terça-feira, 30 de novembro de 2010

Gê-Questa defende a sensibilização dos pescadores para o perigo do lixo no mar

A associação ambientalista 'Gê-Questa' promoveu uma limpeza subaquática no porto de pesca de São Mateus, na ilha Terceira, apelando a que sejam feitas campanhas de sensibilização dos pescadores sobre o impacto do lixo no mar.

A iniciativa, inserida nas comemorações do Dia Nacional do Mar, reuniu cerca de três dezenas de participantes, incluindo onze mergulhadores com garrafa e dois em apneia, o que o presidente da associação, Orlando Guerra, considerou ter sido "maravilhoso".

Orlando Guerra fez um balanço positivo, considerando que, "além dos inscritos, as pessoas que passavam juntaram-se à iniciativa e foi possível criar um bom ambiente de trabalho". Durante esta tarde de limpeza no porto de pesca de São Mateus, os participantes retiraram do fundo do mar garrafas, pneus, vários metros de linha, aparelhos de pesca e tecidos, entre outro lixo.

"O que mais nos preocupou foi a quantidade de plásticos", afirmou Orlando Guerra, salientando que também foram retiradas três baterias, que frisou serem "muito prejudiciais ao sistema marinho devido aos metais pesados".

O presidente da 'Gê-Questa' apelou a que seja realizada uma campanha de sensibilização dirigida aos pescadores, considerando que "o impacto daquilo que estão habituados a fazer desde sempre pode ser menor se houver mais sensibilização".

"É difícil mudar comportamentos mas é preciso alertar para (o impacto) do lixo que é deitado ao mar por pescadores e embarcações", afirmou, recordando que "quando entram no sistema marinho, os aparelhos de pesca provocam feridas nos animais". Por isso, defendeu que, "mais do que gastar papel, há que fazer acções, ser pro-activo".


Notícia: «Açoriano Oriental» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Curso de "canyoning" na ilha das Flores

De 10 de Dezembro deste ano a 16 de Janeiro do ano próximo, a Associação Desnível vai desenvolver uma acção de formação em canyoning na ilha das Flores, destinada a iniciados nesta actividade.

O curso tem por objectivo principal dotar os formandos dos conhecimentos técnicos mínimos para poderem praticar esta modalidade com segurança em percursos de dificuldade baixa, desde que devidamente enquadrados. O curso inclui uma aula teórica e dois dias e meio de prática.

As aulas práticas nas ribeiras contam, no máximo, com um formador para até 5 formandos. Os formadores são Francisco Silva (coordenador do curso) e Marco Melo. O preço desta formação é de 25 euros (mais 15 euros de cota da Associação Desnível).

Esta formação é organizada pela Associação Desnível em conjunto com a Associação Regional de Turismo dos Açores, e conta com os apoios dos municípios de Santa Cruz das Flores e Lajes das Flores e da empresa WestCanyon.


Notícia: "sítio" da Associação Desnível.
Saudações florentinas!!

domingo, 28 de novembro de 2010

Primeiro aniversário do Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão

O Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão, na ilha das Flores, comemora um ano de existência. Trata-se de um ano de informação, de conhecimento e sensibilização ambiental.

Na realidade, um ano passado sobre a sua inauguração, é oportuno reflectir sobre o cariz e repercussões que estas obras, implementadas pelo Governo Regional dos Açores através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, têm tido a vários níveis, nomeadamente no campo arquitectónico e no âmbito da educação e sensibilização ambiental.

Um Centro de Interpretação Ambiental é um edifício vocacionado para uma perspectiva didáctico-pedagógica que pretende, acima de tudo, dar a conhecer “in loco” o espaço e/ou conteúdo em que está inserido. São marcos construídos de zonas classificadas que, nos últimos anos, têm colocado a Região Autónoma dos Açores no topo das regiões do país com um maior índice de construções desta natureza, ainda por mais, excelentes modelos de arquitectura “visíveis” ao mundo.


Notícia: «Jornal Diário», portal Açores.Net e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sábado, 27 de novembro de 2010

Aprovada a orgânica das Unidades de Saúde das ilhas das Flores e do Corvo

O Serviço Regional de Saúde passa a contar, a partir do dia 1 de Dezembro [próxima quarta-feira], com duas novas Unidades de Saúde de Ilha (USI), a das Flores (USIFlores) e a do Corvo (USICorvo).

Esta é uma consequência da publicação, [no passado dia 22] em Jornal Oficial [da Região], dos decretos regulamentares regionais que aprovam as orgânicas daquelas duas novas Unidades de Saúde de Ilha, que se juntam assim às das ilhas do Pico e de São Jorge, já anteriormente implementadas.

A decisão enquadra-se no Programa do X Governo [Regional] dos Açores, o qual prevê a implementação de medidas que prossigam a racionalização dos recursos, procedendo-se a alterações estratégicas da estrutura do Serviço Regional de Saúde.

Com a publicação dos diplomas que aprovam as orgânicas da USIFlores e da USICorvo, o Governo [Regional] pretende “consolidar a estrutura organizativa e o funcionamento dos serviços”, de modo a “obter ganhos de eficácia e eficiência na gestão”.

Pessoas colectivas de direito público, dotadas de autonomia administrativa e financeira, a USIFlores é constituída pelo Centro de Saúde de Santa Cruz das Flores e a USICorvo pelo “serviço público de saúde” na mais pequena das ilhas do arquipélago.

Ambas as unidades exercem a sua actividade sob a superintendência e tutela do membro do Governo Regional com competência na área da saúde. Por sua vez, a coordenação, orientação e avaliação do funcionamento destas duas USI compete à Direcção Regional competente em matéria de Saúde, sem prejuízo das competências legalmente cometidas à SaúdAçor – Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos de Saúde dos Açores, S. A., e à Inspecção Regional de Saúde.

Nos termos da legislação agora publicada, a USIFlores e a USICorvo têm como missão “a promoção da saúde na sua área geográfica, através de acções de educação para a saúde, prevenção e prestação de cuidados na doença”. Podem ainda “prestar cuidados de saúde diferenciados e desenvolver actividades de vigilância epidemiológica, de formação profissional, de investigação em cuidados de saúde, de melhoria da qualidade dos cuidados e de avaliação dos resultados da sua actividade”.

A acção das USI agora criadas dirige-se aos indivíduos, famílias, grupos e comunidade residentes nessas ilhas e aos nelas deslocados temporariamente. No caso das Flores, o diploma determina ainda que o serviço de prestação de cuidados de saúde integra seis unidades funcionais: unidade de saúde familiar e comunitária, unidade de saúde pública, unidade de diagnóstico e tratamento, unidade de internamento e unidade básica de urgência.


Notícia: rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lançamento do livro «Contributo para melhor conhecimento da ilha das Flores», hoje na Biblioteca Municipal

Hoje pelas 19 horas, na Biblioteca Municipal será realizado o lançamento do livro «Contributo para melhor conhecimento da ilha das Flores», da autoria de António de Sousa Almeida. Esta obra pretende ser um retrato da nossa ilha, indo buscar ao passado informação para melhor compreender o presente.

«Contributo para melhor conhecimento da ilha das Flores» é um livro essencial na biblioteca de cada florentino, pois é um testemunho do que fomos e do que trabalhamos para ser neste momento. Para o efeito a Biblioteca Municipal de Santa Cruz das Flores convida toda a população a assistir a este evento e a conhecer um pouco melhor a nossa História.


Notícia: sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Falta licenciar + bagacineiras nas ilhas

As actuais bagacineiras ilegais que existem na região resultam não só da actuação indevida de privados, mas de uma carência de legislação sobre estes espaços. O secretário regional do Ambiente reconhece responsabilidades do executivo regional nesta matéria e fala na criação de um Plano Director de Extracção de Inertes que vai licenciar, pelo menos, uma bagacineira em cada uma das ilha para evitar os atentados ambientais que se verificam em muitos concelhos.

Falta licenciar mais bagacineiras nos Açores para evitar os atentados ambientais que acontecem um pouco por todas as ilhas. O reconhecimento é feito pelo próprio secretário regional do Ambiente. Álamo Meneses, refere que a paisagem natural serve de prova para esses delitos na extracção de inertes: “quando nós olhamos para a nossa paisagem vemos pequenas extracções em múltiplos lugares. Portanto, continua a ser um problema que é um pouco parecido com a questão dos resíduos, ou seja, nalguns casos trata-se de alguém que foi buscar duas ou três camioneta de inertes que é suficiente para deixar uma grande mancha na paisagem”.

Trata-se, segundo apontou, de um problema de “difícil” solução dada a insuficiência de bagacineiras licenciadas: “esta é uma área que é mais difícil de resolver porque também é verdade que na maior parte das nossas ilhas não existem exploração licenciadas em número suficiente”. Álamo Meneses fala na criação de um plano de licenciamento, assumindo responsabilidades pela falta dele a par das práticas incorrectas da responsabilidade dos particulares: “o governo está a elaborar, nesta altura, um plano que visa licenciar, pelo menos, uma exploração em cada uma das ilhas no sentido de acabar com estas explorações ilegais”.


Culpa repartida por privados e Governo
“É verdade é que, em muitos casos, não há explorações legais porque não há nenhuma licenciada ou há muito poucas licenciadas”, disse o secretário do Ambiente que reconheceu o seguinte: “esta é uma daquelas áreas em que culpa se distribui entre as entidades públicas e os privados. É óbvio que os privados não deviam fazer extracção ilegal, mas também é verdade que é obrigação das entidades públicas licenciar os sítios adequados para que os materiais que são necessários estejam disponíveis”.

Uma situação, acresceu, que acontece na generalidade das ilhas, com excepção de São Miguel e a Terceira: “todas as ilhas têm múltiplas explorações não licenciadas, ou seja, existem imensas explorações mas, nalguns casos, não há nenhuma licenciada. Claro que, por exemplo, no caso da Terceira ou de São Miguel, existem explorações licenciadas, mas nas ilhas menos populosas, nalguns casos, não há nenhuma licenciada, apesar de haver dúzias de pequenas explorações que estão a ser ilegalmente utilizadas”.


Coimas com acção preventiva
A fiscalização e as coimas neste campo têm tido uma atitude “preventiva”, referiu o responsável pelo Ambiente, isto porque ainda não está concluído o Plano Director de Extracção de Inertes na região, previsto para 2011.

“Temos vindo a actuar. Têm sido aplicadas coimas naqueles casos em que as pessoas estão avisadas e mesmo assim persistem. Temos tido uma atitude relativamente pedagógica porque também se entende que, da nossa parte, ainda não cumprimos todas as nossas obrigações. Mas estamos a caminhar rapidamente para as cumprir e está ser feito um plano director de extracção de inertes”. A partir de 2011, alertou, a tolerância tenderá a “desaparecer”.


Graciosa, Flores e Corvo
Questionado, o secretário regional do Ambiente refere que os casos mais dramáticos acontecem nas ilhas Graciosa, Flores e Corvo: “os casos mais dramáticos são nas ilhas que são reserva de biosfera em que o governo assumiu uma responsabilidade perante as Nações Unidas em termos de gestão do ambiente”.

Nestas ilhas, explicou, foi dada “prioridade” na construção dos centros de processamento de resíduos: “no Corvo a obra está começada e nas outras duas, está já em fase final. Esperamos, ao longo de 2011, pôr cobro às situações de lixeira que ainda existem”.

Lixeiras que, segundo o responsável, só acontecem em “zonas de baixa densidade populacional” e com áreas disponíveis onde as pessoas “não se importam” com os delitos ambientais.

Álamo reconhece que existiu “falta de investimento” na gestão de resíduos nestas ilhas mais pequenas onde, disse: “os resíduos continuam a ser geridos hoje como eram geridos há um século atrás, só que há um século atrás não havia plásticos, era tudo orgânico e tudo apodrecia. Hoje não é bem assim”.


Notícia: jornal «A União».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje é dia de GREVE GERAL... mesmo!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Parlamento Regional inicia hoje a discussão do Plano e Orçamento 2011

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores inicia [hoje] terça-feira a discussão das propostas de Plano e Orçamento para 2011 apresentadas pelo Executivo regional, que deverão ser aprovadas apenas com os votos da bancada socialista.

Os partidos da oposição parlamentar ainda não revelaram o sentido do seu voto, todos devem apresentar propostas, nomeadamente no que se refere ao Plano da Região para o próximo ano, mas o mais provável é que nenhum [grupo parlamentar da oposição] vote favoravelmente os documentos no plenário.

O Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2011 proposto pelo Governo Regional ascende a 1.354,3 milhões de euros (M€). Nas despesas, o funcionamento dos serviços e organismos da administração regional ascende a 610,6 M€, enquanto 506,7 M€ serão afectos ao Plano Anual de Investimentos e 237 M€ às denominadas operações extra-orçamentais.

Em 2011, o executivo [regional] açoriano estima ainda que as transferências do Estado ascendam a 352,2 milhões de euros e que as verbas provenientes da União Europeia atinjam 169,4 milhões.

Por seu lado, a proposta de plano regional para 2011 prevê que o investimento público ascenda a 801,3 M€, dos quais 506,6 milhões garantidos por verbas próprias. O plano inclui 22 programas, mas apenas quatro totalizam uma intenção de investimento público de 353,2 milhões de euros, ou seja, 44 por cento do total.

Os quatro maiores programas em termos de investimento previsto para 2011 são os denominados ‘Aumento da competitividade dos sectores agrícola e florestal’ (132 M€), ‘Qualificação profissional e defesa do consumidor’ (90,3 M€), ‘Desenvolvimento dos transportes aéreos’ (66,3 M€) e ‘Consolidação e modernização dos transportes marítimos’ (64,6 M€).

Por ilhas, os maiores investimentos públicos estão previstos para São Miguel (238,6 M€), seguindo-se a Terceira (158,7 M€), Faial (67,9 M€) e Pico (66,2 M€). Depois seguem-se as ilhas de São Jorge (53 M€), Santa Maria (34 M€), Graciosa (33 M€), Flores (32 M€) e o Corvo (6 milhões de euros).


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Semana dos Resíduos"... nos Açores

Numa iniciativa inédita, em que estão agendadas por todo o arquipélago mais de três dezenas de acções, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar promove de 22 a 26 de Novembro, a primeira Semana dos Resíduos dos Açores.

Com um conjunto de acções organizadas em todas as ilhas e em parceria com diversas entidades, esta iniciativa pretende envolver a sociedade civil e a comunidade escolar em torno da problemática dos resíduos e da necessidade premente da sua redução e correcta gestão.

Depois do arranque, marcado pela realização no [passado] dia 18 da reunião da Comissão de Acompanhamento do Plano de Gestão de Resíduos produzidos em Serviços da Administração Regional Autónoma (Plager.Gov) e da visita técnica à central de triagem de resíduos de embalagens da Horta, desde hoje e um pouco por todas as ilhas açorianas irá decorrer um programa diversificado de acções, que inclui a realização de sessões de divulgação do Plager.ov; a distribuição de materiais promocionais e informativos; a realização de visitas a operadores e centros de processamento e gestão de resíduos; a exibição de filmes/documentários sobre a temática; a realização de actividades didácticas de sensibilização dirigidas ao público escolar, de sessões de sensibilização sobre gestão de resíduos e de reuniões institucionais; a distribuição de pilhões e contentores e a sensibilização através dos media locais.

Destaca-se a apresentação pública da proposta do website de resíduos, que se pretende seja portal de referência nos Açores.

O programa detalhado da Semana dos Resíduos dos Açores poderá ser consultado em www.residuos-azores.org.


Notícia: rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sábado, 20 de novembro de 2010

«Brumas e Escarpas» #13

O ciclo do milho na Fajã Grande, nos anos 50

Parte V – Sachar, desbastar, mondar e correr

Uma vez semeado, não tardava muito e era um regalo ver o milho a crescer, a crescer, muito verdinho e espevitado. Em Abril, Maio ou Junho começava a primeira das várias e pesadas tarefas que a produção do milho exigia - sachar. Quando o milho ainda estava miudinho mas já muito bem-nascido, por vezes debaixo de um calor tórrido, homens mulheres e crianças dirigiam-se para as terras descalços, chapéu na cabeça e sacho às costas. Sachavam e mondavam todos os campos onde havia milho, de lés a lés, retirando as ervas daninhas e as mondas para que o milho crescesse melhor e dispusesse de toda a riqueza e força do terreno. Antes porém um ou dois homens mais experientes iam à frente com o intuito de desbastar o milho, isto é, de arrancar os pés aparentemente inúteis bem como os das zonas em que estavam mais bastos para que os outros crescessem mais à vontade. Era um trabalho difícil, uma espécie de arte que só os mais velhos e experientes sabiam e podiam fazer. Se o milho ainda era miudinho esses pés excedentes ficavam a apodrecer sobre a terra, juntamente com a monda que também era arrancada. Mais tarde haviam de se transformar em estrume. Se pelo contrário o milho já era maior, os pezinhos arrancados eram atados em gavelas que depois se amarravam formando molhos que eram trazidas para casa, para alimento dos animais bovinos. Os que iam atrás, curvados, com uma mão no sacho outra na monda ou na terra, arrancavam todas as ervas daninhas existentes, sacudiam-lhes as raízes e reviravam toda a terra com o sacho, amontoando-a junto dos pezinhos do milho, sobretudo dos mais frágeis, para que estes crescessem fortes e se protegessem das ventanias e temporais que viriam algum tempo depois.

Uma vez sachado, mondado e desbastado, o milho crescia a olhos vistos e nos dias seguintes os campos transformavam-se em enormes tapetes de folhas verdes, caneladas e pontiagudas, ladeadas pelos canteiros onde floresciam couves repolhudas e, às vezes até as ervilhas, os feijoeiros, as caseiras e os tomateiros também entrelaçados pelo meio, que embora semeados em pequena quantidade, começavam já a trepar pelas estacas de cana que eram espetadas aqui e além ou pelos próprios milheirais.

Algum tempo depois, era necessário “correr” o milho e desbastá-lo novamente. A tarefa de “correr” era bem mais rápida e menos cansativa do que o sachar, pois nessa altura já tinham sido arrancadas quase todas as mondas e ervas daninhas. Agora bastava apenas passar novamente toda a terra a terra com o sacho ou com o lado de uma enxada, revirá-la e ajeitá-la ainda mais para junto de cada pé de milho para que este, agora já bem mais alto e esguio, ficasse bem “calçado” e resistisse corajosamente à força do vento. Nessa altura o milho era desbastado pela última vez. Aos pés agora arrancados era cortada a raiz e eram trazidos para casa para alimento dos animais. Nas terras longe do mar, quando o milho já estava espigado, era semeado o trevo e a erva da casta, devendo todo o terreno ser novamente passado ou seja revirado de lés a lés com um sacho ou ancinho a fim de que as sementes lançadas à terra se misturem com esta para nascerem as respectivas forrageiras.

Na Fajã Grande, contrariamente a outras localidades das Flores e dos Açores, os homens sempre sacharam e correram o milho curvados ou de cócoras, segurando com uma mão o sacho e arrancando a monda ou anafando, ajeitando ou alisando a terra com a outra. Essa a razão porque aos sachos comprados nas lojas e que vinham do Faial se lhes cortava sempre o cabo pelo meio.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Muitas aves morrem electrocutadas nas linhas eléctricas das ilhas açorianas

Desde o início do [presente] ano já morreram 64 aves, especialmente milhafres, electrocutadas nas linhas eléctricas nos Açores. Os postes mais perigosos já estão identificados e a ser alterados.

O milhafre é a ave com maior porte dos Açores. Por isso tem mais probabilidades de morrer vítima de um curto-circuito quando, ao pousar no cimo dos postes de electricidade, abre as asas e toca nas linhas. Segundo Carla Veríssimo, coordenadora do projecto Avifauna e Linhas Eléctricas dos Açores, esta é a espécie com maior número de registos de mortes, totalizando 40 aves.

Este esforço faz parte de uma parceria entre a EDA (Electricidade dos Açores) e a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), cujo objectivo é compatibilizar as linhas eléctricas com a protecção da avifauna.

“Estudámos quais as tipologias de postes mais perigosas para as aves e depois centrámos aí o nosso trabalho”, explicou Carla Veríssimo ao [jornal] «Público». De acordo com uma lista de locais de intervenção prioritários, os técnicos estão a colocar mais abaixo os fios eléctricos que estavam no cimo dos postes, para afastá-los dos locais de pouso das aves.

De acordo com a SPEA já estão previstas para 2011 mais alterações em todas as ilhas açorianas.


Notícia: jornal «Público», «Açoriano Oriental» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Gravidez adolescente: problema social

Uma em cada dez crianças que nasce nos Açores é filha de pais adolescentes, uma média que contribui para que Portugal ocupe o segundo lugar de gravidez na adolescência na Europa.

Numa sessão de sensibilização sobre gravidez na adolescência [organizada pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo], Irene Pires, enfermeira reformada do Hospital de Angra, considerou "preocupante" o quadro de gravidezes precoces no arquipélago, que representam 10,2 por cento do total de crianças que nascem nos Açores, salientando que o número tende a aumentar.

"Cada vez mais [os jovens] têm experiências sexuais mais cedo e, por isso, também gravidezes indesejadas", afirmou, defendendo que "a gravidez na adolescência é um problema social que envolve os adolescentes, a família e a própria sociedade".


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SATA cancelou ontem algumas ligações

As más condições meteorológicas que se fazem sentir no arquipélago dos Açores provocaram esta segunda-feira [ontem] o cancelamento das ligações aéreas entre a Terceira e as ilhas das Flores e São Jorge, afectando 122 passageiros.

A SATA espera conseguir transportar os passageiros afectados em voos a realizar na terça-feira [hoje]. A previsão meteorológica para os Açores aponta para um agravamento do estado do tempo nas próximas horas, onde se esperam períodos de chuva forte nas nove ilhas do arquipélago.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Central Hidroeléctrica na Fajãzinha levanta dúvidas à população local

Se este é um investimento que dará lugar a uma política de auto-sustentação e aposta clara nas energias renováveis, o certo é que alguns [habitantes] locais colocam dúvidas sobre o impacto que uma obra desta envergadura pode trazer à imagem e ao ambiente. Contactada pela reportagem do «Diário dos Açores», a Junta de Freguesia da Fajãzinha (órgão que representa a população que irá lidar com maior proximidade com este projecto) deu conta que se encontra numa posição neutra. Os actuais autarcas nunca foram contactados sobre esta matéria por qualquer entidade, e, se por um lado o factor das energias renováveis (do interesse de todos) é algo que valorizam, a imagem “de marca” da freguesia é de favorecer e nunca denegrir.

O «Diário dos Açores» entrou em contacto com o engenheiro David Estrela, responsável pela EEG, que nos explicou os moldes deste projecto. Para David Estrela esta aposta define-se em alguns conceitos-chave: menor impacto visual possível, segurança e um processo o mais económico possível. “Não vamos invadir zonas habitacionais, teremos açudes algures entre o leito e os terrenos mais propícios”, dizia em referência a alegadas infraestruturas que poderiam passar junto das habitações. Criticado pela população local, mas desmentido segundo este responsável, um projecto (no mesmo local) que data já mais de uma década traria para esta paisagem “chaminés” (‘que se assemelham a tubos aéreos’) o que originaria uma alteração paisagística relativamente grande.

David Estrela explicou que a Fajãzinha vai ter sim mais uma casa, a Central Hidroeléctrica com 480 m2, e outras infraestruturas que (algumas devidamente camufladas com o meio) vão assegurar o binómio segurança e menor impacto visual. Alguns dos troços de conduta estarão visíveis mas muitos dos tubos de baixa pressão estarão enterrados, segundo David Estrela. Questionado sobre estudos de impacto ambiental sobre esta zona, e para o devido projecto, o responsável pela EEG garantiu que para certas obras, como o caso, não é necessário. É sim obrigatório cumprir-se a lei, tendo sido realizados os procedimentos ambientais exigidos para o efeito.

O «Diário dos Açores» sabe que o processo de atribuição e execução desta obra tem procedimentos próprios a cumprir e até serem atingidos todos os trâmites, este pode ser ainda um projecto longínquo. Ainda assim, as metas estão traçadas e espera-se que em 2014 a obra esteja concluída. É esse também o desejo de David Estrela, podendo contudo não ser o mesmo de alguns dos populares [da Fajãzinha]. A licença de exploração está no entanto concedida até (pelo menos) 2085, mas o facto do concurso de execução de obras ter de ser público e internacional pode atrasar todo o processo. Até lá, ficam as dúvidas para uma população que se quer ver esclarecida e a aposta convincente nesta Central Hidroeléctrica por parte da empresa de electricidade dos Açores.


Notícia: «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

sábado, 13 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Erros nas contas das Câmaras açorianas

As contas apresentadas pelas 19 Câmaras Municipais dos Açores continuam a apresentar vários erros. Esta foi a conclusão a que chegou o Tribunal de Contas, depois de mais uma auditoria à aplicação do POCAL (o plano de gestão financeira destinado às autarquias). À data da auditoria, alguns municípios açorianos nem apresentavam um equilíbrio corrente das suas contas.

O Tribunal de Contas já tinha feito uma auditoria, há 5 anos, para avaliar o grau de aplicação do POCAL nas Câmaras Municipais dos Açores, e decidiu agora voltar à carga, para saber até que ponto as recomendações feitas nessa altura, foram ou não acatadas.

A nova auditoria foi realizada às contas dos 19 municípios dos Açores referentes a 2008, mas os resultados não foram animadores. Embora a situação tenha melhorado, o Tribunal de Contas continua a verificar muitas falhas na gestão do programa de contabilidade por parte das autarquias.

Há Câmaras Municipais, por exemplo, que à data da auditoria não cumpriam o princípio do equilíbrio corrente, como era o caso do Nordeste, Praia da Vitória, Santa Cruz da Graciosa, Calheta, Horta e Corvo. Além disso, nem todas as autarquias tinham registado, nessa altura, todos os imóveis do seu património, o que, na prática, poderia prejudicar os dados contabilísticos.

Havia também demonstrações financeiras que não revelavam dados sobre os compromissos assumidos pelas autarquias, através das respectivas empresas municipais. Não admira, por isso, que os auditores externos tenham manifestado, na sua maioria, reservas na certificação das contas dos municípios.

Apenas os auditores das contas em Ponta Delgada, Ribeira Grande e Nordeste não manifestaram reservas, ao contrário do que aconteceu em 10 municípios. Em Santa Cruz da Graciosa, o auditor externo até apresentou uma opinião contrária às contas do município, e em Santa Cruz das Flores, o auditor simplesmente declarou ser impossível emitir opinião sobre as contas do balanço e demonstração de resultados.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

Novo concurso para navio de transporte marítimo de combustíveis para as ilhas

A tutela lançou um concurso para fretamento de um navio de transporte de combustível líquido na Região.

Este concurso prevê que a prestação do serviço [de transporte marítimo de combustíveis líquidos na Região] seja adjudicada por um período de 4 anos e com preço-base de 16 milhões de euros. Este novo concurso, para além das novas exigências quanto ao navio a contratar, mantém a obrigatoriedade de abastecimento de todas as ilhas do arquipélago, no mínimo, uma vez por semana.

Notícia: «Jornal Diário».
Note-se que (recentemente) na ilha do Corvo houve algum desagrado com a qualidade do combustível que chega(va) àquela ilha.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Projecto Escola Electrão para 2010/11

Quase 650 estabelecimentos de ensino, dos quais 20 são açorianos, aderiram este ano ao Projecto Escola Electrão, abrangendo 435 mil alunos e 62 mil professores.

O projecto assenta em duas componentes fundamentais (didáctica e dinâmica), ambas com o objectivo de sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais e comunidade em geral na reciclagem e valorização de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos.

No ano passado foram recolhidos nas 603 escolas aderentes, em apenas cinco meses, mais de 1,6 milhões de quilos de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, o equivalente a 401 camiões TIR.


Notícia: «Açoriano Oriental» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Construção em zonas de risco pode avançar por iniciativa e risco do cidadão

Cidadãos poderão assumir responsabilidade para edificar em áreas vulneráveis em termos geológicos.

Um novo regime jurídico está a ser preparado para o ordenamento do território nos Açores, que permitirá às pessoas decidirem e assumirem a responsabilidade no que se refere à ocupação do solo, mesmo em zonas que ofereçam algum perigo para a construção. O cidadão poderá avançar para a construção de uma casa numa área de risco, assumindo a responsabilidade.

O trabalho, que está a ser ultimado pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, surge associado à elaboração da Carta de Riscos, um documento em preparação por investigadores da Universidade dos Açores ligados ao Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos e ao Centro de Estudos Meteorológicos e Mudanças Globais.

Para a Secretaria do Ambiente, o projecto assenta num novo princípio, segundo o qual os riscos têm de ser considerados de forma abrangente e cientificamente fundamentada. Trata-se de uma nova estratégia de ordenamento do território na Região que considera tudo o que são riscos, desde os meteorológicos aos geológicos, como factores essenciais na tomada de decisões para a ocupação do solo.

A medida permitirá ao Governo [Regional] e Câmaras Municipais decidirem sobre a viabilidade de construção numa ou noutra zona, consoante a presença ou ausência de riscos. Mas, sobretudo, dará também a possibilidade do cidadão decidir se quer arriscar ou não a edificação num local em que, do ponto de vista científico, já se sabe que comporta risco elevado, médio ou reduzido. As coisas serão feitas de modo a que os próprios cidadãos façam parte do processo de decisão, assumindo as respectivas responsabilidades.

Para o professor universitário e geólogo, João Luís Gaspar, que esteve associado à génese deste projecto, "só no dia em que conseguirmos que os interessados tenham consciência dos riscos e das suas consequências, só no dia em que as administrações regional e local tenham os instrumentos necessários para tomarem decisões coerentes, é que poderemos falar na implementação de uma verdadeira cultura de prevenção do risco" nos Açores.

Importante, no entender do geólogo, é que todos estejam na posse de informação clara e fundamentada para decidirem em função dos perigos existentes e dos riscos a que aceitam sujeitar-se. Constata que, muitas vezes, as autorizações de construção em zonas de risco no arquipélago resultam da ausência de instrumentos com valor legal. Acresce que são as próprias pessoas que, por vezes recorrendo a "truques", iniciam construções por "sua livre iniciativa" em locais apetecíveis para veraneio, mas de elevado risco geológico, como é o caso das fajãs.

João Luís Gaspar lamenta as situações que às vezes se geram perante o risco, criticando aqueles que, em caso de desastre, ficam "sempre na expectativa de que o Governo ou os municípios avancem para pagar". Uma atitude que classifica de "insustentável", sobretudo nos "tempos que correm".


Notícia: «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sábado, 6 de novembro de 2010

Futuro aproveitamento hidroeléctrico da EDA na ribeira grande da ilha das Flores

No passado dia 27 de Setembro foi atribuída à EEG (do grupo EDA) a concessão para a utilização dos recursos hídricos da ribeira grande na ilha das Flores, para a produção de energia hidroeléctrica. Esta concessão será válida por 75 anos e permitirá à empresa EEG (do grupo EDA) avançar com a concretização do projecto hidroeléctrico previsto para aquela bacia hidrográfica.

Neste aproveitamento serão utilizados os caudais das ribeiras do ferreiro, da ribeira grande e de dois afluentes da margem esquerda captados próximo da cota 170 (isto é, cerca de 170 metros acima do nível médio da água do mar) junto à estrada de acesso à Fajã Grande. Isso permitirá captar a precipitação de uma área total da bacia hidrográfica de 14,3 km2, um valor de área equivalente ao actualmente captado pelo actual aproveitamento de Além Fazenda.

O caudal médio captado é de 800 litros por segundo, alimentando a Central hidroeléctrica situada na Fajãzinha, a uma cota 165 metros inferior na margem esquerda da ribeira junto à foz. A Central será dotada de dois grupos de geradores equipados com turbinas tipo Pelton acopladas a alternadores de 550 kW de potência unitária. A potência anual estimada para esta Central rondará, em ano médio, os 5,6 GWh. Em termos comparativos podemos dizer que (no ano de 2009) o consumo da ilha das Flores foi de 11,9 GWh, ou seja, o novo aproveitamento poderia ter assegurado 47% das necessidades verificadas.

Com a produção hídrica proveniente deste novo aproveitamento, bem como com a energia que se espera ser produzida na actual Central hídrica de Além Fazenda (que será alvo de uma intervenção de remodelação e automatização), e mesmo considerando que no Inverno haverá energia hídrica "em excesso" e que, pelo contrário, no Verão haverá "falta" de energia hídrica, espera-se que a ilha das Flores atinja uma produção de origem renovável superior a 80% a partir de 2014, ano para o qual se prevê que as obras fiquem operacionais.

Todos os elementos da instalação, incluindo os grupos geradores, serão integrados num sistema de automatização que permitirá o funcionamento deste aproveitamento em regime automático, abandonado e telecomandado a partir da nova Central termoeléctrica das Lajes.


Notícia: revista «EDA informa».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

71 freguesias obtiveram o galardão “Eco Freguesia: freguesia limpa - 2010”

Decorreu de 14 de Janeiro a 30 de Setembro de 2010, o programa “Eco Freguesia: freguesia limpa”, ao qual se candidataram 112 Juntas de Freguesia, abrangendo as 9 ilhas da Região Autónoma Açores.

O “Eco Freguesia: freguesia limpa” teve como principal objectivo reconhecer e distinguir os esforços das Juntas de Freguesia em colaboração com as populações, nomeadamente na limpeza, remoção e destino final dos resíduos nos seus espaços públicos e pretendeu-se premiar o bom desempenho ambiental dos cidadãos e entidades intervenientes. Às autarquias competia desenvolver os procedimentos e tarefas necessários à classificação, remoção, transporte e entrega dos resíduos em destino final adequado.

A avaliação do trabalho desenvolvido pelas Juntas de Freguesia candidatas foi efectuado por um júri, constituído por representante da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, da Câmara Municipal do respectivo concelho e das Organizações não Governamentais locais na área do ambiente.

Assim, o galardão foi atribuído quando se verificou um claro empenho da Junta de Freguesia na limpeza do espaço público do seu território, demonstrado pela limpeza dos locais públicos, pela motivação dos proprietários dos terrenos privados, pela realização de acções de sensibilização e, ainda, pela colaboração com outras entidades para a prossecução destas acções.

Neste contexto, foi atribuído o galardão EcoFreguesia a 71 das 112 freguesias inscritas, o que demonstra o bom desempenho ambiental dos cidadãos e entidades intervenientes, bem como a importância que uma gestão adequada dos resíduos contribui para o bem-estar das populações.

A ilha das Flores teve 5 das suas freguesias galardoadas: Ponta Delagada, Fajã Grande, Mosteiro, Lajes e Fazenda foram “Eco Freguesia: freguesia limpa”.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Previsão de chuva forte para esta noite

O estado do tempo vai agravar-se durante a próxima noite e madrugada no Grupo Ocidental dos Açores, onde se prevê a ocorrência de chuva forte.

Na sequência da previsão do Instituto de Meteorologia, o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores emitiu um aviso que alerta para períodos de chuva forte entre as 0 horas e as 9 horas de sexta-feira [amanhã] naquelas duas ilhas ocidentais, recomendando que sejam tomadas as precauções habituais em situações desta natureza.

Este agravamento do estado do tempo é originado, segundo o Instituto de Meteorologia, por uma ondulação frontal com actividade moderada a forte, que está em deslocamento lento para nordeste.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

Como será com os políticos florentinos?

Afinal, o fim da acumulação de pensões com salários é para todos: políticos com subvenções vitalícias e que têm cargos públicos ou em empresas do Estado terão que optar entre salário e subvenção. Cavaco Silva poderá ser um deles.

Os deputados, autarcas, ex-políticos a receber subvenções vitalícias, médicos, magistrados, gestores de empresas públicas e outros reformados que a 1 de Janeiro de 2011 estejam a acumular uma pensão com um salário na função pública terão de prescindir de uma das remunerações.

Ninguém escapa. O fim da acumulação de salários com pensões afectará todos os que estiverem a receber um salário pago por uma entidade, organismo ou empresa pública e, ao mesmo tempo, uma pensão suportada pela Caixa Geral de Aposentações, por fundos de pensões ou pela Segurança Social. Todos terão que prescindir ou do salário ou da pensão ou, no caso dos ex-titulares de cargos políticos, da subvenção vitalícia.


Notícia: jornal «Público».

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para algumas certas pessoas já irem agendando as suas "idas ao médico"...

As festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que são as maiores festividades religiosas dos Açores, no próximo ano vão decorrer de 26 de Maio a 2 de Junho.

Notícia: «Açoriano Oriental».

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Portugueses no Faroeste: eram unhas-de-fome... mas com olho para o negócio

Este western faz-se com cowboys portugueses. Entre os que partiram para o Oeste dos EUA nos séculos XVIII e XIX houve mercadores de peles, políticos e o delator que ajudou a capturar Billy the Kid.

John Enos, um homem "alto, escuro e carrancudo", mais conhecido por "Portuguese Joe", era o bicho-papão nas terras áridas do Big Bend Country, na zona oriental de Washington, nos EUA. Quando as mães precisavam de assustar as crianças ameaçavam: "Se não te portares bem, vem aí o Portuguese Joe". Quase um século depois da sua morte, ainda se diz que John Enos odiava os índios e envenenou três com feijão estragado, enterrou os três no pasto, juntamente com dois vaqueiros, era ladrão de cavalos ou um assassino com 25 marcas no cano da pistola.

O nome real de John Enos era, na verdade, João Ignácio d'Oliveira. Nascido na ilha de São Jorge, nos Açores, destacou-se como um dos maiores criadores de gado da história do estado de Washington. No fim do século XIX, quase 22.500 portugueses viviam na zona nordeste dos EUA, 90% deles no Massachusetts e em Rhode Island. A grande maioria - 99% - dos imigrantes portugueses vinha das ilhas dos Açores e da Madeira, a ponto de a Califórnia ficar conhecida como "a décima ilha dos Açores". O trabalho nos baleeiros americanos era a principal porta de entrada, a corrida ao ouro o mais tentador. A aventura nos mares soava a promessa de mais cedo ou mais tarde pisar a América prometida.

Os historiadores americanos Donald Warrin e Geoffrey L. Gomes investigaram durante 15 anos a presença portuguesa no Oeste dos EUA. Depois de consultas dos censos da época e de entrevistas a descendentes de portugueses, conseguiram descrever no livro "Os Portugueses no Faroeste: Terra a Perder de Vista" quem era, de onde vinha e o que fazia esse grupo restrito de portugueses que escolheu emigrar para aquele território.

Quem eram? Houve heróis, dramaturgos, políticos, homens de negócios, mulheres responsáveis pela contabilidade dos negócios dos maridos e de charuto na boca, numa atitude vanguardista para a época. Houve quem se tornasse empresário de sucesso em ramos inverosímeis como a produção de "tamales" - especialidade nunca usada na gastronomia portuguesa -, o comércio de peles ou a exploração mineira. Outros, pastores de profissão, conseguiram, com salários que não iam além dos 25 dólares por mês, poupar o suficiente para investir em rebanhos que ultrapassaram as 30 mil cabeças.

Mais de 60% não sabiam assinar o próprio nome, mas isso não os impediu de fazer fortuna ou de ser bem-sucedidos. "Naturalmente poupados", quase todos arrecadavam dinheiro, ora para comprar uma fazenda, ora para montar um negócio. O açoriano Manuel Lewis (anteriormente Manuel Luiz), por exemplo, começou com um rebanho de 2 mil animais comprado a crédito e chegou a ter o rebanho mais numeroso a sul de Central Valley - 32 mil ovelhas. John Enos - que progrediu de marinheiro a rancheiro e negociante de propriedades - nunca aprendeu a ler nem a escrever; só no final da vida aprendeu a assinar o nome, mas diz-se que "ninguém era capaz de o ler a não ser ele mesmo".

Thomé Luiz de Freitas, açoriano da ilha das Flores, foi o primeiro dramaturgo do Idaho. Antonio Joseph, filho de português nascido em São Miguel, foi o primeiro luso-americano no Congresso: esteve dez anos como delegado do Novo México à Câmara dos Representantes dos EUA. E os Joe tornaram-se figuras omnipresentes nas fronteiras do Oeste: Joe era a alcunha mais utilizada entre os cidadãos lusos, devido a tantos dos seus nomes - José, João ou Joaquim - começarem por Jo.

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Os heróis e os vilões John "Portuguese" Phillips ficou na cabeça dos americanos como o homem que salvou da morte uma guarnição militar na fronteira do Wyoming. Nasceu na ilha do Pico, nos Açores, e não se sabe em que altura o seu nome passou de Manuel Filipe a John Phillips. Depois de 79 soldados e dois civis terem sido mortos numa batalha contra os índios, o português "seco e rijo, de pequena estatura" esgueirou-se do forte e percorreu a cavalo 320 quilómetros debaixo de um pesado nevão. John, que já tinha encontrado um amigo nu com 105 flechas cravadas no corpo, foi o primeiro a oferecer-se para levar uma mensagem ao comandante de Fort Laramie a pedir reforços. Em troca recebeu 300 dólares (o equivalente a 3 mil dólares hoje) e o rótulo de "herói da fronteira do Wyoming".

Já Manuel S. Brazil, natural de São Jorge, experimentou a fama de vilão por ter denunciado Billy the Kid, o mais famoso fora-da-lei de todo o Oeste, que uns viam como herói, outros como bandido. O criador de gado português comprou um rancho por 400 dólares e Billy the Kid - que já era procurado pela justiça por assassínio e roubo de gado e cavalos mas continuava a circular livremente pelo condado de Lincoln - testemunhou o contrato.

O foragido e o português eram amigos, mas na hora H foi John Phillips a explicar ao xerife que andava no encalço do criminoso qual o rasto de Billy the Kid e da sua quadrilha. Em 1881, Kid foi condenado a morrer na forca mas escapou da cadeia depois de matar dois guardas. O xerife voltou a procurar Manuel Brazil na tentativa de obter informações sobre Kid, mas Brazil já estava em paradeiro incerto. Lá ficou até Billy the Kid morrer, temendo a vingança do mais célebre foragido do Oeste Americano.


Notícia: jornal «i».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Carlos César é cá um poupadinho... (I)

O Governo Regional dos Açores gastou em 2008 mais de 2,5 milhões de euros em comunicações de voz e dados (fixas e móveis), revela um relatório do Tribunal de Contas.

Os membros do Governo Regional e o respectivo pessoal dos gabinetes (assessores, adjuntos, chefes de gabinete e secretárias pessoais) têm direito a telemóvel, sem limite máximo de [custos de] utilização. O mesmo acontece com os directores regionais e os assessores de imprensa. Ao todo, o Governo Regional dos Açores tem distribuídos 278 telemóveis pelo seu "staff", mas só alguns têm limites de utilização (que rondam os 25 euros por utilizador).

As despesas com portes de correio, avenças, registos e selos, se fossem somar às chamadas telefónicas fariam aumentar estes gastos dos serviços do Governo Regional para mais de 3,9 milhões de euros em apenas um ano.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores, rádio Atlântida, «Jornal Diário», «Açoriano Oriental» e jornal económico [gratuito] «Oje».

Como sempre e muito prontamente, o Departamento de Propaganda e da Verdade Suprema Cesarista (vulgo GACS) prestou esclarecimentos e justificações(?) sobre estes exorbitantes gastos em comunicações pelo "staff" do Governo Regional neste 4º mandato de Carlos César... ao todo são 278 (duzentos e setenta e oito!) meninas e meninos com telemóvel à custa dos dinheiros públicos!

Alguns efeitos da austeridade do PEC3

A partir do dia 1 de Novembro [hoje], mais de 8.500 crianças açorianas deixam de receber o abono de família e as restantes vão sofrer uma redução de 25% desse apoio social.

Notícia: RTP/Antena 1 Açores.

O mais insólito (ou, se calhar, nem por isso) é o facto da maioria par(a)lamentar socialista na Assembleia Regional ter rejeitado [no passado dia 22 de Outubro] uma proposta apresentada pelo PCP, que defendia que as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo da República não fossem aplicadas no arquipélago; a proposta do deputado regional do PCP pretendia então que a Região rejeitasse qualquer redução salarial ou aumento fiscal das famílias açorianas, mas também cortes no investimento público. Chumbado pel@s "socialistas"!!

Mas... nem passada estava uma semana, lá vieram os sociais "paninhos quentes" da governação xuxialista: (afinal) o Governo Regional diz que irá reforçar o abono de família dos agregados açorianos mais carenciados.
A proposta comunista que foi considerada má pelo grupo par(a)lamentar regional "socialista" (que a chumbou!) poderá ser (em parte) implementada pela governação regional xuxialista, ainda que não se saiba ao certo em que moldes afinal será realizado esse "reforço ao abono de família dos agregados açorianos mais carenciados"...