domingo, 31 de março de 2013

Música no restaurante Casa do Rei


Ontem o restaurante Casa do Rei (na vila das Lajes) foi palco de uma noite de música açoriana. Foi com muito agrado e felicidade que pude sentir o calor e desfrutar da companhia de boa gente, que acompanharam o desenrolar da ementa musical enquanto iam desfrutando dos paladares da culinária e o ambiente cómodo proporcionado pelo calor da lenha queimada.

Muito obrigado a todos os que tornaram possíveis estas imagens. Aos donos do restaurante Casa do Rei. Obrigado especial à Luísa Silveira, responsável por todas as imagens deste trabalho, ajuda na produção e alguns retoques que só as senhoras sabem...


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 30 de março de 2013

Associação de Mergulho quer regras mais apertadas para evitar massificação

"Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirma Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação.

A recém-criada Associação dos Operadores de Mergulho dos Açores (AOMA) defendeu a criação “urgente de regras mais apertadas” que impeçam a massificação do turismo subaquático no arquipélago, preservando “os poucos mas bons” locais para mergulho nos Açores.

“Temos de tomar medidas e têm de ser tomadas com urgência, porque senão corremos o risco de massificar tudo o que temos. Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirmou Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação, acrescentando que se houver “100 a 120 pessoas [simultaneamente] a mergulhar, os animais vão estranhar”.

A Associação de Operadores de Mergulho dos Açores, cuja escritura foi feita a 14 de Março, é composta neste momento por operadores de Santa Maria, Terceira e Pico, sendo que o objectivo passa por reunir associados das nove ilhas açorianas e “contribuir activamente” para a definição de políticas para a área do mergulho.

Para Jorge Botelho, a criação de quotas para limitar a instalação de mais operadores de mergulho não seria um disparate, apontando como exemplo Santa Maria, onde já existem cinco operadores em actividade, cada um com dois barcos com capacidade para 12 pessoas: “Se surgissem mais [operadores/barcos], seria complicado de gerir e ambientalmente preocupante”.


O membro da comissão instaladora da AOMA, conjuntamente com Paulo Reis, Luis Feiteirona e Pedro Alves, adiantou que está agora a ser enviada documentação e fichas de inscrição para todos os operadores de mergulho licenciados nos Açores, para que se associem, sendo que até final de Abril deverá ser eleita a primeira direcção, mesa de assembleia e conselho fiscal. “Cada um tinha o seu problema e era sempre isoladamente que o resolvia. Neste momento, o objectivo é representar os sócios e assim falar todos a uma só voz”, disse Jorge Botelho, gerente de uma empresa marítimo-turística em Santa Maria que em 2012, conjuntamente com outra empresa, foi responsável por trazer à ilha, em três meses, cerca de 500 pessoas para mergulhar.

Segundo Jorge Botelho, o mergulho ganhou grande impulso nos Açores nos últimos anos e são cada vez mais as pessoas de vários países que procuram o arquipélago para mergulhar, devido à riqueza e diversidade dos fundos marinhos em redor das nossas ilhas. Existem na Região cerca de duas dezenas de empresas que desenvolvem actividades nas diferentes modalidades relacionadas com o mergulho, estando referenciados em todo o arquipélago cerca de meia centena de locais com potencialidades para essa actividade.

Santa Maria e Graciosa são duas das ilhas mais procuradas pelos mergulhadores, sendo que nesta última decorre desde 2007 a Bienal de Turismo Subaquático dos Açores, que tem como objectivos principais a afirmação do arquipélago como destino de mergulho e o debate de temáticas relevantes para o sector.


Notícia: «Público», «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Novos apoios à comunicação social

O Governo Regional anunciou [a 18 de Fevereiro] um novo programa de apoio aos meios de comunicação social privados com dotação de 515 mil euros para 2013.

“Na sequência de uma ronda de auscultação aos responsáveis de todos os órgãos de comunicação social privados da Região”, o Conselho do Governo dos Açores aprovou “um novo programa regional destinado a apoiar os órgãos de comunicação social privados, o ProMedia III. (...) Este novo programa alarga e diversifica os mecanismos de apoio aos órgãos de comunicação social privados regionais, nomeadamente passando a apoiar despesas com pessoal e o esforço dos meios de comunicação social para alargarem a sua audiência”, lê-se no texto.

“Neste contexto, destaca-se a indexação dos apoios e majorações à manutenção ou reforço dos postos de trabalho, em especial dos jornalistas, bem como a atribuição de apoios para campanhas de angariação de assinantes e ouvintes”, acrescenta o comunicado, segundo o qual “os apoios a atribuir terão um efeito retroativo à data de 1 de Janeiro do corrente ano”.

O ProMedia III sucede ao ProMedia II, que vigorava desde 2009.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de março de 2013

€uropa corta apoio à renovação da frota

Açores perdem verbas para abate da sua frota pesqueira: a Região vai deixar de receber fundos comunitários para a renovação da frota de pesca no período 2014-2020.

O Fundo Europeu das Pescas, que previa montantes para abate e modernização da frota pesqueira açoriana, será substituído já em 2014 pelo Fundo Europeu dos Assuntos do Mar e das Pescas, que não contempla quaisquer verbas para o abate e modernização da frota.

"Neste próximo Quadro Comunitário de Apoio não está previsto verbas para a modernização da frota, nem para novas embarcações. No Continente, e em países como Espanha e França, os pescadores já estão proibidos de construir [novos barcos] há anos. Houve uma abertura diferente para os Açores e para as regiões ultraperiféricas devido ao atraso que era conhecido", explicou José António Fernandes, presidente da Federação de Pescas dos Açores.

Se for tido em consideração que os Açores já têm uma frota "bastante boa" neste momento, o presidente da FPA considerou a decisão "compreensível" mas não deixou de sublinhar o que o mesmo já não constitui uma verdade para os abates, para os quais se espera que Bruxelas manifeste uma "abertura diferente".

O dirigente preconiza que se torna imperioso verificar qual o segmento da frota de pescas que "está a mais" e introduzir alguns melhoramentos, esperando que a Comissão Europeia "reveja a sua posição" quando for regulamentar o Fundo Europeu. O presidente da Federação de Pescas explica que só desta forma se poderá continuar a ter nos Açores uma pesca sustentável como uma boa gestão dos stocks existentes, com base em artes de pesca amigas do ambiente.

"Temos que estudar o segmento de frota que possa estar a depauperar mais os fundos das águas dos Açores e desenvolver estudos para que se veja onde é que se pode cortar em algumas embarcações, principalmente aquelas que não tenham muita mão-de-obra açoriana, para não se condenar também os recursos humanos", concluiu o dirigente das pescas açorianas.


Notícia: «Correio da Manhã», jornal «i» e RDP Antena 1 Açores.
Entretanto, o Governo Regional anunciou hoje que decidiu activar o FundoPesca para apoiar os pescadores que têm visto a sua actividade limitada por causa do mau tempo nos últimos meses.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Extensão do Centro de Saúde às Lajes

O PSD/Açores defendeu a extensão do Serviço Regional de Saúde ao concelho de Lajes das Flores, questionando o Governo Regional sobre a possibilidade “de se deslocar ao concelho das Lajes um médico de medicina geral e familiar do Centro de Saúde de Santa Cruz, num mínimo de três vezes por semana”, disse Bruno Belo.

O deputado social-democrata enviou um requerimento à Assembleia Legislativa Regional nesse sentido, onde explica que “o serviço de transportes públicos existente na ilha das Flores não permite deslocações da forma mais conveniente, obrigando mesmo a que os utentes incorram em custos acrescidos para obter cuidados de saúde. Neste momento o Serviço Regional de Saúde apenas disponibiliza um médico para consultas no concelho das Lajes, uma vez por mês”, adianta.

Considerando que “a vila de Lajes das Flores dista cerca de 20 quilómetros da unidade de saúde da ilha das Flores”, Bruno Belo aponta a deslocação de um médico “de forma periódica e regular” como “a única resposta expedita a quem necessita de cuidados de saúde, afinal um bem essencial e um dever básico de uma sociedade moderna e solidária”, afirma.

O deputado florentino acrescenta que “a população envelhecida, e com dificuldades de mobilidade até pela sua condição etária, carece de acompanhamento assíduo do seu estado de saúde, sobretudo ao nível preventivo”. Bruno Belo lembra que residem no concelho de Lajes das Flores “cerca de 1.500 pessoas, havendo uma particular importância a dar ao Lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia, que acolhe 31 utentes, necessitados de cuidados de saúde mais próximos e permanentes. Daí também esta nossa preocupação, que esperamos seja entendida e atendida pela tutela”, concluiu.


Notícia: "sítio" do PSD Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de março de 2013

Agricultores que ganhem mais de 10 mil euros anuais pagam IVA após Abril

Todos os agricultores vão ser obrigados a registar-se nas Finanças até 1 de Abril, deixando de estar isentos de IVA aqueles que faturam mais de 10 mil euros anuais, uma situação que preocupa as associações representativas do sector.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) receia o "complicómetro" fiscal, por temer que venha a "atirar borda fora muitos pequenos agricultores que não têm condições de cumprir estas exigências burocráticas". O dirigente da CNA, João Dinis sublinhou que, apesar de estarem isentos de IVA os agricultores com rendimentos anuais inferiores a 10 mil euros, "as Finanças lançaram já a base para a tributação fiscal porque obrigam toda a gente a coletar-se".

João Dinis criticou a ministra da Agricultura, lembrando que «[Assunção Cristas] vem de um partido [o CDS/PP] cujo líder viveu à custa da propaganda de ser amigo da lavoura e dos feirantes» e sublinhou que «o resultado final destas imposições» é «fiscalizar, tributar, eliminar».

Além disso, passam a estar sujeitos à taxa mínima de IVA de 6% serviços como a poda de árvores, operações de sementeiras e colheitas, engorda de animais ou armazenagem de produtos, bem como actividades agrícolas em geral (incluindo a viticultura, horticultura e produção de cogumelos) e criação de animais (sejam aves, coelhos, abelhas, caracóis, cães ou bichos-da-seda), se o rendimento anual for superior a 10 mil euros.


Notícia: semanário «Expresso» e TVI 24.
Entretanto, ontem o Governo Regional apresentou o Plano Operacional de Combate à economia paralela e os eurodeputados açorianos acreditam no sucesso da agricultura nos Açores.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 25 de março de 2013

SATA poderá deixar de pagar alojamento aos passageiros retidos em cancelamento de voos por mau tempo

Esta é uma das principais medidas presentes na proposta de revisão dos direitos dos passageiros dos transportes aéreos, desenvolvida pela Comissão Europeia.

Os passageiros da SATA Air Açores que fiquem sem voo numa das ilhas que não a de origem podem vir a perder direito a receber alojamento da transportadora aérea, caso a revisão dos direitos dos passageiros dos transportes aéreos proposta pela Comissão Europeia receba luz verde.

Isto porque no documento apresentado a 13 de Março pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Siim Kallas, lê-se, na parte destinada às “Operações Regionais” do ponto 4 “Encargos financeiros desproporcionados”, que é suprimida “a obrigação de oferecer alojamento aos passageiros de voos de menos de 250 km e com aeronaves de menos de 80 lugares. Já nos restantes voos, a Comissão indica que a oferta de alojamento vai até às três noites em circunstâncias excepcionais.

A proposta clarifica a expressão “circunstâncias extraordinárias”, que, quando invocadas pelas transportadoras aéreas, não as obriga a pagar as indemnizações. Assim, a Comissão Europeia define-as como aquelas que são “inerentes ao exercício normal da actividade, como catástrofes naturais ou greves dos controladores do tráfego aéreo”. Já os problemas técnicos detetados no decurso das operações de manutenção de rotina do avião, não são considerados.

Nos Açores serão afectados os passageiros com viagens canceladas, em caso de catásfrofes naturais ou greve, entre as ilhas do Grupo Central e entre São Miguel e Santa Maria. A SATA admite aplicar a medida, caso seja aprovada a proposta de revisão dos Direitos dos Passageiros dos transportes aéreos.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 24 de março de 2013

Era uma vez... Roberto de Mesquita

Novo programa da RTP Açores conta pequenas histórias da História dos Açores, com a apresentação da historiadora Susana Goulart Costa. O episódio 6 versou sobre o poeta florentino Roberto de Mesquita.

Vídeo: programa «Era Uma Vez Açores».
O primeiro episódio desta série açoriana foi sobre as corvinas fechaduras típicas, com as respectivas chaves feitas em madeira.

Saudações florentinas!!

sábado, 23 de março de 2013

São precisos radares meteorológicos

O climatologista Eduardo Brito de Azevedo defende a criação de uma rede de radares meteorológicos nos Açores, lembrando os fenómenos naturais a que o nosso arquipélago se encontra sujeito.

“Estou consciente do montante financeiro envolvido, mas tratando-se de questões de segurança das populações alguém tem de investir neste domínio”, defendeu o professor da Universidade dos Açores, a propósito do Dia Mundial da Meteorologia, que hoje se assinala.

Brito de Azevedo defendeu que nos Açores este investimento deveria ser assumido pelo Governo da República, tal como acontece no Continente e na Madeira: “A população dos Açores merece um tratamento idêntico ao disponibilizado às populações do restante território nacional, com a agravante de as condições meteorológicas nos Açores se alterarem drasticamente e a Região ser muito mais vulnerável”.

O climatologista explicou que este é um equipamento dispendioso mas permite aos meteorologistas acompanhar com “muito mais detalhe” e “proximidade no tempo” os fenómenos naturais que podem trazer “mais complicações” para as populações.

O único radar meteorológico existente nos Açores e que dá apoio técnico e científico aos serviços de meteorologia está localizado na Base das Lajes, sendo propriedade dos norte-americanos.

“Os Açores necessitam, devido à sua localização, das melhores ferramentas para acompanhamento do estado do tempo, devido ao seu enquadramento climático”, ressalvou o coordenador do projecto CLIMAAT. Seguindo um critério técnico e face à dispersão das ilhas dos Açores, Brito de Azevedo apontou que seriam necessários três radares, um para cada grupo de ilhas, uma vez que estas ferramentas possuem um “raio limitado útil”.


Notícia: RTP Açores e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Geossítios açorianos são integrados nas redes europeia e global de geoparques

O Geoparque Açores foi admitido na Rede Europeia de Geoparques, numa votação unânime realizada [ontem] na sede da UNESCO, em Paris, onde esteve reunido o Comité de Coordenação.

O Geoparque Açores é único no Mundo por ter 121 geossítios espalhados por nove ilhas, espelhando a vasta geodiversidade vulcânica do arquipélago, incluindo caldeiras, campos lávicos ou cordilheiras vulcânicas, que reportam uma memória geológica de 10 milhões de anos.

Dos 121 geossítios açorianos, 57 foram considerados como prioritários para o desenvolvimento de estratégias de geoconservação e a implementação de acções de valorização, distribuindo-se por São Miguel (10), Pico (8), Terceira (7), Faial e Flores (6 ambas), Santa Maria, Graciosa e São Jorge (5 cada), Corvo (3) e pelos fundos marinhos do 'plateau' dos Açores (2).

A integração do Geoparque Açores na Rede Europeia e Global de Geoparques permite reforçar as interligações entre a geologia, as paisagens vulcânicas, a biodiversidade e os valores culturais do arquipélago podendo potenciar o turismo.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», RDP Antena 1 Açores e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Extinção de freguesias açorianas afinal compete... à Assembleia da República

O Tribunal Constitucional considerou que a criação ou extinção de freguesias nos Açores é da competência [“reserva absoluta”] da Assembleia da República, não dando razão a um pedido de inconstitucionalidade da reorganização administrativa subscrito por nove deputados da Assembleia Legislativa açoriana.

Os deputados regionais açorianos pediram a fiscalização abstracta sucessiva de algumas normas do regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica, questionando a delimitação de competência entre a Assembleia da República e aquela Assembleia Regional para legislar sobre esta matéria. Os deputados açorianos alegaram questões de autonomia regional, consagrada no Estatuto Político-Administrativo açoriano, pelo que caberia à Assembleia Legislativa dos Açores pronunciar-se sobre a reforma das freguesias açorianas.

Num acórdão publicado [ontem] no Diário da República, os juízes do Tribunal Constitucional consideram que a fusão e a extinção de freguesias são “reserva absoluta” da Assembleia da República, versando “sobre matéria incluída na reserva de lei estadual – concretamente sobre o regime de criação, extinção e modificação de autarquias locais, incluído na reserva absoluta de competência legislativa da República –, a qual decorre do princípio geral da unidade do Estado”.

Também a Associação Nacional de Freguesias anunciou em Setembro passado que iria pedir à procuradora-geral da República e ao provedor de Justiça que suscitassem a inconstitucionalidade da Lei da Reforma Administrativa.

O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou o diploma da reforma administrativa a 15 de Maio, tendo sido publicado no Diário da República a 30 de Maio de 2012. O mapa anexo à lei reduz no Continente 1.165 das actuais 4.259 Juntas de Freguesia portuguesas, o que provocou a contestação de populações e da Associação Nacional de Freguesias.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Público» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Omeleta florentina foi a mais saborosa

A Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF) participou no III Concurso de Omeletas, que decorreu no Pavilhão do Mar (Ponta Delgada) no passado sábado (dia 16), e no qual participaram dezassete equipas. Uma iniciativa de índole solidária para angariação de fundos para a Associação Regional de Reabilitação e Integração SocioCultural dos Açores (Arrisca), à qual a AAiF se associou, indo também ao encontro do seu objectivo de fomentar o desenvolvimento de acções que visem a promoção da ilha das Flores. A concurso estavam duas categorias: a “omeleta mais saborosa” e “melhor apresentação”. A omeleta marinha da AAiF, confeccionada com a famosa erva patinha (alga) vinda da ilha das Flores, arrecadou o prémio da omeleta mais saborosa.

Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 19 de março de 2013

Mau tempo mata gado florentino

Mais de cento e cinquenta cabeças de gado já morreram na ilha das Flores este Inverno por causa da chuva e do frio. Só na última semana estima-se que tenham perdido a vida cerca de 60 animais. Em declarações à jornalista Susana Soares, correspondente local da RTP Açores, os lavradores florentinos queixam-se dos enormes prejuízos.

Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Também no Corvo o mau tempo matou meia centena de vacas.
Na sua última viagem o navio «Sete Cidades» [da TransInsular] chegou às Flores com um contentor de frio com a carga [fruta, iogurtes e legumes] congelada, causando prejuízo aos comerciantes locais.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

«Brumas e Escarpas» #55

O Burrinho do Lamé

Muitas eram as brincadeiras e os jogos, individuais e colectivos, que fazíamos em criança, sobretudo para ocupar da melhor forma as tardes de domingos e feriados, o tempo durante o qual, fora da porta da escola, aguardávamos a senhora professora, ou aqueles momentos do dia em que estávamos livres de qualquer tipo de trabalho ou espécie de tarefa.

Entre os vários jogos colectivos figurava “O Burrinho do Lamé”. Bastava que alguém convocasse a malta miúda e era uma correria louca e acelerada para o adro da Igreja, para Praça ou para outro qualquer local estrategicamente apropriado para tal:


- Vamos brincar ao Burrinho do Lamé.

O jogo em si era simples e fácil, tendo como objectivo principal que todos os participantes evitassem, da melhor e mais astuta forma possível, figurar ou fazer o papel de burro durante o jogo.

Os participantes, em número indeterminado, sentavam-se todos na soleira duma porta ou nos degraus circundantes, enquanto o líder do grupo, que orientava o jogo, ocupava um lugar numa banqueta qualquer mas que havia de situar-se sempre do lado oposto. Depois, para começar o jogo, escolhia quem ele muito bem entendesse para figurar de burrinho. Vergava-lhe então a cabeça sobre os seus joelhos, tapava-lhe os olhos com as suas próprias mãos e, certificando-se de que o simulado jumento não via rigorosamente nada, colocava-lhe de seguida o traseiro em condições de levar uma pequena palmada, por parte de um qualquer participante. Do outro lado alguém se levantava, normalmente por indicação do líder (porque todos queriam vir), e vinha bater ao de leve no rabiosque do suposto burrinho, voltando de seguida ao seu lugar sem ser visto por aquele, evitando também, depois de sentado no seu lugar, revelar, directa ou indirectamente, qualquer indício de que tinha sido ele o autor da palmada. Destapava-se o burrinho que, de imediato, começava a circular diante de todos, sendo obrigado a tentar identificar ou descobrir o agressor. Se o conseguisse havia de pôr fim ao seu ocasional estatuto de asno. Pegava-lhe então às cavalitas, não fizesse ele papel de burro, apresentando a sua carga ao líder, que o interrogava do seguinte modo:

- O burrinho donde vem?
- Vem do Lamé.
- respondia o burro.

Se tivesse acertado no seu agressor, este passaria de imediato a fazer de burro, transportando-o às cavalitas para o lugar vago, enquanto o chefe confirmava:

- Deita cá que é.

Se não acertasse ouvia do líder: - Vai por lá que não é.
E, depois de voltar a carregar o que trouxera junto do chefe às costas, continuava assim carregadinho para lá e para cá, até encontrar o agressor, o que por vezes se tornava muito difícil.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

domingo, 17 de março de 2013

Alguns efeitos do temporal florentino


Passado o "temporal de 13, 14 e 15 de Março" e após uma volta por quase toda a ilha das Flores, aqui ficam imagens dos casos mais relevantes de que tivemos conhecimento.

Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 16 de março de 2013

Fim do alojamento para passageiros cancelados nos voos SATA inter-ilhas?

Aeronaves com menos de 80 lugares devem passar a não ser obrigadas a alojar passageiros, pois a Europa considera que a obrigação de dar essa assistência pode pôr em causa a sobrevivência financeira de algumas transportadoras aéreas.

A Comissão Europeia propôs [no passado dia 13] um pacote de medidas que visa melhorar os direitos dos passageiros dos transportes aéreos, mas há uma proposta, em particular, que pode vir a afectar quem viaja na SATA entre as ilhas dos Açores. É que segundo o documento, os voos de pequena escala deixam de estar obrigados a oferecer alojamento aos passageiros afetados pela não realização de um voo.

De acordo com as regras actualmente em vigor, as transportadoras aéreas devem oferecer bebidas, refeições e alojamento por um lapso de tempo indeterminado. A nova proposta da Comissão Europeia considera que essa obrigação pode ameaçar a sobrevivência financeira das empresas em causa e, por isso, limita o alojamento a três noites (em circunstâncias excepcionais), ao mesmo tempo que impõe regras aos voos regionais. Assim, a Comissão Europeia suprime a obrigação de oferecer alojamento aos passageiros de voos de menos de 250 km e com aeronaves de menos de 80 lugares. O Dash-200 da SATA, recorde-se, possui 37 lugares, ao passo que o Dash-400 transporta um máximo de 80 passageiros.

As novas medidas propostas pela Comissão Europeia pretendem melhorar os direitos aos passageiros dos transportes aéreos em matéria de informações, assistência e reencaminhamento, sempre que fiquem retidos nos aeroportos. Está em causa também o melhoramento dos procedimentos de reclamação e medidas de execução, para que os passageiros possam fazer valer os seus direitos. O documento clarifica "zonas cinzentas" no plano jurídico e estabelece novos direitos.

Uma das mudanças tem que ver com a obrigação explícita de as empresas de transporte informarem os passageiros sobre a situação de atraso ou cancelamento do seu voo, o mais tardar 30 minutos após a hora de partida programada, avançando também a hora de partida estimada. A proposta reforça o direito dos passageiros receberem assistência após um atraso de duas horas, independentemente da distância de voo.

O documento estabelece, ao mesmo tempo, que quando a transportadora não puder assegurar pelos seus meios próprios o reencaminhamento dos passageiros num lapso de tempo de 12 horas, deve oferecer um reencaminhamento com outras transportadoras aéreas ou outros modos de transporte.

O documento da Comissão Europeia pronuncia-se também sobre questões relativas à bagagem. Actualmente não existe nenhuma autoridade responsável pelo controlo da aplicação dos direitos dos passageiros relacionados com a bagagem, mas a proposta indica que os organismos nacionais de execução, nomeados nos termos do regulamento em vigor, devem ser igualmente responsáveis pela execução das regras de indemnização em caso de problemas com a bagagem.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cafeína poderá atrasar danos causados pela doença de Machado-Joseph

É um resultado auspicioso para uma doença neurodegenerativa sem cura. Cientistas da Universidade de Coimbra verificaram que quantidades elevadas de cafeína atenuam os danos causados pelo modelo da doença de Machado-Joseph nos ratinhos. O trabalho foi publicado num artigo científico da revista «Annals of Neurology».

A doença de Machado-Joseph deve-se à mutação de um único gene e traduz-se na produção de uma proteína anormal que acaba por se acumular em excesso nas células nervosas, matando-as. O resultado é uma doença progressiva que afecta os movimentos: provoca a perda do controlo das extremidades, rigidez muscular, espasmos, problemas de deglutição, perturbações da visão e descontrolos dos movimentos oculares, perturbações do sono e problemas cognitivos.

Os sintomas podem surgir tanto na infância como aos 70 anos e os filhos de uma pessoa com esta doença têm 50% de hipóteses de terem recebido este gene e, por isso, de virem a sofrer do mesmo problema. A doença não é tratável, os medicamentos servem apenas para controlar alguns sintomas.

A equipa da Universidade de Coimbra liderada por Luís Pereira de Almeida e Rodrigo Cunha utilizou um modelo equivalente em ratinhos para estudar esta doença que tem uma prevalência significativa em Portugal, especialmente nos Açores. Para isso, utilizou um vírus modificado que desencadeia a patologia no cérebro dos ratinhos. Depois, administrou-se regularmente uma concentração de cafeína equivalente a cerca de seis cafés diários para testar se havia algum efeito.

A cafeína exerceu “efeitos protectores, capazes de restabelecer a função [cerebral] por actuar como inibidora desta perturbação nos circuitos neuronais”. A investigação também conseguiu associar o efeito da cafeína ao bloqueio de um receptor neuronal para a adenosina.

A descoberta representa "uma peça importante para o complexo puzzle" da compreensão desta doença, mas os investigadores são prudentes sobre o seu significado: “São resultados promissores que abrem pistas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, mas são necessários mais estudos e ensaios clínicos para confirmar se o alvo molecular é eficaz nos humanos”, defendem Luís Pereira de Almeida e Rodrigo Cunha.

A comunidade científica “validou estas novas informações sobre os mecanismos envolvidos na neuropatologia, renovando a esperança na busca de um tratamento que permita atrasar a sua evolução. No entanto, estabelecer prazos para um novo medicamento chegar ao mercado é pura especulação”, sustentam os investigadores da Universidade de Coimbra.

Actualmente "não há nenhum mecanismo para interferir com a progressão da doença de Machado-Joseph, apenas se tratam os sintomas. Por isso os resultados desta investigação abrem portas para a definição de uma nova estratégia para frenar o surgimento da doença", clarificam os investigadores.


Notícia: jornal «Público», «Açoriano Oriental» e revista «Lux».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Muita chuva e vento forte nas Flores


Durante a tarde de ontem (dia 13), a agudização do tempo (nomeadamente chuva e vento) fez alguns estragos: queda de árvores, derrocadas e muita, muita água... na nocturna hora de edição deste trabalho, a chuva ainda cai abundantemente.
Só foi feito um pequeno percurso na zona Sul e Oeste da ilha.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Meteorologia avisa que o vento e a chuva vão permanecer pelo menos até quinta-feira [hoje]: o alerta relativo à chuva passou para laranja, irá predominar o vento forte e a chuva até às 14 horas.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Extração de inertes volta a ser possível

Após largos meses sem ser possível extrair bagacina da Saibreira dos Terreiros, a autarquia das Lajes informa que voltou a ter autorização para explorar aquele espaço.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de março de 2013

«O senhor Açores a Pé é do Continente? E está gostando da nossa ilha?»

Durante meses, entre Março e Dezembro de 2012, Nuno Ferreira atravessou a pé as nove ilhas dos Açores entre névoas, chuvas mas também acessos de calor e humidade, procissões, celebrações do Espírito Santo, ranchos da Quaresma, bailes de roda, cantares ao desafio e muita estrada e trilhos. Agora, chegou a hora da saudade: «Quando é que o senhor volta à nossa ilha?»

No dia 15 de Dezembro passado terminei o projecto de travessia a pé das nove ilhas dos Açores. Acabei da forma mais insular e açoriana possível: à espera há dois dias, na ilha do Corvo, de um avião que teimava em não chegar devido à força da intempérie. Viver em determinadas ilhas do arquipélago continua a ser um acto de coragem, se compararmos com as amenidades da vida nas grandes cidades do Continente. Quando há dias li a notícia do bebé que nasceu num helicóptero da Força Aérea entre a Graciosa e a Terceira, lembrei-me imediatamente da minha chegada à ilha, em pleno Furacão Nadine. Recordei o navio de carga que não chegava devido ao estado do mar, o avião que não aterrou devido à força do vento, as ondas fustigando a orla de Santa Cruz da Graciosa sob um céu que nesses dias parece querer fechar a ilha sobre si e deixá-la isolada do Mundo.

Recordei também a quantidade de vezes que os observava, aos velhos e doentes, acabrunhados, enfiados dentro de um pequeno avião, a viajar para a ilha mais próxima para poderem ser assistidos num hospital. Os cuidados de saúde nas ilhas mais pequenas e isoladas continua a ser um dos principais problemas: «Parte-se um braço, tem-se uma doença mais grave, tem de se sair», desabafava um florentino.

A insularidade tem os seus estereótipos ou mitos: o nevoeiro, a clausura, a imensidão do mar que no meio do Atlântico cerca a ilha e a afasta das outras. Devo dizer que caminhei sob nevoeiro e chuva mas enfrentei também o Sol, o calor e a humidade do Verão açoriano, sobretudo nessa estufa húmida em que se transforma a Terceira em certos dias de estio.

Caminhei sob nevoeiro que não me deixou ver o Pico da Esperança, em São Jorge, e que invariavelmente encobria o Pico da Vara, em São Miguel, só para citar dois exemplos. Convivi com a chuva, sobretudo na última fase, quando decidi atravessar a ilha das Flores e os seus trilhos enlameados e atravessados por ribeiras em Dezembro. Senti dificuldades em enfrentar na Terceira e mais tarde em São Jorge, nos meses de Julho e Agosto, a conjugação dos efeitos do calor com a humidade. Resisti à tentação de atirar com a mochila ao chão e parar em algumas ocasiões: na Aguada, na Terceira, a caminho do centro da ilha; no trilho da Fajã dos Vimes para a Fajã de São João, em São Jorge; na Ladeira Velha, na Calheta, também em São Jorge. Nesses dias, a t-shirt colada ao corpo, as pernas parecem pesar a dobrar.

O prazer de conviver com os açorianos, de lhes observar as diversidades, de comparar os sotaques, os modos de estar e viver foi absolutamente inolvidável. Voltei com saudades da viola da terra mas também dos bailes de roda lentos e gentis da Graciosa ou de São Jorge, da chamarrita endiabrada do Pico, das quedas de água das Flores, do movimento das tascas dos pescadores micaelenses na Ribeira Quente, em Vila Franca do Campo ou em Água de Pau. Das adegas do Pico. Das touradas à corda na Terceira. Da vindima na Graciosa. Do colorido das procissões. Dos cânticos dos romeiros a acordarem-me nos Ginetes, São Miguel, pelas seis ou sete da manhã. Das estradas bordejadas a verde, dos chafarizes, das igrejas brancas e negras que a vista alcança várias lombas antes de se chegar à freguesia.

Saudades de me perder numa mancha de cedro do mato, chegar a uma clareira semi-encoberta pelo nevoeiro e dar com elas, sempre elas, as vacas, espantadas a olhar para mim e a fugir em seguida. Lá em baixo, embatendo nas arribas, o mar, sempre ele. Saudades, evidentemente, de adormecer ao som do «bonc» surdo das ondas a bater no molhe ou na arriba e do som riscado das cagarras. E saudades, finalmente, da hospitalidade açoriana: «O senhor é do Continente? E está gostando da nossa ilha?»


Crónica do jornalista Nuno Ferreira no portal «Café Portugal».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Documentário «A Viagem Autonómica»


Agora há mais uma razão para ir aos Açores. Quem nada sabe da história da sua autonomia tem agora a oportunidade de a conhecer com «A Viagem Autonómica», um documentário do jovem realizador Filipe Tavares que, através dos jornais da época, de registos audiovisuais em arquivo e de vários testemunhos, põe a nu anos e anos de uma história que muitos portugueses, continentais e açorianos, em especial os mais novos, desconhecem.

Para suavizar o “peso” de um documentário desta natureza, Filipe criou uma personagem (de resto o único elemento de ficção), protagonizada pelo actor Frederico Amaral, também natural dos Açores, através da qual vai introduzindo testemunhos e depoimentos de mais de cinquenta personalidades especialistas no assunto, que pesquisaram e alguns até protagonizaram vários momentos dessa conquista. No filme, Frederico faz de Gonçalo e este, de mochila às costas, inicia uma viagem pelas nove ilhas à procura de informação e, dessa forma, identificando os principais acontecimentos que conduziram ao processo autonómico iniciado no final do século XIX pela primeira geração autonomista. Pelo meio, Gonçalo entra em bibliotecas à procura de livros sobre o tema e lê jornais da época.

Com esta abordagem simples e dinâmica, o realizador (e também produtor e co-argumentista) espera cativar, sobretudo, as gerações mais novas: «Já me dava por satisfeito se este filme incentivasse uma reflexão sobre a importância que a autonomia político-administrativa tem no futuro dos Açores e na forma de estar do seu povo».


Notícia: revista «Notícias Magazine».
Saudações florentinas!!

domingo, 10 de março de 2013

Plano marítimo lançado há 3 anos ainda está em fase de recolha de contributos

O Governo Regional dos Açores criou em 2010 uma comissão para elaborar o Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores (POEMA), mas passados três anos o processo continua em fase de "recolha de contributos".

O novo secretário regional dos Recursos Naturais, Luís Neto Viveiros, admitiu [no final do mês de Janeiro] que o plano de ordenamento do espaço marítimo açoriano regista "algum atraso": "Devo reconhecer que sim, mas é uma matéria muito delicada que envolve muitas áreas de actividade e muitos departamentos", lembrou o governante, recordando que o "período eleitoral" relativo às legislativas regionais de Outubro 2012 e a "reorganização" interna que o Governo Regional encetou motivaram o atraso.

Neto Viveiros disse, no entanto, ter esperança de que a elaboração do Plano ganhe entretanto "a celeridade que merece" e que o documento final esteja concluído "até ao final do ano".

Segundo o responsável, o objectivo é "encontrar os usos adequados dos espaços marítimos costeiros", no sentido de potenciar a sua utilização, do ponto de vista do turismo, da pesca e da utilização dos portos: "Temos de encontrar pontos de equilíbrio entre todos os interesses envolvidos, na preservação do ambiente, na preservação dos recursos piscícolas, de forma a que tudo aquilo que se decida e se implemente contribua para o desenvolvimento sustentado de todas as actividades que assentam na exploração do mar", explicou Neto Viveiros.

Além do Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo, a comissão interdepartamental para os Assuntos do Mar analisou ainda a diretiva-quadro "Estratégia Marinha", bem como a sua futura concretização nos Açores. Esta diretiva europeia estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política para o meio marinho, para promover o uso sustentável dos mares e a conservação dos ecossistemas marinhos, e a sua aplicação prevê o desenvolvimento de estratégias aplicáveis às águas marinhas sob soberania ou jurisdição nacional.

O secretário regional dos Recursos Naturais lembrou que os Açores são a região da Europa "com mais área marítima à sua responsabilidade", razão pela qual tem acompanhado este processo com muita atenção: "os Açores têm um papel de liderança na gestão do seu espaço marítimo e vê no mar uma grande quantidade de oportunidades, tanto ao nível do emprego, como do desenvolvimento do turismo sustentado, da investigação científica do mar profundo e da pesca controlada", frisou Luís Neto Viveiros.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
O relatório sobre a operacionalização do POEMA deveria ter ficado concluído até ao Verão [de 2012] para depois ser discutido a nível do Governo Regional, informação avançada [em Maio do ano passado] pelo director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos.

Saudações florentinas!!

sábado, 9 de março de 2013

Estado da obra do Museu das Lajes

O crescimento da estrutura tem sido bem evidente, decorrendo dentro dos prazos estipulados e de acordo com o plano de trabalhos aprovado, informa a edilidade lajense.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Ainda sobre outras obras a cargo da autarquia lajense, merecem especial referência o miradouro e zona de lazer da Muralha do porto das Lajes, o miradouro da Pedrinha, o miradouro da vigia da baleia na Fazenda e a reabilitação da zona da antiga Corretora.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 8 de março de 2013

O atum "mais sustentável do Mundo"

O atum capturado pelo sistema 'salto e vara' nas embarcações da Conserveira Santa Catarina, em São Jorge, é "o mais sustentável do Mundo", segundo a organização ambientalista Greenpeace, que distinguiu a marca açoriana que comercializa o atum em Inglaterra.

“É um prémio importante porque, num Mundo onde a concorrência é cada vez maior, arranjamos maneira de ver valorizado e publicitado o nosso produto", afirmou Pedro Pessanha, administrador da conserveira.

A pesca do atum utilizado nestas conservas é feita por três embarcações, com cerca de seis dezenas de pescadores, através do sistema de 'salto e vara' (pesca à linha), o que garante que “não há depredação das espécies”, em particular do 'bonito', que é o mais capturado.

A Conserveira Santa Catarina, com uma faturação de 4 milhões de euros em 2010, está instalada no concelho da Calheta, na ilha de São Jorge, e [em Maio de 2011] parece ter “encontrado o caminho” da recuperação, depois dos problemas financeiros que sofreu em 2008 e que levaram à intervenção do Governo Regional para evitar a falência: “Neste momento, os sinais de recuperação são prometedores”, garantiu Pedro Pessanha, revelando que "mais de metade" dos novos produtos 'gourmet' produzidos nesta fábrica de conservas são absorvidos pelos mercados de Itália, Inglaterra, EUA, Canadá, Irlanda e Alemanha, sendo o restante consumido em Portugal.

As variedades 'gourmet', com nova imagem, são os filetes de atum em azeite e orégãos, em azeite e batata doce, em azeite e tomilho ou em molho cru, além do atum ventresca em azeite.

António José de Almeida, responsável pela produção, frisou que “a linha filete é toda tratada manualmente, incluindo a embalagem, o que garante um elevado grau de produção qualitativa artesanal”. As latas de conserva são embaladas num papel semelhante às páginas de um jornal que, ao ser desembrulhado, contém a história da empresa e uma receita de culinária.

A faturação da conserveira passou de 1,4 milhões de euros em 2009 para 4 milhões de euros em 2010, o que permitiu iniciar a recuperação da empresa. Pedro Pessanha admitiu que, “se houvesse mais produção, mais se vendia”, mas alertou para a necessidade de ter em atenção que o atum é uma espécie migratória e, em alguns anos, a captura pode ser menor.

A Conserveira Santa Catarina é o maior empregador do concelho, com 130 funcionários, dos quais 110 são mulheres, produzindo diariamente entre oito e dez toneladas de atum cozido, o que representa 10 a 12 mil latas de conserva. Para laborar sem problemas e responder ao volume actual da carteira de clientes, a empresa necessita de garantir a captura anual de cerca de duas mil toneladas.

O futuro, segundo Pedro Pessanha, passa por dar “passos certos e seguros através da promoção, porque se vive uma situação de crise [económica] que não é favorável a grandes investimentos”.


Notícia: «Açoriano Oriental», SIC Notícias e jornal «A União».
A Fábrica de Santa Catarina teve prejuízo superior a 2 milhões de euros em 2011 mas conseguiu reduzir o passivo em 4,5 milhões.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Florentino eternizou História do Brasil

O espólio fotográfico de José Christiano Júnior é muito respeitado na América Latina. Trata-se, dizem os especialistas, de documentação antropológica. Esse espólio regista a escravatura negra no século XIX, as fotografias eram vendidas aos turistas como "souvenirs".

José Christiano Júnior, fotógrafo açoriano, é um dos grandes responsáveis pelo acervo fotográfico que dá conta da escravatura no Rio de Janeiro, no século XIX. Natural da ilha das Flores, José Christiano de Freitas Henriques Júnior deixou um importante espólio de imagens, hoje guardado no Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Brasil.

O fotógrafo, nascido na ilha das Flores em 1832, emigrou para o Brasil em 1855 e iniciou a sua actividade em 1860. Três anos mais tarde, já no Rio de Janeiro, dedica-se a captar imagens da população cativa da cidade. De facto, quando essas fotografias são produzidas, a população de negros escravos que trabalha nas ruas da cidade é de 55 mil pessoas, um terço da população total. De acordo com os especialistas, muitos desses registos são acompanhados de anotações que identificam a nação dos escravos, o que indicia as suas preocupações antropológicas.

São os retratos de corpo inteiro que mostram os diferentes ofícios a que os escravos se dedicavam. Há vendedores de frutas, barbeiros, amoladores de facas; imagens vendidas no comércio local como souvenirs. De acordo com os especialistas, José Christiano Júnior conhecia bem a obra dos pintores do início do século, já que as suas fotografias são semelhantes aos trabalhos destes artistas. Em 1866, o fotógrafo florentino ganhou a medalha de bronze na Exposição Nacional.

Em 1866, José Christiano Júnior instala-se em Buenos Aires, na Argentina, onde inicia uma maciça produção de retratos. Investigadores argentinos que examinaram o seu trabalho - depositado no Archivo General de La Nación - estimam que o fotógrado produziu mais de 4 mil retratos entre 1873 e 1875, o que perfaz uma média de cinco clientes por dia.

O sucesso fê-lo inaugurar um novo ateliê, desta vez dedicado ao público infantil. O estúdio foi destruído pelo incêndio em 1875. Nesse ano, aliás, José Christiano Júnior tornou-se o fotógrafo oficial da Sociedade Rural Argentina. Aos poucos, o florentino vai amadurecendo a ideia de desenvolver um álbum com imagens do país. Em 1876 é editado o primeiro volume desse trabalho, intitulado «Album de vistas e costumes de la Argentina»: composta por 16 imagens da cidade de Buenos Aires, a obra é ainda acompanhada de textos explicativos em quatro idiomas. Trata-se do primeiro trabalho deste género produzido na Argentina.

José Christiano Júnior decide vender o estúdio em 1878, no auge da sua carreira. A decisão ficou a dever-se à vontade de continuar os álbuns dedicados à Argentina, que entretanto já contavam com um segundo volume dedicado às personalidades urbanas e às construções modernas e históricas do país. Entre 1879 e 1883, o florentino conhece as mais variadas regiões do país. O seu trajeto, feito em cima de uma mula, é contado nos jornais da época. Já em 1883, o fotógrafo deixa o seu último ateliê, na cidade de Corrientes, abandonando temporariamente a fotografia e dedicando-se à produção e ao comércio de licores.

José Christiano de Freitas Henriques Júnior faleceu aos 70 anos de idade. Os últimos anos foram passados a pintar fotografias. Um artigo de Marcelo Eduardo Leite dá conta da importância do açoriano: "As imagens deixadas no Brasil e na Argentina por Christiano Júnior são um testemunho da sua peculiar forma de ver e, sem dúvida, apresentam-se como uma referência incontornável para a reflexão a respeito da História social da América Latina".


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Lutar pelas 200 milhas da nossa ZEE

O presidente do Governo Regional afirmou que os Açores não vão abdicar de lutar pela recuperação das 200 milhas de zona económica exclusiva (ZEE) que detinham e que foi reduzida a 100 milhas por decisão do Conselho Europeu.

Vasco Cordeiro, após uma audiência [na passada segunda-feira] concedida à Comissária europeia dos Assuntos Marítimos e das Pescas, declarou que o Governo Regional “nunca” abdicou da luta pela salvaguarda das 200 milhas da ZEE dos Açores.

Destacando que existe um conjunto de aspectos que constam na estratégia da União Europeia para a região atlântica nos quais os Açores se enquadram, Vasco Cordeiro lembrou que a Região “há muito tempo” que defendia algumas das preocupações actuais de Bruxelas nesta matéria.

O presidente do Governo Regional exemplificou com as zonas biologicamente sensíveis e a sustentabilidade dos recursos existentes, que referiu como uma “grande batalha” dos Açores face à União Europeia: “A insistência dos Açores não radica apenas numa questão política, mas no património de políticas que ao longo de 30 anos de autonomia a Região implementou do ponto de vista da sustentabilidade da exploração de recursos. É por isso que nós ousamos pensar que temos uma legitimidade acrescida para continuar a insistir em aspectos que para nós são fundamentais como a questão das 200 milhas”.


Notícia: jornal «i» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 5 de março de 2013

Compras passaram a fazer-se na Net

A inexistência de livrarias, lojas de informática ou lojas de mobiliário levou os consumidores da ilha do Corvo a serem dos açorianos que mais recorrem à internet para efectuar compras em lojas virtuais.

“É impressionante, porque é a população toda, mesmo os menos alfabetizados. Todos utilizam estas lojas virtuais”, afirmou Paulo Estêvão, deputado do PPM e residente na ilha do Corvo, onde vivem pouco mais de 400 pessoas e que “desta forma minimizam o isolamento”. Garantindo que “não se trata de moda, mas sim de necessidade”, Paulo Estêvão disse que as compras online “são prática comum”, mesmo para quem não domina as novas tecnologias porque “pede a quem percebe para fazer as encomendas”. “A necessidade fez dos consumidores corvinos os mais bem preparados e informados nesta matéria na Região”, referiu o deputado, alegando que “as compras podem ir das coisas informáticas mais baratas até grandes encomendas e mesmo géneros alimentares, para festas como o Natal ou a Páscoa”. As encomendas feitas online chegam à ilha do Corvo pelo correio em algumas semanas, dependendo do sítio do mundo onde são adquiridas e normalmente pagas à cobrança, como forma de segurança. “Há uma quantidade enorme de coisas de que as pessoas não se apercebem quando vivem numa ilha como São Miguel ou no Continente, mas que aqui no Corvo só podem ser compradas à distância”, sustentou Paulo Estêvão.

Também o antigo presidente da Câmara Municipal do Corvo, Fernando Pimentel confessou ser um consumidor online frequente, sobretudo para adquirir livros, CD e material informático, bens em que gasta várias centenas de euros. “Eu acho que as pessoas de cá são as que mais usam a internet, para todos os fins: redes sociais, leitura de jornais e revistas e consultar sites de utilidade”, afirmou Fernando Pimentel, que governou a única autarquia do Corvo entre 2005 e 2009. Durante este período, Vila Nova do Corvo, único aglomerado populacional na ilha, ficou toda coberta por uma rede sem fios (wireless) que permite a qualquer pessoa aceder gratuitamente à internet. A criação desta rede, que resultou de um investimento partilhado pela Câmara Municipal e pelo Governo Regional, estimulou de tal forma a aquisição de computadores na pequena ilha que actualmente são raras as casas que não possuem um destes equipamentos. “Foi uma excelente medida, muito bem vinda e muito bem aceite”, sustentou Fernando Pimentel.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
A ilha do Corvo esteve sem abastecimento por mar durante 14 dias, ficando em causa o 'stock' de bens de primeira necessidade com prateleiras vazias... por culpa da empresa MareOcidental, apontou Manuel Rita, presidente da Câmara Municipal de Vila do Corvo. A ilha do Corvo foi reabastecida de bens alimentares e essenciais na tarde de ontem por via aérea e hoje por via marítima.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 4 de março de 2013

"Comemorar"(?) o Dia da Mulher

A Associação de Jovens das Flores comemora(?) o Dia Internacional da Mulher no próximo sábado (dia 9) com a realização da Secret Party, no Bar do Aeroporto, com a presença de Marco (ex-concorrente da Casa dos Segredos 2). Para as mulheres "vai haver" muitas surpresas e prémios!

No dia 8 de Março de 1857 as operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte-americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a sua fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como: redução da carga diária de trabalho para 10 horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com brutal violência: as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que depois foi incendiada; aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num acto totalmente desumano.

Somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de Março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às mulheres que morreram naquela fábrica em 1857. Mas apenas em 1975 a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como Dia Internacional da Mulher.

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objectivo é discutir o papel da mulher na sociedade actual, pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do seu valor. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, as mulheres ainda sofrem em muitos locais com salários baixos, violência doméstica, jornada excessiva de trabalho, assédio sexual e desvantagens na carreira profissional. Muito foi já conquistado, mas muito ainda há para ser modificado na plena emancipação das mulheres.

Saudações florentinas!!

domingo, 3 de março de 2013

Sic Transit Gloria Flores... (VIII)



Os dois animais, que se mostram nas fotos acima, são propriedade dos Serviços de Desenvolvimento Agrário das Flores e Corvo. O progresso e a modernização do sector agrícola açoriano passam também pela valorização do bem-estar animal, mas notoriamente aqueles dois bois estão algo mal tratados (sub-alimentados?). Esta grave situação deve ser considerada ainda mais preocupante por ser cometida por uma entidade pública.

Recentemente a Associação Agrícola da ilha das Flores chamou a atenção para a escassez de alimento para o gado, com dificuldades acrescidas para os lavradores devido ao Inverno rigoroso.
Saudações florentinas!!

sábado, 2 de março de 2013

2 de Março: o Povo é quem + ordena!

Em Setembro, Outubro e Novembro enchemos as ruas mostrando claramente que o povo está contra as medidas austeritárias e destruidoras impostas pelo governo e seus aliados do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu – a troika.

Derrotadas as alterações à TSU, logo apareceram novas medidas ainda mais gravosas. O OE para 2013 e as novas propostas do FMI, congeminadas com o governo, disparam certeiramente contra os direitos do trabalho, contra os serviços públicos, contra a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde, contra a Cultura, contra tudo o que é nosso por direito, e acertam no coração de cada um e cada uma de nós. Por todo o lado, crescem o desemprego e a precariedade, a emigração, as privatizações selvagens, a venda a saldo de empresas públicas, enquanto se reduz o custo do trabalho.

Não aguentamos mais o roubo e a agressão.

Indignamo-nos com o desfalque nas reformas, com a ameaça de despedimento, com cada posto de trabalho destruído. Indignamo-nos com o encerramento das mercearias, dos restaurantes, das lojas e dos cafés dos nossos bairros. Indignamo-nos com a Junta de Freguesia que desaparece, com o centro de saúde que fecha, com a maternidade que encerra, com as escolas cada vez mais pobres e degradadas. Indignamo-nos com o aparecimento de novos impostos, disfarçados em taxas, portagens, propinas... Indignamo-nos quando os que geriram mal o que é nosso decidem privatizar bens que são de todos – águas, mares, praias, território – ou equipamentos para cuja construção contribuímos ao longo de anos – rede eléctrica, aeroportos, hospitais, correios. Indignamo-nos com a degradação diária da nossa qualidade de vida. Indignamo-nos com os aumentos do pão e do leite, da água, da electricidade e do gás, dos transportes públicos. Revolta-nos saber de mais um amigo que se vê obrigado a partir, de mais uma família que perdeu a sua casa, de mais uma criança com fome. Revolta-nos o aumento da discriminação e do racismo. Revolta-nos saber que mais um cidadão desistiu da vida.

Tudo isto é a troika: um governo não eleito que decide sobre o nosso presente condicionando o nosso futuro. A troika condena os sonhos à morte, o futuro ao medo, a vida à sobrevivência. Os seus objectivos são bem claros: aumentar a nossa dívida, empobrecer a maioria e enriquecer uma minoria, aniquilar a economia, reduzir os salários e os direitos, destruir o estado social e a soberania. O sucesso dos seus objectivos depende da nossa miséria. Se com a destruição do estado social a troika garante o financiamento da dívida e, por conseguinte, os seus lucros, com a destruição da economia garante um país continuamente dependente e endividado.

A 25 de Fevereiro os dirigentes da troika, em conluio com o governo, iniciarão um novo período de avaliação do nosso país. Para isto precisam da nossa colaboração e isso é o que não lhes daremos. Porque não acreditamos no falso argumento de que se nos “portarmos bem” os mercados serão generosos. Recusamos colaborar com a troika, com o FMI, com um governo que só serve os interesses dos que passaram a pagar menos pelo trabalho, dos bancos e dos banqueiros, da ditadura financeira dos mercados internacionais. E resistimos. Resistimos porque esta é a única forma de preservarmos a dignidade e a vida. Resistimos porque sabemos que há alternativas e porque sabemos que aquilo que nos apresentam como inevitável é na verdade inviável e por isso inaceitável. Resistimos porque acreditamos na construção de uma sociedade mais justa.

A esta onda que tudo destrói vamos opor a onda gigante da nossa indignação e no dia 2 de Março encheremos de novo as ruas. Exigimos a demissão do governo e que o povo seja chamado a decidir a sua vida.

Unidos como nunca, diremos basta.

A todos os cidadãos e cidadãs, com e sem partido, com e sem emprego, com e sem esperança, apelamos a que se juntem a nós. A todas as organizações políticas e militares, movimentos cívicos, sindicatos, partidos, colectividades, grupos informais, apelamos a que se juntem a nós. De norte a sul do país, nas ilhas, no estrangeiro, tomemos as ruas!

QUE SE LIXE A TROIKA. O POVO É QUEM MAIS ORDENA!


Jorge Palma: - (...) haja dignidade, coragem, inteligência e solidariedade de facto. Isto está só a começar, o rumo da locomotiva está nas nossas mãos.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Investigadas alterações moleculares associadas à "doença do Machado"

Investigadores da Universidade dos Açores estão a desenvolver várias linhas de trabalho no âmbito da doença de Machado-Joseph, com alta taxa de incidência na Região, apostando actualmente na caracterização ao nível molecular das alterações que ocorrem naquela patologia.

"Estamos a caracterizar ao nível da célula as alterações que ocorrem nesta doença. A ideia é que se possa, antes do individuo ter sintomas, na altura que for descoberto um fármaco, começar a dar este medicamento ao doente, logo que as alterações moleculares se começarem a manifestar", explicou Manuela Lima, investigadora da Universidade dos Açores.

A especialista em Genética Humana proferiu ontem uma palestra na sede da Associação Amigos da ilha das Flores, em Ponta Delgada, no âmbito do Dia Mundial das Doenças Raras, e onde deu a conhecer também uma tese de mestrado de Conceição Araújo, que integra o grupo da Universidade dos Açores que investiga a doença de Machado-Joseph, que foi pela primeira vez identificada em descendentes de açorianos na América do Norte.

A especialista explicou que actualmente uma pessoa filha de um doente Machado-Joseph pode mesmo antes de ter sintomas da doença dirigir-se ao hospital e pedir para fazer um teste genético. Dados de 2011 referem que existem nos Açores 99 doentes com Machado-Joseph distribuídos maioritariamente por São Miguel (53) e pelas Flores (26), com uma média de idades que ronda os 40 anos, mas existem também doentes na Terceira, Faial, Graciosa ou Pico.

Manuela Lima disse estar confiante, a longo prazo, num fármaco que possa ser ministrado como modo de retardar o aparecimento da doença e destacou a tese de mestrado de Conceição Araújo, "um trabalho muito importante que chama a atenção de uma situação real e de necessidades reais".

No caso da ilha das Flores, onde existe a mais alta taxa de incidência no mundo, considerou há a necessidade de "uma intervenção muito particular" junto dos doentes e seus familiares, alegando que estes têm que se deslocar a outra ilha, nomeadamente São Miguel, para "um acompanhamento mais regular" por parte da componente de neurologia e de psicologia.

A Machado-Joseph condiciona a coordenação dos movimentos, desde a fala e gestos das mãos ao equilíbrio e marcha, embora dependa de caso para caso. A especialista destacou que os Açores criaram legislação própria que permite ajudar estas famílias, a par do trabalho da Associação Atlântica de Apoio ao Doente de Machado-Joseph. "O facto de haver uma equipa que há muitos anos está ligada a esta doença acaba por disponibilizar um conjunto de recursos que pode ser usado para quem quer decidir questões sobre saúde", frisou, destacando o trabalho multidisciplinar envolvendo biólogos, neurologistas, especialistas em psicologia e geneticistas.

A Universidade dos Açores colabora no programa de aconselhamento genético que existe na região e que permite disponibilizar um teste genético aos doentes e famílias. Manuela Lima destacou que desde 2011 existem vários trabalhos do ponto de vista experimental em modelos animais e "acumulou-se algum conhecimento sobre o mecanismo da doença" e "bom potencial", incluindo de vários grupos a nível nacional. A investigadora admitiu que não tenha havido propriamente um aumento da doença nos Açores, mas considerou existir “alguma tendência para se ter mais casos” porque existe um melhor conhecimento sobre a patologia.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!