quinta-feira, 31 de julho de 2008

«Para grandes Esperanças, maiores Enganos», por Maria José Sousa

Instalações desportivas em Santa Cruz

Ainda recordo com alguma saudade os bons tempos de escola, tanto quando frequentava o primeiro ciclo em Ponta Delgada, como quando frequentei o segundo, terceiro ciclo e secundário em Santa Cruz. Na freguesia de Ponta Delgada o mini “polidesportivo”, se assim se pode chamar, era de recente construção e estava sempre pintado e limpo, na altura ainda sem rede e sem balneários, que mais tarde foi colocada e foram construídos. Neste momento esse local de desporto e lazer está ao abandono, as redes degradadas, os balneários quebrados. É verdade que o facto de os balneários estarem quebrados não é culpa da autarquia, mas sim dos actos de vandalismo que infelizmente se verificam em qualquer lado. No entanto, é culpa da autarquia o estado de degradação da rede que nunca mais foi substituída e que como se sabe o nosso clima não perdoa. É culpa da autarquia o abandono, pois “quem não cuida do que é seu, o diabo é que cuida”. E aliás a freguesia provavelmente aguarda impaciente a cobertura do polidesportivo tal como foi prometido nas últimas eleições autárquicas.

Na freguesia dos Cedros, outras crianças também brincaram outrora num polidesportivo pintado e arranjado, hoje o mesmo cenário de Ponta Delgada se verifica também nessa pequena, mas não menos importante freguesia. Na Caveira a situação seria a mesma se a Junta de Freguesia não utilizasse as instalações da antiga Escola Primária como sua sede, conferindo alguma dignidade àquele espaço.

Em Santa Cruz, recordo o polidesportivo do Boavista, que serviu de palco a muitos eventos desportivos e não só, serviu também de palco a grandes festas e bailes que muitos certamente recordarão porque não foi assim há muito tempo que isso acontecia. Um polidesportivo que até mete dó o estado em que está. O que pensarão os turistas que nos visitam? Triste ideia levam de nós.

Olho para o meu concelho e entristece-me ver que sobra apenas um frio relvado sintético que meia dúzia de pessoas utiliza durante o ano e nas poucas provas de competição que existem devido à falta de um olhar mais atento sobre o desporto nesta terra.
Ainda bem que no concelho vizinho o exemplo é bem diferente!

Concordo com o desenvolvimento e o progresso, aliás, anseio pelo progresso nesta terra, mas acredito sobretudo que se devem manter as nossas heranças, que se deve preservar o pouco que temos, que se deve lutar para conservar o património cultural e desportivo que são no fundo um dos grandes capítulos da nossa história. Pena que alguns não conhecem nem se interessam pela nossa história. Nem seus pais nem seus avós lhes deixaram nada nesta ilha porque nunca a conheceram... Felizes daqueles que vem para respeitar e amar aquilo que a nossa terra lhes oferece, os outroS não fazem cá falta!

Maria José Cabral de Sousa

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Julho de 2008.

terça-feira, 29 de julho de 2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Projecto «Flores põe-te a mexer»

O projecto «Flores põe-te a mexer» é realizado por um grupo informal de jovens florentinos com uma visão socialmente responsável, pretendendo através do seu trabalho voluntário desenvolver actividades que marquem esta época de Verão na ilha das Flores.

O projecto tem como objectivo a ocupação dos tempos livres dos jovens e também a oportunidade de lhes proporcionar actividades desportivas, recreativas e lúdicas [na semana de 12 a 19 de Agosto, ver informações no cartaz à direita deste texto], substituindo a acção do Estado nestas vertentes educacionais.

O projecto «Flores põe-te a mexer» é uma festa que pretende juntar dj’s e bandas regionais, criando juntos um efeito sinérgico e transformador maior do que actuando isoladamente. Torneios de futebol, torneios de volei de praia, passeios de kayak, trilhos pedestres, visitas culturais e a locais turísticos, constituem, por sua vez, uma vertente mais lúdica e sociocultural do projecto. Pretende-se, pois, algo maior que a soma das partes!

Pode também ser vista a promoção do Festival «Flores põe-te a mexer» (realizada para as emissões das rádios da Região).

Saudações florentinas!!

sábado, 26 de julho de 2008

São João animou mas não convenceu

A Festa municipal de Santa Cruz, em honra ao São João, era em tempos a maior festa da ilha, aquela que todos aguardavam ansiosamente o ano inteiro, por se tratar de um evento rico em diversidade cultural.
A data da festa é já há muito tempo discutida na praça pública por se tratar de um mês muito incerto em termos climáticos. Este ano não foi excepção e tivemos a programação do sábado cancelada devido à chuva que se fez sentir. Lamentável é o facto de nunca se prever esta situação, embora ela se repita todos os anos. Faz-nos acreditar que existe algum desinteresse e desleixo por parte da autarquia que deveria solucionar um espaço coberto para que tal situação não se repetisse de ano para ano. Acusticamente o pavilhão gimno-desportivo não é a solução ideal, mas poderia ser pelo menos uma solução de remedeio. Com o cancelamento da programação do sábado, a população viu-se privada de 25% da festa. Na terça-feira, dia aguardado com grande expectativa, surge a desilusão total, pois muitas foram as pessoas que se deslocaram em plena tarde de Verão para assistir às “demonstrações aéreas” que não foram mais do que ver cruzar no céu os aviões, porque de demonstrações e acrobacias ninguém viu nem soube. Também não se ouviu dizer que a Autarquia tivesse pelo menos demonstrado o seu desagrado à Força Aérea pela errónea propaganda e pelo desrespeito pelas pessoas que estavam presentes para o evento. Pois nas outras ilhas realmente decorreram as acrobacias, é caso para se pensar que nem todos sabem ou interessam-se em apelar pelo que lhes é de direito.
O tradicional desfile de carros alegóricos foi um dos pontos altos da festa e que a ela deram início. O rei e a rainha estavam vestidos e arranjados à altura, nota de bom gosto de quem organizou os pormenores do desfile.
De salutar também a ideia de relembrar Roberto de Mesquita, através do Concurso Literário, pena que não tenha havido mais adesão e participação. Não teria sido má ideia a reedição das «Almas Cativas», já há muito procurada e esgotada.
A sardinha aromatizou o recinto da festa no dia 24 e muitos foram os que a provaram.
A exposição de actividades económicas organizada pela Câmara de Comércio e Indústria da Horta, através do Núcleo das Flores e Corvo funcionou todos os dias da festa.
Notou-se alguma preocupação em arranjar mais algumas actividades na tentativa de enriquecer o programa, tais como: demonstração canina, gincana a cavalo e demonstração Moto 4.
Para os mais pequenos e tal como já havia acontecido o ano passado houve animação com insufláveis.
Os cabeças de cartaz este ano foram: Axel, Pedro Khima, Ynot Band e Marina&Clayton, os dois primeiros continentais, os últimos açorianos.
Para o ano há mais festa, esperemos que com alguma melhoria, por se tratar de ano de eleições, afinal: povo contente vota sempre!

Esta notícia é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Julho de 2008.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O jornal «As Flores» no Fórum (XI)

Jornal «As Flores», edição de 24 de Julho de 2008
(nº 627, II série, ano XXXVI) : : : : JÁ NAS BANCAS!!! : : : :
Directora: Maria José Sousa


Títulos e resumos da 1ª Página:

Editorial: Jornal “As Flores” não desiste
Para alguns que já esfregavam as palmas, esta não será certamente uma boa notícia, afinal o Jornal “As Flores” não parou, não desistiu, apenas mudou de sede.
Infelizmente e para grande surpresa minha, algumas das facilidades criadas inicialmente para a continuação deste projecto não tiveram continuidade.
Sem telefone durante alguns dias, sem fax, sem fotocopiadora, sem impressora, sem guilhotina, sem estantes, sem secretária, digo que foram uns dias complicados tanto para mim como para a D. Fátima que trabalhou durante 20 anos naquele pequeno espaço que não era nada mais nada menos que a sua segunda moradia.
Ainda hoje, até eu sinto saudades do cheiro de papel antigo do arquivo, das máquinas e do cheiro ao ferro e à história que elas carregam, e pouco tempo lá passei, imagino quem lá se sentou 20 anos, 20 Invernos frios e húmidos, 20 Verões quentes, muitas edições de Jornal dobrados pela sua mão, olhando a foto do fundador colocada por cima da registadora antiga.
Provavelmente nem o fundador, nem os “amigos” que construíram o edifício algum dia imaginaram que este deixaria de ser a sede do Jornal “As Flores”.
Hoje, é na minha casa que tenho instalado um pequeno escritório, para o qual já adquiri a algum custo, telefone, fax, impressora, estante, secretária, encadernadoras em espiral e a cola quente. Posso dizer que estou satisfeita porque estou em condições de continuar a oferecer os mesmos e mais serviços aos clientes e assinantes do Jornal. A D. Fátima continua a servir este projecto com a dedicação e trabalho que lhe é característico. Apesar de se sentir deslocada e afastada do meio da Vila onde tudo se passa, acredito que no fundo achará até uma certa graça em ter a patroa ao lado atarefada a mudar fraldas e a preparar papas, e ganhou também uma ajudante dedicada que é a minha Helena de 7 anos que tagarela com ela o dia inteiro, abusando da sua paciência ao roubar-lhe os carimbos, o papel e o espaço na secretária.
Confesso que devo a continuidade do projecto aos comerciantes, que embora sem necessitar de publicidade, continuam a fazê-la, porque sabem que sem publicidade o Jornal fecharia as suas portas, e é com humildade que os procuro todos os meses buscando o seu apoio.


Para Grandes Esperanças, Maiores Enganos
Instalações desportivas em Santa Cruz
“Pena que alguns não conhecem nem se interessam pela nossa história. Nem seus pais nem seus avós lhes deixaram nada nesta ilha porque nunca a conheceram... Felizes daqueles que vem para respeitar e amar aquilo que a nossa terra lhes oferece, os outros não fazem cá falta!”


X Dia do Agricultor – Ilha das Flores
Foi no passado dia 9 de Julho que os Agricultores da ilha se reuniram para comemorar o dia que lhes é dedicado.
Organizado pela Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário e pelo Serviço de Desenvolvimento Agrário das Flores e Corvo, com a colaboração da União das Cooperativas Agrícolas da ilha das Flores e da Associação Agrícola da ilha das Flores, o X Dia do Agricultor dotou-se de um programa atractivo não só para os agricultores como para a população em geral.

Renato Moura demitiu-se de Presidente da Comissão Directiva Regional do PP e de Conselheiro Nacional
Numa carta hoje divulgada em Angra do Heroísmo, o histórico dirigente popular alega a excessiva concentração de poderes e protagonismo no Presidente [regional] do partido, Artur Lima, como uma das razões para a demissão.

SECÇÃO DE DESPORTO: Actividades de Promoção
Com o fim da época desportiva, seguiu-se, no final do mês de Junho o primeiro encontro entre todos os participantes que pertenceram ao projecto "Açores Activo" levado a cabo pela Associação de Desportos, sendo a primeira vez que esta proporcionou tal evento.

São João animou mas não convenceu
Os cabeças de cartaz este ano foram: Axel, Pedro Khima, Ynot e Marina&Clayton, os dois primeiros continentais, os últimos açorianos.
Para o ano há mais festa, esperemos que com alguma melhoria, por se tratar de ano de eleições, afinal: povo contente vota sempre!


MAIS VALE SÓ, QUE MAL GOVERNADO
«Mais vale só, que mal governado» foi o título do último trabalho do Grupo de Teatro “A Jangada”. Com encenação habitual de Joaquim Salvador, coreografias de Diva Malheiros, os “marinheiros” desta fantástica viagem revisteira encheram o palco de cor e alegria proporcionando ao público uma noite agradável e de boa disposição. Durante cinco dias o salão de espectáculos do Grupo Desportivo “Os Minhocas” encheu e os artistas bem mereceram os aplausos distribuídos pela noite dentro.
"A Jangada" cada vez ruma mais e melhor na direcção correcta, acima de tudo porque todos deram o seu melhor. Todos deram o seu tempo e a sua dedicação a esta causa, para que a ilha das Flores surgisse novamente no programa cultural dos Açores.
As rábulas bem criativas, bem “afiadas”, enfiaram muitos chapéus, a construção dos textos está também cada vez melhor, assim como as músicas, as letras e a confecção das roupas.
Enfim, é impossível poupar elogios porque os vinte e três artistas e todo o pessoal de bastidores e camarins estão de parabéns, porque de amador só têm o orçamento e o nome, pois cada vez mais o profissionalismo é notável, a dedicação brilha mais que as luzes do palco e o amor ao teatro é da imensidão do oceano.


ALGUNS DOS OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO:

AAiF inaugura 1ª fase das obras de remodelação da sede social

XIX Jornadas Parlamentares do GPPS-Açores nas Flores e Corvo


ALGUMAS DAS PEÇAS DE OPINIÃO:

Surpresas na Política... ou talvez não! - por Renato Moura

Assim vai o meu País: Chegou o Verão, mas o Sol não brilha para todos - por Lino F. Fraga

Os ferry's dos Açores - por Félix Martins

Nota de férias - por Jota Apres

Gestão do tempo - por Jacob Fernando Nóia Vasconcelos

O encanto da Fajãzinha - por Fernanda Trindade (deputada regional)

ALGUMAS DAS SECÇÕES:

Farpas Farpas Farpas - por Renato Moura

Desporto: Actividades de promoção - por Fábio Armas e Raimundo Lima

Espaço Saúde: Adesão e manutenção de estilos de vida saudáveis: a intervenção na e da motivação (parte I) - pelo Dr. Rui Moura

O Cantinho da Saúde: Água... essencial à Vida - pela enfermeira Ana Gil

Tal Qual: Quando a entrevista vira debate - por José Renato Medina Moura

Re-Pensando: Os humildes deixam exemplos de vida - por filho de Roque de Freitas Moura

Desta vez é que é mesmo, mesmo, mesmo a última... ou então não!!

«Carlos César reitera que é última vez que se candidata à presidência do Governo Regional»

Notícia: «Jornal Diário», «Açoriano Oriental», «Correio da Manhã», semanário «Sol», «Notícias.RTP - Rádio e Televisão de Portugal», «Diário Digital», revista «Visão», «Jornal de Notícias» e ...

Veja-se a anterior "promessa não cumprida" do "Imperador Azórico": «afinal 2 não é igual a 2 mas deve querer dizer 2+2, ou como parece (não) funcionar a "matemática de César"...»

Entretanto, [anteontem] o Presidente da República, Cavaco Silva, marcou para 19 de Outubro as Eleições Legislativas Regionais nos Açores.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Festa do Emigrante 2008 perdeu centenas de visitantes devido a má programação do transporte marítimo

A programação da viagem extraordinária do navio “Ilha Azul” para a Festa do Emigrante impediu que “várias centenas” de pessoas se deslocassem à ilha, segundo o PSD/Flores.

Para o PSD/Flores, das "várias centenas de pessoas" que poderiam ter-se deslocado às Flores, "apenas cerca de cinquenta chegaram à ilha".

"Ao obrigar que os passageiros pernoitassem uma noite na ilha do Faial, está a impor-se uma situação que desincentiva quaisquer interessados a deslocar-se à ilha das Flores. Foi assim com diversos grupos de outras ilhas que, prevendo deslocar-se às Flores, não o fizeram tendo em conta os constrangimentos do percurso", referiu, em comunicado, a comissão política de ilha dos social-democratas, presidida por António Maria Gonçalves.

Para os social-democratas esta situação mostra o "completo falhanço da operação da responsabilidade do Governo Regional que, em 12 anos e com mais de 40 milhões de euros gastos, não conseguiu implementar uma política de transporte marítimo de passageiros que servisse os Açores e, em especial, a ilha das Flores".

As Flores sentiram mais uma vez os “efeitos desastrosos da política de transportes do Governo [Regional] socialista”, além de ficarem sem “um conjunto de bens essenciais nas Flores", que não chegou a tempo da Festa do Emigrante.

Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Quem descobriu os Açores?? Afinal talvez não tenham sido os portugueses quem cá chegou primeiro...

O investigador Joaquim Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa (no Porto), lançou [no passado dia 8] o romance "O Cavaleiro da ilha do Corvo", onde defende, baseado em factos reais, que a descoberta do arquipélago dos Açores ocorreu muito antes da chegada dos portugueses.

O professor universitário Joaquim Fernandes recorda como os navegadores portugueses que chegaram à pequena ilha do Corvo, nos Açores, em meados do século XV, encontraram ali uma intrigante estátua de pedra, representando um cavaleiro com traços característicos do norte de África.

A notícia, normalmente ignorada nos relatos oficiais, tem no entanto uma fonte histórica autorizada: Damião de Góis (1502-1574), o grande humanista português do Renascimento, que descreve, com algum detalhe, no capítulo IX da sua Crónica do Príncipe D. João, escrita em 1567, as circunstâncias em que o inesperado monumento - "antigualha mui notável", como lhe chama - foi achado no noroeste da pequena ilha, a que os mareantes chamavam "ilha do Marco".

O cronista [Damião de Góis] refere que a descoberta [da estátua] ocorreu no período a que classificou de "nossos dias", ou seja, no seu tempo de vida, provavelmente entre os finais do século XV e os inícios de XVI, no decurso do reinado de D. Manuel I e durante as primeiras tentativas de colonização da ilha do Corvo.

O monumento era "uma estátua de pedra posta sobre uma laje, que era um homem em cima de um cavalo em osso, e o homem vestido de uma capa de bedém, sem barrete, com uma mão na crina do cavalo, e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo segundo, a que os latinos chamam índex, com que apontava contra o poente."

"Esta imagem, que toda saía maciça da mesma laje, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural, por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte D`armas; e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha, para, com aparelhos que levou, tirar aquela antigualha; o qual quando dela tornou, disse a el-rei que a achara desfeita de uma tormenta, que fizera o Inverno passado", refere o cronista.

"Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo; e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito com a mão, e uma perna, e a cabeça do cavalo, e uma mão que estava dobrada, e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa de el-rei alguns dias, mas o que depois se fez destas coisas, ou onde puseram, eu não o pude saber", acrescenta.

A este estranho monumento juntou-se a descoberta, no século XVIII, de um não menos perturbador vaso de cerâmica, achado nas ruínas de uma casa, no litoral da mesma ilha [do Corvo], repleto de moedas de ouro e de prata fenícias, que, segundo numismatas da época e não só, datariam de, aproximadamente, entre os anos 340 e 320 antes de Cristo.

No romance, o autor refere um testemunho que reforça de modo evidente o relato de Damião de Góis: um mapa dos irmãos Pizzigani, de 1367, descoberto em Parma um desenho, uma forma de aviso, com uma legenda em latim onde se diz: "Estas eram as estátuas diante das colunas de Hércules..." Ora esse desenho está colocado à latitude dos Açores, no meio do Atlântico, sugerindo a tradição das Estátuas como marcos-limites do oceano navegável ou conhecido e serviriam para avisar os perigos que corriam os navegadores mais ousados.

O livro «O Cavaleiro da ilha do Corvo» da autoria de Joaquim Fernandes foi lançado [no passado dia 8] no Palácio Valenças, em Sintra.


Notícia: «Portugal Diário», «Açoriano Oriental», «Notícias.RTP - Rádio e Televisão de Portugal» e revista «Visão»; adicionalmente pode também ser lida uma entrevista do autor do livro ao «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Candidatura da ilha das Flores a Reserva da Biosfera da UNESCO é tema de reunião internacional da REDBIOS

O processo de candidatura da ilha das Flores a Reserva da Biosfera [da UNESCO] é tema de uma sessão de esclarecimento que decorre [na próxima] quarta-feira [depois de amanhã] à noite, naquela ilha do Grupo Ocidental dos Açores.

O encontro, aberto à participação das entidades locais e população em geral, realiza-se no Salão Nobre da Câmara Municipal de Santa Cruz, pelas 21 horas.

A iniciativa decorre no âmbito da reunião internacional da Rede do Atlântico Leste de Reservas da Biosfera (REDBIOS), que decorre nas Flores de terça a sexta-feira desta semana.

Enquanto membros da REDBIOS, os Açores propuseram-se organizar a reunião anual da REDBIOS na ilha das Flores com o objectivo de apresentar e divulgar a sua candidatura, que se encontra em fase de elaboração, a Reserva da Biosfera.

Notícia: «Jornal Diário» e também o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

Premiad@s do Concurso Literário Roberto de Mesquita

O Concurso Literário Roberto de Mesquita foi muito participado, sobretudo na modalidade de poesia. Esta numerosa participação veio provar que há muita gente que demonstra e alimenta o gosto pela escrita, sobretudo nas camadas mais jovens. Será, deste modo, desejável e até necessária a organização de mais concursos deste género, numa tentativa de promover e estimular a escrita criativa, divulgando o surgimento de novos talentos literários.

Analisados os trabalhos pelo júri, composto por dois docentes da Escola Básica e Secundária das Flores e um representante da Câmara Municipal [de Santa Cruz], foram distinguidos os seguintes trabalhos:

Modalidade de Poesia

1º lugar – Cláudio Gomes, com o poema: “Quem Sou Eu”;

2º lugar – Alexandra Silva, com o poema: “Chuva Que Cais”;

3º lugar – Marta Silva, com o poema: “A Gente é Boa Gente”.

Na modalidade de Prosa, e uma vez que foram recebidas apenas três candidaturas, o júri decidiu atribuir uma Menção Honrosa ao trabalho da Beatriz Peixoto, com o título: “Um Diário Vindo do Céu”.


Notícia: "sítio internet" da Câmara Municipal de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

domingo, 20 de julho de 2008

A ilha das Flores no "You Tube" (IX)


Novamente encontrámos no «You Tube» [sítio de partilha de vídeos na internet] algumas imagens relativas à ilha das Flores, desta vez um "filme" que é um compacto de sequenciação de fotografias da nossa ilha, sendo o vídeo da autoria de "angelllady" [desconhecemos quem seja], que intitulou este seu vídeo simplesmente «Ilha das Flores»; a mesma autora tem também um vídeo sobre a vizinha ilha do Corvo.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Programa da XXIII Festa do Emigrante

Sexta-feira, dia 18 de Julho

No Salão Nobre da Câmara Municipal das Lajes:

20h - Sessão solene de abertura da XXIII Festa do Emigrante, com apresentação de boas-vindas pelo Sr. Presidente da Câmara aos convidados e a todos aqueles que nos visitam;

20h15 – Palestra proferida pelo Dr. Clélio Meneses, sob o tema «Flores – Terra do Mar e do Mundo»;

21h – Lançamento do livro «A Participação Portuguesa (Açoreanos e Cabo-Verdianos) na Baleação Americana» – série “O Homem e o Mar” – do autor florentino João António Gomes Vieira;

21h30 – Concerto pelo Quarteto de Cordas da Fundação ConductusOrquestra Sinfónica Juvenil de Lisboa.

No Polidesportivo:

22h – Teatro com actuação do Grupo “A Jangada”, com a comédia intitulada «Mais Vale Só, Que Mal Governada»;

23h30 – Animação musical com o grupo continental OH3;

00h30 – Animação musical com a dupla dj Alfa & Don Falcon
.

Sábado, dia 19 de Julho

Durante a manhã haverão actividades náuticas na baía do Porto das Lajes, a cargo do Clube Naval das Lajes das Flores.

Evento aberto ao público: recolha de lixo subaquático na baía do Porto das Lajes, numa organização do Corpo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores, com a participação do Clube Naval das Lajes das Flores e do Centro de Mergulho do Hotel Ocidental.

Das 7h às 12h – Emissão em directo do programa da RDP-Açores «Manhãs de Sábado», a partir do Auditório Municipal.

Na Avenida:

19h30 – Desfile etnográfico com a participação da Associação Cultural Lajense e das freguesias do concelho das Lajes;

21h – Desfile da marcha “Lajinhas a Marchar” da Escola Básica 1,2/Jardim de Infância das Lajes das Flores (organização a cargo do 6º ano da Escola);

21h20 – Desfile da marcha oficial da XXIII Festa do Emigrante, “Ilha das Flores”, com letra e música de António Mendes, coreografia de Teresa Silva Vieira, figurinos de António Maria Silva Gonçalves e corte e costura de Ilda Eduardo, acompanhada pela Banda Filarmónica de Nossa Senhora dos Remédios, da freguesia da Fajãzinha.

No Polidesportivo:

22h – Actuação do grupo de cantares «Ilha Azul», do Faial;

23h – Concerto musical pelo grupo continental OH3;

23h40 – Espectáculo musical com o artista continental José Malhoa e as suas bailarinas;

00h40 – Animação musical com a dupla dj Alfa & Don Falcon
.

Domingo, dia 20 de Julho

Na Avenida:

10h20 – Tradicional cortejo do Divino Espírito Santo, com a participação de todas as Casas do Espírito Santo do concelho das Lajes das Flores e dos Grupos de Foliões respectivos (concentração na Urbanização Ângelo Henriques às 9h45);

11h – Missa solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (pelas intenções dos emigrantes);

12h15 – Almoço de Sopas do Espírito Santo (no Parque de máquinas e oficinas da Câmara Municipal) oferecido a todos os convidados, visitantes e ilha em geral.

No Polidesportivo:

20h - Actuações do Grupo Etnográfico-Folclórico da Associação Cultural Lajense e da Tuna Sol Mar da freguesia da Fajã Grande;

21h30 – Actuação do Grupo de Castanholas dos Amigos de Nossa Senhora do Rosário, da vila de Rabo-de-Peixe, Ribeira Grande - Açores;

22h30 – Concerto pelo Quarteto de Cordas da Fundação ConductusOrquestra Sinfónica Juvenil de Lisboa;

23h30 – Concerto musical com o grupo «Ronda das Nove», do Pico;

00h30 – Animação musical com o grupo continental OH3
.

Segunda-feira, dia 21 de Julho

21h – Desfile da marcha oficial da XXIII Festa do Emigrante;

21h45 – Actuação do Grupo de Castanholas dos Amigos de Nossa Senhora do Rosário da vila de Rabo-de-Peixe, Ribeira Grande – Açores;

22h45 – Concerto pela Banda Filarmónica de Nossa Senhora dos Remédios, da freguesia da Fajãzinha;

23h45 – Cantigas ao Desafio com o duo João Ferreira ("Retornado") e António Mota, da ilha Terceira, acompanhados à guitarra pelo engenheiro José Gaspar, da ilha do Pico, e à viola por António Ramos e Jaime Machado, da ilha das Flores
.

Das 15h até à 1h da manhã de todos os dias da Festa do Emigrante 2008 [de 18 a 21 de Julho] haverá animação infantil, com dois insufláveis, um trampolim, palhaços, pintura facial, modelagem de balões e música infantil.

Fonte: "sítio internet" (não-oficial?) da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Trabalhadores do Grupo SATA paralisarão em protesto contra a segmentação da empresa

Os trabalhadores de terra do grupo SATA vão fazer greve ao trabalho extraordinário entre 30 de Julho e 11 Agosto, para protestar contra a intenção de segmentação da transportadora aérea açoriana, anunciou [ontem] fonte sindical.

O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Filipe Rocha, adiantou [ontem] à Agência Lusa que a paralisação vai abranger "cerca de mil funcionários" e prevê, também, a entrada duas horas mais tarde ao serviço nos dias 30 e 31 de Julho e 1, 4 e 5 de Agosto.

Segundo Filipe Rocha, desde o início de Julho que o processo da divisão da empresa está suspenso, depois do sindicato ter reunido com o secretário regional da Economia para analisar este processo.

"O secretário [regional] da Economia garantiu-nos que até Outubro nada se fará. Isto não significa que a segmentação [das empresas do Grupo SATA] não irá avançar depois [das Eleições Regionais]", afirmou Filipe Rocha, que classifica de "inocente" a proposta do Governo Regional de pedir ao sindicato para não realizar acções de protesto durante esse "período de impasse".

Apontando como exemplo o caso da TAP e da GroundForce, o sindicalista reafirmou que "não queremos a segmentação da[s empresas do Grupo] SATA, por todas as implicações económicas e sociais que irá implicar", acrescentando que esta decisão é já o prenúncio da privatização da transportadora aérea [açoriana].

Para Filipe Rocha a segmentação do grupo SATA vai obrigar à criação de novas empresas e a um consequente acréscimo de custos internos, além de que vai criar funcionários de primeira e de segunda. "Os trabalhadores que transitam para a nova empresa de gestão de aeródromos mantêm o acordo de empresa, mas os novos ficarão ao abrigo da lei geral", disse o sindicalista, alegando que em causa está a "perda de direitos adquiridos" pelo actual acordo de empresa ao nível, por exemplo, das viagens e seguros de saúde.

Contactada pela Agência Lusa fonte da SATA escusou-se para já a comentar esta paralisação dos trabalhadores.

Notícia: «Jornal de Notícias», revista «Visão» e «Notícias.RTP - Rádio e Televisão de Portugal».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

14 Juillet.

O «Fórum ilha das Flores» completa hoje 5 anos de "postas" e participação cívica. Uma data interessante dada a importância que os franceses tiveram no desenvolvimento económico e social da mais periférica parcela do Portugal insular. Feliz coincidência ou propositada escolha, a data não deixa de ser uma boa escolha.

5 aninhos... c-i-n-c-o anos de Fórum!!!

Quase sem sequer nos darmos conta, 5 anos já se passaram desde a "fundação" do primogénito «Rocha dos Bordões - Fórum ilha das Flores»... Aquele que foi o precursor da blogosfera florentina durou pouco mais de 3 anos e meio, contando actualmente com um total de 115.172 visitas e 184.411 páginas vistas.

Ao «Rocha dos Bordões» sucedeu este «A ilha das Flores», que conta já com quase ano e meio de existência blogosférica... Em termos de audiência, as contas deste blogue situam-se actualmente em 65.733 visitas e 87.481 páginas vistas, tendo como média diária 161 visitas e 210 páginas vistas.

Como sempre, estamos absolutamente disponíveis para outras e novas colaborações no «Fórum ilha das Flores», um espaço que se pretende participado por tod@s. À "equipa" já vinda do «Rocha dos Bordões» juntou-se (desde o início deste blogue) o Sandro Soares e ainda passamos a contar com as regulares opinativas crónicas de Ricardo Alves Gomes. Também tivemos alguns apontamentos de divulgação das actividades realizadas pela Ecoteca das Flores e publicamos bastantes textos noticiosos na nossa frutuosa relação "protocolar" com o Jornal «As Flores». Mais recentemente, passámos a contar com a regular participação do "fundador" da blogosfera açoriana, o Nuno Barata (que visita a nossa ilha muito e regularmente, em assuntos profissionais).

Como mera brincadeira, experimentamos fazer o teste de "valorização" dos nossos blogues: 5.645,40 dólares no total («A ilha das Flores» "valendo" 3.387,24 dólares e o «Rocha dos Bordões» a ser "avaliado" em 2.258,16 dólares). Alguém dá mais??! :p


Saudações florentinas... e que venham mais cinco!!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Governo Regional reforça a aposta no melhoramento da qualidade animal

O Governo [Regional] dos Açores vai reforçar a aposta no melhoramento animal em bovinos de carne e leite nas ilhas do Grupo Ocidental, contribuindo desta forma para o aumento da qualidade dos produtos, da competitividade das explorações agrícolas e para o aumento dos rendimentos dos produtores.

O anúncio foi feito [ontem] pelo secretário regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, durante a comemoração do Dia do Agricultor das Flores e Corvo. No evento foram debatidas questões relacionadas com a produção de carne e leite, a informação pormenorizada sobre os investimentos na modernização das explorações, nomeadamente os que se encontram inseridos no PRORURAL e divulgados os incentivos relativamente aos micro-projectos que apoiam investimentos até três mil euros nas explorações.

Segundo Noé Rodrigues, “esta é uma medida muito importante para as necessidades das explorações e constitui um forte incentivo à melhoria da qualidade dos produtos e do rendimentos dos produtores”. No evento foi ainda apresentado o projecto de melhoramento animal em bovinos de leite que visa reforçar a produção leiteira na ilha das Flores de forma a “contribuir para uma maior sustentabilidade da actividade da Cooperativa Ocidental e para o reforço dos rendimentos e sustentabilidade das explorações daquela ilha”, sublinhou o governante.

O Dia do Agricultor das Flores e Corvo realiza-se ininterruptamente desde 1997, sendo realizado alternadamente em cada uma das ilhas e apresenta-se como um grande momento para o convívio entre os produtores, para divulgação de informação, realização de palestras, de transmissão de conhecimentos e de formação profissional sobre todas as áreas de interesse e para a modernização das explorações agrícolas.

Notícia: «Jornal Diário» e também o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

«Preto no Branco» #18

Meia dúzia de rabiscos que até rimam (3/3)

V - RESPOSTA

Charada, chalada, tarada? É a tua tia!
Essa que um dia me pediu o endereço.
Pelo assobio sabia ao que vinha a tia.
Ela, pois enfim e tal, na volta do correio, virou-se toda genial,
Para repetir o arremesso.
Como estava farto da tia disse-lhe à maneira,
“V. Exa., gosta desta brincadeira como quem amassa o gesso.
Vá tentar sacar outro que eu não tenho preço.
Se não quiser perceber, faz favor, saia de cima de mim,
Que vou mas é comer um doce quindim.
Ainda assim tia - espere.
Acabe bebendo esta rima,
Toda! E até ao fim.”

Querendo.


VI - CONSUBSTANCIAÇÃO

Para ser feliz, ditado diz
Árvore, filho e livro.
Semeado faz-se o bodo, perdurado.
Todo tem sentido.
Vou acrescentar um partido.
Gosto desse engodo,
Limpar lodo, criar novo, e imbuído será cumprido.
A profecia há-de ver o dia.
Abutres obrigados, sempre detestados,
Irão inscrever na pedra talhada,
“Aqui jaz alguém que foi capaz de ir à frente desta gente,
Rocha lavrada onde perdura terra não será arrancada”.

Os ossos, restos, causar ainda indigestos
Que a sua alma não está aqui, talvez ali e para o Mundo sorri, em Paz.
É fatal. Capaz de desafiar o mortal.
Que é esta vida, afinal?
Sal, tempero. Cada qual, universal. Sabor, mar e dor.
Portugal, Portugal!


Ricardo Alves Gomes
Lisboa, Julho de 2007

domingo, 6 de julho de 2008

«Preto no Branco» #17

Meia dúzia de rabiscos que até rimam (2/3)

III - DOMINGO

Domingo Santo iça bandeira, o pranto.
Missa lava bandalheira que o povo ungido, depois reunido,
Tem o cozido preparado e o fato engomado, para o Fado.
Faz sol na arena, há futebol e a crítica não é amena.
Sempre se acaba na política que a noite espreita trabalheira,
Castelos de areia, Segunda-feira.
Agora é Dante, o tempo caminhante deu cabo da cadência da excelência
E dos finados dias louvados.
Foi-se a bandeira, o sino e o hino.
O cozido substituído por saladas ultrajadas.
É pena. Não há crítica, nem política, ou sequer futebol.
Que tristes animais somos sem rituais!
Com sorte, se houver um farol,
Alguém nos merece. E manda um sms que diz lol.
Prevalece interesse briol. Que se lixe!
Acabem lá de vez com o firmamento! Isso é que era fixe!
Apenas um pedido, não matem o cozido, alimento sagrado,
Dum agrado que é passado.
Ou será futuro?
Aguardo.


IV - LUTA

Podemos não mudar a Terra,
Talvez seja fantasia.
Mas sempre que vamos à guerra
Desde com alegria,
Trazemos a nossa especiaria,
Um mar memória,
Honra e Glória. De conquilharia.
Um dia, alguém nos vai derrotar,
Até matar.
Mas o legado não será desligado,
Fica no seu lugar.
Esse, jamais poderão enterrar.


Ricardo Alves Gomes
Lisboa, Julho de 2007

sábado, 5 de julho de 2008

«Preto no Branco» #16

Meia dúzia de rabiscos que até rimam (1/3)

Rabisquei isto, faz agora um ano.
Estou cônscio que num blogue de florentinos (que também o somos, no sentido dos de Florença, e se somos!) partilhar uns rabiscos engavetados é coisa arriscada e, no mínimo, a chacota resultará um fartote de “escárnio e maldizer”. Ainda assim embalo, na vã esperança de haver alguma(s) mente mais clemente que aprecie(m) escalpelizar (in)certos estados de alma pois, afinal, sem alguma “febre” a vida seria demasiado sensaborona.
Deste modo, para variar, desta vez ponho de lado a crítica a isto ou aquilo e sujeito-me a ela. Ou será o contrário?
Aqui fica e seja o que for, Preto no Branco:

I - BRADO

Não tenho categoria para escrever poesia.
Pois, não devia.
Também não é novidade,
Esta Liberdade é apenas vontade.
Ao menos metade da minha alma troveja na cidade!
Será que um rebuçado vale mais que um brado?
Desgraçado é achar que descascar vem antes de pensar
Ou, sequer, expressar uma ideia qualquer.
Venha quem vier, diga o que disser,
Vou continuar a apregoar e a conjugar.
O verbo,
É acreditar.


II – SABER

Era açoriano. Não sabia ler nem escrever,
Ia a Paris, queria ver.
O iletrado foi logo avisado,
“Cuidado! Lá é fácil de um homem se perder”.
Quando alcançou seu destino logo perguntaram com apreço,
“Como deste com o endereço?”
Disse-lhes “que passara toda a vida a navegar,
Se nunca se havia perdido no mar, como poderia perder-se em Paris?”

E com tanta gente feliz, para o ajudar?


Ricardo Alves Gomes
Lisboa, Julho de 2007

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Turistas passam a poder acompanhar os pescadores na sua faina comercial

Os turistas que visitam os Açores vão poder experimentar a vivência da pesca marítima comercial, incluindo o auto-consumo do pescado capturado. A medida surge no âmbito de um novo quadro legal da pesca-turismo exercida nas águas da subárea dos Açores da Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa que [na passada terça-feira, dia 1] foi aprovado pelo Parlamento açoriano.

Com a nova legislação, o Governo Regional pretende contribuir para “complementar os rendimentos do sector da pesca e, ao mesmo tempo, proporcionar aos turistas vivências culturais genuínas.

O sub-secretário regional das Pescas justificou a iniciativa legislativa com a necessidade de alargar o “espectro das ofertas turísticas que são proporcionadas a bordo das embarcações de pesca na prossecução da divulgação das tradições do sector pesqueiro”. Para Marcelo Pamplona, impõe-se, ainda, criar regulamentação própria que assegure a “autenticidade das pescarias com o cumprimento das normas de segurança e regras higio-sanitárias relativas ao pescado”.

O decreto legislativo regional aprovado [na passada terça-feira] define a pesca-turismo como “a oferta de serviços marítimo-turísticos de natureza cultural, de pesca e actividades acessórias complementares” [que] vai ser exercida por operadores marítimo-turístico a licenciados mediante a utilização de embarcação registada no exercício da pesca comercial.

Podem requerer o licenciamento para o exercício de pesca-turismo os proprietários ou armadores das embarcações com a categoria mínima de arrais de pesca local, e que exerçam a sua actividade profissional de pesca na Região. Nesta actividade só poderão ser utilizadas embarcações registadas no exercício da pesca comercial.

Notícia: «Jornal Diário» e também o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Transporte marítimo inter-ilhas: barcos privados ainda estão à espera de resposta do Governo Regional

"O Governo Regional não me dá respostas”. As declarações são de João Amaral, responsável pela empresa CanadaMar, proferidas [na passada quinta-feira, dia 26 de Junho] em sessão pública. Em causa está um novo projecto de transportes marítimos “inter-ilhas” que há um ano e meio o empresário emigrante está a tentar implementar nos Açores.

João Amaral espera há quatro meses por uma resposta oficial do executivo, depois de ter a confirmação da Associação para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA) que os documentos exigidos para obter as devidas licenças estavam já entregues ao responsável pela pasta da Economia. A urgência da resposta, segundo o empresário natural de São Jorge, relaciona-se com o investimento dos barcos.

“Deviam ser breves na resposta devido aos elevados custos que este projecto suporta. Eu não estou a pedir nada que seja do Governo Regional, qualquer português tem direito ao subsídio da União Europeia”, defende. Para além daqueles incentivos comunitários, contabilizados a 70 por cento, e uma vez que o projecto integra também capitais próprios, a 30 por cento, o empresário refere que “este obstáculo governamental torna-se confuso”.

“Vou gastar menos do que o Governo Regional gasta actualmente com os barcos em serviço nos mares dos Açores e vou pôr as ilhas a funcionar”. E continua: “Apesar de [ter vivido] 40 anos no Canadá, eu nasci aqui e sei o que falta a estas ilhas. E o que falta não é programar uma viagem a uma [outra] ilha daqui a uma semana, mas sim uma pessoa poder deslocar-se de manhã [a essa outra ilha], fazer [lá] a sua vida, e regressar ao fim do dia [à sua ilha de origem]”.

Assim, o estudo económico elaborado à volta das duas embarcações adianta que o barco que assegura as viagens a todo o arquipélago dos Açores e aquele que navega apenas pelo Grupo Central, ambos orçados em 22 milhões de euros, “só no primeiro ano garante 400 mil euros de lucro”. Porém, o terceiro barco que servirá somente as ilhas de Santa Maria e São Miguel, “dará lucro depois de passados os primeiros quatro anos de actividade”. Perante esta “contrapartida”, João Amaral garante que “assume todos os custos após aquele período inicial de tempo”, justificando que mesmo assim o projecto “torna-se mais barato que os 60 mil euros gastos pelo Governo Regional nos actuais transportes marítimos”.

Quanto ao valor total, os três barcos envolvem um investimento de cerca de 29 milhões de euros. Se esta iniciativa se concretizar, o empresário emigrante no Canadá garante que em dois meses poderá colocar em prática nos Açores o projecto dos transportes marítimos “inter-ilhas”, “com tripulação inicialmente de fora e três meses depois de cá das ilhas”, caso contrário, ou seja, se a resposta do executivo for negativa, João Amaral irá recorrer a “outras ajudas nomeadamente ao Tribunal Europeu”.

Notícia: jornal «A União».
Anteriormente [no passado mês de Fevereiro] já havíamos publicado no «Fórum ilha das Flores» dois textos sobre esta temática: «CanadaMar quer efectuar transporte marítimo de passageiros inter-ilhas em dois ferrys durante o ano inteiro» e «CanadaMar aposta no transporte marítimo inter-ilhas com três barcos».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Recusada queixa contra redução da ZEE

O Tribunal de primeira instância das Comunidades Europeias rejeitou hoje uma queixa do Governo [Regional] açoriano, que pretendia a anulação da redução da Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores, contemplada no regulamento de pescas aprovado em 2003 pela União Europeia.

O caso remonta a 2004, quando os Açores decidiram avançar com uma queixa junto do Tribunal de Justiça europeu, com sede no Luxemburgo, por considerarem que algumas disposições do regulamento adoptado em Novembro de 2003 pelo Conselho de Ministros da Agricultura da UE afectavam negativamente as suas águas.

O Governo Regional açoriano contestava um artigo do regulamento que reduziu de 200 para 100 milhas náuticas a Zona Económica Exclusiva do arquipélago, permitindo a embarcações de pesca espanholas exercerem a sua actividade entre as 100 e 200 milhas.

No acórdão hoje proferido, o Tribunal de primeira instância "considera que o recurso interposto é inadmissível", uma vez que as disposições impugnadas do regulamento não concernem individualmente aos Açores e "os tratados reservam aos Estados-membros e não já a outras autoridades regionais ou associações o direito de defenderem o interesse geral relativamente aos seus territórios".

O Tribunal considerou ainda que os Açores "não conseguiram provar o facto de o referido regulamento ser susceptível de prejudicar o meio-ambiente e os stocks de peixe existentes" devido à "suposta abertura da pesca a navios de outros Estados-membros".

Por outro lado, o Tribunal considerou que "a exclusão dos navios espanhóis das águas dos Açores não garante a protecção das espécies demersais e de águas profundas, uma vez que os navios portugueses provindos de Portugal continental utilizam os mesmos utensílios de pesca que os utilizados pelos navios espanhóis".

Neste processo movido contra o Conselho da União Europeia, o Governo [Regional] açoriano tinha do seu lado associações ambientalistas.

Notícia: «Correio da Manhã» e «Jornal de Notícias».
Já (à época) havíamos abordado esta temática no «Rocha dos Bordões - Fórum ilha das Flores»: uma, duas, três, quatro vezes.
Saudações florentinas!!