domingo, 31 de janeiro de 2016

Plano de gestão de riscos de inundações

Estão identificadas cinco bacias hidrográficas com maior potencial de problemas nos Açores, entre as quais a ribeira Grande na ilha das Flores.

O Plano de gestão de riscos de inundações dos Açores contempla 28 medidas, cuja execução irá custar 4,5 milhões de euros.

O diretor regional do Ambiente explicou que o documento inclui 10 medidas de prevenção, no sentido de evitar a criação de novos riscos, e oito medidas de preparação, relativas à capacidade de resposta individual. Outras iniciativas dizem respeito à proteção para "reduzir a magnitude das cheias" e consequentemente os danos, e à resposta coletiva de emergência, afirmou Hernâni Jorge.

"As medidas com maior grau de prioridade envolvem o ordenamento adequado do território com riscos de inundação, a manutenção das condições de escoamento dos cursos de água, a melhoria da eficácia dos planos de emergência para este tipo de ocorrências, algumas intervenções corretivas no dimensionamento de passagens hidráulicas e um investimento ao nível da informação sobre os fenómenos hidrológicos e respetivas consequências", declarou o diretor regional do Ambiente.

O responsável esclareceu que as medidas propostas no Plano têm um horizonte temporal até 2021.

Hernâni Jorge informou ainda que no arquipélago foram consideradas "cinco bacias hidrográficas com maior risco, decorrente do seu historial, com reincidências, vítimas mortais ou pessoas afetadas. Estas bacias localizam-se em três ilhas e correspondem à ribeira Grande na ilha das Flores, às ribeiras da Agualva e do Porto Judeu (na ilha Terceira), e à ribeira Grande e à ribeira da Povoação (na ilha de São Miguel)".


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

sábado, 30 de janeiro de 2016

«Brumas e Escarpas» #95

Labuta diária

Na Fajã Grande, comunidade cuja economia dependia fundamentalmente da agricultura e da criação de gado, até à década de 1950 o calendário era profundamente condicionado e estabelecido pelas exigências de uma e outra destas atividades. Assim, o ano como que começava não no dia 1 de Janeiro mas em Outubro, a partir da altura em que se iniciava o novo ciclo agrícola e em que as terras não tinham nada. Era por isso que quem fizesse uma terra de meias, ou a tivesse de renda, se pretendesse terminar o contrato, entrega-la ao dono ou iniciar um novo período de arrendamento ou contrato de meias, devia fazê-lo nos fins de Outubro.

Assim, podia dizer-se que o ano agrícola começava quando se iniciava um novo período de produção, ou seja nos princípios de Novembro, altura em que a agricultura como que estava na sua fase de hibernação. Por estas alturas, pouco mais se fazia do que tratar do gado, preparar a matança do porco e do Natal. Mas iniciavam-se também as novas atividades agrícolas tendo em conta não apenas os ciclos lunares e as marés, mas também uma série de crenças, mitos, tradições e de costumes ancestrais e ainda o clima, o tempo, o vento, o sol, a localização das terras, a sua proximidade do mar, a natureza do terreno, etc, etc. Tudo isto obviamente condicionava e influenciava o ano agrícola.

Em Dezembro e Janeiro o mau tempo que se fazia sentir na freguesia cerceava fortemente as atividades agrícolas. Mas em Janeiro já se preparavam algumas terras, sobretudo as que ficavam mais próximas do mar, limpando, estrumando, transformando-a de modo ao terreno ficar limpo, fofo e sem torrões. Dava-se continuidade ao semear das favas, iniciado em Dezembro pela Senhora da Conceição, plantavam-se couves e cebolinho. Em Fevereiro, com o tempo a melhorar já se cavavam ou lavravam as terras que não tinham forrageiras ou que estavam livres e que recebiam o estrume retirado dos palheiros ou o sargaço armazenado nos lagos, no Rolo da Ribeira das Casas. Nalgumas terras semeavam-se os feijões, as caseiras e os tomateiros, plantavam-se couves. Fazia-se o canteiro para a batata-doce e, no fim do mês, já se plantava alguma rama se a houvesse.

Em Março continuavam-se os trabalhos iniciados em Fevereiro, nomeadamente os respeitantes ao acarretar para os campos o estrume e o sargaço, lavrava-se e cavava-se, preparando-se os terrenos para as sementeiras e plantações para o presente mês e para o seguinte. Já se semeava algum milho nas terras próximas do mar, como Areal, Furnas, Porto, Cambada, Estaleiro, Rego do Burro e outras. Procedia-se, se o tempo o permitisse, às primeiras sachas de algumas culturas já em desenvolvimento. A plantação da bata-doce tinha o seu apogeu nesse mês. Em Abril já se sachava e mondava o milho, enquanto se semeava nas terras mais distantes do mar e que haviam sido trilhadas pelo gado amarrado à estaca, e que antes deveriam ser abertas com o arado de ferro. Estas terras, geralmente não necessitavam de estrume. Semeavam-se batatas. Em Maio dava-se continuidade a tudo isto e já havia muito milho para sachar e abarbar. O mesmo acontecia em Junho, altura em que o milho já deveria estar todo sachado, mondado, desbastado e abarbado. Apanhavam as primeiras batatas que também haviam sido sachadas, mondadas e calçadas. Era preciso também sachar os inhames, apanhar alguns e plantar outros novos.

Em Julho e Agosto, enquanto o milho crescia limpavam-se as terras de mato, ceifando a cana roca e os fetos, assim como as relvas que tinham feitos. Estes eram postos a secar e depois amarrados às mancheias ou pavias, sendo guardados nas casas velhas para servirem de cama para o gado no Inverno. Muito milho ainda era sachado no início de Julho. Setembro era altura de quebrar a espiga ao milho, de o desfolhar sendo as folhas também amarradas em mancheias com folhas de espadana e presas nos milheiros para que secassem. Serviriam de comida para o gado no Inverno. Iniciava-se a apanha do milho nas terras perto do mar. Em Outubro era a apanha do milho, encambulhá-lo e guardá-lo nos estaleiros, arrancar os milheiros e limpar as terras que deviam ser entregues no fim do mês. Era o fim de um ciclo, o ciclo do milho que na verdade dominava todo ou quase todo o ano agrícola. Na verdade era o milho que estava na base da economia da Fajã Grande, nos anos 1950, baseada numa agricultura de subsistência, na qual o cultivo daquele cereal se revelava muito importante, dado que dele dependia a sobrevivência da população.

Toda esta labuta diária, a que se juntavam muitas outras atividades como o cortar lenha, ceifar erva, apanhar incensos, tratar do gado, tirar o leite, limpar palheiros e currais, ir muitas vezes ao leite ao mato, constituía um desmesurado trabalho, um cansativo esforço que no entanto era extremamente compensado com tudo aquilo que as terras davam, nomeadamente o milho, que constituía grande parte do sustento anual de cada família. O milho era pois rei e senhor, servindo inclusivamente como moeda e forma de pagamento. Um dia de trabalho era pago com um alqueire de milho.

Tudo no milho era aproveitado. Em primeiro lugar o produto final, ou seja, o que de mais importante se extraía do milho: a farinha, com a qual se fazia o pão e o bolo, elementos básicos no cardápio alimentar de então. Mas não se ficavam por aqui os lucros e benefícios de tal produção. As maçarocas, quando o milho estava verde e ainda vertiam leite eram cozidas juntamente com as batatas brancas ou assadas no espeto e constituíam um bom e saboroso alimento. Outras vezes os grãos eram torrados, servindo não só para se comer mas para se juntar e moer com o café. As folhas tinham um peso substancial na alimentação do gado no Inverno e as espigas, ainda verdes, também alimentavam os bovinos no Verão; a parte interior da casca das maçarocas, depois de desfiada e alisada, era utilizada para encher os colchões e travesseiros e com a restante também se alimentavam os bovinos; uma parte dos milheiros utilizava-se para fazer o lume em que se cozinhava a comida do porco, enquanto outros eram picados em pequenos pedaços e utilizados para secar o curral do suíno das húmidas imundícies em que era profícuo, graças ao seu desassossegado e hediondo reboliço; os sabugos eram utilizados para acender o lume, para as crianças brincarem e até para limpeza e higiene do rabiosque; uma boa parte das maçarocas, sobretudo aquelas cujos grãos eram mais raquíticos bem como as excedentes da produção da farinha, eram utilizados para alimento das galinhas, do porco e das vacas à engorda e até com os fios da cabeleira que saíam da ponta da maçaroca, depois de secos, se fazia chá, muito recomendado nos achaques dos rins e nas infeções urinárias. Além disso e depois de peneirada, a farinha deixava no fundo da peneira um farelo que era utilizado em parte para engrossar as águas das lavagens do porco e também para alimento das galinhas, fazendo-se com ele uma espécie de bola a que se juntavam couves e cascas de batatas, geralmente cozidas e picadas. Finalmente, com a farinha do milho ainda não seco faziam-se as tradicionais papas grossas.

Daí que toda esta riqueza resultante do cultivo do milho justificasse, durante o ano, um trabalho excessivo e cuidadoso e envolvesse toda a população no seu cultivo, a que dedicava grandes cuidados e gigantescos esforços. O milho era, na realidade, a causa e a razão de tudo, até determinando e delineando o calendário da Fajã Grande, obrigando os seus habitantes a uma árdua e persistente labuta diária.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Lista das espécies e habitats ameaçados

A organização internacional Oceana pediu à Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR) o alargamento da lista de espécies marinhas ameaçadas e que registam redução do número de efetivos.

A lista de espécies marinhas ameaçadas não é atualizada deste 2008 e não inclui 79% das espécies piscícolas reconhecidamente em vias de extinção, explica uma informação da Oceana, que também refere a situação dos habitats cujas espécies têm vindo a diminuir o número de efetivos, como é o caso das florestas de algas marinhas 'kelp'.

A Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas e Vulneráveis contém 52 espécies ameaçadas no Atlântico nordeste, mas a OSPAR apenas se compromete a proteger 11 espécies, segundo a organização internacional dedicada à conservação dos oceanos.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Fecho temporário de trilhos pedestres

O Inverno muito rigoroso que este ano se faz sentir nos Açores provocou danos na rede regional de trilhos pedestres, determinando o encerramento temporário de 13 percursos nas ilhas das Flores, São Miguel e São Jorge.

“São Miguel é a ilha que tem mais danos, com nove trilhos encerrados devido a uma série de derrocadas ou quedas de árvores que se verificaram. Em menor escala estão as Flores e São Jorge, com dois trilhos encerrados em cada ilha”, disse o diretor regional do Turismo.

Nalguns casos é preciso aguardar alguma estabilização dos solos para avançar de “forma segura com as intervenções”, no entanto João Bettencourt disse que noutros percursos “já estão a ser realizadas pequenas limpezas”.

A rede regional de trilhos pedestres conta atualmente com cerca de 80 percursos homologados, estendendo-se por mais de 715 quilómetros de caminhos nas nove ilhas.

Recentemente foram criadas rotas, com o objetivo de fazer uma interligação entre trilhos já existentes. Para o estatuto de grande rota é necessário que o trilho tenha uma extensão superior a 30 quilómetros, estando já homologadas a grande rota do Faial, de Santa Maria, de São Jorge e Graciosa e “está para aprovação a grande rota da ilha das Flores”.

Segundo disse João Bettencourt, “50% ou mais dos turistas que visitam os Açores têm contacto com os trilhos açorianos”, pelo que se trata de um cartaz turístico de “altíssima qualidade”.

Para a associação ecológica Amigos dos Açores há que recuperar “o mais rápido possível” estes trilhos afetados pelo mau tempo, porque a atividade de pedestrianismo, praticada durante o ano todo, permite dinamizar economia local de espaços rurais, através da restauração e comércio.

A manutenção da rede regional de trilhos está divida entre dois departamentos governamentais. Por um lado, a Direção regional do Ambiente, no que diz respeito à manutenção de todos os trilhos em áreas protegidas e ainda a Direção regional do Turismo para os percursos que não passam em áreas protegidas.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Reserva de segurança de farinha e gás

Fundo Regional de Coesão está encarregue de criar uma reserva mínima de gás e farinha na ilha das Flores, para evitar que ocorram mais ruturas de 'stock'.

Tendo em conta as recentes dificuldades em assegurar o normal abastecimento da ilha das Flores, na sequência de condições meteorológicas adversas que impedem por vezes a escala por via marítima, Vítor Fraga encarregou o Fundo Regional de Coesão de encetar diligências para desencadear junto das entidades locais os procedimentos necessários à criação de um 'stock' mínimo de segurança de gás e de farinha na ilha das Flores.

A decisão pretende evitar a rotura destes bens na ilha das Flores quando, por motivos meteorológicos ou técnicos extraordinários, não possa ser garantido o seu normal abastecimento.

Nesse sentido, o Fundo Regional de Coesão já encetou contactos com a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores no intuito de conjuntamente avaliar o melhor local para a instalação de um parque de armazenagem de gás, com um 'stock' mínimo de garrafas de ambas as marcas, a que se possa recorrer quando se verificarem situações que, pela sua natureza, o exijam.

Nos últimos tempos, o abastecimento de gás à ilha das Flores tem sido reforçado mas não produziu na íntegra os seus objetivos, uma vez que o receio da população tem levado à aquisição de garrafas em quantidades acima do que é frequente.

Recorde-se que a portaria 460/2011 determina que em cada habitação só podem ser armazenadas 4 garrafas de gás. Toda e qualquer situação que ultrapasse esse limite, não só configura um incumprimento da legislação como, pela sua natureza, pode fazer perigar a segurança das pessoas. Assim, apela-se à boa compreensão da população para que não se cometam exageros no armazenamento de botijas em casa.

No próximo sábado (dia 30 de Janeiro), o navio Sete Cidades desloca-se à ilha das Flores para repor a normalidade de abastecimento local.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Luís Alves: os sonhos e a vida

Professor, autarca, letrista, músico, actor, homem de família, catequista durante 35 anos, membro do Coro da Igreja de Ponta Delgada e diácono, jogador de futebol, dirigente desportivo, director da Casa do Povo local e ainda do Grupo de Folclore da Casa do Povo da Ponta Delgada das Flores.

Luís Alves vive intensamente a sua vida e o quotidiano da ilha das Flores e em especial da freguesia de Ponta Delgada, onde nasceu há 63 anos. Luís Alves é tudo isto e muito mais... para uma pessoa como este senhor, as minhas palavras são dispensáveis por isso recomendo que deliciem-se com o que ele diz, fala e pensa, sob a batuta de Gabriela Silva.

Os dotes/dons são só para alguns. Este senhor é um desses que eu, incansavelmente, ouço sempre que tenho possibilidade... Parabéns a Luís Alves e que por muitas gerações continue a proclamar o que acredita e a deliciar aqueles que conseguem captar essa mensagem, bem como continue a dar todo o seu conhecimento em prol da cultura florentina.

Obrigado ao professor Luís Alves, à Gabriela Silva pelo empenho e profissionalismo que coloca em prol do projecto Costa Ocidental e à Câmara Municipal de Lajes das Flores pela cedência do espaço onde foi instalado o estúdio para esta gravação. Obrigado a todos os que tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Aumentam denúncias ambientais à GNR

O número de denúncias sobre ambiente comunicadas à GNR nos Açores está a aumentar, chegando no ano passado às 445. Situações relacionadas com o bem-estar animal e animais de companhia lideram o número de casos reportados.

“Há um crescendo de sensibilização ambiental da parte da sociedade e esse facto é visível nas denúncias ambientais que recebemos”, afirmou o comandante territorial da GNR nos Açores, salientando a importância de ser o cidadão a tomar a iniciativa. Segundo João Rodrigues Maia, a esmagadora maioria das 445 denúncias surgiu através da linha “SOS Ambiente e Território” (808 200 520).

As situações relacionadas com o bem-estar animal e animais de companhia lideram o número de casos reportados (273), incluindo-se neste caso as condições de higiene em que vivem ou a falta de vacinação e alimentação, a que se somam mais 50 sobre a detenção de animais perigosos.

Poluição atmosférica (33) e incumprimento de leis sanitárias (32) são outras das áreas de atuação ambiental da GNR com mais denúncias.

O comandante territorial da GNR nos Açores informou que em 2014 o número total de denúncias foi “substancialmente inferior”. João Rodrigues Maia referiu que “as pessoas estão preocupadas com matérias relacionadas com o ambiente”, salientando que no arquipélago, atendendo às características das nove ilhas, “há uma responsabilidade acrescida”.

Assegurando existir por parte da GNR a preocupação imediata de investigar a denúncia, o responsável admitiu, por outro lado, que a atuação desta força policial na área ambiental é “bem-vista e considerada”, ao contrário de outras, como na fiscalização nas áreas da pesca e tributária.

“Não tenho dúvidas de que o aumento das denúncias se deve também ao resultado do trabalho da GNR e à confiança que existe”, declarou o comandante territorial da GNR nos Açores.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio da Manhã».
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domingo, 24 de janeiro de 2016

A morte do jornal «O Monchique»

Foi com muita tristeza que recebi a notícia do fecho do jornal «O Monchique», da ilha das Flores. Dezoito anos foi a sua longa vida, muito jovem para ser de utilidade pública. São muitas as vozes que se calam, para uma ilha que fica tão longe e tão isolada. Só nos resta olhar em frente para o ponto mais ocidental da Europa, que é o ilhéu do Monchique. Já em 2010, no seu editorial, se alertava: "Tudo tem um princípio, tudo tem um fim". O financiamento já se tornava insuportável, por parte dos assinantes que não pagavam as suas quotas, ou por falta de publicidade, mas tudo leva a crer que os fundos estruturais que recebia por parte do Governo Regional, referentes à publicidade institucional, por vezes não passavam dos 55 euros. Só podia dar em doença "oncológica prolongada" para chegar rapidamente à sua morte. Ficou a ilha das Flores sem voz, sem um registo público, mas talvez foi o desejo desses que pensam ser donos dos açorianos, nomeadamente desta ilha da coesão, mas que está cada dia mais isolada... Vou transcrever algumas palavras e o último desabafo editorial do jornal «O Monchique»: "Um dia alguém recordará que O Monchique, para além de ser o ponto mais ocidental da Europa, também foi título de jornal e deixou impressa alguma da nossa história coletiva que ocorreu nos últimos dezoito anos!".

Um bem-haja José António, diretor do jornal «O Monchique».


Opinião de João Ventura, publicada no jornal «Diário Insular».
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sábado, 23 de janeiro de 2016

Combate articulado à praga de ratos

As autarquias dos Açores e o Governo Regional estão a preparar uma atuação articulada no combate à praga de ratos, que em algumas ilhas pode ter populações acima dos níveis desejados.

"Estamos a falar de um problema de saúde pública de nível superior, portanto obriga a uma articulação e a uma integração não só dos municípios com o Governo Regional e com as freguesias para atuação, mas também dentro dos vários níveis de fiscalização do Governo Regional", frisou o presidente da Associação de Municípios dos Açores.

Segundo Roberto Monteiro, embora não se possa afirmar com certeza que houve aumento do número de ratos nos Açores em 2015, a perceção da população é de que o veneno que está a ser distribuído não tem sido eficaz em algumas ilhas.

As autarquias vão começar a distribuir raticida já a partir das próximas semanas e de forma continuada ao longo de 2016, adquirindo produtos com recomendação técnica da Comissão Executiva de Controlo Integrado de Roedores, estando prevista também a formação de corpos técnicos e veterinários dos municípios.

No entanto haverá uma nova modalidade de distribuição de raticida, com uma componente de fiscalização e coordenação, para garantir que a sua aplicação é cumprida.

Para o presidente dos autarcas açorianos, as várias inspeções do Governo Regional terão de fiscalizar de forma articulada o cumprimento dos planos de combate e controle de roedores das estruturas propícias à sua reprodução (como estábulos, pocilgas, fábricas de rações ou unidades de recolha de lixo), porque a legislação existe mas não é aplicada.

Nos últimos 10 anos, o Governo Regional e as autarquias gastaram mais de 6 milhões de euros na aquisição de raticidas, que terão tido consequências sobre o meio ambiente sem os efeitos de combate desejados.

"Neste momento vamos ter que fazer mais uma intoxicação química do nosso ambiente para poder reduzir essa população de ratos, mas simultaneamente temos de entrar com outro processo de médio e longo prazo de controlo equilibrado, de maneira a que a planificação e a ação não passe por intoxicar o resto da vida todo o nosso ambiente, com estratégias que não surtem efeito", salientou Roberto Monteiro.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Candidatura a Melhor Destino Europeu

A Associação Turismo dos Açores apresentou a candidatura da Região ao prémio de Melhor Destino Europeu, sendo o único destino turístico português na edição de 2016.

As nove ilhas açorianas representam Portugal na sétima edição do European Best Destination. O arquipélago dos Açores figura entre um total de 20 candidatos, onde se incluem Viena, Edimburgo, Atenas e Roma. Este galardão é uma das mais conceituadas distinções turísticas internacionais.

O prémio European Best Destination foi criado em 2009 com o objetivo de promover a cultura e o turismo na Europa enquanto destino número um no Mundo e, desde essa altura, a organização European Best Destinations, em parceria com as regiões turísticas participantes e a Rede EDEN, tem procurado promover um melhor entendimento da riqueza, diversidade e qualidade dos destinos europeus, sendo atualmente o principal portal de descoberta da Europa, abrangendo mais de 355 destinos, mais de 2,5 milhões de visitantes, milhares de seguidores nas suas redes sociais e uma cobertura mediática cujo valor ascende a cerca de 26 milhões de euros.

A votação para atribuição deste prémio é aberta ao público em geral e decorre online em www.vote.ebdest.in, até 10 de Fevereiro. O destino turístico mais votado será eleito o 'European Best Destination 2016', beneficiando da elevada exposição mediática associada a esta distinção.

No ano passado foi a cidade de Bordéus que recebeu a honra de ser considerada o melhor destino turístico europeu, no entanto Portugal tem tido a sua dose de sucesso em edições anteriores: a cidade do Porto sagrou-se vencedora em 2012 e em 2014, enquanto Lisboa subiu ao pódio na votação em 2010 e no ano passado.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Observador», RDP Antena 1 Açores e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Autarquias atribuem bolsas de estudo

A maioria dos municípios dos Açores atribui bolsas de estudo para alunos do Ensino Superior oriundos de famílias carenciadas, uma medida “cada vez mais solicitada” face aos “critérios apertados” na atribuição de apoios pelas Universidades.

Das dezanove autarquias açorianas, apenas Ponta Delgada, Vila Franca do Campo, São Roque do Pico e Corvo não atribuem bolsas de estudo para estudantes universitários.

Ao contrário, há mais de duas décadas que o Município de Santa Cruz das Flores tem apostado nesta medida. O autarca José Carlos Mendes adiantou que neste ano letivo foram atribuídas 12 bolsas, salientando que, caso não existisse este subsídio, “a grande maioria dos estudantes universitários não tinha hipótese de estudar”.

No vizinho concelho de Lajes das Flores, a atribuição de bolsas de estudo para alunos carenciados do Ensino Superior é, também, uma forma de reduzir os custos associados à ultraperiferia, assim como uma forma de contornar os apertados critérios das Universidades.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Águas balneares em consulta pública

Tal como acontece todos os anos, encontra-se em consulta pública até dia 31 de Janeiro a lista das Águas Balneares a identificar em 2016 nos Açores.

Esta consulta pública tem como objectivo permitir que os cidadãos se manifestem sobre a proposta de águas balneares, expressando as suas opiniões, sugestões, queixas e comentários.

O director regional dos Assuntos do Mar salientou que a identificação de águas balneares constitui "uma garantia de qualidade destas águas perante a Comissão Europeia".

Nesse sentido, Filipe Porteiro frisou que a inclusão de novas águas balneares nesta lista deve pautar-se por "um compromisso sólido e consistente de manutenção de condições de usufruto das mesmas ao longo dos anos", para assegurar a confiança e garantir a saúde e a segurança dos banhistas: "A qualidade das águas balneares é importante não apenas sob o ponto de vista da saúde pública, mas também porque funciona como um indicador de qualidade ambiental, permitindo o desenvolvimento turístico sustentável”, afirmou.

O director regional dos Assuntos do Mar frisou, no entanto, que “a não identificação de determinadas águas balneares não significa que a sua água não reúne qualidade para a prática balnear”, acrescentando que “significa apenas que as entidades gestoras não desencadearam os procedimentos necessários e previstos na legislação”.


Notícia: «Jornal Diário», «Tribuna das Ilhas» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Falta mão-de-obra agrícola especializada

O mês de Janeiro já vai a meio e é mais do que tempo de começar a pensar em trabalhar a terra para dela retirar o maior proveito possível. Hoje em dia, a pequena produção agrícola assume contornos muito particulares nos Açores.

Por norma, esta economia doméstica é feita também em contexto familiar, constituída por pequenas explorações, que também produzem pouco mas que servem para abastecer muitas famílias e diminuir as despesas.

Os quintais, como sabemos e já várias vezes foi dito, estão a ser aproveitados e algumas autarquias dão terreno para quem não tem um pedaço de terra seu; são as chamadas hortas comunitárias que servem de “pé-de-meia” para quem tem pouco ou muito pouco. Nos vários concelhos, principalmente nas zonas rurais, começam a despertar quintais que parecem jardins, completamente cultivados, outrora ao abandono. Mas nem todos têm apetência para tratar da sua terra e quando precisam de mão-de-obra profissional queixam-se de que existem amadores mas falta mão-de-obra profissional a nível individual e que não estejam só afectos a empresas de jardinagem. Porque tratar a terra, saber cultivar e podar as árvores requer conhecimentos, diz um agricultor.

É da terra que se retiram os alimentos mas para que se possa recolher é necessário semear/plantar. De acordo com o Almanaque, este mês de Janeiro é o mês de preparação das terras para a Primavera. É nesta altura que se começa a lavrar as terras fortes e argilosas destinadas às sementeiras nos campos e deita-se na terra estrumes curtidos. Também neste mês se deve preparar canteiros e talhões para que a terra fique limpa e bem mobilizada e destorroada. Se o terreno da horta está ácido, aplica-se cal.

Aproveite a sua terra para semear repolhos, couve-flor, brócolos, rabanetes (todos os quinze dias), alfaces (em terra forte), favas (abarbai e desbastai as existentes para que fiquem distantes palmo e meio no mesmo rego), ervilhas (vigie-se a praga com cautela), cenouras (a espécie curta e temporã, mas não se deite estrume), espinafres (em regos que distem dois palmos) e ainda se podem plantar alhos e chalotas. Atenção, conforme é referido no Almanaque, se o cebolinho ainda não estiver semeado, não se perca um instante (em regos é melhor que bastos).

Deve-se também lançar tremoço nos pastos. Assim como se deve instalar viveiros de estacas de roseiras e de outros arbustos e árvores de jardim, ao mesmo tempo que deve plantar no lugar definitivo árvores e arbustos ornamentais, em covas abertas com alguma antecedência. Aproveite ainda esta altura para semear e plantar amarílis, begónias, ciclames, crisantemos, ervilha-de-cheiro, gipsófilas, girassol, goivos vermelhos, jacintos, lírios, que na Primavera vão decorar os seus jardins e quintais e lançar um perfume fabuloso.

Note que também deve dar atenção às zonas que envolvem a terra. O Almanaque lembra que os passeios devem ser mondados, rapados e encascalhados de novo e as margens da relva cortadas com esmero. Em relação aos arbustos, deve concluir a plantação quanto antes. Se o frio não for intenso, podai algumas fruteiras (não podar em demasia): laranjeiras, figueiras, ameixieiras, pereiras, damasqueiros, macieiras, entre outros.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
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domingo, 17 de janeiro de 2016

PCP contesta plano de gestão de resíduos

Aníbal Pires denunciou uma política ambiental mais interessada em queimar lixo para produzir electricidade e em cobrir com terra os problemas ambientais que não quer resolver, do que em atingir metas de redução de resíduos.

O deputado regional do PCP elencou uma série vasta de problemas, que vão desde a falta de discussão pública e participação das associações ambientalistas, às velhas lixeiras que mesmo seladas continuarão a contaminar o subsolo, aquíferos e águas costeiras, ao surgimento de novas lixeiras a que os Serviços de Ambiente fazem "vista grossa", passando também pelos custos, de valor desconhecido mas certamente elevado, do transporte de resíduos para incineração na Terceira e São Miguel, a que se somam os próprios custos da Entidade Reguladora (ERSARA), atrás da qual o Governo Regional se esconde, cujo objectivo de "normalização tarifária" é na prática o de pôr os açorianos a pagarem este caríssimo negócio, sem resolver os problemas ambientais dos Açores.

Notícia: "sítio" da CDU Açores.
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Vítima mortal por falta de condições para evacuação médica devido ao furacão Alex

No balanço final da passagem do furacão Alex pelos Açores, o Serviço Regional de Protecção Civil regista “e lamenta” uma vítima mortal na ilha das Flores.

A residente na ilha das Flores não pode ser evacuada por causa das condições atmosféricas e acabou por falecer após paragem cardio-respiratória. Na noite de quinta-feira foram recebidos “quase em simultâneo” dois pedidos de evacuação. O primeiro foi às 20h54, feito pela Unidade de Saúde de Ilha de São Jorge. Às 21h00 chegou o pedido da Unidade de Saúde das Flores.

A primeira evacuação, em São Jorge, “foi efectuada de imediato pela Força Aérea Portuguesa (FAP) para a Base das Lajes, na ilha Terceira”. O segundo pedido de evacuação já não foi possível efectuar porque “devido à aproximação do furacão Alex, a FAP considerou não estarem reunidas as condições de segurança para voar para a ilha das Flores”. Entretanto, por volta das 3h55m foi feito mais um novo pedido de evacuação por parte da Unidade de Saúde da ilha das Flores, referente a outro doente. Enquanto se aguardava pela melhoria das condições atmosféricas, “o médico da USI das Flores foi sendo devidamente acompanhado pelo médico regulador do Serviço de Protecção Civil e pelo médico da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital da Horta, através dos sistemas de telemedicina e telemonitorização”.

O comunicado emitido pelo Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores adianta que “pelas 11h10, as operações da Base Aérea 4 informaram o SRPCBA que estavam reunidas as condições para que o helicóptero se deslocasse à ilha das Flores, tendo sido desencadeada a evacuação” mas já não foi possível transportar a paciente que acabou por falecer às 14h00. O doente do pedido efectuado às 3 da manhã foi “foi evacuado das Flores às 16h49” para o Hospital de Santo Espírito.


Notícia: «Correio dos Açores», «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Três ilhas açorianas Reserva da Biosfera da UNESCO... mas nenhum jornal local

Flores, Graciosa e Corvo. Três das menos populosas e mais envelhecidas ilhas açorianas não têm qualquer jornal impresso localmente.

Nos Açores, arquipélago com longa tradição ao nível da imprensa escrita, há três das nove ilhas sem qualquer jornal impresso, tendo a último título encerrado em Dezembro na ilha das Flores por falta de publicidade.

“Nos Açores, desde a introdução da imprensa, que ocorreu durante as lutas liberais, houve de facto uma grande profusão de jornais, de variada tipologia, desde informativos aos satíricos, religiosos, culturais e políticos”, afirma Susana Serpa, historiadora e docente na Universidade dos Açores, acrescentando que apenas o Corvo, a mais pequena ilha da Região, “nunca chegou a ter imprensa”.

O último título a encerrar, em Dezembro passado, foi o jornal mensal publicado na ilha das Flores «O Monchique», após 215 edições ao longo de 18 anos, uma decisão que causou várias manifestações de pesar por se tratar do único jornal publicado nesta ilha do grupo ocidental do arquipélago.

“A imprensa na ilha das Flores tem 130 anos de história, com mais de 20 títulos publicados, dos quais apenas três, incluindo «O Monchique», no concelho de Lajes das Flores”, disse José Corvelo, antigo diretor e proprietário deste jornal, um projeto familiar que “se tivesse empregados já tinha fechado há mais tempo” devido à falta de publicidade. José Corvelo, bancário de profissão, explicou que o encerramento do jornal se deveu à falta de publicidade, mas também algum desinteresse dos assinantes e algum cansaço dos proprietários.

A historiadora Susana Serpa adiantou que alguns dos títulos já publicados nos Açores tiveram uma vida “muito efémera”, tendo sobrevivido durante algum tempo essencialmente devido “aos assinantes, à publicidade e à força de vontade dos seus proprietários e editores”, pois “os jornais acabavam por ser uma voz das localidades, das populações e das próprias periferias”.

“Ao longo do século XX houve uma redução gradual do número de jornais. Já com a Primeira República os jornais diminuíram consideravelmente. Houve um encarecimento no preço do papel, das tintas, as próprias Guerras Mundiais afetaram muito a imprensa e a sobrevivência dos jornais”, referiu Susana Serpa.


Notícia: «Diário de Notícias» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Ricardo Henriques, uma vida eclesiástica

Ricardo António Henriques nasceu a 15 de Julho de 1960 na freguesia da Fajãzinha, concelho de Lajes das Flores. Após o ensino primário entrou para o Seminário do Colégio do Santo Cristo em Outubro de 1971, tendo ingressado no Seminário Episcopal de Angra em 1976 onde concluiu o sexénio filosófico/teológico em 1984, ano em que foi ordenado sacerdote a 8 de Julho na Igreja Matriz de Santa Cruz das Flores.

Ainda em 1984, Ricardo Henriques foi enviado pela Diocese para Roma onde concluiu o curso de jornalismo e no ano seguinte frequentou a escola Tommaso Ludovico da Vittoria, associada ao Instituto Superior de Música Sacra. Concluiu em Setembro de 1994 o primeiro curso nacional de Música Litúrgica, como diretor de Coro, que decorreu em Fátima promovido pelo Centro Nacional da Pastoral Litúrgica. De 1986 a 1988 foi capelão militar na Escola Prática de Cavalaria e no presídio militar em Santarém. Regressado à Diocese lecionou no Seminário Episcopal de Angra e foi coordenador do programa da Diocese na RTP/Açores: «Diálogo».

De 1996 a 1998 frequentou a Pontifícia Universidade Gregoriana e o Pontifício Instituto Bíblico, concluindo a licenciatura canónica em Teologia Bíblica. Em Dezembro de 1998 retomou a lecionação no Seminário Episcopal de Angra e na Escola Secundária padre Jerónimo Emiliano de Andrade. Desde 2005 até ao presente é secretário do Seminário Episcopal de Angra e membro da Equipa Formadora desde 1999. Desde Setembro de 2000 até 2007 foi diretor do Serviço de Apoio à Pastoral dos Meios de Comunicação Social e coordenador do programa da Diocese na RTP/Açores: «Reunir».

De 1993 a 2008 foi pároco no Posto Santo (Angra do Heroísmo), de 2008 a 2014 na paróquia de Nossa Senhora de Belém (Terra Chã) e desde Setembro de 2014 é pároco in solidum da Sé.

Para além de tudo isto, Ricardo Henriques é o responsável pelo Coro Tibério Franco-Terra Chã (da ilha Terceira) desde Outubro de 1990. Mas para ficar a saber ainda mais deste ilustre florentino, nada melhor que ver e ouvir este trabalho sob batuta de Gabriela Silva.

Obrigado ao cónego Ricardo António Henriques, pela prontidão/colaboração que demonstrou para com a Costa Ocidental. Obrigado à Gabriela Silva pela magistral condução nas entrevistas e pelo empenho e profissionalismo que coloca no projecto da Costa Ocidental. Obrigado a todos os elementos do Coro Tibério Franco - Terra Chã. Obrigado a todos os que, de uma forma ou de outra, tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Noite de forte ventania causou estragos

Chuva e ventos fortes provocaram estragos em casas na costa oeste (Fajã Grande e Fajãzinha), esta madrugada.

O presidente da Câmara Municipal das Lajes referiu que o mau tempo registado esta segunda-feira à noite provocou prejuízos em coberturas, portas e janelas de habitações da freguesia da Fajã Grande, não tendo sido necessário o realojamento de pessoas. Segundo Luís Maciel, algumas estradas do concelho das Lajes ficaram também obstruídas devido à queda de árvores, situação já ultrapassada.

"Só em Dezembro de 1995 há memória de uma noite assim", dizem testemunhas ouvidas esta manhã pela RTP Açores. A ilha das Flores ainda está sob o efeito do mau tempo. Não há telefones, nem telemóveis a funcionar e as Obras Públicas estão desde madrugada a tentar desobstruir estradas. O autocarro não pôde fazer a ligação entre a Fajã Grande e as vilas de Santa Cruz e das Lajes.

Estão já no terreno elementos das Direções regionais das Obras Públicas e Comunicações, do Ambiente e da Solidariedade Social para fazer um primeiro levantamento dos estragos.

O diretor regional das Obras Públicas e Comunicações irá deslocar-se à ilha das Flores na próxima oportunidade de ligação aérea, para se inteirar da situação. De momento são conhecidos estragos em telhados de algumas casas na Fajãzinha e na Fajã Grande, devido ao forte vento que se fez sentir.

Os cursos de água estão também a ser monitorizados, mantendo-se os seus caudais dentro dos limites aceitáveis.


Notícia: RTP Açores, «Açoriano Oriental», TVI 24, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
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Município de Lajes das Flores quer reforçar apoios ao emprego em 2016

A Câmara Municipal de Lajes das Flores anunciou que vai dar prioridade ao reforço dos apoios à criação de emprego e aos empresários e agricultores locais.

O Orçamento da autarquia para 2016 ronda os 3,5 milhões de euros, mas continua marcado pela "restrição financeira" decorrente de dívidas contraídas pelo anterior elenco camarário da responsabilidade do PSD.

Luís Maciel, atual presidente do Município, explicou que, neste cenário, as principais prioridades da autarquia vão para o emprego e para o apoio aos principais setores de atividade do concelho, o mais ocidental da Europa: "Damos uma grande prioridade aos programas de emprego do Governo Regional, que pretendemos reforçar", destacou o autarca socialista, acrescentando que a Câmara Municipal das Lajes vai também apoiar "os empresários locais e os agricultores".

Sem grandes investimentos programados para o presente ano, o Município das Lajes mostra também particular preocupação com os problemas sociais, num concelho onde residem apenas cerca de 1.500 habitantes, divididos por sete freguesias: "Também as políticas sociais têm um papel muito importante, quer através de vários regulamentos e ações que têm sido implementadas pelo Município, quer com a parceria que temos vindo a desenvolver com outras instituições e entidades, nomeadamente, as IPSS", explicou Luís Maciel.

A Câmara Municipal das Lajes vai também reduzir os impostos municipais em 2016, nomeadamente o IRS e o IMI, e tentar realizar algumas obras de vulto, que estão dependentes, no entanto, da obtenção de fundos comunitários: "Estamos a trabalhar nalgumas candidaturas que estão abertas, na área da modernização administrativa, do plano de emergência municipal e do plano de regeneração urbana, aqui no centro da Vila, e também temos projetos que gostaríamos de implementar, como a recuperação de um Centro de acolhimento e a construção de uma Incubadora de empresas", adiantou o autarca.

O Plano e Orçamento do Município de Lajes das Flores foram aprovados apenas pela maioria socialista, ao passo que os vereadores do PSD se abstiveram, sem, no entanto, fazerem muitas críticas aos documentos: "Nós não temos agido como força de bloqueio! É uma posição de abstenção porque este não é o nosso Orçamento, é o do PS, mas cá estamos para colaborar e melhorar ao longo de todo o caminho aquilo que nos for solicitado", disse Alice Ramos, vereadora social-democrata.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Abastecimento de água e zonas de lazer são prioridades de Santa Cruz para 2016

A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores definiu como prioridades a substituição da rede de abastecimento de água no concelho e a construção de novas zonas de lazer.

Segundo o presidente José Carlos Mendes, no presente ano está prevista a construção de novas redes de abastecimento de água às freguesias da Caveira e dos Cedros e ao lugar da Ponta Ruiva, bem como a construção de novas zonas de lazer.

"A construção de uma Incubadora de empresas, a reabilitação do edifício do antigo Tribunal, a construção de uma zona balnear na Poça das Salemas, e de um parque de campismo e de lazer em Santa Cruz" são outras das obras previstas pelo executivo camarário.

O autarca socialista lembra, no entanto, que a Câmara Municipal de Santa Cruz tem um orçamento limitado, que ronda 3 milhões de euros, e que grande parte dos investimentos previstos depende da aprovação de candidaturas a fundos comunitários.

Apesar disso, José Carlos Mendes não esquece o apoio social e a necessidade de ajudar as famílias, sobretudo as mais necessitadas, razão pela qual o Município decidiu também baixar alguns impostos: "Este Plano e Orçamento vêm também permitir baixar os impostos municipais, nomeadamente o IRS em 1% e o IMI em 10 a 20%", destacou o autarca.

O Plano e Orçamento do Município de Santa Cruz das Flores foram aprovados apenas pela maioria socialista, contando com a abstenção do vereador da coligação PSD/CDS-PP, que alega que os documentos contêm antigas promessas não cumpridas: "Este executivo já está na autarquia há dois anos e ainda não conseguiu pôr nenhum dos seus projetos em marcha, nem aproveitar nenhum financiamento do quadro europeu", apontou William Braga. No entender do vereador da oposição, a autarquia dificilmente conseguirá realizar as obras previstas para 2016, razão pela qual considera que este Plano e Orçamento são "uma perda de oportunidade para desenvolver o concelho".


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
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domingo, 10 de janeiro de 2016

Transformar cana-roca dando-lhe valor

O projecto Fibrenamics Azores vai transformar a fibra de cana-roca em produtos de alto valor acrescentado.

Criada na Universidade do Minho, a Fibrenamics - plataforma de desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras - já estendeu a sua actividade aos Açores. Os materiais fibrosos são vistos em alguns casos como alternativa ao aço, à madeira ou ao plástico, que podem ser usados em construção de barcos, casas, estabilização de taludes ou produtos para a saúde. A vantagem é que são naturais e amigos do planeta.

Em entrevista ao jornal «Correio dos Açores», Raul Fangueiro, responsável máximo pelo projecto, refere que “a Fibrenamics Azores tem como objectivo promover projectos de investigação e desenvolvimento, valorizando o tecido empresarial açoriano, os recursos endémicos açorianos, catapultando assim os Açores como zona científica internacional de excelência para a inovação e desenvolvimento de materiais e produtos com base em fibras”. A conteira será a base do primeiro grande projecto, de forma a transformar esta planta invasora num produto de valor acrescentado.

O projecto Fibrenamics Azores passa pela implementação de um Centro de Investigação em Materiais Avançados, com sede nos Açores. Já foram iniciados os trabalhos com a Universidade dos Açores, no sentido de valorizar e potenciar a fibra de conteira. Este é um projecto que irá permitir transformar esta fibra em produtos de alto valor acrescentado.

No que se refere aos projectos âncora do Centro de Investigação em Materiais Avançados, estes focam-se em três áreas distintas. Na exploração de fibras naturais existentes na Região, permitindo assim a sua extracção, tratamento e valorização. Na valorização de resíduos, sejam eles de origem mineral, vegetal, polimérica ou metálica, transformando-os em produtos de alto valor acrescentado em setores também eles diferenciadores. Por fim será dada particular importância à exploração do basalto, em abundância na Região, no sentido de efectuar a sua transformação em materiais fibrosos. Estes serão utilizados como matéria-prima para o desenvolvimento de várias sub-áreas de tecido económico.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
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sábado, 9 de janeiro de 2016

Jornal americano destaca os Açores

O que diz o «Washington Post» sobre os Açores? "Paraíso exótico" e "Éden intocado" são apenas dois exemplos.

A jornalista Jeanine Barone mostra mais uma vez a sua paixão pelos Açores, agora num artigo publicado no «Washington Post». "Um paraíso indomado a apenas algumas horas de avião dos Estados Unidos" é o título da peça.

Neste artigo a jornalista norte-americana fala das qualidades e características do arquipélago, que se mantêm inalteradas pelo tempo. Um "Éden" de praias de areia preta, cascatas grandiosas, lagos e estradas ladeadas por hortênsias, que levam a povoados típicos do Velho Mundo, são mais algumas ideias.

Há ainda referência às crateras, aos géisers e às águas termais das ilhas açorianas, que ganharam novas acessibilidades turísticas com os voos de companhias low cost, como refere Jeanine Barone.


Notícia: TSF - Rádio Notícias e jornal «Diário Insular».
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Imagem Peregrina visita ilha das Flores

Chegou ontem à noite ao arquipélago a Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que deixou o Santuário em Maio de 2015 para durante dois anos visitar todas as dioceses de Portugal. Deverá chegar à ilha das Flores no dia 2 de Fevereiro.

A Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima entrou na Região por Santa Maria, primeira ilha a ser descoberta e onde foi construída a primeira ermida portuguesa dedicada a Nossa Senhora de Fátima, fora da Diocese de Leiria-Fátima, em 1928.

O bispo de Angra preside às cerimónias de acolhimento e de despedida, enquanto o bispo coadjutor acompanhará o périplo da Imagem peregrina pelas ilhas. Assim, João Lavrador ficará a conhecer a ilha das Flores de 2 a 5 de Fevereiro, sob o lema «Dar de beber a quem tem sede».

É a terceira vez que os Açores são visitados pela Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, depois das décadas de 1950 e 1980. As dezasseis Ouvidorias açorianas vão acolher a Imagem de 7 de Janeiro a 28 de Fevereiro.


Notícia: «Diário Insular» e «Diário dos Açores».
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Alunos transformados em "caça faturas"

Governo Regional iniciou um programa nas escolas do arquipélago onde os alunos se predispõem a ser agentes "caça faturas" para combater a economia paralela nos Açores.

“Este programa educacional visa estimular comportamentos e atitudes que, no futuro, possam potenciar uma redução dos níveis da economia paralela na Região, que são bastante elevados”, disse o inspetor regional das atividades económicas.

As ações de sensibilização, no âmbito do plano de combate à economia paralela, têm por objetivo que os estudantes sensibilizem as suas famílias a tomarem consciência da importância de pedir sempre faturas. O inspetor regional das atividades económicas acrescentou que o programa "compreende 5 sessões", uma das quais plenária, a que se seguem mais 4 ações em contexto de sala de aula com jogos.

Paulo Machado adiantou que a ideia “é abranger o máximo de escolas” açorianas, embora para já o plano preveja apenas ações na ilha de São Miguel. Segundo o responsável, “um estudo de 2013 apontava que cerca de um terço daquilo que se produz na Região está relacionado com a economia paralela”, números que classificou como “muito significativos e bastante superiores relativamente ao Continente”.

A diretora regional da Educação sublinhou a importância de aliar o setor a esta problemática, frisando a importância de preparar “futuros cidadãos, que podem ser decisivos para a mudança de comportamentos. Estamos a preparar futuros cidadãos que podem influenciar os seus pais, as suas famílias, os adultos com os quais se relacionam e já temos boas experiências de campanhas semelhantes que resultaram muito bem a partir da formação das nossas crianças”, disse Fabíola Cardoso, exemplificando com campanhas relativas ao ambiente.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário Económico».
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Benfica poderá vir à ilha das Flores

Na próxima segunda-feira o Fazendense defronta a equipa da Granja, na terceira eliminatória da Taça de Portugal em futsal. O vencedor desse jogo irá receber o Benfica no sábado seguinte (dia 16).

A ida do Grupo Desportivo Fazendense à cidade da Maia estava agendada para 19 de Dezembro, mas esse jogo foi adiado devido ao cancelamento de voos por causa do mau tempo. A equipa da Associação de Moradores da Granja (da divisão de elite do Porto) irá enfrentar o GDF na próxima segunda-feira (dia 11), assim se encerrando a terceira eliminatória da Taça de Portugal.

O sorteio da quarta eliminatória da Taça de Portugal ditou que o vencedor do jogo Granja vs Fazendense irá receber a equipa do Sport Lisboa e Benfica, actual campeã nacional de futsal. Esse jogo está agendado para o dia 16 (sábado).

Na Série Açores da Segunda Divisão nacional de futsal, a equipa do GDF encontra-se numa confortável terceira posição classificativa, contando ainda com um jogo em atraso. No próximo sábado (dia 9), o Fazendense recebe o Clube Escolar de Vila Franca do Campo, em jogo a contar para a nona jornada.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Assembleia Regional “aproxima” idosos do Grupo Ocidental na celebração de Reis

A recepção de Natal da presidente da Assembleia Legislativa Regional, que deveria ter acontecido no dia 18 de Dezembro, transformou-se devido ao mau tempo numa celebração de Reis, ainda enquadrada na época natalícia mas já com as boas-vindas ao recém-iniciado ano de 2016.

Os convidados especiais foram idosos das ilhas mais ocidentais dos Açores – Flores e Corvo – que manifestaram grande contentamento em integrar esta viagem nas suas atividades sociais e começar assim o novo ano com esperança de valorização dos seus saberes e dos seus percursos.

Falaram das suas ilhas e das suas freguesias com grande apego, trocaram informações, reviveram com alegria recordações e atividades atuais nas conversas que uniram servidores do Estado, empresários, artesãos, domésticas e trabalhadoras do setor privado à presidente da Assembleia Legislativa Regional num dia diferente, do qual permanecerão as lembranças das fotos e o carinho com que foram acolhidos.

Este sentimento foi transmitido a Ana Luísa Luís, que por sua vez agradeceu aos presentes a valentia de atravessarem os ares para virem conhecer a sede da Assembleia Regional e a residência oficial, onde foram servidos um almoço e um lanche bem como uma tarde musical animada pelo grupo faialense Mater Dei Juvenil, privilegiando uma vez mais a intergeracionalidade nas iniciativas da instituição parlamentar.


Notícia: «Correio dos Açores» e jornal online «+central».
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

PCP questiona Governo sobre manobras de aeronaves militares que assustaram

António Filipe, deputado do PCP na Assembleia da República, questionou o ministro da Defesa sobre a realização de manobras de aeronaves militares sobre a ilha das Flores que, em voo supersónico, provocaram enormes estrondos, causando justificado alarme entre a população.

O PCP quer saber se o Ministério da Defesa tinha conhecimento da realização destas manobras e que diligências foram tomadas para evitar a perturbação e o alarme das populações.


Notícia: "sítio" da CDU/Açores.
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domingo, 3 de janeiro de 2016

Condicionantes económicas levaram ao encerramento do jornal "O Monchique"

O Grupo Ocidental está sem jornal. "O Monchique" chegou ao fim depois de 18 anos de atividade.

Fechou portas o único jornal do Grupo Ocidental. "O Monchique", mensário dirigido por José António Corvelo, tinha 18 anos, feitos no passado mês de Dezembro. Terminam, assim, 130 anos de história de imprensa escrita na ilha das Flores.

"Procurámos estar sempre presentes nos vários acontecimentos para os quais fomos convidados e se ausências houve deveram-se a problemas de horários ou impedimentos pessoais. Nunca tivemos jornalistas ou funcionários a tempo inteiro, porque se os tivéssemos, já teríamos desaparecido há mais tempo. Fizemo-lo pela ilha; por estas duas ilhas", escreve, no seu último editorial, o diretor do jornal, para quem o encerramento d' "O Monchique" constitui o fecho de um ciclo na ilha das Flores.

Segundo o responsável, o desaparecimento do jornal está relacionado com condicionantes económicas: falta de publicidade e falhas nos pagamentos dos assinantes. Para dar a volta ao problema, "O Monchique" diz ter procurado ajuda junto das entidades públicas - na maioria dos casos, sem sucesso. "Até ao fecho desta última edição demos conta às duas autarquias da ilha do nosso propósito. Apenas a autarquia das Lajes se mostrou disponível para rever o número de publicações da sua página, embora ambas, na pessoa dos seus presidentes, tenham manifestado pena com o desfecho que apontámos para esta altura. Também demos conta ao departamento do Governo Regional que tem a responsabilidade da área da comunicação social, mas não tivemos resposta até à data", pode ler-se.

Há, contudo, outro motivo para o fecho, que tem que ver com a substituição da imprensa escrita pelas novas tecnologias.

Ainda assim, "O Monchique" diz esperar que outros projetos na área da imprensa possam surgir no Grupo Ocidental, liderados, nomeadamente, por gente nova e formada. É que os jornais, refere José António Corvelo, são repositórios da memória coletiva: "Há por aí muita gente jovem com formação superior nesta área que poderá fazer algo muito melhor. Fica o apelo. Os jornais são pedaços da nossa história coletiva que deixamos para as gerações vindouras. São registos que não têm preço, não têm dono. Têm sobretudo o cunho de homens e mulheres que dedicaram algum do seu tempo para que a nossa história não se perdesse. Quando houve alturas em que não havia imprensa escrita na ilha das Flores, ocorreram períodos da nossa história coletiva que se perderam no tempo e deles pouco se sabe. Está provavelmente nas suas mãos que isso não venha a acontecer", escreveu José António Corvelo.


Notícia: jornal «Diário Insular».
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sábado, 2 de janeiro de 2016

«Brumas e Escarpas» #94

O primeiro dia do ano na Fajã Grande na década de 1950

O primeiro dia do ano, ou dia de Ano Novo, sobretudo para as crianças, na Fajã Grande nos anos cinquenta era um verdadeiro dia de festa. A última noite do ano, no entanto era como todas as outras. Destinada ao sono. No entanto, antes de adormecer, as crianças ouviam todos os anos uma curiosa lenda, segundo a qual à meia-noite no Outeiro, junto à cruz, o Ano Velho e o Ano Novo travavam uma árdua luta, com o objetivo de decidirem entre si quem ficaria a mandar no próximo ano: se o Ano Velho, se o Ano Novo. Assim adormeciam nas suas camas de palha e casca de milho, uns agarrados aos outros, muito bem cobertos e caladinhos, com os olhitos muito arregalados por fora dos cobertores, com os ouvidos à escuta, a tentar descortinar algum ruído ou barulho indicador da luta e a desejar que fosse o Ano Novo a vencer. E não é que tinham uma sorte danada, pois no dia seguinte de manhã, ao indagar junto dos adultos quem teria sido o vencedor, havia sempre uma fonte fidedigna que jurava que tinha sido o Ano Novo a vencer a peleja. Outra lenda, esta mais destinada aos adultos, era a de que tudo o que acontecesse neste dia havia de acontecer durante todos os dias do ano. Assim quem trabalhasse neste dia havia de trabalhar todos os dias do ano, pelo que este dia deveria ser um dia de descanso.

Mas a grande festa era de tarde. Depois da missa e do jantar, sempre melhorado nesse dia com galinha guisada, inhames, linguiça e torresmos, as crianças que nos dias anteriores haviam formado grupos e ensaiado os cânticos adequados, percorriam todas as ruas da freguesia a cantar os Anos Bons, junto das portas de quase todas as casas, exceção para as que estavam de luto ou tinham algum enfermo em estado grave. Em cada grupo havia um chefe ou líder que tinha como funções principais formar, preparar e liderar o grupo e ainda a de receber o dinheiro e no fim o dividir, equitativamente, por todos os membros do grupo. Durante a tarde do dia de Ano Novo lá iam pelas portas das casas, tocando gaita, ferrinhos e cantando, a fim de que a dona da casa desse uma moedita ou um copinho de licor ou uns figos passados.

Chegados junto à porta da sala de cada casa cantavam:


Anos Bons e tão Bons Anos,
Deus vos dê de melhorados,
Tudo isto passou Cristo
Perdoai nossos pecados.

Ó senhora dona da casa
Raminho da salsa crua
Lá aos pés da sua cama
Nasce o Sol e põe-se a Lua.

Se a porta se abria logo, sinal de que a dona da casa daria alguma coisa, cantavam esta quadra:

A senhora Mariquinhas
Assentada na cadeira
Parece um botão de rosa
Apanhado na roseira.

Se a porta demorava em abrir-se ou nem se abrisse, sabendo o grupo que a dona estava em casa, cantava:

Ó senhora Mariquinhas
Coração de pedra dura,
Venha-nos abrir a porta
Estou co’a mão na fechadura.

No fim do dia, já ao anoitecer, o chefe de cada grupo dividia o dinheiro, equitativamente por todos. Geralmente dava mais do que um escudo a cada um, o que já era muito bom! Cada qual ia comprar um chocolate por vinte centavos e guardava o restante para o dia da Festa da Senhora da Saúde.

Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Incumprimento no transporte marítimo de mercadorias para a ilha das Flores

PSD/Açores denunciou que as obrigações de serviço público do transporte marítimo de mercadorias “não estão a ser cumpridas”, o que está a causar “elevados prejuízos” à economia da ilha das Flores.

“A ilha das Flores deveria ter sido escalada no dia 16 de Dezembro; no entanto só foi escalada a 22 de Dezembro. E deveria ser novamente escalada a 30 de Dezembro, mas tal só vai acontecer a 13 de Janeiro. Diz-se que poderá ser escalada 6 de Janeiro, mas sem qualquer garantia. Por causa desta situação, o gado bovino que deveria ser exportado a 16 de Dezembro só vai sê-lo em Janeiro, o que leva a que as explorações agrícolas apenas venham a beneficiar das ajudas europeias em 2017”, afirmou o deputado Bruno Belo.

O parlamentar social-democrata salientou que também a Associação Agrícola da ilha das Flores “está neste momento em rutura de ‘stock’ de alimentos para gado bovino e suíno”. Além disso, acrescentou Bruno Belo, “existe também uma rutura de ‘stock’ de gás” na ilha das Flores.

“Esta irresponsabilidade e impreparação tem custos elevadíssimos para os florentinos. Este é o género de fatura que nos sai a todos muito caro”, disse o deputado do PSD.


Notícia: jornal «Correio dos Açores» e "sítio" do PSD/Açores.
Saudações florentinas!!