segunda-feira, 25 de agosto de 2014

“Genealogias das Flores”: um projeto que todos podemos ajudar a melhorar

Trabalho, há já alguns anos, naquilo que um dia hão-de ser as “Genealogias das Flores”. Nesta fase, para aquilo que interessa, está concluída a pesquisa efetuada nos livros dos registos paroquiais da ilha, os quais, embora com algumas lacunas, cobrem o período que vai de 1675 a 1911.

Se fossem publicadas como estão neste momento, as “Genealogias das Flores” já formariam um livro com cerca de 650 páginas, no qual se podem identificar – e correlacionar – vários milhares de pessoas que nasceram e/ou viveram na ilha. São muitos nomes, é certo, mas, com o contributo pessoal de cada um de nós, ainda podem ser muitos mais.

Como existe uma reserva legal de consulta dos registos de nascimento, de casamento e de óbito dos últimos 100 anos, este projeto de livro, a ser publicado como está, deixaria de fora muitos florentinos, o que é uma pena.

Ou seja, a generalidade das pessoas nascidas nas Flores já podem “descobrir” neste livro, tal como ele está neste momento, o nome dos seus bisavós, dos seus trisavós, dos seus tetravós, etc., mas na ausência de dados que não é possível consultar por reserva legal, muitos não conseguirão encontrar o seu nome ou o nome dos seus irmãos, dos seus pais ou até, nalguns casos, dos seus avós, pois os últimos dados consultados reportam-se a 1910-1911. É uma lacuna que importa ultrapassar, com a necessária ajuda das pessoas, já que o seu autor naturalmente não conhece, nem de perto nem de longe, o nome de toda a gente. Se não for lembrado, muitos ficarão esquecidos!

Por esse motivo, convido as pessoas interessadas em terem o seu nome e/ou o dos seus familiares mais próximos incluídos nas futuras “Genealogias das Flores” a contatarem-me (através do correio eletrónico: genealogiasdasflores@sapo.pt), porque com a vossa colaboração podemos construir um projeto que, a este nível, poucas ilhas açorianas se podem orgulhar de ter.

Da parte do autor, não há preconceitos – todos têm aqui o seu lugar, independentemente da “importância” que cada pessoa tem ou que a sociedade lhe atribui.

Antecipadamente, expresso os meus agradecimentos a todos quantos venham a participar nesta iniciativa. Obrigado!

Francisco António Nunes Pimentel Gomes

1 comentário:

Anónimo disse...

As limitações físicas das ilhas mandaram sempre mais do que a história. Somos produto de uma espantosa adaptação, onde o acidentado do terreno, a fertilidade dos solos, o clima atlântico e a exposição a tempestades vulcões, sismos nos moldaram.
Já Nemésio relevava a geografia secundarizando a história.
Há questões raramente abordadas que não deixam de ser pertinentes.
Quem foram os primeiros povoadores, que deixaram as suas terras, os seus familiares e os seus amigos para se fixarem numa terra desconhecida, aparentemente inóspita?
Eram nobres? Eram clérigos? Eram gente do povo? Eram burgueses? Eram presidiários? Eram escravos?
Eram, de certeza, gente que não estava bem e necessitava de emigrar. Eram, certamente, gente nova, de espirito aventureiro, que procurava um futuro melhor.
Em que medida é que a pirataria, que circundava os mares das ilhas, formada por foras da lei e bandidos, participou na genética açoriana?
Como se documenta eram frequentes os raptos de mulheres por piratas que as deixavam grávidas em terra.
As nossa genologia tem estes percalços, como tem a da maior parte dos territórios povoados após as descobertas.