Joel Vieira: o apelo da perfeição
É um jovem florentino que arrisca para aprender com os melhores. Seja nos Açores, no Continente português, na China ou, agora, nos Estados Unidos da América, Joel Vieira busca a perfeição para a sua paixão: cozinhar.
Estudou mecânica em Lisboa, quase completou economia na Universidade dos Açores, mas foi na Escola de Formação Turística e Hoteleira (EFTH) que encontrou caminho, vocação e paixão: ser cozinheiro profissional. Um caminho que tem feito Joel Vieira, de 27 anos, natural da ilha das Flores, partir à procura de aprendizagem e experiência. A viagem já o levou, em formação e em trabalho, a cozinhas próximas de casa, nas ilhas de São Miguel e Terceira, ao Norte de Portugal, e também já o embarcou até à remota China, a Hong Kong.
Agora atravessou o Atlântico para aperfeiçoar talento num hotel de luxo no centro de Boston, nos EUA. É na cozinha do The Langham Hotel, um imóvel histórico de sofisticada e imponente arquitetura, outrora banco da Reserva Federal da cidade de Boston, que o açoriano apura técnicas e aguça saberes.
Um estágio de meio ano - fruto de uma parceria encetada pela EFTH e que conta com o apoio da SATA - onde tudo se resume "à qualidade do serviço e perfeição", sublinha. Uma exigência que tem de chegar à mesa do Café Fleuri, do Bond Restaurant & Lounge e do The Reserve - os três amplos espaços de restauração desta unidade hoteleira de cinco estrelas com mais de trezentos quartos e suites.
O florentino integra uma equipa de trinta elementos com currículos na restauração de topo há 15, 20 ou 25 anos e que mantêm alta a fasquia da ementa contemporânea com os sabores da Nova Inglaterra: "O chef aposta num menu sazonal com produtos frescos, sempre com identidade histórica, no qual não podem faltar o peixe e o marisco".
Enquanto prepara uma salada verde com molho de rábano que vai fazer acompanhar com salmão levado ao forno, Joel Vieira diz gostar do repto: "Estamos sempre a inovar. É um desafio diário. Quero aprender um pouco de tudo". Por isso, reparte-se pelas várias secções, desde a requintada pastelaria dos pequenos-almoços até às delicadas comidas frias e refeições ligeiras, mas, também, pelos banquetes e eventos festivos, como casamentos ou reuniões de negócios. São oportunidades de aperfeiçoamento.
Ri-se, orgulhoso, quando fala no multipremiado brunch do The Langham Hotel: "Há quem diga que é o melhor de Boston. Já servimos, das 11 às 15 horas, mais de 300 pessoas"; ou do chocolate-bar que ao sábado confeciona 250 sobremesas diferentes.
Quando terminar a formação, em Fevereiro de 2014, espera-o nos Açores um contrato de um ano num grupo económico com investimentos na área do turismo: "Vou dar o meu melhor". Até lá, sente-se privilegiado: "Não sou só eu que estou aqui. É um bocadinho da escola hoteleira, da minha família, dos meus ex-chefs. Sei que posso ajudar a criar mais ligações, outros estágios, e a levar mais e melhor saber fazer para a minha terra".
Por onde passa, Joel Vieira faz questão de se mostrar açoriano: "É uma demanda pessoal dar a conhecer as ilhas, explicar onde ficam, dizer que são enormes em beleza".
O peixe assume as preferências do jovem cozinheiro, que não hesita em mapear a geografia da melhor matéria-prima vinda do mar: "Nada me tira da cabeça que nos Açores temos o melhor peixe do Mundo". Para o confecionar, adverte, é preciso uma maior "sensibilidade" e harmonia na "conjugação de sabores".
Adora arte, mas conta que "feliz ou infelizmente" não tem jeito para o desenho, nem para a música: "A maneira como me expresso, como penso ou vejo as coisas acaba por ser através da cozinha". Para Joel Vieira, a culinária "representa um apelo constante dos sentidos".
Notícia: revista «Azorean Spirit - SATA Magazine», número 59.
Saudações florentinas!!
2 comentários:
grande florentino continua ainda tens mt para dares.
mais uma cabeça fina das lajes.
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