sexta-feira, 8 de março de 2013

O atum "mais sustentável do Mundo"

O atum capturado pelo sistema 'salto e vara' nas embarcações da Conserveira Santa Catarina, em São Jorge, é "o mais sustentável do Mundo", segundo a organização ambientalista Greenpeace, que distinguiu a marca açoriana que comercializa o atum em Inglaterra.

“É um prémio importante porque, num Mundo onde a concorrência é cada vez maior, arranjamos maneira de ver valorizado e publicitado o nosso produto", afirmou Pedro Pessanha, administrador da conserveira.

A pesca do atum utilizado nestas conservas é feita por três embarcações, com cerca de seis dezenas de pescadores, através do sistema de 'salto e vara' (pesca à linha), o que garante que “não há depredação das espécies”, em particular do 'bonito', que é o mais capturado.

A Conserveira Santa Catarina, com uma faturação de 4 milhões de euros em 2010, está instalada no concelho da Calheta, na ilha de São Jorge, e [em Maio de 2011] parece ter “encontrado o caminho” da recuperação, depois dos problemas financeiros que sofreu em 2008 e que levaram à intervenção do Governo Regional para evitar a falência: “Neste momento, os sinais de recuperação são prometedores”, garantiu Pedro Pessanha, revelando que "mais de metade" dos novos produtos 'gourmet' produzidos nesta fábrica de conservas são absorvidos pelos mercados de Itália, Inglaterra, EUA, Canadá, Irlanda e Alemanha, sendo o restante consumido em Portugal.

As variedades 'gourmet', com nova imagem, são os filetes de atum em azeite e orégãos, em azeite e batata doce, em azeite e tomilho ou em molho cru, além do atum ventresca em azeite.

António José de Almeida, responsável pela produção, frisou que “a linha filete é toda tratada manualmente, incluindo a embalagem, o que garante um elevado grau de produção qualitativa artesanal”. As latas de conserva são embaladas num papel semelhante às páginas de um jornal que, ao ser desembrulhado, contém a história da empresa e uma receita de culinária.

A faturação da conserveira passou de 1,4 milhões de euros em 2009 para 4 milhões de euros em 2010, o que permitiu iniciar a recuperação da empresa. Pedro Pessanha admitiu que, “se houvesse mais produção, mais se vendia”, mas alertou para a necessidade de ter em atenção que o atum é uma espécie migratória e, em alguns anos, a captura pode ser menor.

A Conserveira Santa Catarina é o maior empregador do concelho, com 130 funcionários, dos quais 110 são mulheres, produzindo diariamente entre oito e dez toneladas de atum cozido, o que representa 10 a 12 mil latas de conserva. Para laborar sem problemas e responder ao volume actual da carteira de clientes, a empresa necessita de garantir a captura anual de cerca de duas mil toneladas.

O futuro, segundo Pedro Pessanha, passa por dar “passos certos e seguros através da promoção, porque se vive uma situação de crise [económica] que não é favorável a grandes investimentos”.


Notícia: «Açoriano Oriental», SIC Notícias e jornal «A União».
A Fábrica de Santa Catarina teve prejuízo superior a 2 milhões de euros em 2011 mas conseguiu reduzir o passivo em 4,5 milhões.

Saudações florentinas!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Vi à dias no El Corte Inglês, na secção Gourmet, montes de conservas de Santa Catarina.