sexta-feira, 23 de maio de 2014

Aves marinhas sob várias ameaças

Um técnico da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPeA) alertou para as ameaças que as aves marinhas enfrentam, como as capturas acidentais, a invasão de espécies exóticas ou os resíduos de plástico que ingerem por acidente.

Ao alertar para estes perigos, Nuno Barros realçou que o desaparecimento destas aves resultaria numa rutura no ecosistema: "Há várias ameaças e temos focado a nossa atenção na parte de tentar quantificar e caracterizar as capturas acidentais de aves marinhas por parte da indústria da pesca".

Nuno Barros, que falou por ocasião do Dia Nacional da Biodiversidade, que ontem se assinalou, referiu que falta informação acerca da situação em Portugal nesta vertente e é necessário realizar mais estudos: "O desaparecimento de aves marinhas vai significar uma rutura bastante grande no ecosistema marinho porque há espécies que deixam de ser consumidas, vai passar a haver peixes mais pequenos e o ecossistema pode não dar resposta", salientou.

Os problemas enfrentados pelas aves marinhas passam também pelas espécies invasoras nas colónias de reprodução, tanto no Continente, como nas ilhas e ilhéus dos Açores e Madeira, onde, no entanto, há trabalho feito a nível de controlo destes animais.

E há cada vez mais o problema de lixo marinho, nomeadamente os fragmentos de plástico que acabam ingeridos por acidente pelas aves marinhas, que podem morrer porque estes resíduos não se degradam: "As aves morrem de fome com o estômago cheio de plástico", referiu o técnico da SPEA, realçando ainda a contaminação, já que "os plásticos são como um iman para tudo o que é contaminante".

Restos de redes e resíduos de hidrocarbonetos são outros elementos que põem em perigo as aves marinhas. A nível da União Europeia, as estimativas indicam que morrem em artes de pesca cerca de 200 mil aves devido a capturas acessórias em águas comunitárias.

Mas outros fatores podem pôr em perigo estas aves, como as energias renováveis offshore (no mar), uma questão "ainda potencial, mas urgente", a pressão e perturbação da orla costeira e consequente perda de habitat para nidificação, ou os predadores introduzidos em colónias.

Espécies potencialmente afetadas por alguns destes problemas são o alcatraz, a cagarra, a torda-mergulheira, o airo ou a galheta.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

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