sexta-feira, 9 de maio de 2014

Vinte emissoras dão voz às nossas ilhas

Os Açores têm atualmente em atividade 20 rádios em oito das nove ilhas, fenómeno que resulta das caraterísticas do arquipélago e com a importância histórica ao nível da proteção civil, sobrevivendo hoje a maioria delas com dificuldades.

Com maior ou menor dificuldade funcionam atualmente nos Açores cerca de duas dezenas de rádios, quer as chamadas rádios de dimensão regional, quer sobretudo as conhecidas rádios locais”, adiantou José Andrade, antigo radialista e atual deputado do PSD na Assembleia Regional, acrescentando que “muitas delas têm apenas dimensão concelhia ou de ilha”.

A tradição da rádio nos Açores conta já com cerca de oito décadas, sendo que a primeira emissão telegráfica sem fios realizada no arquipélago aconteceu por volta de 1928 em Ponta Delgada, por iniciativa do comerciante Jacinto Pedro Ribeiro.

José Andrade, autor do livro “Aqui Portugal – os primeiros anos da telefonia nos Açores”, argumentou que “por sermos um arquipélago afastado dos grandes centros, com descontinuidade geográfica, dispersos por nove ilhas, localizadas no meio do Atlântico, entre a Europa e a América, os Açores sempre tiveram uma enorme propensão para comunicação social”, assim se explicando o fenómeno, sem esquecer a importância histórica da rádio nas ilhas ao nível de proteção civil.

Em 2013, José Andrade visitou todas as rádios locais dispersas por oito ilhas (a excepção é o Corvo), tendo encontrado “enormes dificuldades”, já que muitas “estão confinadas a um mercado publicitário praticamente inexistente”, mesmo sendo o único órgão de comunicação social da ilha, como acontece com a Rádio Graciosa. “Não têm, portanto, outras receitas próprias que não sejam os apoios oficiais", disse José Andrade, que acrescentou que que "mesmo assim, muitas delas, tiveram de dispensar colaboradores" nos últimos anos, sublinhando que trabalham diariamente para "unir e promover" o arquipélago.

Dados os constrangimentos e a dimensão destas rádios, “muitas delas” integram associações ou grupos nacionais, "para efeitos de transmissão de conteúdos informativos", além de cooperarem com rádios da diáspora, especialmente dos EUA, acrescentou José Andrade.

Com a legalização das denominadas rádios piratas em Portugal no final dos anos 1980, José Andrade disse que se “verificou um crescimento do número de rádios locais nos Açores”, algo que se mantém até hoje um pouco por todas as ilhas e concelhos açorianos “com maior ou menor expressão”.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

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