sexta-feira, 30 de abril de 2010

Secretário do PPM clonava cartões

Três homens estiveram esta manhã no Tribunal de Ponta Delgada, devendo ser ouvidos ao longo da tarde [de hoje] pela presumível prática de crime de contrafacção de títulos de crédito estrangeiros.

Vai ser ouvido, no Tribunal de Ponta Delgada, o secretário da representação parlamentar do PPM na Assembleia Regional. Helder Emílio foi detido pela Polícia Judiciária por alegada clonagem de cartões de crédito, juntamente com outras duas pessoas que terão praticado esses crimes durante algum tempo.
Helder Emílio é o secretário parlamentar de Paulo Estêvão, deputado da Assembleia [Legislativa] Regional e líder do PPM.

Durante a manhã [de hoje] os três homens aguardaram que lhes fosse indicado um advogado oficioso para serem presentes a primeiro interrogatório. Os três homens terão alegadamente feito, por estes dias, compras em Ponta Delgada [ilha de São Miguel] com os cartões clonados, compras essas que, segundo o jornal «Correio dos Açores», estavam a ser colocadas num contentor, que deveria seguir depois para a mais pequena ilha do arquipélago.

A Polícia Judiciária apreendeu os cartões contrafeitos, os bens adquiridos e a máquina usada para a clonagem dos cartões. Segundo a Polícia Judiciária a actividade deste grupo era bastante abrangente, transcontinental, e terá lesado financeiramente diversos cidadãos estrangeiros.

Helder Emílio, actual secretário parlamentar do líder do Partido Popular Monárquico, foi expulso há mais de cinco anos da Juventude Socialista por angariar militantes de forma irregular. Foi essa a justificação oficial, mas a [rádio] Antena 1 [Açores] sabe que por trás desta decisão terá estado o facto de Helder Emílio manter negócios pouco claros que incluíam tráfico de pessoas - no caso brasileiras - que eram levadas, ilegalmente, para a ilha das Flores.

Helder Emílio e o irmão, também detido, residem no Corvo.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Elevado índice de violência doméstica

Segundo o relatório da Direcção-Geral da Administração Interna sobre “Violência Doméstica em 2009”, cerca de três em cada mil habitantes de Portugal, apresentou, no ano de 2009, uma queixa de violência doméstica às forças de segurança (PSP/GNR).

No entanto, a taxa de incidência para os Açores, de 5,3, foi a maior do país.

De acordo com o documento, recentemente publicado, “desta análise não se pode concluir que existam nas Regiões Autónomas [Madeira e Açores] mais casos de violência doméstica por mil habitantes do que em Portugal Continental, mas sim que existem mais participações às força de segurança, por cada mil habitantes”.

Durante o passado ano de 2009 foram registadas na Região 1.302 participações, enquanto que em 2008 esse valor foi de 1.259 participações, ou seja, registou-se um aumento de 3,4 por cento, sendo as comarcas do Nordeste, Ribeira Grande, Ponta Delgada e Povoação as que apresentaram taxas de incidência mais elevadas. No grupo ocidental, em Santa Cruz das Flores, o número de participações manteve-se igual ao registado em 2008.


Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Deputados passam a justificar viagens

Os deputados da Assembleia Legislativa Regional vão passar a ter que elaborar relatórios de todas as deslocações inter-ilhas que façam em serviço.

A decisão foi tomada pela Mesa da Assembleia [Regional], na sequência de uma recomendação feita pelo Tribunal de Contas.

Todos os deputados [regionais] têm direito a visitar, uma vez por ano, todas as ilhas da Região por conta do erário público, deslocações justificadas no Orçamento da Assembleia com a necessidade dos parlamentares [regionais] efectuarem contactos com as populações, mas até agora os deputados não tinham que justificar nem o motivo, nem a razão da deslocação.

Mas o Tribunal de Contas entende que esse procedimento não faz sentido e, na sequência de um relatório realizado em 2009, os deputados [regionais] vão ter de passar a elaborar relatórios de todas as viagens de serviço. Por isso, impõe [o Tribunal de Contas] que sejam entregues à Mesa da Assembleia [Legisltiva Regional] os referidos relatórios, até ao prazo máximo de 30 dias após a conclusão da viagem, uma forma de garantir mais transparência na gestão dos dinheiros públicos, novas regras que entram em vigor a partir de 1 de Junho.


Notícia: Antena 1 Açores, «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 27 de abril de 2010

«Brumas e Escarpas» #5

O Fio: parte II - A recolha e tosquia das ovelhas

Ao chegar junto do “curral” das ovelhas, as mulheres poisavam os cestos e os cabazes sobre a relva demarcando o território necessário à colocação de utensílios e gado. As mais lestas corriam para apanhar as áreas melhores e mais próximas do “curral”, enquanto as outras escolhiam os sítios mais abrigados. A relva perdia o verde e transformava-se num tapete multicolor, salpicado de pessoas, de toalhas, de cestos e de cabazes.
Os grupos de homens que haviam caminhado de manhã, regressavam agora juntos, com o rebanho, enquanto outros formavam uma espécie de cordão com o fim de impedir a fuga dos ovinos. Uma enorme algazarra, misturada com o latir dos cães, começava a ouvir-se. Os grupos haviam-se juntado, no cimo da ladeira da Burrinha e conduziam um enorme rebanho do Rochão do Junco ao Rochão Tamujo, onde ficava o “curral”. De repente, este enchia-se e transformava-se num espesso e denso manto negro e branco. Um dos Cabeças fechava o portal e dava ordens para que todos saíssem.
Os homens esfomeados, a arfar cansaço e com as roupas encharcadas de suor e humidade procuravam familiares e comida. Todas as famílias se sentavam ao redor dos seus cestos e cabazes petiscando as diversas vitualhas que até ali tinham sido transportadas.
Depois de retemperadas as forças com a primeira refeição, homens, mulheres e crianças chegavam-se para a orla do “curral”. Uma vez dada a autorização, cada qual entrava e procurava os animais que tinham assinalado nas orelhas o sinal denunciador de lhes pertencer: “Na direita, forcada e troncha com três mossas. Na esquerda, troncha fendida com mossa”. Repetia vezes sem conta meu pai a meus irmãos mais velhos a fim de que não pegassem em ovelhas que não nos pertencessem.
É que cada família da freguesia, possuidora de ovelhas bravas no baldio, tinha, por tradição hereditária, um sinal constituído por um conjunto de marcas diversificadas nas orelhas dos animais, que os identificavam como sua pertença. Assim os homens e os rapazes desciam ao “curral” e procuravam o seu sinal nas orelhas de quantos ovinos lhes passavam pelas mãos, até encontrar os que lhes pertenciam. Depois, amarravam-lhes pés e mãos e entregavam-nos a um familiar que os ia, sucessivamente, aconchegando, no sítio que inicialmente havia sido demarcado e onde sobravam os restos da comida, enquanto o “curral” se ia esvaziando lentamente. Por fim ficavam apenas os cordeirinhos e uma pequena quantidade de carneiros e ovelhas, que haviam escapado às recolhas anteriores.
Em seguida, os homens, regressando aos seus locais, munidos de tesouras bem amoladas, iniciavam a tosquia, enquanto as mulheres enchiam a lã em cestos e sacos.
Uma vez tosquiada, cada ovelha era testada: se não desse leite, libertava-se na direcção do baldio, caso contrário era sinal de que tinha cria a qual, muito provavelmente, estaria no “curral”. Era necessário procurá-la e só a mãe a poderia identificar. Por isso os donos amarravam aos pescoços das presumíveis progenitoras lenços ou panos de cores diversas e facilmente identificáveis pelos donos, atiravam-nas de novo para “o curral” e colocavam os mais pequenos à espreita. O vigia nunca podia perder de vista a sua ovelha a fim de identificar a cria logo que mamasse na mãe. O dono saltava para o curral e apanhava ovelha e cria, desenhando nas orelhas desta as marcas que a identificariam como sua pertença. No próximo Fio, já feita carneiro ou ovelha, seria facilmente identificado pelo proprietário.
Por vezes era necessário a intervenção dos cabeças para julgar os “batoteiros” que se apoderavam de crias que não lhes mamavam nas ovelhas, negando-lhes, assim, o direito às que de facto não lhes pertenciam. Os carneiros e ovelhas sem sinal, bem como os cordeirinhos que sobravam sem mãe eram arrematados pelos cabeças.
Tosquiadas todas as ovelhas, e despejado o curral, homens e mulheres voltavam a sentar-se na relva amachucada por pessoas e gado para novo repasto. Depois, carregando sacos e cestos de lã e um ou outro carneiro para abate, iniciavam o regresso a casa, calcorreando atalhos e veredas, até ao cimo da rocha. Finalmente a descida, enquanto o Sol amarelecido e avermelhado se ia escondendo no horizonte até o dia escurecer por completo.
Dentro em breve chegariam as noites longas de Inverno e os serões, durante os quais se cardava e fiava a lã. Enquanto os homens batiam a sueca, algumas mulheres, puxando as cardas, transformavam a lã em fofas pastas, enquanto outras, rodopiando o fuso com destreza, transformavam as pastas em fios que, depois de dobados, ou entravam na “urdideira” e mais tarde no tear para se tecerem mantas e cobertores ou eram tricotados por mãos mágicas transformando-se em casacos, “sueras” e peúgas.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado [5, 6] no «Pico da Vigia».

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Primeira condenação irá bastar para suspensão de mandatos autárquicos

Os autarcas que sejam condenados pelos tribunais de primeira instância por crimes cometidos no âmbito das suas funções, poderão ser suspensos pelo juiz antes de esgotarem todas as possibilidades de recurso.

Esta é uma das principais alterações ao regime jurídico da tutela administrativa aprovada pelo Governo [na passada quinta-feira, dia 22; cf. ponto 6 do documento] e que em breve será enviado à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e à Assembleia da República.

Trata-se de uma mudança significativa face ao regime ainda em vigor, que não prevê sequer a possibilidade de o juiz decretar a suspensão do mandato de um presidente de Câmara [Municipal] condenado em primeira instância. Contudo, e ao contrário das propostas de alguns partidos da oposição, os autarcas condenados em primeira instância e que decidam recorrer não ficarão impossibilitados de se recandidatar. Só quando se conhecer a decisão do último tribunal de recurso (o Supremo Tribunal Administrativo ou o Tribunal Constitucional) os juízes podem aplicar como sanção acessória a impossibilidade de se candidatarem por um período máximo de cinco anos.

Se a nova lei já estivesse em vigor, todos os autarcas condenados em primeira instância e que recorreram, como é o caso de Fátima Felgueiras ou Isaltino Morais, teriam sido suspensos de funções até que se conhecesse a decisão final. Mas não ficariam impedidos de se recandidatar nas eleições seguintes. "As alterações que fizemos vão no sentido de robustecer o prestígio dos autarcas e do poder local", frisou ao [jornal] «Público» José Junqueiro, secretário de Estado da Administração Local.

O diploma alarga ainda as situações em que os autarcas podem perder o mandato. Assim, os presidentes de Câmara [Municipal] que não avaliem os seus funcionários, realizem despesa sem cabimento contabilístico ou que não adoptem medidas de reposição da legalidade urbanística, podem ver-se obrigados a deixar o cargo. Caso os autarcas acabem por ser condenados à perda de mandato, a sanção é aplicada mesmo que já se tenha iniciado um novo mandato. "As penas perseguem o eleito para o mandato seguinte", precisou José Junqueiro.

A proposta do Governo vem estender também a tutela administrativa às empresas municipais, que até aqui eram controladas pela Inspecção de Finanças apenas nas questões financeiras. A partir de agora, a sua actuação passará a ser verificada em todos os âmbitos. "Esta é uma forma de evitar que as Câmaras [Municipais] transfiram muitas das suas competências para as empresas municipais, escapando ao controlo", justificou o secretário de Estado.


Notícia: jornal «Público».
De forma muito lesta, a ANMP ripostou [à proposta governamental de alteração legislativa]: "Municípios rejeitam suspensão de mandatos [dos autarcas] antes de [haver] sentença final".
Adicionalmente, leia-se ainda uma outra notícia: "Dívida [total] das autarquias portuguesas cresceu 7% (em 2008)".

Saudações florentinas!!

domingo, 25 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

Como andam as obras de construção do núcleo de recreio náutico das Lajes (I)

[+ fotografia extra]
Conferir e comparar com o estado da obra há 2 meses atrás.
Saudações florentinas!!

Construção do armazém da APTO (II)

[+ fotografia extra]
Comparar com o aspecto da obra há dois meses atrás.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

«Miscelânea da Saudade» #10

Lembranças sem Saudades
(passagem verídica com reticências)

Pela semana do Natal de 2009, fez pelo menos 42 anos que esta inédita e verídica estória se passou na cidade de Toronto, Ontário, Canadá. Isto nos meados da década dos anos 60 do século passado.

Havia eu chegado a Toronto, no último trimestre de 1965. Por esta altura, foi a época em que chegaram centenas de visitantes portugueses, homens sem suas famílias, como também algumas mulheres [sozinhas e aventureiras] poucas; mas vieram. De todo o lugar onde o português era falado, veio um consistente dilúvio de pessoas, mais propriamente dos Açores e Continente português. Eles chegavam ao aeroporto de Toronto, como viessem definitivamente para o Canadá, porque a entrada no Canadá era facílima.
Do Brasil vieram muitos. Quase tantos como de Portugal. Quando digo Portugal, é de lembrar que a maioria veio dos Açores. Eles registavam-se na entrada, no departamento de emigração, como vindo visitar familiares, mas a maioria nem parentesco cá tinham.

Como a maioria destes visitantes não sabia falar inglês, precisavam de alojamento e comida. Convinha-lhes um lugar onde se juntassem todos perto uns dos outros, com acomodação de cama e restaurante perto, se possível fosse. Tentavam ir para áreas de portugueses com tasca sua e de de baixo preço para refeições ligeiras. Uns ficariam alojados em quartos de casas particulares adjacentes a restaurantes; outros, no segundo piso dos próprios estabelecimentos.

Para abreviar a estória, entro imediatamente no cerne dela, sendo esta a razão principal deste texto, não deixando indícios que possam expor os seus personagens à superfície, tendo a certeza que não há vestígios que os possam identificar.
Na altura do acontecido, houve algumas línguas más que estigmatizaram outras bocas ruins e fizeram entristecer familiares como também amigos que mantiveram segredo, mas claro com 'derrames'... Todavia este incidente embaraçoso e doloroso que irei narrar, tentarei obscurecer o mais possível, entrecalando-o com nomes fictícios, usando aspas e reticências para despistar atribuições erradas... Contudo isto, as coisas poderiam ter-se agravado muito mais, mas felizmente ninguém morreu do acontecido. Não houve fatalidades.
Para dar procedência à narrativa, usarei despistes muito desviado do epicentro. Termos de expressão e sinais gráficos serão empregados para dissimulação e "coação de resíduos verbais" de alguma crítica antiga, dos artistas da multiplicação infamadora, que nada absolveu mas que acha justo criticar e fazer notório, cochichando acontecimentos infelizes... Filtrarei apenas o mais aproveitável, fazendo transparecer o suficiente do acontecido, vendo-se bem pelo "entreaberto" sem escancarar a porta...

O restaurante do Sr. Chaves andava sempre à cunha de novos [emigrantes] chegados. Ora para refeições, cafés bate-papo, ora para pesquisar pousada, quiçá as duas coisas.
Um Sr. Jerónimo, dono duma casa nas redondezas, havia alugado um quarto a um recém-chegado no segundo andar da moradia. No mesmo piso já havia outros dois inquilinos que também eram portadores de "passaporte de visitas". Todos eram amigos e viviam em harmonia com a família da casa. A casa era muito antiga, com apenas uma casa de banho completa no segundo andar, onde estavam os inquilinos. A outra casa de "banho", pela infelicidade da sua estrutura, estava por acabar na (cela) cave da casa, mas sem banheira, que serviria temporariamente o suficiente para acomodar os donos.
No princípio era mesmo assim, vida dura. Trabalhar de dia e noite e arrendar parte da casa que lhes fazia falta, em ordem de superar as grandes despesas, por via dos flácidos salários.

O dono da casa o Jerónimo, muitas vezes, para conveniência sua, subia o piso de cima e tomava banho na única banheira que na casa havia. Já com o Natal a "virar a esquina da rua" nesse dia, pelas 6 da manhã, com todos ainda dormir e o Jerónimo na cama, com a sua cara metade, a Joana disse-lhe que, antes de ir pró trabalho, iria subir as escadas e tomar um "banhinho" na banheira do segundo andar. Dito e feito; mas, antes de ir p'ra cima, primeiro dirigiu-se à cozinha para fazer um café. Como já se fazia tarde para o banho, o cujo decidiu ir p'ró trabalho sem tomar o "banhinho" saindo imediatamente em silêncio e sem bater com portas.
Uma hora depois, a Joana, sua esposa, ouviu as torneiras a correr e estranhou que o marido ainda estivesse a tomar banho. Um tanto arreliada começou a matutar que não tivesse ele deixado as torneiras abertas... Como o pensar sem acções pouco vale, a Joana levantou-se e subiu as escadas com uma subtileza de admirar, estilo exclusivo das mulheres, para não acordar ninguém. Chegando a cima, decidiu surpreender o marido, como também inquirir qual a razão da demora, por se tornar tarde para ele ir para o trabalho ou, talvez se esquecesse das torneiras abertas. Quem sabe?
Ao ver a porta da casa de banho um pouco entreaberta e algum vapor da água quente a sair pela abertura, a Joana muito subtil, entrou sem ele se aperceber e, como todos os "gatos são iguais ao escuro, pelo menos por detrás", com muito cuidado aproximou-se enquanto "ele" estava nu debruçado a lavar a banheira. Como acima foi dito, o quarto estava cheio de vaporização da água quente - coitada da senhora. Nisto, ela mete uma mão no meio da "privacidade" dele, para lhe pregar uma surpresa, ao mesmo tempo que diz: "jingle ó bell - jingle ó bell". O homem do banheiro que era o novo rendeiro, dá um salto, grita qual-berro, enquanto a pobre senhora põe as mãos à cabeça apavorada gritando: "ai mei Deus!.. ai mei Deus!.. que desgraça é esta!", atirando-se pelas escadas abaixo, acordando os restantes que ainda dormiam.

Toda a gente acordou. A ambulância chegou, levando a Joana para o hospital com um braço partido em dois lugares e não sei quantas costelas fracturadas.

Denis Correia Almeida

Hamilton, Ontário, Canadá
hardlink@aol.com


Nota: eu estava ainda de pouco tempo em Toronto, quando um vizinho desta família sinistrada me contou o sucedido. Há coisas que nem o diabo se lembraria de as tecer.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

«Brumas e Escarpas» #4

O Fio: parte I - A subida da Rocha

Todos os anos, nos meses de Março e Setembro, na Fajã Grande os Cabeças anunciavam o dia de Fio. Quem tinha ovelhas bravas no baldio ou “concelho” preparava-se da melhor forma para o dia em que mais de metade da freguesia partiria para o Mato a fim de proceder à recolha e tosquia dos ovinos.
No dia marcado todos se levantavam alta madrugada. Os homens e os rapazes caminhavam para o mato, ainda noite escura. De acordo com a indicação dos Cabeças, uns iam pela Burrinha, outros pela Água Branca, outros pelo Queiroal, outros pelo Morro Alto e Pedras Brancas, enquanto alguns ficavam pelo Rochão Grande. Acompanhados pelos cães, protegidos do frio do Mato por grossos casacos e amparados a enormes bordões de incenso ou de araçá, partiam em bandos, arfando em loucas correrias e longas caminhadas, proferindo, em colaboração com os cães, uivos alucinantes e pungentes. Só assim era possível ajuntar as ovelhas bravas em toda zona do baldio, desde o Queiroal à Água Branca e à Burrinha e conduzi-las, depois, até ao “Curral” que ficava no Rochão Tamusgo, mesmo ali por cima da rocha dos Paus Brancos.
Em casa as mulheres enchiam cabazes e cestos de vimes brancos, usados habitualmente para ir lavar a roupa à ribeira, com pratos e tigelas a que sobrepunham postas de peixe frito, torresmos e toros de linguiça, talhadas de inhames, quartos de bolo do tijolo, fatias de pão de milho, pedaços de queijo, um bule cheio de café com leite, algumas maçãs e as tesouras de tosquiar.
Mal o Sol começava a raiar, iniciavam a longa e difícil caminhada em direcção ao “Curral”, a fim de chegarem a tempo para que os homens tivessem a primeira refeição logo a seguir à recolha das ovelhas.
Era no Alagoeiro que se juntavam para iniciar a íngreme subida da Rocha. Carregando pesados cestos e cabazes à cabeça, protegida com uma rodilha de pano, acompanhadas pelas crianças que levavam as cestas e os cabazes mais leves, formavam uma enorme e compacto pelotão que lentamente ia subindo as trinta e duas voltas da Rocha, delineadas em ziguezague, somando degraus após degraus, num escalar muito íngreme e difícil. Ao chegar à Furna do Peito, paravam. Era um dos lugares da Rocha institucionalizado para o descanso. A furna era uma enorme concavidade encravada num sítio mais saliente e pedregoso da Rocha e cuja forma se assemelhava a um gigantesco peito humano, razão óbvia do seu epíteto. Algumas entravam, poisavam os cestos e cabazes no chão e sentavam-se a descansar, enquanto muitas outras permaneciam nos degraus circundantes.
Pouco depois recomeçavam a subida, ora caminhando em descampados rectilíneos, ora escalando degraus feitos de pedras rústicas, protegidos por pequenos bardos de queirós e vinhático. A Fajã, agora, surgia como numa vista aérea, onde se divisava o vermelho escuro dos telhados, misturado com o verde amarelado das courelas, a mancha negra do baixio, recortada por caneiros e enseadas e o azulado do Oceano, no meio do qual o Monchique parecia maior e mais próximo.
As voltas da Rocha sucediam-se umas às outras até ao Descansadouro, onde as mulheres voltavam a poisar os cestos sobre uns muros ali existentes, efectuando um segundo e merecido descanso. Era o meio da subida. Pouco depois reiniciavam a marcha, cada vez mais amarga e mais cansativa.
Finalmente, chegavam à retemperadora Fonte Vermelha! Para além de saciar a sede, na que se dizia ser a melhor água da ilha das Flores, era a certeza de faltarem poucas voltas para o cimo da Rocha.
As mulheres de rosto avermelhado como maçãs, a arfar cansaço, a limpar suor e a proferir imprecações, retiravam os cestos da cabeça, guardavam as rodilhas de pano multicolor debaixo do braço e formavam fila diante da fonte de água miraculosa. Miraculosa porque balsamizava o cansaço, suavizava o esgotamento físico resultante de tão longa e íngreme subida e retemperava as forças e o ânimo para continuar. A água jorrava, incessantemente, de uma pequena e tosca bica, encravada num tufo da Rocha, onde cada um colocava uma folha de incenso ou de sanguinho, para ter acesso mais higiénico e eficiente ao consumo do cristalino e diáfano fiozinho.
Todas bebiam, muitas voltavam a beber e a fonte nunca secava. Corria sempre, dia e noite, jorrando um frágil mas contínuo veio, lá bem do interior da terra. Mesmo que ninguém a procurasse para beber, a água continuava a brotar e caía solitária mas sussurrante, formando, no chão, uma poça que, depois de cheia escoava pelos degraus e encostas da Rocha, transformando-se num pequeno regato.
O pelotão aglomerava-se de novo. A paragem junto à fonte proporcionara às mais retardatárias ocasião para se juntarem à coluna e reiniciar a marcha em conjunto. Finalmente a minúscula furna dos “Dez Reis”, a indicar que faltavam apenas dez voltas para o fim da subida.
Chegar ao cimo da Rocha era um alívio. O cansaço porém convidava a novo descanso, até porque os homens que por ali passavam diariamente haviam construído uma bancada de pedra tosca onde se sentavam a descansar, a conversar e a esperar uns pelos outros, quando vinha do leite do Queiroal. O ar era puro, fresco e exalava um cheiro a poejo e a “erva-néveda”. Além disso, dali podia apreciar-se uma vista deslumbrante. A poente vislumbrava-se a ampla fajã delimitada pelo oceano. Ao longe, a enorme planície da Fajãzinha, ladeada pela Rocha donde irrompiam cascatas de um esbranquiçado flavescente que, ora se perdiam entre o arvoredo, ora se salientavam nos socalcos das ravinas. Lá longe o casario disperso, a perder-se entre os cerrados de milho e os prados verdejantes. Depois a floresta de um verde escurecido onde se escondiam as poucas casitas da Cuada. Finalmente, mais ao perto, a Fajã, com as casinhas aninhadas junto à igreja e protegidas pelo Pico da Vigia e pelo Outeiro. Cercando o enorme semicírculo, o oceano, azul, infinito e cada vez mais inclinado.
Pouco depois a coluna começava a deslizar sobre alfombra fresca e perfumada das relvas, tornando a caminhada mais suave e menos perigosa do que a da Rocha. As casas da Fajã e o Oceano haviam-se perdido de vista. Agora só o verde silencioso e fresco do Mato. Ao fundo o Queiroal povoado de relvas, separadas por tapumes de hortênsias multicolores. Mais aquém, a Ribeira das Casas, na sua infância, com o seu enorme, temível e fundíssimo Caldeirão e, mais ao perto ainda, o Calhau do Touro, que nos dias de vento forte emitia aulidos semelhantes aos dos bovinos, razão porque granjeara aquele nome estranho e esquisito.
Com o Sol já quase a pique o pelotão atingia o tão almejado portal que dava da relva onde se situava o “Curral”. Era uma enorme cancela, feita de paus de cedro, pregados uns nos outros, em rendilhado pouco simétrico, que rodava sobre ganchos de madeira encravados numa grossa parede e fechava-se do lado oposto com uma enorme e desconexa cravelha. Logo a seguir o “Curral”, um fosso rectangular, cavado num canto da relva. Num dos extremos tinha um portal de pedra, que alguém já destapara. Precedia-o um enorme átrio, também cavado na relva e que se ia afunilando até desembocar no próprio “Curral”.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado [1, 2, 3, 4] no «Pico da Vigia».

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Adjudicada a construção de rampa para navios no porto comercial das Flores

A obra de construção de uma rampa para navios ro-ro (Roll on/Roll off) e ferry, nas Lajes das Flores, foi adjudicada pela Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental (APTO).

A obra custará cerca de um milhão de euros e deverá ser executada num prazo de quatro meses pela Somague Ediçor, desenvolvendo-se na extremidade sudoeste do cais comercial da ilha das Flores, mais concretamente na ligação deste a retenção do terrapleno, ficando próxima da via de acesso ao porto e do local onde está prevista a construção da gare de passageiros local.

A rampa terá 22 metros de largura e 20 de comprimento. A frente útil do cais actual fica reduzida em relação à situação actual em apenas 5,50 metros não sendo, no entanto, afectada a exploração normal do porto durante a execução da empreitada. Esta obra envolve intervenções com dragagem e demolição da retenção marginal existente, bem como enrocamentos e aterro, além de obra marítima.

Na área de intervenção da APTO, está é a primeira rampa para navios ro-ro e ferry a construir, estando prevista a edificação de semelhantes infraestruturas nas ilhas de São Jorge, Pico e Faial, com o que fica devidamente salvaguardada a possibilidade dos navios de transporte de passageiros e viaturas operarem futuramente à popa.


Notícia: «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Cinzas em aproximação aos Açores

A nuvem de cinzas provocada pelo vulcão em erupção na Islândia que voltou hoje a entrar no espaço aéreo português, encontrava-se a meio da manhã [de hoje] a mais de 700 quilómetros dos Açores.

O meteorologista Carlos Ramalho, do Instituto de Meteorologia, disse, no entanto, à Agência Lusa que se prevê que a nuvem se aproxime do arquipélago ao longo do dia. Nesse sentido, admitiu que se poderá encontrar no final do dia a cerca de 300 quilómetros das ilhas das Flores e do Corvo, que integram o Grupo Ocidental dos Açores. "As cinzas estão a deslocar-se no sentido sueste, prevendo-se que até às 24 horas [de hoje, terça-feira] se encontrem 300 quilómetros a noroeste das Flores e do Corvo", afirmou Carlos Ramalho.

Uma nova erupção do vulcão islandês, registada na segunda-feira [ontem], intensificou a nuvem de cinzas vulcânicas que desde a passada semana está a condicionar a circulação aérea na Europa, obrigando ao encerramento de vários aeroportos e cancelamento de milhares de voos.


Notícia: «Açoriano Oriental» e«Diário de Notícias».
Adicionalmente, leia-se uma outra notícia do jornal «Público»: "Nuvem [de cinzas vulcânicas] em espaço [aéreo] português não afecta tráfego [de aviões] e tendência é para se afastar [de Portugal]".

Saudações florentinas!!

domingo, 18 de abril de 2010

Isto, nem no Iraque, China ou Cuba...

Moção de Carlos César aprovada no Congresso Regional apenas com uma abstenção

A Moção de Orientação Política Global apresentada pelo líder do PS/Açores, Carlos César, foi hoje aprovada por maioria, apenas com uma abstenção, no congresso regional do partido, que decorre[u] em Angra do Heroísmo.

Notícia: SiC.

sábado, 17 de abril de 2010

Festival dos Moinhos 2010... já mexe!!

O Festival dos Moinhos 2010, que se realizará de 12 a 15 de Agosto na ilha do Corvo, já tem programa provisório, do qual se destacam as seguintes actuações:

A Associação da Juventude do Corvo ainda se encontra a ultimar as restantes actuações e demais actividades paralelas que irão constar no programa da edição de 2010 do Festival.
Saudações ocidentais!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Petição quer proibir a pesca com arte de palangre nas ilhas das Flores e do Corvo

Um grupo de cidadãos das Flores e do Corvo entregou na Assembleia Legislativa Regional dos Açores uma petição a defender a proibição da pesca com arte de palangre (pesca de fundo, com trole) nestas ilhas do Grupo Ocidental.

O documento, subscrito por 610 pessoas, considera que esta arte de pesca "é extremamente delapidadora dos recursos" pesqueiros, defendendo a necessidade de os preservar para garantir a "sustentabilidade" das pescas.

José Alfredo Araújo, que é o primeiro subscritor da petição, frisou que a situação "é ainda mais grave" porque a pesca com arte de palangre é exercida, quase exclusivamente, por embarcações "de outras ilhas". "Nós aqui só pescamos com linha de mão", frisou este pescador da ilha das Flores, frisando que os barcos oriundos de outras ilhas "estendem as linhas ao longo da costa e limpam tudo".

O texto da petição salienta que a arte de palangre "tem levado a que na maioria das ilhas dos Açores, nomeadamente nos grupos Central e Oriental, se verifique hoje uma clara diminuição das capturas e, consequentemente, dos recursos dos pescadores".

Os subscritores do documento receiam que "esse cenário devastador se estenda agora tendencialmente às ilhas do Grupo Ocidental, de menor dimensão", defendendo a necessidade de acautelar a situação para que não se atinja uma "situação irreversível ou de difícil reversibilidade".

A petição alerta ainda que muitos dos aparelhos de pesca utilizados pelos palangreiros das outras ilhas, ficam "presos no fundo marinho", prejudicando a pesca artesanal local, "com consequências devastadoras para a economia" do Grupo Ocidental.


Notícia: «Diário de Notícias», «Açoriano Oriental», jornal «A União» e RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Inquérito aos navios... está "travado"

A Comissão de inquérito parlamentar ainda não recebeu os documentos relativos ao contrato entre o Executivo [Regional] e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

A Comissão parlamentar de inquérito aos [contratos de construção dos] navios Atlântida e Anticiclone está a aguardar pela disponibilização da documentação, para [lhe ser possível] averiguar o que correu mal no processo de encomenda dos dois navios. A falta de documentação, a ser entregue pelo Governo Regional e Governo da República, está a causar alguma celeuma entre os deputados da oposição que já se queixaram ao presidente da Assembleia Regional.

Refira-se que a Comissão parlamentar de inquérito tinha um prazo de seis meses para entregar o relatório sobre as falhas processuais que levaram à rejeição dos navios Atlântida e Anticiclone pelo Governo Regional. Recorde-se que [est]a Comissão tem como finalidade determinar as responsabilidade políticas, técnicas e financeiras que envolvem o contrato estabelecido [pelo Governo Regional] com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.


Notícia: «Jornal Diário», «Diário de Notícias» e jornal «A União».
Adicionalmente, leia-se também uma outra notícia: "navio Express Santorini já está atracado em Ponta Delgada [ilha de São Miguel]".
Anteriormente já havíamos informado que o "Hellenic Wind é o segundo navio para assegurar ligações marítimas inter-ilhas".

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Câmaras são principal foco de corrupção

Perto de 69% dos processos instaurados por corrupção no sector público envolvem Câmaras Municipais e 10% dos arguidos são políticos.

É no poder local que se concentra o maior número de casos de corrupção, segundo um estudo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE sobre a corrupção participada entre 2004 e 2008. Na administração central é o Ministério da Administração Interna - que tutela as forças de segurança e a ex-Direcção Geral de Viação - que regista mais casos (10,1%) de corrupção.

As conclusões do estudo, elaborado a partir de 838 processos, demonstram que é o sector privado, nomeadamente na área da construção civil (18,2%), que originou mais processos. O estudo conclui, também, que mais de metade dos casos terminam em arquivamento por falta de elementos probatórios (provas) e 30 por cento continuam em investigação. Apenas 3,6 por cento dos processos terminaram com condenação dos arguidos. A ausência de prova é também o motivo que justifica a maioria das absolvições nos processos de corrupção. No universo da criminalidade económica, a corrupção é o crime mais cometido (46,3%), seguido do peculato (32,9%).

Apesar da caracterização sociográfica dos arguidos não permitir, segundo os investigadores, traçar o perfil do corrupto, a maioria dos arguidos é constituída por homens, casados, com cerca de 45 anos, sem antecedentes criminais e com vínculo contratual definitivo. Quanto à sua categoria profissional, 10 por cento são políticos no caso de processos de corrupção, subindo a percentagem para 27 por cento quando se trata de casos participação económica em negócio e peculato.


Notícia: «Jornal de Notícias».
Anteriormente já havíamos informado no «Fórum ilha das Flores» que "Nem metade das autarquias açorianas efectuaram a entrega do plano para a prevenção dos riscos de corrupção".

Saudações florentinas!!

domingo, 11 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Associação de pescadores da ilha das Flores adere à empresa Espada Pescas

A Associação de pescadores florentinos quer aumentar o rendimento dos seus associados e terminar com o monopólio dos intermediários.

Os pescadores da ilha das Flores, [agora] integrados na empresa Espada Pescas, iniciaram esta semana a sua actividade enquanto comerciantes de pescado. Querem terminar com a tradicional subvalorização do pescado na sua ilha, uma prática agressiva dos intermediários a trabalhar nas Flores, de forma a maximizarem os seus lucros e cobrirem eventuais prejuízos.

Com o pagamento de preços mais elevados por quilo de peixe, a Associação dos pescadores irá aumentar o lucro dos seus associados. Ao iniciar este operação, José Botelho disse que “o pescado destina-se ao mercado do Continente”. Sobre eventuais dificuldades de comercialização, o presidente da Associação de Pescadores reconhece as continências do transporte aéreo, mas “acredita que serão ultrapassadas as dificuldades, de forma a não prejudicar o transporte do peixe capturado junto à ilha das Flores”.

A empresa Espada Pescas tem capitais maioritariamente públicos. Em cada uma das nove ilhas dos Açores procura parceiros junto das associações de pescadores locais.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Novo transporte colectivo rodoviário de passageiros irá chegar à ilha das Flores

Até agora, o transporte colectivo de passageiros [na ilha das Flores] era prestado pelas autarquias, sem a regularidade que as populações gostariam, mas [no passado dia 30 de Março] foi assinado um contrato entre o Governo [Regional] e a [empresa] União de Transportes dos Carvalhos.

Trata-se de uma empresa do Continente que ganhou o concurso público para a prestação do respectivo serviço na ilha das Flores. A União de Transportes dos Carvalhos [UTC], empresa que opera no Norte do país, vai efectuar a referida prestação de serviços com uma frota de 8 autocarros.
O novo serviço de transporte de passageiros nas Flores estará em funcionamento a partir de Setembro e vai reduzir, em muito, o valor pago para assegurar o transporte escolar na ilha, ou seja, o serviço custa, actualmente, 40 mil euros por mês e, agora, vai passar a custar 200 mil euros por ano.

Mais de 2 milhões de euros é quanto vai custar ao Governo [Regional] o transporte colectivo de passageiros nas Flores, um investimento anual de mais de 250 mil euros, para cinco circuitos que abrangem toda a ilha, sendo que um dos circuitos é feito apenas durante o Verão, para a zona balnear da Fajã Grande. O contrato prevê a realização de cinco carreiras regulares divididas em três períodos, relativos aos dias úteis em período escolar, dias úteis em período não escolar e horário de Verão.

O novo sistema de transportes colectivos nas Flores, que arranca em Setembro, terá horários ajustados às necessidades escolares, garantindo que os alunos chegam aos estabelecimentos de ensino a tempo de respeitar os horários escolares. O novo serviço possibilitará que qualquer passageiro seja transportado de um extremo ao outro da ilha, apenas com um transbordo de carreiras. As duas vilas das Flores (Santa Cruz e Lajes) serão servidas por carreiras regulares de manhã, ao início da tarde e ao final do dia nos dias úteis, o que garantirá uma maior mobilidade da população.

Nos meses de Julho e Agosto será também assegurado o transporte em carreira regular para a Fajã Grande, de forma a garantir o acesso à zona balnear da ilha. Em Santa Cruz está também prevista a criação de um pequeno circuito urbano de transporte colectivo, que passará por locais como o aeroporto, os paços do concelho, a escola secundária e o jardim municipal.

A empresa terá cerca de 10 funcionários, 7 dos quais recrutados na ilha das Flores.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores, jornal «A União», rádio Atlântida e o "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Açores no cimo do Monte Kosciuszko

A bandeira dos Açores foi hoje hasteada no cimo do Monte Kosciuszko, o pico mais alto da Austrália, a 2.208 metros de altitude, pelo alpinista açoriano Luís Bettencourt, no âmbito do projecto «Açores no Topo do Mundo».

“Às 14:40 [4:40 nos Açores] cheguei com a bandeira dos Açores ao tecto da Oceânia continental, na Austrália”, anunciou Luís Bettencourt numa mensagem telefónica (SMS) enviada à Agência Lusa.

O projecto "Açores no Topo do Mundo" arrancou a 9 de Setembro de 2009, com a subida ao Pico, o ponto mais alto de Portugal, a 2.351 metros de altitude, e prosseguiu a 28 de Novembro, quando a bandeira açoriana foi hasteada no cimo do Kilimanjaro, na Tanzânia, o ponto mais alto de África, a 5.895 metros de altitude.


Notícia: «Açoriano Oriental» e jornal [gratuito] «Destak».
Saudações florentinas!!

sábado, 3 de abril de 2010

Desde os Açores... para o Mundo inteiro!

Naquele ambiente bucólico de pastos verdes e clima temperado oceânico, nada fazia supor que um grupo de jovens empreendedores se lembraria de criar um projecto de media online completamente inovador no panorama regional açoriano, o baptizasse de AzoresOnLive.com e se abalançasse a explorar um espaço vastíssimo e até agora pouco explorado nas ilhas. Mas foi precisamente isso que fizeram: pretendendo colmatar certas necessidades decorrentes da expansão do turismo local, trabalharam sobre um simples site de internet – que fica disponível à meia-noite de hoje em www.azoresonlive.com – e abriram uma imensa porta dos Açores para o Mundo.

Actualmente com meia dúzia de pessoas a trabalhar no projecto, a equipa acredita que a expansão do turismo nos últimos anos trouxe consigo alguma necessidade de informação para os turistas, e mesmo para os habitantes [das ilhas], que tem de ser resolvida quanto antes. "A ideia principal é ligar os residentes nos Açores à sua região e simultaneamente oferecer aos potenciais visitantes uma janela aberta sobre estas ilhas do Atlântico", sublinha João Pina, ciente de que a internet é o sítio onde melhor cabem todas estas novas ligações ao Mundo.

O arquipélago fica 'onlive' já a partir das 24 horas de hoje.


Notícia: «Diário de Notícias».
Note-se que, em Setembro do ano passado, havia sido inaugurada a «RádioIlhas.Net - Sons dos Açores» e anteriormente já existia a AzoresGlobal TV.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Hoje: Dia Internacional do Livro Infantil

A Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB) assinala [hoje] esta data com a publicação de um cartaz, distribuídos pelas Bibliotecas Municipais e por livrarias. O cartaz [à esquerda deste texto] é da autoria de Madalena Matoso, vencedora da 13ª edição do Prémio Nacional de Ilustração.

Aproveitando o facto de 2010 ser o Ano Internacional da Biodiversidade, a DGLB propõe um novo passatempo dedicado a crianças dos 8 aos 12 anos: «E se eu fosse um bicho???»

O IBBY (International Board on Books for Young People) divulga anualmente uma mensagem de incentivo à leitura dirigida às crianças de todo o Mundo. Este ano coube ao escritor espanhol Eliacer Cansino a redacção dessa mensagem, sendo que o cartaz do IBBY é da autoria da ilustradora Noemí Villamuza.


Adicionalmente, leia-se também a notícia sobre o concurso «Quem é o Sabichão?», organizado pela Câmara Municipal de Santa Cruz e realizado (no passado dia 26 de Março) na Escola Primária de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ainda a tempo do "Primeiro de Abril"...

Falta de oposição interna não significa unanimidade no PS/Açores, afirma Carlos César.

O presidente do PS/Açores, Carlos César, afirmou [ontem] que a ausência de oposição interna não significa unanimidade de posições, defendendo que o partido deve aproveitar o próximo Congresso [regional] para preparar a vitória nas eleições regionais de 2012.

“Não há pessoas no PS/Açores que queiram apressar ou estimular mudanças na liderança, que tem sido sólida, mas isso não significa unanimidade de posições”, frisou Carlos César, salientando que é a “diversidade de opiniões que permite melhorar a actividade governativa”.

Para Carlos César, o PS/Açores “não funciona como o PSD, onde há imensas pessoas que querem dar cabo do líder”, acrescentando que os socialistas “o que querem é dar cabo das políticas que não estão a dar certo e colocar no seu lugar boas políticas”.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio dos Açores».