quarta-feira, 26 de março de 2014

Autarquias usam herbicida perigoso?

A associação de conservação da natureza Quercus e a Plataforma Transgénicos Fora (PTF), onde estão representadas as principais associações portuguesas de defesa do ambiente, endereçaram uma carta a todos os presidentes de Câmaras Municipais alertando para os riscos ambientais e de saúde na aplicação de herbicidas em espaços urbanos (zonas de lazer e vias públicas), prática generalizada por todo o país.

A Quercus e a PTF destacam o uso crescente e indiscriminado do herbicida glifosato, por ser este o mais usado em todo o Mundo e o seu uso ter aumentado muito nos últimos anos devido à proliferação das culturas geneticamente modificadas (OGM) que passaram a resistir ao herbicida (quando antes da modificação genética morriam com aplicação de herbicida). Na carta enviada aos presidentes de Câmara, as duas organizações pedem que as autarquias adiram à iniciativa "Autarquias Sem Glifosato", aproveitando a Semana Internacional de Acção contra os Pesticidas, evento internacional promovido pela Pesticide Action Network, onde se pretende que sejam desenvolvidas iniciativas para a redução do uso de pesticidas.

Em Portugal está autorizada a comercialização de um herbicida à base de glifosato para usos urbanos, o Spasor. O seu fabricante, a multinacional Monsanto, alega que é inócuo para insectos auxiliares, minhocas, abelhas e humanos e rapidamente biodegradável na água e no solo. Mas contrapondo a alegada inocuidade divulgada pelas empresas fabricantes e distribuidoras têm surgido cada vez mais estudos de cientistas não dependentes dessas empresas e publicados em revistas científicas mundiais, reveladores das consequências gravosas de vários herbicidas para a saúde e para o ambiente, em particular os herbicidas cuja substância ativa é o glifosato.

O glifosato (ingrediente principal do Roundup) atua nos animais como desregulador hormonal e cancerígeno em doses muito baixas, que podem ser absorvidas nos alimentos e na água de consumo, supostamente “potável”. Este herbicida tem ainda uma degradação suficientemente lenta para ser arrastado (pela água da chuva, de rega ou de lavagem, em conjunto com um resíduo também tóxico resultante da sua degradação) para a água, quer a superficial (rios, ribeiras e lagoas), quer a subterrânea. Em França mais de metade das águas superficiais analisadas tinham resíduos de glifosato e/ou do seu metabolito tóxico.

Estas novas evidências científicas revelam que a avaliação toxicológica do glifosato e dos seus adjuvantes foi subavaliada pelas autoridades oficiais, em parte por se basearem apenas nos estudos apresentados pelas empresas fabricantes e espera-se que a sua utilização venha a ser revista. Por outro lado, a nova lei sobre o uso de pesticidas em Portugal (aprovada em Abril do ano passado, assim se transpondo a respectiva Diretiva Europeia), contempla a aplicação destes produtos em espaço urbano apenas como o último recurso. Ainda assim e porque existem outros meios para combater as plantas infestantes, vulgo ervas daninhas, tais como os meios mecânicos, térmicos ou manuais e por vezes nem se justifica uma tão grande eliminação, pois as ervas têm diversas vantagens (protegem o solo, aumentam a biodiversidade), pede-se que seja abandonado o uso de herbicidas em espaços públicos.

Anexo à carta aos autarcas foi enviado junto o “Manifesto de adesão – Autarquia sem glifosato”, sendo que no próximo mês de Outubro será divulgado o registo público das autarquias (municípios ou freguesias) subscritoras, através do qual a Quercus e a PTF vão realçar e mostrar como exemplo a seguir os concelhos e freguesias cujos executivos se comprometeram a deixar de aplicar herbicidas sintéticos no controle de plantas infestantes em zonas de lazer, vias públicas e restantes espaços sob a sua responsabilidade.


Notícia: jornal «i» e "sítio" da associação ambientalista Quercus.
Saudações florentinas!!

4 comentários:

Anónimo disse...

A eficácia nem sempre compensa.
Este produto é referenciado por matar até à raiz.
Planta que o leva, directa ou indirectamente, morre, não rebentando mais.
À conta disto mandei aplicar deste herbicida em silvados. As silvas desapareceram de vez mas duas excelentes figueiras situadas a mais de 10 m apanharam-no na raiz e também foram.
A eficácia nem sempre compensa.
Outra prática agricola inconcebível é a de colocar herbicida nas batatas antes de as apanhar. A rama seca, não dando trabalho a arrancar, e depois, é só remover a terra seca e juntar as batatas.
É incrível, mas há quem o faça. E depois, (in)consciente, vende as batatas.

Anónimo disse...

pois...pois...usam e dizem que a nossa água que bebemos está contaminada e que não há analizes.

Anónimo disse...

Realmente o uso deste tipo de químicos tem proliferado muito nos últimos anos, há custa de promessas de maior produtividade e consequente maior lucro. Esta é a bandeira da Monsanto, uma das maiores empresa do mundo. Para quem não conhece Monsanto passo a explicar:
Está foi a primeira empresa a patentear uma planta quer isto dizer que a as sementes por eles vendidas são propriedade da empresa não são do agricultor, afirmam ser mais resistentes ás praga e produzirem mais, mas no ano seguinte o mesmo agricultor tem que comprar novamente sementes pois esta foram tornadas estéreis. Essa semente foram geneticamente modificadas, dependendo das características que a Monsanto quer introduzir na sua nova espécie, retira genes de outras plantas, ervas daninhas e até mesmo de animais, para que por exemplo as sementes deles produzam mais proteína ou uma vitamina apresente uma maior concentração.
Para o pack ficar completo a Monsanto produz os seus pesticidas, como o roundap, (vendido na nossa associação agrícola) para ser utilizado juntamente com com as semente as por eles produzidas mantando tudo a volta a excepção das plantas da Monsanto. Este pesticida não é que mais que um cocktail de vários químicos a maior parte deles persistente e que cá ainda estarão quando os nosso netos os morerrem.

E perguntam se isso é tão perigoso como é possível estar ao dispor de qualquer pessoa?

Lembram-se do DDT, as pessoas mais antiga devem se lembrar. Era um pesticida, desenvolvido durante a segunda guerra mundial, era usado em tudo, nas culturas, na pecuária até nas pessoas, tinha se piolhos sulfatavas se as pessoas com DDT.
Só mais de 40 anos depois veio se descobrir quer era altamente canceroso e a principal causa por inúmeros cancros.

O mesmo não se passa com o Roundap esta protegido por uma das empresas mais poderosas do mundo, uma empresa que tem na mão os agricultores de países como a India EUA e Canadá.

Resumindo
Vale mesmo a pena o que estamos a fazer aos nossos terrenos e as nossas águas?
Vale mesmo colocar os interesses económico a frente da Saúde do ser Humano?
Há 50 anos e em especial na nossa ilha não haviam metade dos casos de cancros que hoje há, porque será?

Não é dá água que bebemos disso vos garanto!

H.L.

Anónimo disse...

Esta gente que vem debaixo, raramente se enxerga. É por isso que gosta de se armar, não conseguindo envernizar a pelintrice.
Pela frente, marcara-se de cordeiro, por detrás mete-se com iguais, escumalha raivosa e convencida, ma mira de protagonismo.
Coitado pobre.
De que meio conheço eu o mafarrico das 13:36, que não tem onde cair morto?
Onde é que lhe dei confianças?
Os fatos embora todos andem pelo escuro, não todos iguais.
Mas há gente que pensa que são, por não vê que os tecidos diferem.
Pois é.
Uns desbotam, porque o tecido não presta.
É só uma questão de tempo.
É como as tais praias, que mudam de lugar com as subidas do mar.
Entendeu, o meu amigo?
Raramente perco tempo com gente que não vale a pena. Fi-lo consigo, acredite-me, por dó.
Boa sorte.