segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Núcleos museológicos da ilha das Flores têm vindo a ser bastante valorizados

O Museu das Flores foi visitado, em 2007, por 1.446 pessoas. Esta instituição congrega três núcleos museológicos, mais concretamente o Convento de São Boaventura, a Casa [Museu] Pimentel de Mesquita e a Fábrica da Baleia [do Boqueirão].
As actividades agrícola, pecuária, piscatória e transformadora locais ocupam [pelos três núcleos museológicos] uma área expositiva compatível com a importância que tiveram na vida das pessoas.

O Museu das Flores é constituído por três núcleos: o Convento de São Boaventura, a Casa Pimentel de Mesquita e a Fábrica da Baleia, na vila de Santa Cruz. De acordo com Luís Filipe Vieira, director do Museu, "a instituição está envolvida num processo dinâmico de mudança por força das opções de requalificação e dinamização dos seus espaços tomadas pela Direcção Regional da Cultura".

Para o Convento de São Boaventura decorre o concurso para adjudicação da empreitada de reparação do telhado: "O espaço museológico foi profundamente remodelado", refere o responsável. Assim, no primeiro piso do referido núcleo ficam os serviços administrativos, portaria, loja, serviços educativos e a informação relativa à história do edifício e à formação do território. O piso superior aloja as colecções etnográficas representantes das vivências locais. As actividades agrícola, pecuária, piscatória e transformadoras das matérias-primas locais (como o linho, a lã e o leite) ocupam uma área expositiva compatível com a importância que tiveram na vida das pessoas. "Relevadas serão também as colecções de instrumentos náuticos e de scrimshaw junto com a posição geoestratégica das Flores no contexto dos conflitos europeus que se estenderam pelo Atlântico, dos quais estas paragens foram teatro de operações", diz Luís Filipe Vieira. A igreja funcionará como sala de exposições temporárias e de pequeno auditório para concertos e conferências. No coro será instalada a colecção de arte religiosa: "Toda a exposição é animada por material iconográfico, projecção de imagens e interactividade do visitante com os conteúdos programáticos através das novas tecnologias", afirma o director do Museu das Flores.

Através da detalhada informação de Luís Filipe Vieira ficamos também a saber que a Casa Pimentel de Mesquita e o armazém contíguo foram objecto de uma intervenção profunda, que os transformou em espaços modernos e confortáveis para albergarem a Biblioteca [Pública Municipal]: "Este projecto, apesar de ser aspiração já discutida na imprensa local de fins do século XIX e início do século XX, só agora conheceu condições de concretização". O serviço está organizado em quatro grandes áreas: depósito, duas secções específicas dedicadas ao público infantil e juvenil e a zona de leitura e empréstimo. Todas possuem equipamentos informáticos e multimédia. O papel, o CD, o DVD e a internet são os suportes de consulta e pesquisa.

"A participação dos florentinos na baleação americana - sublinha Luís Filipe Vieira - e a introdução destes novos saberes na ilha serão contados na Fábrica da Baleia". Neste momento, decorre o processo de aprovação e licenciamento do projecto de recuperação do imóvel para instalar o acervo dedicado à actividade baleeira: "O projecto prevê uma componente interactiva fortíssima, que se concretiza na possibilidade experiencial, dada pela informática, de utilizar os produtos provenientes da baleia na produção de cosméticos. A cenografia da actividade da pesca, feita com recurso à informática e à projecção de imagens de vídeo, é outro ponto alto do circuito expositivo. A exploração privilegiada da vista para o mar, mercê da localização da fábrica, é feita através de uma vigia acessível ao visitante para que o próprio perscrute, com o binóculo, o oceano circundante".

Relação estreita com as escolas
Segundo o director da instituição, o Museu das Flores tem uma óptima relação com as escolas da ilha: "As turmas participam nas actividades do serviço educativo realizadas no âmbito da dinamização das nossas exposições. Além disso, cedemos instalações para a concretização de projectos da escola ou preparamos visitas guiadas, de carácter geral ou específico, de acordo com os programas leccionados". Neste momento, o Museu das Flores alberga a exposição de fotografia «Visões Subterrâneas», da autoria de Jorge Góis, ao mesmo tempo que prosseguem os ateliers. Outro motivo de interesse é a «A Madrugada das Cagarras» - uma instalação de fotografia e som de Paulo Henrique Silva. A 1 de Outubro o Museu das Flores assinala, com um concerto, o Dia Mundial da Música.

Notícia integrante da edição de 22 de Agosto do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Ilhéu_de_Mar... disse...

E é pela abundância de comentários neste post que realmente percebemos como o povo florentino está interessado pela sua cultura, e compreende o verdadeiro potencial da sua terra...

Luís Henriques disse...

Subscrevo.