Governo de Sócrates deve anunciar a decisão em breve: aeroportos dos Açores incluídos na privatização da ANA
Os aeroportos que a ANA gere nos Açores estão incluídos no processo de venda da empresa. A decisão do Governo deverá ser anunciada em breve e surge após três anos de reflexão e estudos.
A ANA – Aeroportos de Portugal deverá ser privatizada mantendo a totalidade do universo empresarial que actualmente gere, incluindo no perímetro da venda aos futuros operadores do novo aeroporto internacional de Lisboa as infra-estruturas aeroportuárias das Regiões Autónomas (Açores e Madeira, esta através da participada ANAM) e do Porto (aeroporto Sá Carneiro).
Segundo refere o «Diário Económico», após cerca de três anos de reflexão, o Governo está a preparar-se para anunciar brevemente esta decisão, tomada em conjunto pelos Ministérios das Obras Públicas e das Finanças, com o beneplácito do Primeiro-ministro José Sócrates. A única alteração ao perímetro provável de privatização da ANA em relação aos seus activos aeroportuários actuais poderá ser a inclusão do futuro aeroporto de Beja, presentemente gerido pela empresa pública EDAB.
Assumindo esta opção, o Governo retira qualquer margem de manobra aos diversos empresários com base no Porto – com destaque para a Sonae e para a Soares da Costa – que se pretendiam candidatar à gestão privada do aeroporto Sá Carneiro, uma pretensão sempre defendida pela Associação Comercial do Porto, presidida por Rui Moreira.
Desde Novembro de 2005, quando o actual Executivo procedeu à primeira sessão de apresentação pública do novo aeroporto internacional de Lisboa – então ainda previsto para a Ota – que os diversos responsáveis governamentais por este ‘dossier’ têm evitado comprometer-se com um figurino relativamente ao perímetro de privatização da ANA. Sobre o assunto, o Ministério das Obras Públicas deixou sempre as portas abertas a diversos cenários, aguardando as conclusões de vários estudos encomendados relativamente ao modelo de negócio adequado para o processo de privatização e de atribuição da concessão para construção e exploração do novo aeroporto, duas vertentes do negócio que sempre foram assumidas pelo Governo como indissociáveis.
Além do estudo do Boston Consulting Group sobre o modelo de negócio preconizado, a opção [dos Ministérios] das Obras Públicas e das Finanças de manter no perímetro de privatização da ANA os activos referentes aos aeroportos insulares e da capital nortenha terá também derivado de uma recente avaliação patrimonial da ANA, efectuada pelo consórcio BPI/Citigroup. Esta aponta para valores entre 1.300 e 1.600 milhões de euros como referência patrimonial da empresa liderada por Guilhermino Rodrigues.
Este valor, que resulta da conclusão de que a ANA deverá valer entre 10 e 12 vezes o seu EBITDA (resultado bruto de exploração), reportado ao exercício de 2007 – 136 milhões de euros – é substancialmente superior ao apurado na anterior avaliação efectuada para a ANA, que tinha indicado um valor potencial de mil milhões de euros. Esta conclusão favorável, assim como a noção de que a empresa vale mais em conjunto do que espartilhada e o receio de que as operações cronicamente deficitárias dos aeroportos dos Açores e da Madeira provoquem no futuro um peso-morto nos orçamentos das Regiões Autónomas e da própria República Portuguesa, foram decisivos para que se optasse pela manutenção do universo empresarial da ANA como alvo preferencial para a venda aos potenciais operadores privados.
O valor da ANA poderá ainda superar estas referências de 1.300 a 1.600 milhões de euros, caso Teixeira dos Santos e Mário Lino decidam incluir no seu universo empresarial o futuro aeroporto civil de Beja, que se encontra em fase de adaptação e ampliação para tráfego aéreo civil.
Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
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