domingo, 8 de janeiro de 2017

Flores, a Esmeralda do Atlântico (4/4)

Após vos termos apresentado na primeira parte do nosso artigo a ilha das Flores, de vos termos dado a conhecer o melhor local onde ficar e quais os melhores restaurantes, respetivamente nas segunda e terceira partes, vamos nesta quarta e última parte do nosso artigo dar-vos a conhecer um percurso de muito fácil acesso, com um nível de dificuldade baixo e que termina literalmente no paraíso!

O percurso em questão situa-se à direita, na estrada que liga a Fajãzinha à Fajã Grande, entre as pontes da Ribeira Grande e da Ribeira do Ferreiro e é exatamente esta última que dá o nome ao trilho. É igualmente conhecido como percurso da Alagoinha ou ainda Lagoa das Patas. Todo o trilho é largo e com algumas subidas com pequenas inclinações. Boa parte do piso é empedrado, o que não oferece dificuldade de maior. Contudo, por ser uma zona húmida, obriga a algum cuidado, especialmente no regresso, pois é a descer. Todo o percurso é debaixo de um túnel de árvores com as águas da ribeira a correrem livremente uns metros mais abaixo e um pequeno curso de água à esquerda, o que dá um enquadramento de grande beleza a todo este caminho.

Já na segunda parte do percurso, começam a aparecer as criptomérias, árvores de médio e grande porte e de enorme beleza, particularmente o seu tronco com tom cor de ferrugem brilhante. Introduzida em meados do século XIX, a criptoméria teve uma excelente adaptação, muito particularmente pela similaridade com as condições do seu local de origem, o Japão. De tal maneira que representa 56% da área florestal total de produção, dado ser igualmente uma excelente madeira para construção e marcenaria.

O final do percurso é seguramente o seu ponto alto e igualmente umas das paisagens mais cénicas e belas de todo o arquipélago. É uma das mais deslumbrantes que já conhecemos, ao longo de mais de 30 anos de caminhadas. Rodeada de vegetação de grande beleza, onde as criptomérias têm lugar de destaque e com uma parede com mais de 200 metros de altura de onde jorram inúmeras cascatas, está a tranquila Lagoa da Ribeira do Ferreiro, cujas cálidas águas refletem o paraíso natural que as rodeia, reforçando desta maneira a beleza ímpar deste local. Uma vez aqui, é-nos difícil sair e como tal, aconselhamos a que esta curta caminhada seja feita perto da hora de almoço, o que permitirá fazer um picnic neste paraíso e desta maneira ser mais um argumento para se usufruir mais tempo desta paisagem ímpar.

Ficha Técnica
Extensão: cerca de 1.200 metros em cada sentido. Duração: cerca de 40 minutos em cada sentido. Dificuldade: nível 1 (numa escala de 5 em que 1 é o mais fácil)

Equipamento aconselhável: sapatos de caminhada, sendo que uns bons ténis são suficientes. Roupa confortável e em camadas, pois sendo uma zona húmida por vezes a sensação de temperatura é fresca. Embora seja um percurso abrigado, um casaco corta vento é aconselhável.

Alerta: um ecossistema de grande beleza como este e qualquer outro, são sensíveis, pelo que tudo o que levarmos deve voltar connosco. A Natureza agradece e nós também. Boas caminhadas.


Crónica de Francisco Mendonça, publicada em «Simply Flow».
Saudações florentinas!!

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