terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Protecção aos sulcos de carros de bois

As relheiras vão ter um plano de proteção nos Açores, de acordo com a proposta da comissão que avaliou este património.

As relheiras são sulcos paralelos deixados na pedra, provocados pela passagem continuada de carros puxados por bois, que durante séculos nos Açores foram o principal meio de transporte de pessoas e de carga no arquipélago. As rodas dos carros de bois, normalmente envoltas em aros de ferro, deixaram marcas mais ou menos fundas, consoante a carga que transportavam, causadas pela quantidade de vezes que passaram no mesmo local, seguindo sempre o mesmo trajeto.

De acordo com o relatório “Inventariação e Proteção das Relheiras dos Açores” estão identificadas 102 relheiras em oito das nove ilhas da Região, com exceção do Corvo.

“As relheiras estão em terrenos agrícolas, muitas vezes pouco acessíveis e, portanto, o plano de proteção significa também a sua valorização, consulta, visitação, visibilidade e enquadramento”, afirmou o diretor regional da Cultura.

Nuno Lopes considerou que “as relheiras não existem por si só”, pelo que está em curso um trabalho de contextualização e explicação histórica da forma como este património contribuiu para o desenvolvimento da economia agrária nas ilhas e as relações entre as pessoas.

Após conclusão do plano de proteção, o documento passará a uma fase de discussão pública para envolver e sensibilizar a opinião pública, dado que as relheiras estão, na generalidade, em locais de pouca acessibilidade, pelo que será necessário obter a anuência dos proprietários dos terrenos e dos agricultores que lidam com este património quotidianamente.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

É uma excelente iniciativa que deve merecer a colaboração de todos os açorianos.Algumas já não estão visíveis, pois as melhorias operadas nos caminhos, ditadas pelo progresso, levaram à sua destruição ou cobertura.É bom que seja rápido, para ainda poder contar com o eventual contributo dos mais velhos que viveram essa experiência e poderem vê-la reconhecida e valorizada. Um povo vive também das suas memórias e é mais uma atracção a oferecer aos que nos visitam.

Anónimo disse...

E uma coisa linda! Enxerguem-se pelintras, enxerguem-se.