem havido algumas manigâncias no sentido de favorecer alguns escritórios de advogados contra a maioria dos advogados desta Região Autónoma”. O bastonário lamentou que “comece a haver sinais preocupantes deste tipo de distúrbios nos Açores”.

Notícia: «Jornal Diário» e «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Passagens hidráulicas na Fajãzinha

No sentido de dotar a freguesia da Fajanzinha de linhas de água e passagens hidráulicas mais seguras e de maior capacidade, bem como garantir o correcto ordenamento e enquadramento paisagístico desta freguesia do concelho das Lajes das Flores, procedeu-se à construção de quatro passagens hidráulicas na freguesia. Os trabalhos agora executados encontram-se integrados no projecto de requalificação das linhas de água da Fajanzinha, na sequência de algumas obras que têm vindo a ser efectuadas no seguimento dos deslizamentos de terra provocados pelas chuvas fortes que se fizeram sentir na ilha no dia 3 de Dezembro de 2010.

Notícia: "sítio" do Parque Natural da ilha das Flores [PNiF].
Saudações florentinas!!

domingo, 10 de junho de 2012

Voluntariado Ambiental da Gê Questa

O arquipélago dos Açores tem uma grande importância ecológica a nível planetário. Esta importância deve-se à sua localização afastada dos continentes que levou à especiação de vários seres vivos que colonizaram estas ilhas. Estas espécies endémicas, únicas no planeta, devem-se proteger das principais ameaças, sendo estas directamente ou indirectamente, causadas pelo homem sendo as mais importantes: destruição de habitats, introdução de espécies exóticas e poluição.

Existem, actualmente, muitos esforços e grandes investimentos feitos para proteger estas espécies, mas nem sempre se alcançam os objectivos pretendidos, visto que a conservação é tarefa complicada, morosa e de difícil visibilidade a curto prazo.

A Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente propõe um novo paradigma, a nível regional, que engloba consciencialização ambiental e simultaneamente acção de cidadania. Esta ideia envolve participantes locais, nacionais e internacionais através da cooperação voluntária em acções de importante relevância para o ambiente natural e social.

O voluntariado ambiental é geralmente desenvolvido por associações de defesa do ambiente, e tem como objectivo minimizar os efeitos negativos dos humanos sobre a terra, mediante o trabalho altruísta.

O Voluntariado Ambiental 2012 organizado pela Gê Questa será realizado em duas ilhas: de 6 a 22 de Julho na Terceira e de 3 a 18 de Agosto na ilha das Flores. Já estão abertas as pré-inscrições para esta terceira edição do Voluntariado Ambiental nos Açores!


Notícia: "sítio" da Gê Questa - associação de defesa do ambiente.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Em busca do paínho-de-monteiro...

A história [em filme] de uma ave que só existe nos Açores e cujo nome homenageia o biólogo que a descobriu.

«Em busca do Paínho-de-Monteiro» é o título do documentário que estreou [em Sesimbra, no passado dia 29 de Maio] no âmbito do Finisterra - Arrábida Film & Art Festival, no qual foi premiado com o segundo prémio na categoria de Natureza e Vida Selvagem. O filme de Pedro Carvalho segue o percurso dos observadores de aves nos Açores, que procuram avistá-la, e conta também a história do biólogo Luís Monteiro, cujo trabalho na década de 1990 permitiu identificá-la como uma espécie endémica dos Açores e única no mundo.

O jovem investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas, da Universidade dos Açores, não chegou no entanto a ver reconhecida [em vida] a espécie à qual o seu nome ficou ligado. Mas o trabalho para a caracterização da nova espécie já tinha sido lançado por Luís Monteiro. A espécie, tão querida hoje dos observadores de aves nos Açores, ganhou o nome do seu primeiro descobridor e foi baptizada como Oceanodroma monteiroi. Ou paínho-de-monteiro.

De passagem pela Graciosa, Pedro Carvalho viu ali um documentário fascinante e decidiu filmá-lo.


Notícia: «Diário de Notícias».
Este documentário foi ontem mostrado no Centro Cultural da ilha Graciosa, com a presença do seu realizador Pedro Carvalho.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Avenida Marginal da Fajã Grande progride a bom ritmo, declara a CMLF

Os trabalhos de construção da Avenida Marginal na Fajã Grande continuam a bom ritmo. Neste momento os muros já estão quase todos forrados a pedra seca e começaram a ser feitos os passeios, as zonas destinadas a estacionamentos e as ligações a outros arruamentos.

Uma vez que houve alguma preocupação por parte de alguns munícipes, que achavam que os muros estavam demasiados altos, a autarquia lajense aproveita para informar que os mesmos apenas ficarão com uma altura de 80 centímetros acima do nível dos passeios, conforme pode ser constatado pela observação de algumas fotografias do local em obras.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Adicionalmente refira-se que também houve limpeza e arrumação de pedras na zona das piscinas naturais da Fajã Grande e arranjos na praia da Calheta, bem como já aconteceu a implantação no terreno do novo complexo desportivo e de lazer na Fajã Grande.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Santa Cruz rejeita apoios do Governo

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores garantiu [no passado domingo] que a situação financeira daquela autarquia florentina dispensa o recurso à linha de crédito criada pelo Governo da República para apoio ao poder local e excluiu a possibilidade de agravamento das taxas municipais no concelho.

"Somos o município dos Açores em melhor situação financeira, pagamos com um prazo médio de 6 dias e não temos dívidas nem a fornecedores nem a empreiteiros", assegurou Manuel Pereira.

O autarca socialista criticou, por isso, a "falta de rigor" de notícias indicando que a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores constava na lista dos municípios portugueses obrigados a recorrer à linha de crédito anunciada pelo Governo.

"Caso não haja alterações profundas nos financiamentos esperados, pretendemos manter as taxas municipais cobradas no concelho nos valores mínimos previstos na lei", afirmou Manuel Pereira, garantindo também que a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores pretende manter os serviços sociais gratuitos que tem prestado desde que há 11 anos assumiu funções.

Lamentou, por outro lado, que face à actual conjuntura os autarcas portugueses sejam "tratados todos por igual", quando são diferentes as formas de gestão que adoptaram. "Isso desgosta-me e é revoltante", sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, um concelho com cerca de 2.500 habitantes.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Anteriormente já Manuel Rita, presidente da Câmara Municipal do Corvo, havia afirmado que a autarquia corvina [também] "não beneficiaria" deste acordo da Associação de Municípios Portugueses com o Governo "porque tem as contas em dia".

Saudações florentinas!!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sismo de magnitude 4.5 nas Flores

Um sismo de magnitude 4.5 na escala de Richter ocorreu hoje nos Açores, com epicentro no mar, cerca de 143 quilómetros a sudeste de Santa Cruz, na ilha das Flores, informou o Instituto de Meteorologia. O abalo, registado às 7h47 locais, aconteceu pouco mais de oito horas depois de um outro [sismo ocorrido] na ilha Terceira.

O Instituto de Meteorologia não refere quaisquer vítimas ou danos provocados pelo sismo de hoje, enquanto a Protecção Civil local também não registou queixas ou pedidos de ajuda.


Notícia: «Açoriano Oriental» e TSF - Rádio Notícias.
De referir que a actividade sísmica na zona do banco D. João de Castro (entre as ilhas de São Miguel e Terceira) está "acima dos valores de referência", revelou João Luís Gaspar, do Centro de Vigilância e Informação Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Saudações florentinas!!

Minhocas é campeão regional de futsal

A equipa de infantis do Grupo Desportivo Os Minhocas sagrou-se campeã regional inter-clubes em futsal. A competição final regional decorreu entre 1 e 3 de Junho, na cidade da Horta; sendo estes os florentinos campeões regionais de futsal pela primeira vez: Ricardo Bettencourt, Rui Oliveira, Rodrigo Jardim, Francisco Rodrigues, Adriano Rodrigues, Luís Correia, Gonçalo Vicente, Leonardo Câmara, André Machado, Afonso Antunes e Ruben Silva; o treinador da equipa é Valter Estácio e o director do clube foi Jorge Cravinho. Parabéns aos campeões!
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

«Visões de futuro: Flores -> 2030» #5

Contributos para informar o futuro da ilha das Flores

Em Abril de 2009 José Benedicto Royuela teve a oportunidade de entrevistar 23 profissionais dos diversos sectores de actividade fulcrais na ilha das Flores: turismo, agricultura, cultura, ambiente, transportes, economia e empreendedorismo. Estas entrevistas, “scoping interviews”, foram utilizadas como base para desenvolver os dois cenários para a ilha das Flores em 2030: Desenvolvimento Standard e Desenvolvimento Equilibrado.

Foi pedido aos entrevistados que escrevessem uma palavra ou frase(s) que simbolizassem a sua visão para a ilha das Flores. Para completar a sua visão para o ano 2030, os entrevistados puderam também reflectir sobre a transição preenchendo um papel para o ano 2015 e outro para o 2020.

Mostra-se
[aqui ao lado] uma das fichas preenchidas pelos entrevistados [as restantes fichas podem ser consultadas na sua devida fonte].

Transcrição do texto dessa ficha:

2015: - fixar população, qualificação
- informação e evolução ambiental (preservação, investimento e rentabilização)
-> Infocracia: info-exclusão sem banda larga

2020: - manutenção da actual área natural
- transportes inter-ilhas
- apoio ao investimento: valores próprios
- tender a reduzir ‘subsídios disfuncionais’
- direccionar investimentos para valores próprios
-> Auto-governação, sustentabilidade

2030: - energias renováveis (água)
- turismo-natureza não massificado e activo
- destino remoto e espiritual
- agricultura ‘tendencialmente’ biológica e sustentabilidade
- apostar em veículos eléctricos e transportes públicos
-> Auto-suficiência”


Informação retirada do blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores», trabalho do doutoramento de José Benedicto Royuela.

Referência muito importante para realização de um workshop de discussão dos resultados finais deste estudo do doutoramento de José Benedicto Royuela, pela Universidade de Brunel: "Flores, visões de futuro e desenvolvimento sustentável - 2030".
A sessão é aberta à população e irá ocorrer no âmbito das actividades do «Açores Entre Mares», amanhã, terça-feira (dia 5), às 18 horas, no Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão.

Saudações florentinas!!

domingo, 3 de junho de 2012

Dizem que foi reabilitação da zona...

Passado um mês da acção de desflorestação perpetrada no Poço da Alagoinha parece que os Serviços de Ambiente das Flores e Corvo terão retirado a vedação circundante ao "novo espaço" criado, estrutura que era bastante artificial naquele sítio de natureza quase intacta.
Fica, no entanto, ainda a faltar saber-se o que irá a Direcção do Parque Natural das Flores fazer com a madeira das dezenas de árvores cortadas nessa sua acção de reabilitação(?) da zona de contemplação da Lagoa das Patas...

Fotografias gentilmente cedidas por Francisco Salgueiro.

sábado, 2 de junho de 2012

«Brumas e Escarpas» #42

O Bolo do Tijolo

Sabe-se hoje que o milho apenas começou a ser cultivado nos Açores no século XVIII e que os fornos de lenha só foram autorizados nas ilhas a partir do ano de 1766. Além disso, nessa altura, eram apanágio exclusivo dos capitães-donatários e das famílias mais ricas e abastadas. Mas mesmo quando generalizado o uso do forno pelas famílias mais pobres e pelo povo em geral, pelo menos nas Flores, quer o pão de trigo quer o de milho, era cozido apenas pelas festas, muitas vezes em casa de um vizinho ou de um amigo ou familiar. Não há dúvida pois que foi o bolo cozido em tijolos que alimentou durante anos e anos a população da maior parte das ilhas, nomeadamente a das Flores.

A Fajã Grande não fugiu à regra e, sendo assim, é muito provável que os seus primeiros habitantes recorressem ao tijolo para cozer o bolo, alimento fundamental no seu cardápio quotidiano, utilizando a farinha produzida através do cereal que haviam trazido e introduzido na Região os primeiros povoadores – o trigo. Sabe-se também que em tempos de más colheitas, de secas, de fomes e de peste, os habitantes da Fajã e de outras localidades das Flores, em tempos idos, até terão recorrido às raízes dos fetos, da junça e até do jarro ou ao grão do tremoço para fazer farinha e cozer bolo, juntando-a assim à do trigo, rara e escassa ou até substituindo-a na totalidade.

Na Fajã, na década de 1950, ainda se cozia, com muita frequência, o bolo de milho em tijolos de barro, sendo muitos deles, na altura, substituídos pelas “chapas” de ferro, privilégio dos lavradores com mais posses. Mas os primitivos tijolos, onde ainda se cozia o bolo feito com farinha de trigo, chamado “parrameiro”
(cf. Rui de Sousa Martins, in “O pão no arquipélago dos Açores”) eram feitos com uma laje de pedra basáltica, devidamente cortada e polida.

Os processos de cozer o bolo, quer com farinha de trigo quer com a de milho, eram, no entanto, muito semelhantes. Na Fajã Grande, nos anos 1950 o bolo do tijolo, de farinha de milho, era feito da seguinte maneira: a farinha de milho era peneirada para um selha de madeira ou para um alguidar de barro. De seguida era “aberta” no centro, fazendo-se uma cova onde se punha o sal, escaldando-a, isto é, deitando-lhe em cima uma boa quantidade de água a ferver, mexendo-se rápida e energicamente com uma enorme espátula de madeira, conhecida por “pá do bolo”. Este bolo, na Fajã, não levava fermento. Depois de escaldada, a massa devia arrefecer. A seguir juntava-se a mistura, na altura um pouco de farinha de trigo. Antigamente porém, e, no caso dos lavradores com menos posses, dado que a farinha de trigo tinha que ser comprada, a mistura utilizada era inhame ou batata-doce raspados. Finalmente amassava-se e formavam-se bolas que depois se achatavam e espalmavam com maior ou menor altura, colocando-as em cima de uma superfície lisa, sendo depois cortadas em quatro quartos que se iam colocando sobre o tijolo, depois de afogueado, bem quente e polvilhado com farinha. Quando se pressentisse que o bolo já está cozido de um lado, virava-se, com a ajuda de uma faca, colocando a outra face sobre o tijolo até a mesma se cozer. Esta operação requeria alguma atenção, técnica e, sobretudo, muita prática, a fim de evitar que o bolo não queimasse de nenhum dos lados ou se desfizesse, ao virá-lo.

Este bolo “saído do tijolo” a ferver, migado e misturado numa tigela de leite fresco ou então já frio, no dia seguinte a ser cozido, mas no leite fervido, era a “ceia” diária da maioria das famílias da Fajã Grande, sendo por vezes, e nas casas dos lavradores mais abastados, acompanhado com um pedacinho de queijo, com uma torta, com conduto de porco ou até com um prato de sopa, sobretudo de agrião.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dos melhores destinos turísticos 2012

Portugal: Azores walkabout
The maritime history of this portuguese archipelago in the middle of the North Atlantic has long overshadowed the inland wonders of waterfalls, extinct volcanoes, elusive birds (like the Azorean bullfinch), and geysers and fumaroles. This trek through three of the nine volcanic islands does them justice.

Notícia: revista «National Geographic Traveler».
Saudações florentinas!!