terça-feira, 11 de novembro de 2014

Há quanto tempo está o orgão de tubos da Matriz de Santa Cruz ao abandono?

O mestre organeiro Dinarte Machado, cujo restauro dos órgãos do Palácio de Mafra foi reconhecido internacionalmente, vê com apreensão o futuro de uma arte e de um património, por falta de formação reconhecida pelo Estado.

Para o mestre, um dos três organeiros existentes em Portugal, o património pode vir a estar "em causa" por falta de especialistas no restauro de órgãos históricos portugueses, cuja escola de organaria cedo se começou a diferenciar da espanhola e de outras europeias, não só pelas técnicas de construção, mas também pela música tocada por esses instrumentos.

"Tenho jovens que se querem formar comigo e aprender a arte da organaria portuguesa, mas qualquer diploma que eu possa passar não tem qualquer validade, porque não tenho essa acreditação do Estado", explica o mestre.

A impossibilidade decorre da legislação, cuja última alteração data de 2009. Apesar de tudo, pela oficina do mestre têm passado muitos aprendizes, mas poucos ficam.

Depois de estudar música, o interesse pela construção dos instrumentos levou Henrique Rodrigues, 24 anos, a deixar a família e o curso superior de música no Porto, para vir aprender, como noutros tempos, com o mestre e já lá vão dois meses: "Deixei tudo para vir investir na formação. Quero ter aqui um percurso, para aumentar o meu currículo gostaria que me passassem um diploma e não ter essa hipótese é um problema", refere desanimado o jovem, que fala com paixão pela arte: "Acho que não gosto, eu amo. Não gosto de fazer sempre a mesma coisa e quando pego num tubo para restaurar... Os tubos têm sempre problemas de gravidade diferente", acrescenta.

"O meu país não tem vergonha que o livro 'O Tratado Prático da Organaria Portuguesa', que vai ser um manual para os estudantes de organaria ou de musicologia, tenha sido feito por um autodidata que não seja reconhecido pelo país?", questiona Dinarte Machado, co-autor desta obra, que reúne os únicos livros publicados sobre o património organeiro português.

Com 27 anos da arte, Dinarte Machado vê-se obrigado a não concorrer a concursos públicos, por não ter uma licenciatura, condição imposta pela legislação a partir de 2015: "É um absurdo", classifica o organeiro, adiantando que os concursos vão ficar desertos, justificando que, por um lado, não existem universidades com licenciatura em organaria em Portugal e na Europa e, por outro lado, Portugal não dá equivalência das competências aos organeiros estrangeiros.

Dinarte Machado já restaurou quase 80 órgãos dos cerca de cem que compõem o acervo histórico português, entre os quais os seis órgãos do Palácio Nacional de Mafra que, ao tocarem em conjunto, são únicos no mundo. Devido ao restauro destes, empreendido ao longo de uma década, foi condecorado pelo Presidente da República e ganhou o prémio internacional Europa Nostra, em 2010.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RTP.Notícias.
Saudações florentinas!!

4 comentários:

Anónimo disse...

é pedir dinheiro ao pereira.

Anónimo disse...

para quando o inicio das obras nas lajes para o posto de socorros. para quando enfermeiro afectivo nas lajes.

Anónimo disse...

o pereira não dá nada , nunca deu nada seu a ninguém , e acha se um senhor das flores e de santa cruz, mas ainda bem que ele está aí por santa cruz porque assim não temos lixo pelo outro lado, não sei o que ele e a corja dele teem feito mas ade ser muito eheheheh

Anónimo disse...

é bom ele não andar pelas lajes senão já tinha sido corrido como alguns que chagava às lages e armavam-se em espertos e eram corridos com fugueiros de incenso e até de Roseira à passagem.