quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

40 trabalhadores dispensados pela autarquia das Lajes voltam a trabalhar

Os quarenta operários da Câmara Municipal de Lajes das Flores que foram dispensados no início deste mês de Fevereiro, voltaram a trabalhar. O grupo de trabalhadores integra agora uma empresa responsável pela folha de pagamentos. A dispensa dos operários a recibo verde foi na altura explicada pela autarquia com razões de ordem processual e legal.

Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Nova estratégia de promoção turística

A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que teve início hoje, marca o arranque da nova estratégia de promoção do destino turístico Açores.

Vítor Fraga revelou que esta nova estratégia “assenta muito na promoção do destino, baseado em experiências, em famílias e destinado a um segmento da população que se caracteriza entre os 35 e os 45 anos, famílias com crianças, que valorizam muito as experiências e as emoções”, acrescentando que a presença dos Açores na BTL será orientada nesse sentido.

Nesta edição da BTL a representação açoriana terá “uma participação muito activa de todas as entidades privadas que estão ligadas ao sector e ao destino, na perspectiva de cativar, com uma orientação claramente comercial, um determinado nicho de mercado para que nos visitem”.

O secretário regional do Turismo e Transportes lembrou que houve um redimensionamento do espaço destinado aos Açores neste certame, onde “todas as ilhas estarão representadas com espaço próprio e serão promovidos todos os produtos turísticos que cada ilha pode oferecer, no sentido de prestar um maior esclarecimento e apostar claramente na diversidade que o nosso destino tem junto dos mercados”.

A presença dos Açores na BTL 2013 será ainda “baseada numa componente fortemente comercial", que visa "vender efectivamente o destino e o produto turístico, para capitalizar e canalizar o maior número de fluxo de turistas para os Açores”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Na passada quinta-feira (dia 21) o galardão Miosótis Azores foi entregue a 21 unidades de alojamento dos Açores, elevando para 33 os estabelecimentos distinguidos na Região. O Turismo dos Açores e a SAPO lançaram o MEO Kanal Açores (basta clicar na tecla verde e marcar o número 931931), um novo espaço do serviço MEO que dinamiza e promove o turismo no arquipélago.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

AAiF é "exemplo de cidadania activa"

Vítor Fraga classificou a Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF) como "um exemplo excelente de cidadania activa ao serviço da sua comunidade, integrando e promovendo a ilha das Flores em São Miguel e nos Açores".

Para o secretário regional do Turismo e Transportes esta "é uma demonstração clara de que os açorianos que vivem fora da sua ilha não esquecem a terra onde nasceram e têm orgulho em representá-la, estejam onde estiverem", referiu Vítor Fraga que falava na cerimónia do 10º aniversário da associação. Exortou ainda "os Amigos da ilha das Flores a continuar a preservar a sua identidade própria, mantendo entre todos, florentinos em particular e açorianos em geral, a realidade do que somos feitos, que se resume e identifica nesta grande família de açorianos e açorianas, que Vitorino Nemésio interligou com o termo açorianidade e que associações como esta mantêm aqui e além-fronteiras".

José Manuel Bolieiro, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, que também falava na sessão comemorativa, elogiou todo o trabalho que a associação tem vindo a desenvolver, sobretudo em prol dos doentes florentinos mais carenciados que têm de se deslocar a Ponta Delgada para tratamento. Defendeu ainda que as associações devem manter o seu espírito de independência perante os poderes instituídos e apresentar-se como parceiras privilegiadas nas acções que se pretende desenvolver em prol da comunidade.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Nesta quinta-feira [dia 28] a AAiF promove uma palestra sobre a doença de Machado-Joseph, às 18 horas na sede da AAiF.

Saudações florentinas!!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

62% têm problemas com o sinal da TDT

Estudo da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), efectuado em Novembro passado, revela um “cenário grave”: 13% dos lares portugueses não conseguem seguir nenhuma emissão de televisão (ou seja, um em cada 8 lares!).

O panorama é mais grave do que se previa e do que o regulador (ANaCom) sempre admitiu. Um estudo da Deco concluiu que quase dois terços dos lares que recebem televisão digital terrestre (TDT) têm problemas de recepção do sinal. O estudo foi feito em Novembro, sete meses depois da migração total do sinal analógico para o digital, envolveu 1.714 inquéritos validados.

De acordo com as conclusões da Deco há 62% dos lares que recebem TDT em que há queixas de que a emissão sofre falhas no som e na imagem ou mesmo interrupções prolongadas. Isso corresponde, grosso modo, a cerca de 620 mil lares, tendo em conta que perto de um milhão de habitações permanece apenas com o serviço de TV gratuito.

Há mesmo 13% que “não conseguem seguir o normal desenrolar das emissões”, salienta a Deco. Um panorama que contraria “radicalmente” a versão inicial da ANaCom de que a transição provocara apenas problemas residuais aos consumidores, critica a Associação de Defesa do Consumidor.

Este cenário “desolador” foi admitido pela ANaCom “tarde e a más horas”, diz a Deco, citando o relatório final da operação em que o regulador admite que “a rede TDT não estava preparada para suportar as circunstâncias normais e expectáveis inerentes ao seu desempenho”.

A associação acrescenta que os problemas “poderiam ter sido evitados, se tanto a ANaCom como a PT tivessem tido em conta os [seus] alertas e recomendações”. “Houve um deficiente planeamento da rede pela PT e uma ausência de fiscalização e monitorização pela ANaCom”, acusa a Deco, que fala também em “falta de transparência”. Por isso, exige que a PT faça “o que for preciso” para cumprir as condições da licença que recebeu, sem sobrecustos para os consumidores.

Os inquiridos também criticaram o custo da mudança – a conta da adaptação para a TDT, por via terrestre, ascendeu na maioria dos casos a um custo até 99 euros, lembra a Deco - e quase metade (45%) considerou que a informação divulgada durante o processo de transição foi “má” ou “muito má”.

Para reunir mais informação sobre casos concretos, a Deco criou um formulário, com o qual os consumidores com problemas de recepção da TDT se podem registar. Depois, a associação reencaminhará essas situações para a PT e para a ANaCom.


Notícia: «Público», semanário «Expresso» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Novo Pavilhão em Ponta Delgada

No passado dia 15 de Fevereiro, a Câmara Municipal de Santa Cruz inaugurou o Pavilhão de Ponta Delgada na presença de convidados, munícipes e com a bênção do diácono Luís Alves.

Na ocasião o presidente da Câmara, José Carlos Mendes, usou da palavra salientando todas as obras que tinham sido feitas nesta localidade, destacando a importância deste empreendimento considerado de envergadura.

Com a abertura oficial do Pavilhão desportivo Municipal ao público, a autarquia de Santa Cruz veio uma vez mais reafirmar a importância que esta edilidade tem dado ao desporto e no apoio aos desportistas do nosso concelho.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

República diz não ter dinheiro para identificar edifícios com amianto

Bloco de Esquerda e Partido Ecologista Os Verdes consideram "inadmissível" a explicação de Miguel Relvas na Assembleia da República.

O Governo da República não tem dinheiro para fazer um levantamento dos edifícios públicos com amianto na sua construção, disse esta terça-feira [dia 19] o ministro Miguel Relvas. A realização deste levantamento é uma exigência de uma lei aprovada pela Assembleia da República há dois anos, mas nunca cumprida. O prazo para que o Governo o fizesse, segundo a lei, era de um ano, ou seja, até Fevereiro de 2012.

Interrogado sobre este assunto na Comissão parlamentar de Ambiente, Poder Local e Administração do Território, Miguel Relvas disse que a competência para o acompanhamento desta situação é do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. Mas confirmou que o inventário inicial ficou a cargo do Grupo de Trabalho dos Assuntos do Território, que está sob a sua tutela: “Neste momento não temos meios para o fazer”, disse o ministro na Assembleia da República, esta terça-feira [dia 19]. “Espero que o próximo quadro comunitário de apoio seja uma boa oportunidade para o fazer”, acrescentou Miguel Relvas.

À margem da discussão, Heloísa Apolónia, deputada do Partido Ecologista Os Verdes, afirmou que vai perguntar, quer ao Ministério do Ambiente, quer ao gabinete do ministro Miguel Relvas, quanto é que custa fazer este levantamento: “O ministro não nega a responsabilidade do grupo de trabalho. Ele diz que a responsabilidade da matéria é do Ministério do Ambiente, mas assume que o grupo de trabalho é que tem competência para fazer o levantamento, mas não tem dinheiro. Então é preciso saber quanto é que custa”, salientou.

Durante a audição, tanto Os Verdes como o Bloco de Esquerda classificaram esta situação como “muito grave” e “inadmissível”.

Heloísa Apolónia destacou que se trata de um problema de saúde pública para o qual a comunidade científica já alertou por diversas vezes. O amianto é cancerígeno e, embora a sua utilização na Europa esteja proibida há vários anos, há muitos edifícios construídos há algumas décadas que possuem este elemento nos seus materiais de construção, como coberturas de fibrocimento. Em muitas situações, quando os materiais estão em bom estado e o amianto está confinado, não há grande risco para a saúde. Noutros, em estruturas degradadas ou em aplicações em que o amianto está de certa forma solto, pode haver riscos.

“Se as pessoas inalassem amianto e caíssem para o lado, já se tinha resolvido. O problema é que os efeitos acontecem 30 ou 40 anos depois”, destacou Heloísa Apolónia.

Helena Pinto, deputada do Bloco de Esquerda, afirmou que não aceita “que o ministro diga que não se faz um levantamento dos edifícios que contêm amianto porque não tem meios. E nos casos em que nós já sabemos que está lá o amianto. Porque é que não se actua?”, questionou.


Notícia: secção «Ecosfera» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cláudio Gomes, um jovem florentino que desvenda os mistérios do Universo

Divide o seu tempo entre o mestrado em Física Teórica e o projecto sobre energia escura e enxames de galáxias. A Fundação Calouste Gulbenkian acredita que o trabalho de Cláudio Gomes, natural da ilha das Flores, vai trazer avanços importantes no conhecimento do Universo.

Cláudio Gomes, açoriano natural da ilha das Flores, é jovem mas o seu currículo já conta com distinções de peso. Agora foi a vez da Fundação Calouste Gulbenkian o premiar com uma bolsa de 12.500 euros que lhe permitirá dar novos passos na descoberta de alguns dos mais bem guardados mistérios do Universo.

O florentino, mestrando na área da Física Teórica na Universidade do Porto, vai desenvolver, este ano, um projecto de investigação sobre "O impacto da energia escura na dinâmica de enxames de galáxias". Cláudio Gomes remeteu a proposta à Fundação Gulbenkian, que depressa lhe compreendeu o interesse e a oportunidade. De facto, o trabalho do jovem físico na área da cosmologia reveste-se de especial interesse tendo em conta que a ESA (Agência Espacial Europeia) - que tem uma parceria com o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto - deverá lançar em 2020 um satélite responsável pela caracterização do Universo. A missão Euclid, como é designada, constitui um levantamento do céu sem precedentes.

"É uma área que tem merecido muitos estudos, porque o Universo está a expandir em ritmo acelerado, ao contrário do que era expectável segundo as equações de Einstein. Espero já ter, no final de 2013, algumas conclusões sobre a interação da matéria e energias escuras e as dinâmicas de enxames de galáxias", disse Cláudio Gomes ao jornal «Diário Insular».

É, de facto, um trabalho longo, que exige o teste de hipóteses e de teorias. Depois será necessário discutir ideias com outros físicos, participar em encontros e conferências e é nisso que o cientista vai investir a bolsa que ganhou no final de 2012. Às vezes não é fácil explicar os meandros da Física e os mistérios do Universo a quem não é especialista, mas o gosto de Cláudio Gomes pela temática chega para todos. Foi uma paixão que lhe apareceu ainda na ilha das Flores, onde fez a sua formação inicial: "Sempre gostei de utilizar equações para descrever aquilo que nos rodeia e quis compreender essa realidade, desde os pequenos átomos ao Universo", afirma o jovem de 21 anos.

Cláudio Gomes quer continuar a fazer esse percurso em Portugal, país onde se sente bem, mas não descarta a possibilidade de alargar horizontes. Ainda assim, o florentino defende que, aqui, há boa formação na área: "Portugal tem todas as condições para desenvolver trabalho em Física. A formação é muito boa, reconhecida internacionalmente", sublinha.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

«Brumas e Escarpas» #54

São Cornélio

Todos os anos, no mês de Setembro e após as prolongadas e danosas secas de Verão que tanto prejudicavam os campos e as sementeiras, realizavam-se as “Rogações”, ou seja procissões que percorriam algumas das ruas, durante as quais, recorrendo à invocação e intersecção dos santos, se implorava a benevolência e a proteção divinas, a fim de que, pura e simplesmente, chovesse. Os produtos agrícolas, semeados e plantados nos campos, de tão raquíticos e definhados que estavam, haviam de tornar-se viçosos verdejantes e, consequentemente, mais produtivos.

Saídas da igreja, estas procissões seguiam, todos os anos, os mesmos trajectos e cumpriam, com rigor quase milimétrico, os seus percursos. Durante a caminhada cantava-se a Ladainha de todos os Santos, uma prece da Igreja Católica dirigida a Deus, mas com pedidos de intercessão à Virgem Maria, aos Anjos e aos Santos mais importantes da Cristandade. Assim e durante a recitação ou canto da Ladainha eram invocados, para além de Nossa Senhora, os Anjos, os Patriarcas, os Profetas e alguns dos Santos que constam no Martirológio da Igreja, a saber: os Apóstolos e Discípulos de Jesus, os Mártires, os Bispos, os Doutores da Igreja, etc. Após a invocação dos santos, a Ladainha terminava com uma série de súplicas a Deus, a fim de que Ele, ouvindo as orações e preces dos fiéis, lhes concedesse os seus mais legítimos desejos e lhes satisfizesse as mais urgentes necessidades. As normas litúrgicas, no entanto, permitiam que, relativamente aos Santos, se pudessem acrescentar outros nomes, o mesmo acontecendo no que às invocações dizia respeito.

Era isso que fazia o pároco, até por que, sendo o giro da procissão bastante longo, a ladainha tal com constava no “Liber Usualis” não chegava para meia missa. Ora entre os nomes que o prebendado, todos os anos, acrescentava aos constantes do cânone, era o de São Cornélio, papa e mártir que governou a Igreja Católica no século III, num dos mais difíceis papados da História, embora, também, num dos mais curtos.

Cismou pois o pároco de que havia de acrescentar à lista dos “Omnes sancti mártires” e logo a seguir aos “Sancti Gervasi et Protasi” a invocação de São Cornélio, santo que, na opinião do clérigo, possuía um currículo muito superior ao de outros que constavam oficialmente na ladainha, dado que o Santo, para além de mártir, tinha sido teólogo, pregador, bispo e Papa. Ora acontecia que o pároco iniciava o canto da ladainha logo ao transpor do Guarda-Vento, com o “Kyrie eleison” e como a procissão seguia sempre com o mesmo ritmo, as invocações eram cantadas, todos os anos, junto às mesmas casas e sempre em frente às mesmas portas. A invocação de São Cornélio não fugia à regra. Aquilo era certo e certinho! Sempre que a procissão rondava a casa do Sabino, o pároco, em frente ao portão de entrada, parecendo até que elevava mais a voz, atirava para os ares: “Sancte Cornelius”, ao que o povo respondia em uníssono “Ora pro nobis”.

O Sabino ouviu um ano, dois anos e começou a não achar muita piada àquilo, até porque já há muito desconfiava que, pelos recantos da freguesia, corriam, à boca pequena, uns estranhos e pouco abonáveis mexericos relativamente à fidelidade da sua consorte. Uma vez ou duas... não se dava por nada. Agora todos os anos, em frente à sua porta, aquela invocação tão estranha e esquisita... aquele santo maldito cujo nome fazia lembrar... Ai dava que pensar, dava. Não seria que o pároco... Não se conteve o Sabino e, em vez de se calar, perante a chacota de todos, começou a indignar-se, a revoltar-se e a ameaçar tirar razões com o pároco. Mas pior do que isso, cuidando que assim, publicamente, defendia a sua honra e a dignidade da sua consorte, indignou-se em plena Praça, barafustou no Descansadouro e foi tirar razões com o pároco precisamente à hora da missa. Mas o prebendado retorquiu-lhe que nada podia fazer no sentido de alterar as normas litúrgicas impostas pelo Senhor Bispo ou sequer mudar o giro da procissão, contrariando as tradições e os costumes da paróquia. Além disso, fazendo-lhe uma síntese da vida e obra de São Cornélio, terminou, concluindo que “era uma das maiores figuras da Igreja Católica de todos os tempos, muito para além do actual Papa, Pio XII”.

De nada serviram as explicações do pároco, por que mesmo assim, não se calou o Sabino. Pelo contrário, mais barafustou, mais reclamou, mais se zangou, mais se indignou e mais atirou ao ar a displicência do pároco, aqui, acolá e além, que por fim já não era apenas o reverendo a cantar-lhe o nome do santo mártir, uma vez por ano, em frente ao seu portão. Era um chorrilho diário, um coro contínuo, uma revoada permanente de vozes de quantos lhe passavam em frente à casa ou que simplesmente com ele se cruzavam no caminho a cantar-lhe, em alto e bom som: “São Cornélio, ora pro nobis”.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Governo Regional negoceia prospeção mineral do fundo do nosso mar açoriano

O Governo Regional está a negociar com a multinacional canadiana Nautilus os termos de um futuro contrato de prospeção mineral do fundo do mar no arquipélago.

Falando no Parlamento açoriano no final de um debate sobre 'Economia do Mar', o secretário regional dos Recursos Naturais, Luís Neto Viveiros disse que aguarda ainda por uma garantia da empresa, de que a actividade de prospeção marinha não irá provocar “qualquer malefício ambiental” no arquipélago.

“Começaram as negociações entre o Governo Regional e esta empresa, que neste momento ainda decorrem”, lembrou o governante, acrescentando que a Região está a aguardar a resposta da empresa no sentido de assegurar “a não execução de qualquer malefício ambiental” durante a actividade de prospeção marinha.

Luís Neto Viveiros disse também que a Região pretende definir, no âmbito deste contrato entre ambas as partes, quais os “benefícios” de que os Açores poderão “usufruir”, caso a Nautilus decida avançar para uma futura fase de exploração mineral nos mares açorianos.

As explicações do governante surgiram em resposta às preocupações levantadas pelo deputado regional do PCP, Aníbal Pires, que teme que esta actividade tenha impacto negativo em zonas “ecologicamente sensíveis”. O parlamentar comunista recordou que, em Julho do ano passado, o seu partido apresentou um requerimento exigindo esclarecimentos ao Governo Regional sobre esta matéria, acusando o Executivo de não ter dado resposta para poder “manter o silêncio” sobre este negócio.

Aníbal Pires recordou ainda que os ecossistemas das fontes hidrotermais são “extremamente frágeis” e ainda “mal conhecidos”, razão pela qual considera que “não é possível prever todos os impactos ambientais” desta actividade. O deputado regional do PCP advertiu que a tecnologia que a empresa Nautilus pretende empregar na sua mina submarina, na Papua Nova-Guiné, implica o “corte e escavação das fontes hidrotermais” e a consequente destruição de habitats, bem como a "deposição de lamas" resultantes da escavação no fundo marinho.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
A gestão dos mares dos Açores e das riquezas subaquáticas deve ser exclusivamente açoriana, defenderam hoje todos os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Regional; Governo Regional e o Parlamento açoriano não abdicam da gestão partilhada das águas açorianas e contestam a alegada intenção do Governo da República de impor a gestão exclusiva dos mares em torno do arquipélago.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

«Nem acredito em tudo o que já fiz»

Ex-professor, diácono, ex-autarca, ex-dirigente desportivo e cultural, cantador e tocador, Luís Alves, 61 anos, vive intensamente o quotidiano da ilha das Flores e em especial da freguesia de Ponta Delgada onde nasceu em tempos de extremo isolamento e pobreza: «Comecei a estudar com o dinheiro que ganhava na apanha do sargaço».

Luís Alves, professor na reforma, diácono, ex-presidente da Junta de freguesia e ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, tocador e cantador, vive em Ponta Delgada, uma autêntica varanda aplainada e verde sobre a ilha do Corvo.

Apesar de ter nascido numa das mais isoladas e pobres freguesias da ilha das Flores, nunca se resignou ao destino de grande pobreza. «Ui, eramos muito pobres», recorda Luís, que conheceu a electricidade com 19 anos graças à instalação na zona dos radares franceses. «Havia uma família em Ponta Delgada que inclusivamente vivia numa furna».

Em casa de Luís Alves viviam do que o pai, agricultor que trabalhava em terras de outros, ganhava. «Tínhamos um porco, plantávamos batata-doce, batata branca, milho, feijão, couves... A nossa ceia era sopas de leite com pão de milho e papas grossas de leite».

Não tinham pão de trigo. «De vez em quando alguém mais rico dava-nos um bocado. Para ter farinha, levávamos a “moenda” (o milho secado) até a um moinho de água que aqui havia».

Ainda em casa, faziam manteiga e nata para vender. «Não existia numerário naquele tempo. A nata e a manteiga era entregue ao senhor da loja (mercearia) que a vendia à fábrica de leite e trocávamo-las por géneros».

Para conseguir ganhar algum dinheiro, iam apanhar sargaço. «Apanhávamos no Sítio do Vento, aqui na freguesia, 202 degraus para baixo e 202 para cima. O meu pai vendia ao quilo. O melhor sargaço era o que vinha enxurrado, batido. Escolhíamos o melhor e sempre dava para suportar a casa».

Foi com o dinheiro que ganhou no sargaço que Luís Alves teimou em estudar. «Comecei por estudar sozinho porque não tinha estrada para ir até Santa Cruz. Depois ia até Santa Cruz e fazia três anos de cada vez. Fui ter com um senhor dos Correios e com um senhor meteorologista que me ensinaram Física e Matemática. A professora primária (ensino básico) que vinha aí é que me ensinou o inglês e o francês. Fui fazendo assim, candidatando-me como aluno externo, primeiro nas Flores e depois no Faial».

A chegada dos franceses e da sua base de radares para escrutinar os mísseis que atravessavam o Atlântico mexeu com a pequena freguesia rural de Ponta Delgada. «Tivemos electricidade em 1969, mais cedo do que noutras zonas da ilha. Muita gente trabalhou nas obras de instalação de valas e electricidade e a população beneficiou do apoio médico dado pelos franceses».

Na época em que os franceses se instalaram em Santa Cruz das Flores já Luís Alves cantava e tocava. «Eu, a minha esposa e o meu pai tocávamos e cantávamos música regional para os franceses, no Hotel que eles tinham em Santa Cruz. Normalmente, íamos lá quando chegava o avião de abastecimento deles, o Transal. Eu tocava viola ritmo, o meu pai tocava viola e a minha esposa cantava em dueto comigo». Os militares franceses iam buscá-los e levá-los. «Não tínhamos carro. Tive o meu primeiro carro em 1985».

Além de professor, autarca e diácono, Luís Alves foi jogador de futebol, dirigente desportivo, director da Casa do Povo local e ainda do Grupo de Folclore da Casa do Povo da Ponta Delgada das Flores. Ainda hoje, o reportório deste último, tem por base as recolhas feitas por Luís Alves.

«Andei pela freguesia a fazer recolha de temas juntos dos mais velhos», conta. «Alguns foram trazidos de fora da ilha, como o “Vira”. No fim do século XIX, esteve a construir aqui o Farol da Ponta de Albarnaz um tal de João Figueiredo, conhecido como o João “Algarvio”. A minha avó dizia que tinha deixado algumas músicas e o “vira” era uma delas».

Foi com essas músicas recolhidas em Ponta Delgada que Luís Alves partiu para os arranjos coreográficos do grupo de folclore. «Notam-se diferenças em relação a outros reportórios porque vivíamos muito isolados mas eu acho que é a diferença de ilha para ilha e de freguesia para freguesia que faz a riqueza do folclore».

Luís Alves envolveu-se em praticamente tudo o que era a vida quotidiana e especialmente cultural de Ponta Delgada. «Fomos os primeiros a apresentar marchas de São João com letras e música minhas, celebrávamos as Rondas dos Reis, a Passagem do Ano e o no Carnaval organizávamos danças de arco e espada, com um mestre e um contra-mestre vestidos à militar».

Entre 1980 e 2000, organizou uma tuna com violões, viola da terra, bandolins e violino e mantem um grupo, o «Vozes do Norte», com mais cinco elementos.

Catequista durante 35 anos e membro do coro da Igreja de Ponta Delgada, Luís Alves cursou teologia durante cinco anos e é actualmente um dos três diáconos dos Açores. «Só não posso consagrar a hóstia nem perdoar os pecados uma vez que sou casado. Meu Deus, eu às vezes não acredito na quantidade de coisas que faço ou já fiz».


Crónica do jornalista Nuno Ferreira no portal «Café Portugal».
Saudações florentinas!!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ministério da Defesa condenado a indemnizar pescadores dos Açores por não fiscalizar a pesca estrangeira

O Tribunal Central Administrativo confirmou a condenação do Ministério da Defesa Nacional [à época dirigido por Paulo Portas] por “omissão da fiscalização” da pesca por embarcações estrangeiras na Zona Económica Exclusiva (ZEE) adjacente ao arquipélago dos Açores, entre as 100 e as 200 milhas.

A acção foi interposta por associações de pescadores e ambientalistas dos Açores, que pediam a condenação do Ministério da Defesa ao pagamento de uma indemnização superior a um milhão de euros pelos prejuízos causados pela falta de fiscalização entre 2002 e 2004 [quando Paulo Portas era ministro de Estado e da Defesa Nacional].

Em 2009 o Tribunal Administrativo de Ponta Delgada condenou o Ministério da Defesa a pagar aos autores o montante dos prejuízos sofridos, a liquidar em execução de sentença.

O Governo da República recorreu mas a decisão foi confirmada pelo Tribunal Central Administrativo que, por acórdão a que a Agência Lusa teve acesso, considera que houve “uma clara omissão ilícita por parte do Estado”, ao “diminuir muito ou eliminar mesmo a fiscalização (a polícia) das nossas águas da zona económica exclusiva (ZEE) nesse período, além das 100 milhas. (...) Com efeito, tal inacção do Estado contrariou quer os mais elementares e elevados interesses morais do país, quer os nossos interesses de defesa económica e ambiental dos mares nacionais”, refere o acórdão.

Acrescenta que entre 2002 e 2004 não foram efectuadas missões conjuntas de fiscalização pela Marinha e pela Força Aérea, “com prejuízo para a eficácia dessa fiscalização”. Diz ainda que, paralelamente, os meios afectos à fiscalização nos Açores pela Marinha portuguesa também diminuíram, passando de dois navios em permanência nos portos do arquipélago para apenas um.

Segundo o Tribunal, esta falta de fiscalização levou a que o número de embarcações estrangeiras, nomeadamente espanholas, a pescar na ZEE adjacente aos Açores aumentasse exponencialmente. Chegaram a ser mais de 60 embarcações espanholas por mês a dedicarem-se à pesca intensiva de espadarte, tintureira e rinquin em zona proibida. Com embarcações maiores, melhores artes e muitos mais dias de permanência no mar, os estrangeiros levavam quase o peixe todo, com sérios prejuízos para os pescadores dos Açores.

Além disso, refere ainda o acórdão do Tribunal, a “omissão de fiscalização acarreta e acarretará no futuro, se se mantiver, danos irreversíveis na conservação dos ecossistemas constituídos por cada um dos bancos de pesca”.


Notícia: jornal «Público» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Dia de São Valentim na ilha das Flores


O Dia de São Valentim é conhecido em algumas civilizações como Dia dos Namorados. Nesta terra do sol-poente também foi comemorado um pouco por todo o lado e cada qual a seu modo.

Fui convidado a estar presente num desses lugares/convívio. Foi com agradável surpresa que pude encontrar pessoas de diferentes gerações e nacionalidades, o que testemunha que o amor não tem idade ou fronteiras. Foi um serão agradável e cheio de música e boa disposição. Assim se regou com mais um cálice de felicidade na farta ementa do amor.

Agradecimentos ao restaurante Casa do Rei, aos músicos participantes, a todas as pessoas presentes, à Luísa Silveira e a todos os que (de uma forma ou de outra) tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

AAiF: sessão solene do 10º aniversário

A próxima actividade da Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF) terá lugar no dia 23 de Fevereiro [sábado], com a realização de um almoço tradicional de couves com carne ou cozinhada à moda das Flores, pelas 13 horas.

Também no dia 23, pelas 16h30, realiza-se a sessão solene comemorativa do décimo aniversário da AAiF.


Notícia: blogue da Associação Amigos da ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Construção de parque de merendas, lazer e campismo em Ponta Delgada

A Câmara Municipal de Santa Cruz adjudicou à empresa Sociedade de Construções Lucino Lima a empreitada do Parque de Merendas, na freguesia de Ponta Delgada, por um valor total de 153.439,90 euros. Esta obra tem prazo de execução de 180 dias.

A construção do Parque de merendas tem como objectivo o desenvolvimento e progresso daquela freguesia, criando um espaço destinado a campismo e zona de lazer para os apreciadores da vida ao ar livre.


Notícia: «Boletim de Informação autárquica - Janeiro de 2013» da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores (secção Empreitada).
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Açores com o maior aumento da taxa de desemprego em todo o país em 2012

A taxa de de desemprego nos Açores teve o maior aumento do país em 2012, tendo passado de 11,5 por cento em 2011 para 15,3 por cento no ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este valor representa um aumento de 3,8 pontos percentuais da taxa de desemprego nos Açores em 2012.

No total do país, a taxa de desemprego média anual de 2012 fixou-se nos 15,7%, de acordo com o INE, duas décimas acima das previsões revistas pelo Governo que apontavam para os 15,5% (a primeira estimativa inscrita no Orçamento do Estado para 2012 era de 13,4%), o que representa um acréscimo em 2,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

No ano de 2012, as maiores taxas de desemprego foram registadas no Algarve (17,9%), em Lisboa (17,6%), na Madeira (17,5%), no Norte (16,1%) e no Alentejo (15,9%).

A taxa de desemprego aumentou em todas as regiões. Os maiores aumentos ocorreram nos Açores (+3,8%), na Madeira (+3,7%), no Alentejo e em Lisboa (+3,5%) e no Norte (+3,1%).

Em relação ao último trimestre de 2012, a taxa de desemprego na Região subiu para os 16,2% no quarto trimestre, face aos 15,4% observados no trimestre anterior. No resto do país a taxa de desemprego subiu para os 16,9% no quarto trimestre, face aos 15,8% observados no trimestre anterior, com o número de desempregados em Portugal a ultrapassar os 920 mil.

Os números observados no final do quarto trimestre atingem níveis absolutamente históricos, num contexto de subidas da taxa de desemprego em Portugal desde 2008, altura em que se situava nos 7,3%, o equivalente a 409,9 mil desempregados.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
O vice-presidente do Governo Regional destaca que o desemprego na Região (16,2%) está abaixo da média nacional (16,9%).

Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Marcha de Carnaval das Lajes


Mais um ano passado e a rotina/ciclo continua, assim como as efemérides/festividades. A vila das Lajes voltou a pôr nas ruas das freguesias da ilha das Flores mais uma marcha de Carnaval.

Agradecimentos à direcção da Casa do Povo das Lajes (onde foram recolhidas estas imagens), à direcção e elementos do Clube Naval de Lajes das Flores, a todos os elementos da Dança de Carnaval das Lajes, a todas as pessoas presentes, à Luísa Silveira e a todos os que (de uma forma ou de outra) tornaram possíveis estas imagens.

Captação de imagem e ajuda à produção de Luísa Silveira. Vídeo com edição, produção e realização de José Agostinho Serpa.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pedro Catarino visita Flores e Corvo

O representante da República para a Região Autónoma dos Açores, embaixador Pedro Catarino, efectua um segundo périplo pela Região, com uma visita às ilhas do Grupo Ocidental a iniciar-se hoje.

Acompanhado da esposa, o embaixador Pedro Catarino iniciará este segundo périplo pela ilha do Corvo, onde permanecerá de 11 a 18 de Fevereiro, seguindo nesse dia para a ilha das Flores e regressando no dia 22.

Para além do desejo de sentir in loco a vivência nas ilhas e de as conhecer melhor, o representante da República visitará e cumprimentará as entidades responsáveis pelas instituições locais, nomeadamente as autoridades autárquicas, serviços de segurança e outros serviços do Estado na Região, e instituições de carácter social e religioso, aproveitando a oportunidade para se inteirar melhor da problemática do funcionamento das mesmas.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e jornal «O Baluarte».
Saudações florentinas!!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Cabo de fibra óptica deverá (mesmo?) entrar em funcionamento... em Outubro

A ligação das ilhas do Grupo Ocidental ao cabo de fibra óptica deverá estar concluída em Outubro, anunciou hoje o secretário regional do Turismo e Transportes.

Vítor Fraga, de visita à ilha do Corvo, adiantou que o Governo Regional está fortemente empenhado em fazer com que “todas as ilhas dos Açores tenham comunicações rápidas e eficientes”, que possam ser encaradas como uma mais-valia local “não só para a actual situação dos residentes, mas também como um pólo importante para o desenvolvimento futuro ao nível tecnológico de cada uma das nossas ilhas”.

Nesse sentido, Vítor Fraga revelou estar previsto que o lançamento do cabo submarino tenha início já no mês de Março, prevendo-se que entre em funcionamento até ao final de Outubro.

A ligação do Grupo Ocidental ao cabo de fibra óptica irá permitir que todas as ilhas dos Açores tenham uma acessibilidade de comunicações dentro daquilo que são os padrões a nível mundial.


Notícia: jornal «Açores 9», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
De recordar que José Contente já havia garantido que "Até Março [de 2012] deve arrancar a extensão do cabo de fibra óptica às Flores e ao Corvo", Carlos César garantiu que a fibra óptica ocidental fica resolvida ainda este mês [Maio de 2012], Sérgio Ávila anunciou que as "Obras para extensão da fibra óptica ao Corvo e às Flores... começam em Julho [do ano passado]" e "Fibra óptica “está a avançar”, diz José Contente... mas a colocação do cabo submarino arrancará só na Primavera [de 2013]!".

Saudações florentinas!!

Tolerância de ponto nas Câmaras

Pelo menos treze Câmaras Municipais das dezanove edilidades dos Açores vão "dar o dia" de terça-feira de Carnaval aos seus funcionários, segundo dados obtidos pela Agência Lusa.

Recorde-se que o presidente do Governo Regional anunciou [no início do mês] que concedia tolerância de ponto aos trabalhadores da Administração Pública Regional na terça-feira de Carnaval, dia 12 de Fevereiro.

No resto do país o Governo (PSD+CDS) confirmou [ainda em Janeiro] que este ano não será concedida tolerância de ponto no Carnaval, adiantando que esse princípio vai manter-se, pelo menos, durante a aplicação do Programa de Assistência Económica e Financeira da troika a Portugal.

Na ilha das Flores a autarquia de Santa Cruz (PS) dá tolerância de ponto no Carnaval, enquanto a Câmara Municipal das Lajes (PSD) ainda não decidiu.


Em São Miguel, as Câmaras Municipais de Ponta Delgada (PSD), Vila Franca do Campo (PS), Ribeira Grande (PS) e Lagoa (PS) dão tolerância; na Povoação (PS) e Nordeste (PSD) ainda não decidiram. Na ilha Terceira, os municípios de Angra do Heroísmo (PS) e da Praia da Vitória (PS) dão tolerância de ponto no dia 12 e também 50% no dia 11 e 50% no dia 13. No Pico, as autarquias da Madalena (PSD) e São Roque (PSD) dão tolerância, sendo que a edilidade das Lajes (PS) dá tolerância nos dias 11 e 12. Nas ilhas do Corvo (PS), Santa Maria [município de Vila do Porto (PSD)] e Faial [município da Horta (PS)] haverá tolerância de ponto pelo Carnaval. Nas ilhas da Graciosa [município de Santa Cruz (PS)] e São Jorge [municípios das Velas (PS) e Calheta (PSD)] ainda não tinha sido decidido.

Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e semanário «Sol».
Saudações florentinas!!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Marcha de Carnaval de Ponta Delgada


Mais um ano passado e a rotina/ciclo continua, assim como as efemérides/festividades. A freguesia de Ponta Delgada voltou a pôr nas ruas das freguesias da ilha das Flores mais uma marcha de Carnaval. Tive a oportunidade de captar as imagens.

Agradecimentos à direcção da Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores, em cujo Lar de Idosos foram recolhidas estas imagens; a todos os elementos da Dança de Carnaval de Ponta Delgada, a todas as pessoas presentes, à Luísa Silveira e a todos os que (de uma forma ou de outra) tornaram possíveis estas imagens.

Captação de imagem e ajuda à produção de Luísa Silveira. Vídeo com edição, produção e realização de José Agostinho Serpa.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
A Dança de Carnaval irá ainda percorrer todas as freguesias florentinas: o concelho de Santa Cruz no domingo gordo (dia 10) e o concelho das Lajes na terça-feira de Carnaval (dia 12).
No domingo [amanhã] a Marcha de Carnaval começa as suas actuações às 10h30 na Casa do Povo de Ponta Delgada, seguindo-se às 12 horas na Casa dos Cedros, às 13h30 no Lar de Idosos em Santa Cruz, às 15 horas no Salão da Fazenda de Santa Cruz, às 16h30 na Casa de Espírito Santo do Monte, às 17 horas no Pavilhão Municipal de Santa Cruz, terminando o dia às 20 horas com actuação na Junta de Freguesia da Caveira.
Na terça-feira [dia 12] a Dança de Carnaval inicia as suas actuações às 12h30 na Igreja da Fajã Grande, depois segue às 14 horas para o Rossio da Fajãzinha, às 15h30 na Igreja do Mosteiro, às 16h30 na Igreja do Lajedo, às 17h30 na Junta de Freguesia das Lajes, às 18h30 na Casa do Povo das Lajes, às 19h30 na Junta de Freguesia da Fazenda, acabando o dia às 20h30 com a última actuação na Junta de Freguesia da Lomba.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Empresa grega volta a ganhar concurso do transporte marítimo de passageiros inter-ilhas... mas por metade do preço

A empresa grega Hellenic Seaways voltou a ganhar o concurso de transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas dos Açores, mas vai realizar a operação por metade do preço dos anos anteriores.

A informação foi avançada por Carlos Reis, presidente do conselho de administração da AtlânticoLine, a empresa pública regional que gere o serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas no arquipélago.

A Hellenic Seaways, explicou o administrador da AtlânticoLine, vai realizar a operação de 2013 e 2014 (com opção de prorrogação do contrato por mais um ano) por quatro milhões e 540 mil euros por ano, o que representa uma "redução de 47% face aos valores praticados nos anos anteriores".

A empresa grega volta a operar nos Açores com dois navios: o Express Santorini, de 117 metros de comprimento, capacidade para 1.400 passageiros e 210 viaturas e 19,5 nós de velocidade máxima; e o Hellenic Wind, um barco rápido (35 nós), de 100 metros, que pode transportar até 800 passageiros e 175 viaturas. "São navios que nos garantem fiabilidade, com tripulações que conhecem bem os nossos portos", assegurou Carlos Reis.

O contrato de adjudicação do serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas nos Açores aguarda apenas o visto do Tribunal de Contas para que possa ser oficializado.

A AtlânticoLine prevê que a operação de 2013 arranque no início de Maio, por altura das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres (aos maiores festas religiosas dos Açores) e termine em finais de Setembro.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Acção de sensibilização pela PSP

A esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) do concelho de Lajes das Flores promoveu uma acção de sensibilização e esclarecimento aos alunos deste concelho.

No âmbito da filosofia de actuação policial do programa “Policiamento de Proximidade” e no contexto da “Operação Carnaval em Segurança 2013” foi realizada na Escola Básica das Lajes das Flores uma acção de sensibilização e esclarecimento sobre as temáticas “112: número de emergência europeu” e “Carnaval: perigos dos artigos pirotécnicos”.

Esta acção teve como público-alvo as nove docentes e os 103 alunos da Escola Básica de Lajes das Flores.


Notícia: rádio Atlântida.
Neste próximo fim-de-semana acontecem vários eventos nas festividades carnavalescas: o Clube Naval das Lajes realiza na Casa do Povo das Lajes muitas actividades para a pequenada no sábado e uma matiné no domingo; em Santa Cruz, no domingo gordo, ocorrerá também uma matiné infantil no Pavilhão Gimnodesportivo Municipal.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Festival da Canção Infantil 2013

Estão abertas as inscrições para a décima terceira edição do Festival da Canção Infantil da ilha das Flores. Se tem um filho com idade entre 5 e 11 anos que goste muito de cantar, então tem até ao próximo dia 20 de Fevereiro para se dirigir à secretaria da Câmara Municipal de Santa Cruz e fazer a respectiva inscrição do pequeno cantor no Festival.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Já chegou a nova lancha de pilotos

A nova lancha de pilotos Diogo de Teive chegou este domingo [dia 3] ao porto das Lajes das Flores. Foi construída nos estaleiros irlandeses da SafeHaven Marine, sendo um modelo Interceptor 38. De lembrar que esta lancha faz parte de uma encomenda de quatro unidades destinadas aos portos do Triângulo e Grupo Ocidental. Será certamente um importante instrumento dedicado ao serviço de pilotagem do porto florentino, pois para além dos ganhos operacionais valorizados pela sua polivalência, irá oferecer maiores condições de segurança a estes profissionais que no momento do embarque/desembarque encontram a situação mais perigosa na sua actividade.

Notícia: blogue «O Porto da Graciosa».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Município das Lajes pode dispensar 50 trabalhadores "falsos" recibos verdes

Cinquenta colaboradores pagos a recibos verdes podem ser dispensados da Câmara Municipal das Lajes das Flores. O número preocupa tendo em conta a pequena dimensão do concelho. Um porta-voz dos trabalhadores diz que o grupo foi informado pelo presidente da autarquia de que não havia mais condições para os manter a recibo verde. A oposição (PS) estranha que o assunto não tenha sido discutido em reunião de Câmara.

Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Novo programa turístico para os Açores

Destinado ao mercado nacional, o Governo Regional vai lançar um novo programa turístico que dará aos visitantes a possibilidade de conhecerem 6 ilhas em 7 dias. O anúncio foi feito [a 31 de Janeiro] pelo secretário regional do Turismo no programa «Grande Plano», da RTP Açores. Vítor Fraga apelou ao envolvimento de todas as entidades do sector turístico na promoção do destino Açores e garantiu o reforço de várias operações turísticas.

Notícia: RTP Açores.
Anteriormente já havia sido anunciado que seriam definidas acções a "curto prazo" para diminuir o impacto da quebra de dormidas de turistas nacionais e que haverá aposta em novos mercados europeus para tentar inverter a evolução negativa do turismo.

Saudações florentinas!!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Tolerância(s) de ponto no Carnaval

O presidente do Governo Regional dos Açores concedeu tolerância de ponto aos trabalhadores da Administração Pública regional na terça-feira de Carnaval, dia 12 de Fevereiro.

A decisão consta de um despacho que determina ainda a tolerância de ponto para os trabalhadores da Administração Pública regional da ilha Terceira na tarde do dia 11 e na manhã de 13 de Fevereiro, tendo em conta a “especificidade, importância e período tradicional de realização de danças e bailinhos característicos da ilha”.

Um segundo despacho assinado por Vasco Cordeiro determina que também ficam dispensados de serviço, sem prejuízo de quaisquer direitos e regalias, os trabalhadores da Administração Pública regional que queiram participar nas romarias que se realizam em São Miguel no período da Quaresma.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário», RTP.Notícias e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

«Brumas e Escarpas» #53

As latinhas de litro de azeite

Na Fajã Grande, nos tempos em que ainda não proliferavam os hoje tão divulgados utensílios de plástico e afins, rareavam os apetrechos necessários a uma vida quotidiana de cariz profundamente agrícola e rural. Por outras palavras, arranjar o utensílio necessário e adequado para o transporte de um líquido, de um cereal, de batatas ou de outro produto agrícola qualquer era um bico-de-obra. Para o transporte do leite havia apenas as enormes e descomunais latas de doze, dez ou seis litros e que para mais nada serviam, a não, realmente, para tirar o leite às vacas, transportando-o para os postos de desnatação. Além disso, em termos de latas, apenas era possível investir nas que destinavam ao transporte do leite. Para a água havia baldes de madeira, pesadíssimos, incómodos para o transporte e que, com o deteriorar-se através do uso, se transformavam, mais tarde, em baldes de comida para o porco, colocados permanentemente num canto da cozinha e onde se iam armazenando restos de comida e lavagens. Para o milho, abóboras, batatas e outros produtos semelhantes, assim como para a roupa suja que havia de ser lavada na ribeira ou posta a quarar em relvas ou nos estendais, havia cestos de vimes. Para os inhames havia os sacos de serapilheira. As garrafas eram raras e pequenas, não havia garrafões. As bilhas de barro eram para o petróleo e os bules para o café. Para amassar o pão utilizava-se selhas de madeira e para a carne do porco alguidares e salgadeiras de barro. E, praticamente, exceptuando as latas de madeira para a urina das vacas e as canecas das latrinas, ficávamos por aqui em termos de vasilhame.

Ora acontecia que por essa altura o azeite rareava. Era comprado apenas em pequeníssimas quantidades, guardado num minúsculo frasco, tinha o nome de “azeite doce” e era usado apenas com fins medicinais, sobretudo para untar os enormes “galos” que fazíamos na testa ou no cocuruto. Este azeite chegava às lojas em pequenas latas de 1 litro, a maior parte das quais eram da marca “Galo”. Assim que um comerciante abria um dessas latinhas, fazendo-lhe dois furos na parte superior para ir vendendo o azeite a retalho, logo uma série de candidatos se perfilavam na esperança de terem acesso gratuito à lata, depois de vazia.

É que as mesmas eram aproveitadas e transformadas em pequenas latas. Essa tarefa competia ao latoeiro da freguesia, o Antonino de tio Francisco Inácio, com oficina ali mesmo à Praça, que as preparava com meticuloso cuidado e desmedia perfeição. Cortava-as na parte de cima de modo a que esta fizesse uma tampa e colocava à volta da parte de baixo uma tira de lata soldada na qual a tampa cortada havia de encaixar-se. Com pingos de solda tapava os dois buracos da tampa, com um pequenino pedaço de lata soldava-lhe uma espécie de mão e punha-lhe um arame à volta, preso em anilhas soldadas nos lados, abaixo da tampa e aí estava uma lata de litro perfeita. Restava apenas lavá-la muito bem a fim de que perdesse por completo todo o sabor e a gordura do azeite.

Estas latas eram um autentico luxo para quem as possuía e serviam sobretudo para quem ia comprar leite ou para quem tinha uma cabra ou uma vaca que desse menos do que um litro. Curiosamente também serviam para ir levar umas sopinhas de café aos homens que trabalhavam nos campos.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».