quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pesca com trole é alternativa ao arrasto

Um estudo científico realizado pelo Instituto do Mar (IMAR) do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores conclui que a pesca de palangre "pode ser sustentável" e alternativa à pesca de arrasto.

O trabalho de investigação, publicado na revista «Nature Scientific Reports», revela que os impactos nos ecossistemas do mar profundo "são muito menores" quando é usada a arte de pesca com palangre (com fio) de fundo, em comparação, por exemplo, com a pesca de arrasto.

"Os resultados deste estudo mostram que um lance de pesca com arrasto tem o mesmo impacto no fundo do mar do que 300 a 1.700 lances de palangre", exemplificou Telmo Morato, investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da universidade açoriana, que realça as "diferenças na magnitude" destes dois métodos de pesca.

No seu entender, se for "bem regulamentada" e estiver baseada em artes de linha e anzol, a atividade da pesca de profundidade "poderá ser alternativa" e contribuir para a "exploração sustentável" dos recursos marinhos: "A arte de pesca com palangre de fundo poderá ser uma boa alternativa à pesca de arrasto e pode contribuir para se atingir uma exploração sustentável das pescarias do mar profundo", frisou Telmo Morato.

Esta posição surge na sequência da discussão, entre os membros da comunidade científica, de estratégias que permitam o uso sustentável dos recursos marinhos, minimizando o impacto das atividades humanas e promovendo a conservação do mar. Estes factos são salientados numa notícia alusiva a este trabalho e divulgada pela prestigiada revista científica «Nature».

Cristopher Pham, investigador do DOP e primeiro autor do trabalho, lembra que a pressão das atividades humanas nos oceanos "tem aumentado significativamente nos últimos anos", devido à procura crescente por recursos naturais e minerais, alimentada pelo rápido desenvolvimento tecnológico, que permitiu a exploração em áreas anteriormente inacessíveis: "As atividades humanas (em geral) e a pesca de arrasto de fundo (em particular) estão a ter um impacto devastador nos ecossistemas do mar profundo, alterando a morfologia dos fundos e as suas propriedades físicas, com consequências dramáticas para as comunidades que aí habitam", advertiu o cientista.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Diário dos Açores» e rádio Atlântida.
De salientar também que a organização Shark Project e os operadores de mergulho açorianos querem o regresso das 200 milhas da subzona dos Açores da ZEE (zona económica exclusiva), visando a "paragem imediata" da captura de tubarões na Região.

Saudações florentinas!!

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