domingo, 4 de outubro de 2015

A vila de Santa Cruz

Os Paços do Concelho de Santa Cruz estiveram alojados, pelo menos desde os anos 1700, num edifício de dois andares no lado sul da Praça do Município, actual Praça Marquês de Pombal, onde ficaram até 1855. Depois, Câmara Municipal e Tribunal foram parar em edifícios particulares. Já no século XX, em 1906, a edilidade comprou o edifício onde está hoje instalada, que hospedou também o Tribunal até 1928.

O território do concelho ocupa actualmente cerca de metade da superfície insular, o nordeste da ilha das Flores, com o município de Santa Cruz abrangendo as freguesias de Ponta Delgada, Cedros e Caveira e os lugares de Ponta Ruiva e Fazenda.

Em Janeiro de 1924 aparece a Empresa de Pesca de Baleia Esperança, com duas canoas bem apetrechadas vindas pelo vapor São Vicente. A Fábrica da baleia do Boqueirão, construída entre 1941 e 1944, transformou Santa Cruz na capital da baleação insular, a acompanhar a extraordinária subida internacional do preço do óleo.

O enorme espaço arqueo-industrial do Boqueirão encontra-se hoje à espera do restauro mas a sua comprida chaminé, cachimbo que tantos cachalotes fumou, ainda é avistada com desconfiança pelos cetáceos que frequentam os mares da ilha das Flores. Estes tingiram-se de vermelho pela última vez a 24 de Novembro de 1981, quando o bote do oficial José Jacinto Mendonça Furtado arpoou a vigésima primeira baleia desse ano e a derradeira vítima da baleação florentina.

Os militares franceses da Estação de Telemedidas hoje encerrada (1966-1993) ofereceram aos florentinos a oportunidade de conhecerem uma nova língua (vindo a existir em Santa Cruz das Flores a única comunidade francófona dos Açores), de experimentar novas técnicas de pesca e mergulho e até de aprender algumas artes, como a da pintura sobre seda, semente artesanal francesa que ainda germina em Santa Cruz.

Santa Cruz tem hoje um vasto leque de sugestões para o turista, do alojamento à restauração e às excursões, oferecendo a oportunidade de inesquecíveis dias de lazer, por mar e por terra. Um roteiro histórico e pedestre do concelho guia o visitante pelos espectaculares trilhos do concelho: numa terra onde três décadas atrás ainda não existiam estradas, são estes uma das jóias mais valiosas da coroa. Pode-se começar pela povoação da Ponta da Fajã, antigo "feudo" santacruzense, rumar até à freguesia de Ponta Delgada, a formosa "estrela do norte" insular, e daí descer pelo grande passeio da madrugada até Santa Cruz e seus subúrbios, à Ribeira da Cruz e à Caveira, passando pela Ponta Ruiva e pelos Cedros.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

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