terça-feira, 26 de junho de 2012

Nem é Lagoa das Patas, nem Alagoinha. O Poço chama-se, simplesmente, Poço!

Se é bem verdade que a toponímia das ruas e praças das localidades é competência dos órgãos autárquicos, também não é menos verdade que o nome/toponímia dos diferentes pontos e sítios geográficos vêm de tempos ancestrais e é no mínimo uma atitude de respeito para com os que nos antecederam e de defesa do nosso património respeitar e preservar os nomes que esses ancestrais deram aos ditos locais. Vem isto a propósito do recente panfleto distribuído pela Secretaria Regional do Ambiente constante da campanha “Um florentino Uma planta endémica”, divulgando uma acção de voluntariado no “Poço das Patas” na Fajanzinha. Ora não pretendo contestar a existência de um número crescente e variado de patos-bravos, que sempre os ouve, tal como as galinhas de água/galinhas da Guiné que ali também se encontram; já os nomes com que a desinformação (que quando não se busca corrigir assume outra designação), ao que parece tão amiga dos responsáveis por tais actos, tem dado diferentes nomes a este local, desde Poço das Patas ou Lagoa das Patas a Poço da Alagoinha, nomes que me causam no mínimo alguma repulsa, no fundamental pelas razões já expostas, mas também porque sendo a minha família paterna natural e residente na Fajanzinha (há séculos) ainda antes da construção da sua Igreja Matriz, e tendo a felicidade de ainda ter conhecido bisavó e outros coevos tive e tenho o previlégio de conhecer, quase “como as palmas das mãos”, esta, também minha, freguesia, os seus diferentes locais e suas designações. Assim sendo, esclareçamos.

A Alagoinha é um sítio localizado na base da rocha situado, grosso modo, entre a Ribeira Grande e a Rocha Branca (ou seja, precisamente do lado contrário). É lá que existe o Poço da Alagoinha, que há longas décadas sofre de um processo de eutrofização que o tem praticamente transformado num pântano coberto de vegetação mas que ainda pode ser observado do miradouro Craveiro Lopes (é só e apenas olhar na vertical, para baixo!)

Quanto ao Poço em apreço, que tão mal tratado e apelidado tem vindo a ser, o seu nome sempre foi: “O POÇO” – isso mesmo, simplesmente o POÇO, sabem isso os Fajanenses e todos os donos dos terrenos onde o mesmo se encontra (é que todos os terrenos à volta do mesmo têm dono, que naturalmente terão dado autorização para que a Secretaria Regional entre por eles adentro e desate a plantar e a cortar tudo o que lhe apetece e apraz por bem, pelo menos assim espero!)

Posto isto, não posso terminar sem fazer um reparo. É que mesmo que os florentinos da diáspora sejam chamados às Flores para plantar a sua planta endémica, não me parece o suficiente para combater a planta invasora que é a “cana-roca” que abundantemente se vê na foto apresentada no prospecto. Fica-me pois esta dúvida: não será preferível pedir autorização ao proprietário daquela plantação de “cana-rocas” para os voluntários lhe limparem o terreno dessa praga em vez de andar a plantar “meia-dúzia” de plantas endémicas nas propriedades ao lado? – até porque o novo Quadro Comunitário de Apoio que se prevê venha a apoiar este tipo de replantação não passa ainda de um projecto a aguardar aprovação.

Termino deixando uma sugestão: se por acaso os responsáveis governativos não souberem o que é a “cana-roca”, talvez entendam se lhe explicarem que são “conteiras”, que é a designação micaelense das mesmas.


João Paulo Valadão Corvelo

14 comentários:

Anónimo disse...

Caro João..gostei do teu texto...os "Portugueses" vieram renomear as nossas coisas..muito bem dito !! é um poço e pronto!! o mesmo se aplica às Caldeiras... agora são...Lagoas que o nunca foram...às algibeiras chamam-lhe ..bolso,e muitas outras coisas estão a deturpar a nossas língua Açoreana...Com respeito a essa coisa de ambiente..eles andam a tapar o sol com uma peneira...a gastar dinheiro que não tem retorno...as endémicas nascem expontâneamente..tenho visto aberrações incríveis a plantar plantas no lugar errado (altitudes)
Limpem com metade
dos incensos quase toda a cana roca e as endémicas nascem e criam-se naturalmente...
N.F.

Anónimo disse...

Não se pode ser mais papista que o papa...
As "coisas" tem que ter um nome, nem que seja por motivos turisticos, pois cada vez mais essa vertente económica é importante para a economia da ilha. Chamar aquele lindo e "natural" lugar apenas "o Poço" é pouco chamativo, por isso acho bem que se intitule de outra forma. Seja de Poço da Rocha da Fajãzinha... seja Lagoa ou poço das patas, da alagoinha. Na minha opinião Lagoa das Patas é o mais apelativo e bonito... cada um tem a sua opinião, mas alguém tem que tomar esta decisão, se lhe chamam isso ou aquilo (para fins turisticos) depende das autoridades responsáveis. Quanto à cana-roca, conteira, roca-da-velha, tudo nomes comuns associados à planta muito invasora e difícel de combater Hedychium gardnerianum sei que o Serviço de Ambiente tem um prgrama para o combate desta espécie, não sei se vai chegar a esse "Poço".
Bem haja quem tenta melhorar a nossa ilha para ficar mais bonita e não é ambientalista extremista até ao ponto de se dizer, vamos deixar embravecer tudo porque assim é que é natural.... apesar de ser uma ideia bonita a economia não funciona assim... passar por um trilho cheio de mato e levar com ramos na cabeça não é nada viável.

Anónimo disse...

Já que o senhor é tão entendido na matéria devia saber que O POÇO é da Fajã E não da Fajanzinha...

Anónimo disse...

gostei sim senhor, é isso mesmo falta é gente a dar cara, boa , e este dinheiro é só tapar o sol com a peneira , mas por acaso acho que o mato que por lá tem sido cortado é um absurdo pelo menos acho eu mas acho que se deve apontar o dedo para que estes senhores, gastem bem o nosso dinheiro e as coisas de fundo nem se tocam em tudo na nossa terra tanto numa fraguesia como nas outras por isso tudo gostei abraço

Anónimo disse...

eu acho que é preciso respeitar os mais antigos que deram os nomes aos lugares e não podemos deixar que chamem por exemplo ao rochão do junco recta de santa cruz ou seja cada lugar tem o seu nome e os florentinos teem de estar todos unidos nestas coisas assim como pedir para gastarem o nosso dinheiro bem gasto e fazerem alguma coisa util mas já vi que apenas se quer é só tapar o sol com a peneira , mas mas lol ainda bem que digam alguma coisa porque é bom sinal é sinal que há alguem etento ....

Anónimo disse...

eu já á 60 anos que conheço por poço da alagoinha e estes moços que pensam que sabem tude por ter um canudo querem alterar as coisas. já aqui disse, lagoa das patas é na terceira.

Anónimo disse...

seja quem for realmente é preciso é dar a cara e dizer o que é preciso para a ilha , e o que se anda a fazer é gastar á grande e sem se saber bem o que se faz, mas o que interessa é ser amigo ou da familia para dar a ganhar e nem se pensa no melhor para todos ....

Anónimo disse...

são poucos os que dão a cara , falar todos falam mas dar a cara NINGUEM dá , por tudo isso gostei muito da sua atitude

Anónimo disse...

o que é preciso é fazer mais e melhor pela nossa ilha, vamos trabalhar todos para que a nossa terra melhor cada vez mais , mas respeitando nos todos uns aos outros mas sem duvida ouvindo todas as pessoas desde os mais velhos aos mais novos

Anónimo disse...

é verdade anónimo lagoa das patas é na terceira e assim eles tive-sem uma daquele tamanho. tambem me quero referir a alguem que diz que chamam o rochão do junco recta de santa cruz. a recta de santa cruz a unica que eles tem é o aeroporto já que o rochão do junco é no concelho das lajes neste caso diria-mos que era mais uma recta das lajes mas, o nome antigo está correcto rochão do junco.

Anónimo disse...

boa, gostei é isso mesmo é preciso é ter vontade de esclarecer e tentar melhorar as flores

Anónimo disse...

Uma lagoa é um corpo de água com pouco fluxo, mas geralmente sem água estagnada, podendo ser natural ou feita pelo Homem (artificial), e é usualmente menor que um lago. Uma larga variedade de corpos d'água feitos pelo homem é classificada como lagoas, incluindo jardins d'água desenhados para ornamentação, tanques para a produção comercial de peixes e tanques solares para o armazenamento de energia termal.

Lagoas e lagos são diferenciados de córregos, rios e outros cursos d'água via velocidade da corrente. Enquanto as correntezas são facilmente observadas, lagoas e lagos possuem microcorrentezas conduzidas termicamente e correntes provocadas pelo vento. Essas características distinguem uma lagoa de muitos outros acidentes geográficos com características de terreno aquático, como as piscinas naturais formadas pelas marés

Anónimo disse...

houve um senhor vindo do pico e radicado cá ha alguns anos que tenta reevidicar o poço para ele.
Qualquer dia faz usocapião, como já fez diversas vezes.
Isto está a focar cheio de silvas. E nao sao endémicas!!

Anónimo disse...

Ele até pode fazer uso de capião mas vai morrer como os outros e vai ter sete palmos de terra em cima,não se julgue eterno e esperto!