Fármaco atrasa doença do Machado
Investigação realizada na Universidade do Minho desenvolveu um modelo que comprova a eficácia do fármaco 17-DMAG nos casos de Machado-Joseph ao “atrasar a progressão” dessa doença, estando também a ser testado em tumores cancerígenos avançados. Esta doença neurodegenerativa hereditária e incurável tem bastante prevalência na ilha das Flores.
Uma equipa liderada por investigadores da Universidade do Minho comprovou recentemente a eficácia de um medicamento no tratamento da doença de Machado-Joseph, patologia que afeta a coordenação dos movimentos corporais e que atinge milhares de pessoas. Os investigadores comprovaram que o fármaco 17-DMAG atrasa a progressão da doença, estando já em fase de ensaios clínicos.
Patrícia Maciel, coordenadora da investigação, explica que "os resultados servem para comprovar que o 'alvo' a que se dirige o fármaco é um bom alvo a atingir, mas é necessário melhorar as 'armas' a utilizar, desenvolvendo compostos com a mesma ação e com menos efeitos secundários. Felizmente há já algumas empresas farmacêuticas a trabalhar neste sentido e nós estamos a trabalhar ativamente com uma delas para testar esses novos fármacos", acrescenta.
A investigadora começou a estudar a doença de Machado-Joseph há 20 anos: "Comecei a estudar a patologia antes de ser identificado o gene causador, precisamente com o objetivo de o identificar e daí avançar para compreender melhor a doença e eventualmente conseguir tratá-la", conta Patrícia Maciel.
O estudo, agora publicado na prestigiada revista «Neurotherapeutics», foi desenvolvido com ratos de laboratório: "Os ratinhos apresentam uma progressiva descoordenação motora, perda de força e neurónios, bem como uma agregação da proteína ataxina-3 mutada em várias regiões do cérebro", explica Patrícia Maciel. Este modelo, que reproduz fielmente a doença de Machado-Joseph, constitui uma importante ferramenta para testar novas estratégias terapêuticas.
A doença de Machado-Joseph é uma patologia neurodegenerativa hereditária incurável, causada por uma mutação no gene ATXN3. Caracteriza-se sobretudo pela descoordenação dos movimentos corporais. Este desequilíbrio pode ter interferências na coordenação dos dedos, mãos, braços e pernas, nos movimentos oculares e no mecanismo de deglutição.
Notícia: semanário «Expresso», «Diário dos Açores» e Porto Canal.
Saudações florentinas!!
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