Dizem que é uma espécie de navio...
O Governo [Regional] dos Açores prepara-se para receber um navio novo para o transporte marítimo entre as ilhas que tem mais defeitos do que um navio velho.
Trata-se do ferry "Atlântida", um barco para [transporte de] carros e passageiros encomendado em Abril de 2006 pela empresa AtlânticoLine aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
A AtlânticoLine é uma sociedade de capitais públicos, criada pelo Governo Regional para gerir os transportes [marítimos] entre ilhas. O "Atlântida" devia ter sido entregue em Maio de 2008, mas os problemas de projecto e de execução foram tantos que o prazo de entrega já derrapou para Maio próximo. O maior deles era o [problema] da estabilidade em avaria, que se estendeu depois à própria estabilidade intacta (em condições normais). No relatório de Fevereiro do Instituto Portuário e de Transportes Marítimos (IPTM), que supervisiona a segurança dos navios e os certifica, ainda lhe eram apontadas mais de 100 reservas e observações.
O navio foi contratado por 40 milhões de euros, mas as alterações introduzidas já fizeram subir o custo [só do "Atlântida"] para quase 50 [milhões de euros]. Era este o valor total do programa que o Governo [Regional] dos Açores anunciara em 2006 para dotar o arquipélago de quatro navios novos. Em construção está apenas mais um [navio], também ferry mas mais pequeno, orçado em 10 milhões de euros.
Se, às vezes, a vida das pessoas dá um livro, a [história] deste barco dá uma novela. Foi projectado por um gabinete russo, mas assumido pelos ENVC. Os seus erros de cálculo revelaram-se fatais: nos primeiros testes, em Agosto de 2007, verifica-se que não tinha estabilidade em avaria ([em caso de] acidente). Para a corrigir, lastraram-no e reduziram a capacidade de carga do navio de 800 para 600 toneladas ([podendo transportar] menos viaturas). Foi invocada uma excepção à Convenção de Solas ([sobre] segurança marítima) para ter menos baleeiras, mas com isso o navio não pode[rá] afastar-se a mais de 200 milhas de um porto. E colocaram-lhe a toda a [sua] volta um apêndice, uma espécie de "aba" (defensas) que segundo o IPTM pode desequilibrar a descida dos salva-vidas e, consequentemente, lançar os seus ocupantes ao mar. O navio ficou mais pesado e a capacidade de desenvolver velocidade menor.
Nos testes seguintes, um ano depois, o peso do navio tinha aumentado em 300 toneladas (10% do seu peso) e o centro de gravidade subira, afectando a tal estabilidade intacta. Foi tirado peso nos [pisos] superiores e colocado mais lastro. O navio afundou meio metro - e criou-se um novo problema com a altura das rampas de acesso nos portos [açorianos]. As questões [problemáticas] foram tantas que fonte chegada ao processo disse que até faltavam os dispositivos de fixação das cadeiras no convés - e isto tendo em conta o mar agreste dos Açores! Face à reclamação de que o peso da âncora não era suficiente, foi aumentada a corrente, sem ponderar que em baías do arquipélago não há espaço para tal. No meio do caminho, foi decidido abdicar do combustível IFO, mais barato, porque não havia os necessários propulsores no mercado. Só a [carburar] gasóleo, os custos [fixos de funcionamento do "Atlântida"] vão disparar.
Na [passada] segunda-feira [dia 9], em mais uma prova de mar, o gerador falhou. Não foi por isso testada a velocidade. Uma nova prova estava marcada para [a passada] sexta-feira [dia 13]. Não é, pois, por acaso que o anterior presidente dos ENVC, Navarro Machado, interrogado sobre o assunto na Comissão [Parlamentar] de Defesa em Outubro passado, afirmou que a história do navio era "muito triste" e que incluía "uma série de disparates".
Quem acompanhou de perto a conturbada construção [do navio "Atlântida"], diz que ele é "sucata" e sem valor transaccionável. Não é essa a opinião do presidente da AtlânticoLine, António Raposo. Disse ao «Expresso» que está à espera de um navio tecnologicamente muito avançado e está disposto a cobrar as penalidades previstas até ao último cêntimo. Mantém para 13 de Maio a sua primeira viagem [no "Atlântida"]. Tal como está a situação [da construção do navio], só mesmo um milagre de Fátima.
Notícia: edição (em papel) do semanário «Expresso» [que já havíamos referenciado].
Adicionalmente, leiam-se também (ainda sobre este mesmo tema) duas outras notícias da edição on-line do «Expresso»: "AtlânticoLine espera novo navio até 13 de Maio mas só depois de certificado" [também no jornal «Público»] e "Estaleiros Navais garantem navio na data aprazada e "em perfeitas condições"" [também no «Jornal de Notícias»].
Saudações florentinas!!
15 comentários:
Quando estivermos na altura boa do turismo [Verão], não vai haver nem Atlântida para as Flores, nem Ariel para o Corvo. Parece que em Janeiro já apareceu água nos tubos do combustível da Ariel, e o tampão do gasóleo estava rebentado... eu não sou porque a mim ela dá-me jeito, e não me estraga o negócio.
O nome é que foi bem escolhido:
"A Atlântida [...] teria sido uma antiga ilha ou continente, cuja real existência ou localização nunca foi confirmada, e cuja primeira menção conhecida remonta a Platão [...]
e como todos sabemos acabou por desaparecer debaixo de agua...
Foi o Carlos César que rebentou a tampa do Gasóleo?
Ou Berta Cabral?
Ou um secretário qualquer?
Ou um presidente de Camara qualquer?
Se esse navio é como se diz, com montes de anomalias, e anda dentro e fora dos estaleiros, mandem-o para donde ele veio.
Se essa companhia em VDC é incompetente, que encerre o negócio, feche as portas e venda o Atlantida p'ra sucata. Cá por mim, o negócio desmanchava-se. A prova está à vista que esse barco não presta e até podem dar-se problemas desastrosos no mar dos Açores. Eles são irresponsáveis, e
se o governo dos Açores,chupar essa)passa a ser outro irresponsável
Por falar em Secretários, o Álamo Menezes, actual Secretário do Ambiente está hoje no Corvo e amanhâ estará aqui nas Flores, mas ele não se lembra nem se preocupa das lixeiras a céu aberto que se encontra nestas duas ilhas.
Vamos aguardar para ver o que isto vai dar.Sinceramente já estou achando uns eurozinhos a mais nesse
navio.Se se confirmar,o bom é a malta se mudar para as maldivas.
Estão sempre a vir ao bolso do zé
Povinho...
quando é que vem os barcos do canadiano de são jorge.
Alguém falou em Secretário do "Ambiente"?
Vocês devem estar a gozar comigo...
Depois do que aconteceu na Fajã do Calhau e sabendo que a reserva do Corvo continua a ter lixeiras a céu aberto, eu esperaria que esse Sr.Secretário se demitisse...
E já agora podia acompanhar-lhe o Secretário titular dos transportes, responsável por esse aborto flutuante de sua graça " "Atlântida"...
Isto parece mais a "democracia" do coronel Tapioca!
Farto de Mamões - o tal leitão com dentes - é muito entendido em ambiente, lixeiras, esgotos e coisas similares.
Fala do Secretário do Ambiente como se este tivesse culpa da irresponsabilidade camarária que tem grassado nos ultimos anos, e da demissão colectiva - minha, dele e de nós todos que no dia a dia criamos as lixeiras.
Acaso foi o Sr. Secretário que atirou frigorificos, fogões, sofás, colchões, panelas e tachos para as ribeiras das Flores e grotas do Corvo?
Há gente que pela má lingua que tem, devia ser metida em tribunal.
Não pelo governo, que só e apenas encomendou o barco. Mas pelos estaleiros de Viana, pela difamação sofrida.
Escutai caro escriba;
Por exemplo: Como eu não compro navios, faço-lhe uma comparação: Encomendo um barco de pesca.Se o fabricante não trouxer a encomenda em devidas condições,(excluindo pequenas falhas; porque somos humanos) o barco cheio de remendos e imperfeições, ficará nas mãos de quem o fabricou. Eu cá não o quero mais. Os múltiplos e maus acabamentos,são da responsabilidade do fabricante, e, isto dá-lhe a tal difamação. Como a dita má fama viaja, tornando-se pública, dá origem à crítica,essa, que passa a ser: Má língua; sendo a língua livre, esta faz com que se aperfeiçam as coisas. Todavia, quando coisas (novas) chegam,emplastradas' são piores que coisas velhas e de segunda mão.
É óbvio que estes foram erros demais. O cancro original da "doença" desse navio, veio de Viana do Castelo; os responsáveis. Sabemos que, não há nada perfeito na vida. Na mesma sabemos que, a empresa do empreendimento do navio, teve mais erróneos nele,do que cabelos tenho na cabeça... Isso é intolerável...
Caso cerrado!
Anónimo das 00H25... isso é que era bom, eu limito me a pôr o lixo nos contentores ou ao pé destes se não couber lá dentro, o que fazem com ele a seguir não é responsabilidade minha... é camarária ou governamental até... só faltava agora a culpa das lixeiras ser das pessoas... essa sim é a maior vergonha desta ilha, se continuar assim daqui por 15 anos há mais lixeira que espaços verdes!
Não é ao governo que compete recolher lixo nem tampouco armazená-lo.
É as Camaras.
A culpa meu caro, é de nós todos.
Primeiro porque sujamos, deixando residuos no ambiente, depois porque elegemos camaras, que não cumprem a sua obrigação.
È porque temos presidentes de camaras incopetentes e tambem porcos.
este deve ser o barco do amor.
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