Lixeiras e vazadouros colocam em risco qualidade da água nas ilhas dos Açores

A valorização de resíduos associada à selagem de vazadouros e lixeiras é uma das áreas em que se verificam as piores situações ambientais relacionadas com a água nos Açores, referiu o secretário regional do Ambiente e do Mar na análise que [no passado sábado] fez ao actual panorama regional relativamente à gestão e qualidade dos recursos hídricos no dia [21 de Março], precisamente, em que se comemora o dia mundial da Água.

Esta é uma das nove situações em que, segundo o Relatório de Acompanhamento do Plano Regional da Água divulgado em Dezembro de 2007, não foram cumpridos os objectivos estabelecidos no que diz respeito ao melhoramento da gestão e tratamento da água nos Açores. Álamo Meneses admite que este problema carece de uma solução urgente, já que nenhuma das nove ilhas da Região tem "um sistema de resíduos a funcionar perfeitamente". Isto significa que a qualidade da água pode estar a ser afectada e que pode haver água que não está a ser utilizada por estar contaminada, pela proximidade de lixeiras.

A solução para este problema, segundo Diogo Caetano, da Associação Amigos dos Açores, passa, não só pela criação de aterros sanitários, mas também pelo impedimento da criação de lixeiras não controladas, situação que continua a acontecer. "Não se pode deixar que isto aconteça em pleno século XXI", lamenta Diogo Caetano. O Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores materializa o compromisso do Governo [Regional] em fazer um grande investimento na resolução destes problemas, particularmente nas ilhas mais pequenas, onde as autarquias – que têm competência nesta matéria – não dispõem dos recursos [financeiros] necessários. Nas ilhas maiores, esta questão está a ser resolvida pelos municípios.

O presidente da associação ecológica Amigos dos Açores aponta como principais desafios para o futuro, no que diz respeito à gestão dos recursos hídricos da Região, a melhoria da qualidade da água em municípios em que os resultados são recorrentemente negativos, assim como a continuação do combate ao problema da eutrofização das lagoas, principalmente em São Miguel. Diogo Caetano diz que "é necessário continuar o trabalho que sido feito nas lagoas das Furnas e Sete Cidades, tendo também especial atenção a outras grandes massas de água que estão a sofrer do mesmo problema, como é o caso da lagoa do Congro". Relativamente a esta última questão, Álamo Meneses lembra o investimento e o esforço que têm sido feitos nos últimos anos, e refere que está a decorrer o processo de aquisição dos terrenos junto às lagoas – um investimento de cerca de 10 milhões de euros, só em São Miguel -, cuja utilização provoca a eutrofização das mesmas.

Notícia: «Açoriano Oriental».
Leia-se também uma outra notícia do «AO»: "Líder do PPM/Açores pede a demissão do secretário regional do Ambiente".
Saudações florentinas!!