segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tachos controlam administração pública

Tese de doutoramento de investigadora da Universidade de Aveiro analisou 11 mil nomeações na administração pública em 15 anos e concluiu que a maioria dessas nomeações serviram para recompensar lealdades partidárias.

Nesta investigação de doutoramento foram detetados dois tipos de motivações por trás das nomeações para cargos na cúpula da administração central: o “controlo de políticas públicas” e a “recompensa por serviços prestados anteriormente ou em antecipação aos mesmos”, segundo a autora Patrícia Silva. “É difícil dizer que uma nomeação ocorra só por causa de um dos motivos, que por vezes se conjugam”, explicou ao jornal Público.

As conclusões deste doutoramento apoiam-se numa base de dados de 11 mil nomeações e em entrevistas a “51 dirigentes políticos, ministros e observadores privilegiados da política portuguesa”, que “na sua larga maioria confirmam essa influência partidária. Há um alinhamento [ideológico] entre os partidos que estão no Governo e as pessoas à frente” da administração pública, nota Patrícia Silva. A investigadora do Departamento de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Aveiro justifica esta realidade com a necessidade de os Governos terem um programa para executar.

A influência dos partidos nas nomeações da administração pública é “uma realidade conhecida e um dos maiores problemas do país, com um impacto económico tremendo”, observa o vice-presidente da Associação cívica Transparência e Integridade: “Só por milagre um boy de uma juventude partidária, habituado a organizar jantares e comícios, consegue fazer um bom trabalho num organismo público”. Paulo Morais reconhece que “há milagres, mas a regra é que [esses nomeados] tomem decisões incompetentes e erradas”.


Notícia: jornal «Público».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta gente que vamos de boa fé elegendo, dando voto à sua lábia, prega-nos depois destas, como se os lugares fossem deles.
Não falta muito vão vir apelos ao voto, desta vez para as europeias.
Vamos votar para quê?
Para a europa alemã que nos tem virado os dentes?
Para o naperon de mesa Barroso, que serve apenas para enfeitar?
Para garantir o ordenado a deputados - e que ordenado - que como toda a gente vê pouco ou nada fazem?
Para que é afinal que nos vamos dar ao trabalho de ir votar?

Anónimo disse...

Qualquer ordenhador de vacas da Califórnia, nos ranchos do vale de S. Joaquim, ganham muito mais do que os presidentes de Camara, vereadores e delegados de secretaria.
O poder nas Flores, pelas vias legitimas e legais, não enriquece ninguém.
São excepção os deputados, e temos logo 4, que para além de belíssimos ordenados, viajam por aí em comissões, com passagens pagas, dormidas bem pagas e ajudas de custo, esse dinheiro sobressalente que tanto jeitinho dá.
Ora 4000 mil almas, por muito que se esfalfem a trabalhar não produzem impostos para pagar essa gente.
Enquanto um presidente de Camara se mata a trabalhar, porque está próximo de quem o elegeu, os deputados mais não fazem do que "recomendações", porque dá trabalho legislar.
Enquanto isto for por este andar, descansem os mais optimistas, não vamos muito longe.