quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Três ilhas açorianas Reserva da Biosfera da UNESCO... mas nenhum jornal local

Flores, Graciosa e Corvo. Três das menos populosas e mais envelhecidas ilhas açorianas não têm qualquer jornal impresso localmente.

Nos Açores, arquipélago com longa tradição ao nível da imprensa escrita, há três das nove ilhas sem qualquer jornal impresso, tendo a último título encerrado em Dezembro na ilha das Flores por falta de publicidade.

“Nos Açores, desde a introdução da imprensa, que ocorreu durante as lutas liberais, houve de facto uma grande profusão de jornais, de variada tipologia, desde informativos aos satíricos, religiosos, culturais e políticos”, afirma Susana Serpa, historiadora e docente na Universidade dos Açores, acrescentando que apenas o Corvo, a mais pequena ilha da Região, “nunca chegou a ter imprensa”.

O último título a encerrar, em Dezembro passado, foi o jornal mensal publicado na ilha das Flores «O Monchique», após 215 edições ao longo de 18 anos, uma decisão que causou várias manifestações de pesar por se tratar do único jornal publicado nesta ilha do grupo ocidental do arquipélago.

“A imprensa na ilha das Flores tem 130 anos de história, com mais de 20 títulos publicados, dos quais apenas três, incluindo «O Monchique», no concelho de Lajes das Flores”, disse José Corvelo, antigo diretor e proprietário deste jornal, um projeto familiar que “se tivesse empregados já tinha fechado há mais tempo” devido à falta de publicidade. José Corvelo, bancário de profissão, explicou que o encerramento do jornal se deveu à falta de publicidade, mas também algum desinteresse dos assinantes e algum cansaço dos proprietários.

A historiadora Susana Serpa adiantou que alguns dos títulos já publicados nos Açores tiveram uma vida “muito efémera”, tendo sobrevivido durante algum tempo essencialmente devido “aos assinantes, à publicidade e à força de vontade dos seus proprietários e editores”, pois “os jornais acabavam por ser uma voz das localidades, das populações e das próprias periferias”.

“Ao longo do século XX houve uma redução gradual do número de jornais. Já com a Primeira República os jornais diminuíram consideravelmente. Houve um encarecimento no preço do papel, das tintas, as próprias Guerras Mundiais afetaram muito a imprensa e a sobrevivência dos jornais”, referiu Susana Serpa.


Notícia: «Diário de Notícias» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

21 comentários:

Anónimo disse...

as ilhas da biosfera não tem saúde agricultura turismo em relação turismo as ilhas maiores matam mais pequenas porque não tem transporte em condicoes

Anónimo disse...

Lamento o encerramento do Jornal Monchique, mas compreendo a incapacidade de o manter. Não era seu assinante, mas era seu leitor. É mais um contributo para o empobrecimento, o obscurantismo e o imobilismo na Ilha das Flores. É também um sinal da falta de massa crítica, de interesse e de empenho pela vida social. Mesmo numa Ilha onde quase todos nos conhecemos e já existem os modernos meios de informação, um Jornal tem sempre interesse, quanto mais não seja histórico. Pois regista os acontecimentos para memória futura e estudo das sociedades. Mas mesmo como veículo de opinião e meio de intervenção, é importantíssimo.
Nas épocas referidas nesta notícia, como tendo existido jornais, havia gente crítica e interventiva. Havia, até, em algumas ocasiões, oposição reprimida mas inconformada e disposta a lutar por causas. Hoje, vivemos num marasmo, numa teia de favores e de interesses que o próprio poder alimenta como clientelas, que impedem a denúncia e até a própria liberdade de opinião. Vivemos uma democracia formal. Temos liberdade de voto, sim, mas quantas vezes abdicamos dela? Temos liberdade de expressão, temos; mas qual é custo de exerce-la? Vivemos tristes, acabrunhados, envergonhados, por vezes ruídos de inveja, que a injustiça desperta, mas não denunciamos, porque temos medo das represálias. É esta a sociedade que estamos construindo.

Anónimo disse...

Não poderia estar mais de acordo com o anónimo das 18:00 horas. É de lamentar o encerramento do jornal Monchique.

Anónimo disse...

A Biosfera não tem culpa da inexistência de jornais. Não existem jornais por falta de massa critica, por falta de sentido cívico e por puro comodismo. Vivemos uma autonomia que faz gala em centrar-se numa ilha só, abandonando a periferia a um lento desertificar. Há 35 anos, perceba-se. É ver como os transportes marítimo e aéreo se processam. Todos sofrem as consequências, todos se sentem incomodados, mas ninguém barafusta e ninguém diz basta. É ver a juventude que parte para se formar, ficar por outras paragens, porque é lá que tem emprego, porque é lá que tem condições de vida. Todos sofrem a separação, todos aguentam a ausência, todos mas ninguém diz basta.

O encerramento do Monchique é um sintoma disto e de muito mais. Da ausência de massa critica, da falta de empresas que publicitem, iliteracia asfixiante e duma comunidade agonizante, sem meios nem perspectivas. Sem gente nova e com formação, interessada em viver aqui, não vamos sobreviver. Com uma ilha a centralizar e as outras a ver passar bonés, não vamos longe.

Alguém vê os nossos representantes, aqueles que pagamos para serem a nossa voz, preocuparem-se com a sobrevivência da nossa comunidade? Não. Calam-se, providenciam a sua continuidade aceitando o centralismo duma ilha só, e recebem o ordenado.

Como muito bem diz o Sr. Presidente do Governo esta autonomia tem de repensada, porque serviu e serve uma ilha, menosprezando as outras.

Anónimo disse...

Concordo com o Anónimo de 15/1, 17h51. Já tinha dito algumas das coisas que ele disse, mas ele disse mais e chegou mais perto de uma questão que eu pensei, mas não disse. Mas vou dizer agora;os nossos jovens partem e por lá ficam,é verdade,mas não são todos;os filhos desses que citou como nossos representantes,bem pagos de facto,estão cá e voltam para cá, os que o desejam, porque os poucos lugares que há,são reservados para eles. E não me venham com desculpas de que é por concurso, porque os fatos (lugares) criam-se à medida dos donos.E assim se vai gerando uma comunidade de apaniguados,colocados em lugares onde pelo que se vê,nem há nada para fazer e se houvesse, tenho dúvidas que alguns deles soubessem.E depois dão-se todos muito bem,porque estão todos felizes pela mesma razão,pelo contrário são muito reservados com aqueles que não tiveram a mesma sorte,porque sabem que algum defeito lhes atribuído para serem rejeitados.E isto é verdade e já não de agora.Contaram-me há muitos,anos que uma senhora humilde e necessitada, tinha procurado um nosso Autarca,pedindo-lhe um lugarinho para o filho. A resposta foi,"não,agora não temos,o pouco que há, é para os nossos". Está tudo dito.Eles até se confessam.

Anónimo disse...

na ilha das flores para viver esta bom para camada de políticos que andam de barriga cheia.

Anónimo disse...

Relativamente ao comentário das 02:59 e os que o antecedem, quero manifestar o meu acordo.

Pontualmente aparece uma situação ou outra em que não se verifica o processo indicado, mas são situações muito pontuais em que, para as implementar é necessário muito inteligência, empenho e arte, senão, lá estão os abutres à espera.

Devemos no entanto pensar que os momentos de adversidade são oportunidades de melhoria, e como as coisas estão não é possível vencer-se pela força mas é possível vencer-se pela arte, e a arte está em entrar-se no sistema para o combater. Quem não conhece o provérbio "Se não os podes vencer, junta-te a eles" . É bem verdade.Para se modificarem as coisas temos de estar dentro do sistema, pois estando fora dele nada se consegue.

Estou de acordo que o que referi permite diversas interpretações, mas considerem que é possível entrar-se dentro de um sistema sem lhe vendermos a alma.

I'll be back.

Anónimo disse...

O esquema de "cunhas", "conhecimentos" e "amigos benfeitores" é o corolário desta geringonça toda. Permite que os melhores, os mais bem preparados, os mais inteligentes e os que nos podiam trazer mais valias, sejam rejeitados a troco de broncos de inteligência curta, com amigos influentes.
Uma comunidade que não aproveita os melhores, excluindo-os e endeusa os medíocres, que julgam que é tudo seu, tem naturalmente os dias contados. A poderosa América, que como se sabe lidera em quase todas as áreas a nível mundial, para além de selecionar os seus melhores, vai buscar o melhor que os outros países tem, facilitando-lhes os estudos, concedendo-lhes a nacionalidade e abrindo as portas do mercado a bons empregos.
Aqui, como somos a súmula inteligente do mundo, ficamos pela "cunha". É por isso que aparecem políticos com a quarta classe de adultos, com cursos inacabados e cegos e mudos para as nossas realidades. É por isso que vemos tomarem-se decisões de bradar aos céus, assentes numa incompetência descarada. É por isso que a nossa voz é ténue, as nossas atitudes murchas e somos votados ao abandono.

Será que merecemos mais?

Anónimo disse...

Quanto a americanos, exemplifiquemos: George W Bush? Donald Trump?

Anónimo disse...

Entrar no sistema porque porta? Há quem diga que para se entrar no sistema só se for por alçapão. Outros juram que as entradas se fazem por ratoeira, daquelas de pancada. Há quem ache que só se entra por empurrão ou então a pontapé. Outros, mais ratões, dizem que o melhor é a entalar. Não sei. Conheço gente boa, que soube entrar pela porta da frente, de cara limpa, e na altura certa soube sair no meio de vampiros e escroques. Também conheço quem tenha entrado a entalar uns e saído muito bem entalado por outros. A politica hoje é feita por escumalha, por gente invejosa e por corruptos e ladrões. Este país, da forma como está, espelha-os muito bem. Quem precisa, quem não tem modo de vida ou quem gosta de protagonismo, que se atire a eles.

Anónimo disse...

Entrar no sistema e muda-lo por dentro, diz aí alguém. Mas isso é o que muita gente já tentou fazer... Ou seja política de maneira séria...
Mas não dá; porque não rende...
E depois,entra-se num partido e as regras são postas sobre a mesa. Se abanas a cabeça na vertical,óptimo. Tens futuro,pelo menos se souberes dar palmadinhas nas costas. Mas mesmo que não estejas para isso, se não levantares onda,vais-te arrastando por lá,vendo os outros ocuparem os lugares e cartazes para colar, há sempre.Se abanares a cabeça lateralmente,fizeres ou disseres o que "não deves",estás feito. e só ficas à espera da oportunidade de seres deixado cair,aparentemente pela razão mais inocente,que nada tem a ver com aquilo que fizeste,que foi apenas teres opinião própria.E assim!... Só vi um que sempre disse e fez o que queria e não lhe aconteceu nada; é Manuel Alegre; porque tem uma pena muito afiada...

Anónimo disse...

Estou a adorar o debate empenhado que se tem desenvolvido acerca desta notícia.. Muito bem! Vejo que afinal não estou sozinho a pensar como penso.

Anónimo disse...

Anda por aí um estupor sempre pronto para espezinhar os outros. Não ganhou uma eleição para onde tenha concorrido, não dá tafulho à sua vida, mas não perde pitada para criticar os outros. Tudo lhe serve para rebentar. Arma-se em entendido em tudo em vésperas de eleições. Tudo lhe serve de mote para ter protagonismo. Não ganha uma, pura e simplesmente porque ninguém confia nele. O chefe do dito cujo, um conhecido trapaceiro feito de uma língua porca, deu primazia a uma doida e ferrou-lhe uma facada pelas costas. É assim que se faz politica nesta região.

Anónimo disse...

olha este das 2.38 está com medo de perder a panela.

Anónimo disse...

nenhum deles perde as panelas pois são bem pesadas e tem muita sopa lá dentro! gosto de ver nas nossas noticias quando eles e elas aparecem bem gordos que sao

Anónimo disse...

Organizem-se movimentos de cidadãos. Para as autarquias é fácil. A Câmara Municipal do Porto é actualmente governada por um movimento de cidadãos independentes. Em finais de 2017 vem as eleições autárquicas. Vamos organizar-nos. È viável para o concelho das Lajes e para o de Santa Cruz.Vamos organizar-nos. Basta as pessoas quererem.

Anónimo disse...

Eles não estão gordos. Estão "perfeitos", nas "suas cores". Estão bem criados, de cabelo a luzir.

Repensar esta autonomia faz-se dando poder aos cidadãos e acabando com ilhas de primeira, como S. Miguel, e de segunda e terceira, como as outras. A lindeza de partidos que temos dá os frutos que todos sabemos. Cunhas, injustiças, amigalhaços, aldrabices, trapaças, e, pior do que tudo, a bancarrota que nos tem posto a pão e água. A concentração de tudo numa só ilha não se tem feito à custa do continente. Tem-se feito à custa das outras ilhas, que espoliadas, estão cada vez mais desertas.

A autonomia fez-se para isto?

Anónimo disse...

Então há tanta gente mal disposta, a dizer mal do sistema, de tudo e de todos, e quando se avança mais alguma coisa, não se chegam à frente? Se sabem por defeitos a tudo e a todos, sabem com certeza fazer melhor. Vamos organizar grupos de cidadãos independentes para os dois Municípios das Flores. Cheguem-se à frente.

Anónimo disse...

É já, já, já.....
Alguém com juízo no lugar se mete em rebaldarias dessas?

Anónimo disse...

Alguém com juízo se mete na política hoje em dia? Só está na política quem não sabe fazer outra coisa da vida!

Anónimo disse...

hoje em dia está na politica porque é um bom ordenado, se fosse ordenado mínimo não aparecia lá ninguém.