Reabilitação da derrocada na Fajãzinha
Está quase a fazer quatro anos que houve um grande deslizamento de terras na Fajãzinha, que arrasou parcialmente o centro da freguesia. Não houve vítimas a lamentar, mas sim a destruição de casas, estradas e caminhos. Para além dos danos materiais, ficam sempre os psicológicos. Pior ainda é, no dia-a-dia e ao longo de vários anos, "esbarrarmos" com a destruição feita pela mão do homem, que naquela altura foi necessária.
Na urgência do acesso à freguesia foi aberto um troço de estrada no antigo caminho de calçada, com o nome de Caminho da Cruzinha. Foi entrar por terra adentro, com todo o tipo de máquinas a arrasar tudo o que se encontrava à frente. Nos cerrados que noutros tempos eram de cultivo para sustento de muitas famílias arrasaram paredes que os nossos antepassados construíram com muito sacrifício para defesa dos seus bens e também para ornamentação mais harmoniosa e embelezamento da sua freguesia.
O declive desta estrada ficou tão acentuado que quando descemos atingimos a "velocidade do som". No sentido inverso, só se for com todos os santos e mais um. Que a Senhora dos Remédios nos ajude!
Ao entrarmos na Rua da Falca, está triste e abandonada. É o desalento total! Buracos e pedras na estrada, paredes e entulho empurrados para os cerrados sem qualquer "pudor". Como já referi, há quatro anos foi urgente e necessário, mas, passados estes anos, nada justifica tal abandono!
Por conhecimento em causa própria, não houve qualquer restrição por parte dos proprietários, nem exigiram qualquer recompensa monetária, mas sim o levantamento das respetivas paredes e a limpeza dos terrenos em que houve intervenções.
A freguesia é um presépio vivo vista do Miradouro do Portal, com as suas cascatas, ribeiras com águas tão cristalinas, fazendo parte da Reserva da Biosfera da ilha das Flores, mas ao entrarmos no ramal da Fajãzinha vemos que está em condições degradantes, não é atrativo e em nada condiz com o bom piso das estradas das Flores, desde Santa Cruz, Lajes até à Fajã Grande, para não falar na marginal toda "empernicada" e resplandecente que termina num canto do calhau com pedra bem batida...
Quando houve a derrocada, o ramal da Fajãzinha ficou parcialmente coberto com lamas. Na zona do Espigão há mais de dois anos foi feita a limpeza da estrada, mas o ramal continua interditado (muito embora passe quem quiser, por sua conta e com alguns riscos), não por causa da derrocada, mas pela falta de entendimento ou falta de bom senso por parte das entidades. Atiram de um lado para o outro, mas quem padece são os moradores desta freguesia. Sentem-se todos à mesma mesa, deixem as politiquices de lado, vão para o terreno, ponham mãos à obra, porque a Natureza já fez o seu traçado geológico.
Recentemente, quando choveu 124 litros por metro quadrado, na manhã seguinte passei no ramal para ver se algo de anormal tinha acontecido. Para meu espanto, não aconteceu nada de novo. Se não fosse a monda com mais de meio metro de altura, não se notava que tinha caído tanta chuva.
Querem um conselho? Não façam aquela bacia de retenção na passagem que estava planeada, porque podem ir buscar as lamas e mais água à Boca do Engenho. Façam sim regos de escoamento das águas, desde bem debaixo da rocha para o lado do tanque da água. Aí tem que ter um escoamento que passe por debaixo da estrada, nos aquedutos que lá estão, mas cheios de entulho.
Quando era pequeno, eu e alguns colegas da minha idade passávamos de um lado para o outro só para ter a adrenalina de sentir passar os poucos camiões por cima de nós, mas as águas desaguavam livremente numa pequena grota, que antigamente era o rego de passagem, mas que andava sempre limpo.
Com poucos gastos e muita boa vontade, ponham esse ramal a funcionar. Se é preciso tirar mais uma curva ou entrar mais nuns cerrados, com certeza não vai ser o fim do mundo. Do outro lado, na Rua da Falca e acesso à freguesia, é só levantar as paredes, regularizar o piso, minimizar alguns perigos bem evidentes pela má conceção e, já agora, embelezar um pouco mais os arruamentos. Ficaríamos com mais um acesso livre, que serviria de escapatória a um eventual imprevisto.
Artigo de opinião de João Ventura, originalmente publicado na edição de 6 de Novembro do jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!
3 comentários:
quanto a comentarios esta tudo dito as culpas começam na junta de freguesia e acabam no governo regional por isso nao se faz nada de nada e por ai vamos ficando empatados . quanto a outro assunto muitas pessoas dizem que os se os asseços a freguesia estivessem a funcionar corretamente futuramente se houver alguma coisa que precize de urgencia dariam bastante . so que se esqueçem que um e seguimento do outro e que estao ambos interligados e que vem do mesmo lado e que se aconteçer alguma coisa antes de chegar a qualquer deles ficamos isolados da mesma maneira ou pior ,e pode aconteçer um dia destes , a solição e abrir o ramal ribeira da alagoa cabeçadas cançela tenda ,com este asseço ficariamos com mais segurança e não me inventem historias e historinhas da carouchinha que vai haver mais roubos mais nem sei oque isto e aquilo outro entao as outras freguesias não tem mais que dois pontos de asseço e nao veijo por la pior , porque hade ser pior aqui ? que gentinha estupida e burrinha de mentes fechadas ate pra sua propia segurança .
Bem me admira o que João Ventura diz, mas não mora na Fajazinha pelo que não sabe a história toda. Em primeiro lugar não é certo que toda a gente tenha permitido entrar nas terras. Basta passar naquele acesso e ver que a largura do acesso passa bruscamente a metade do que vem de trás porque um dono de um terreno não deixou entrar. Em segundo lugar mete-se tudo e todo no mesmo saco quanto a não se fazer nada. Não está certo. O ramal da Fajazinha é de gestão do Governo Regional desde a estrada regional até ao Rossio, pelo que o GRA é que tinha de arranjar o acesso e não o fez. Na retirada do entulho rebentaram o caminho todo entre o Rossio e o calhau, e Camara Municipal arranjou-o logo. Agora já não está bom mas na altura ficou. Toda a gente sabe que naquela zona o terreno é mole pelo que não há asfalto que se aguente.
Quem não fez o seu dever foi o GRA, mas o povo da Fajazinha não merece outra coisa. Para eles o PS está logo a seguir à Sra dos Remédios, e depois o GRA que é o PS,cospe-lhes no prato, que é o que fez ao correr com o Zé da Música de deputado, para meter o de Viana. Bem feito.
E falta falar naquilo que à boca pequena na Fajazinha, que é o facto de alguém se ter abotoado bem comas ajudas que vieram dos particulares para a comunidade da Fajazinha.
dixit.
"ponham" "embelezem", "levantem", "tapem", "regularizem", "mondem"......
Quem?
A Junta, a Camara e o Governo?
Numa situação de emergência, onde periga a segurança das pessoas e os bens de cada um, é ou não legitimo entrar, levar à frente, com o propósito de mitigar o problema?
É ou não legitimo por o interesse público à frente de interesses particulares?
O desastre aconteceu na Fajanzinha e todos tem obrigação de participar na solução.
Desde os donos dos terrenos e os que se servem das canadas, até ao colectivo, através da Junta, da Camara e do Governo.
Antigamente como é que era quando as ribeiras saltavam, tornavam rios as servidões, esborralhavam paredes e levavam a terra?
Os donos, com a ajuda dos amigos resolviam.
Ficar de poltrona a exigir que as entidades façam e resolvam, tenham paciência não está certo.
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