quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eleitos do PS “fazem tábua rasa da lei” na Ass. de freguesia de Santa Cruz

Estão a suceder ilegalidades na Assembleia de Freguesia de Santa Cruz das Flores, hoje denunciadas pela Comissão Política do CDS/PP da ilha das Flores.

Em comunicado a estrutura dos populares florentinos protesta veementemente contra “o atropelo à lei exercido de forma arbitrária, discricionária e obviamente ilegítima pela senhora presidente da Assembleia de Freguesia de Santa Cruz das Flores” e que resultou num voto de protesto apresentado ontem (quarta-feira à noite) em reunião daquele órgão, mas votado desfavoravelmente pela maioria socialista, que “assim deu o seu consentimento expresso e cobertura política a uma gritante ilegalidade”.

Lília Silva, dirigente centrista, lembra que “está consagrada na lei e reforçada no Regimento daquela Assembleia de Freguesia, a obrigatoriedade de convocatória e reunião ordinária deste órgão em quatro momentos anuais: Março, Junho, Setembro e Dezembro”; apontando que “a não convocação da reunião ordinária de Junho, de carácter obrigatório, sem nenhum tipo de justificação aceitável, só podia motivar o nosso mais veemente e firme protesto perante o incompreensível e inaceitável esquecimento da senhora presidente da Assembleia de Freguesia que faz gala de conhecer muito bem o Regimento do órgão a que preside”.

Os democratas-cristãos da ilha das Flores alegam que “compete à senhora presidente da Assembleia de Freguesia elaborar a convocatória e fazê-la chegar atempadamente a todos os membros deste órgão”, para que se dê cumprimento cabal ao que está estatuído nos dois documentos magnos que regulam o funcionamento daquele órgão, salientando que, assim, “não se trata pois de uma prerrogativa, de um direito ou de um capricho de quem preside à Assembleia de Freguesia, trata-se, isso sim, de um dever a que está obrigada por força de lei e do Regimento”.

Perante os factos que motivaram a apresentação de um voto de protesto pelo eleito do CDS/PP naquele órgão autárquico, João Furtado, e que foi chumbado pela maioria PS, os populares afirmam que “estamos perante uma situação de incumprimento com a qual o CDS/PP não pode compactuar, acrescentando que não se trata de uma mera questiúncula político-partidária, mas de um claríssimo e inaceitável atropelo à lei, devidamente denunciado no nosso voto de protesto”.

A Comissão Política do CDS/PP da ilha das Flores, perante o chumbo ao voto de protesto apresentado pelo seu eleito, entende que “de forma clara e inequívoca a maioria socialista fez tábua rasa da lei, conferindo uma impunidade que não pode nem deve jamais existir no exercício de funções públicas”.

“O CDS/PP assumiu frontalmente a defesa da legalidade e a via da responsabilização política. O PS assumiu frontalmente que compactua com a ilegalidade e com a impunidade de quem está em incumprimento. Outros que assumam também as suas responsabilidades! Esta Comissão Política de ilha só pode lamentar que aqueles que têm mais responsabilidades em pugnar pelo cumprimento da lei façam tábua rasa desta, como se estivessem acima dela”, finalizam os centristas florentinos.


Notícia: "sítio" do CDS/PP Açores e «Açores 9».
Saudações florentinas!!

Voluntariado ambiental tem balanço positivo, mas ainda precisa de maior envolvimento dos cidadãos locais

A associação ambiental Gê-Questa fez um balanço positivo do voluntariado ambiental realizado nas ilhas Graciosa e Flores, apelando a uma maior participação dos cidadãos na iniciativa que [presentemente] está a decorrer na ilha Terceira.

Este programa de voluntariado ambiental, pioneiro na Região, conta com a ajuda de voluntários e decorre durante 15 dias em cada uma d[est]as três ilhas do arquipélago.

Para o presidente da Gê-Questa, Orlando Guerreiro, "mais do que recolher resíduos no mar, eliminar plantas infestantes ou marcar trilhos", o objectivo [deste programa de voluntariado ambiental] é sensibilizar os açorianos para a cidadania, abrir as associações locais a novos intercâmbios e atrair turistas à Região.

Em declarações à Agência Lusa, Orlando Guerreiro salientou que há menos voluntários para esta última acção devido aos custos de deslocação, recordando que "eles pagam o seu próprio bilhete, que é bastante caro, para vir trabalhar de graça para um sítio onde nunca estiveram".

O presidente da associação ambiental criticou alguma passividade dos cidadãos locais, mas frisou que os ambientalistas estão a "fazer força para que as pessoas da ilha também abracem esta ideia, possam interagir com as pessoas que vêm de fora e aprender um pouco mais sobre uma realidade que nem sempre é boa". "É importante que as pessoas que recolhem estes voluntários percebam que eles vieram do seu país para limpar as ilhas e melhorar o ambiente", acrescentou.

Este projecto de voluntariado ambiental foi desenvolvido por Laia Carbonell e Natalia Merino, duas estagiárias espanholas que residem na ilha Terceira, ao abrigo de um estágio curricular, e que conseguiram movimentar vários voluntários do seu país de origem.


Notícia: «Açoriano Oriental» e jornal «A União».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

«Brumas e Escarpas» #9

O ciclo do milho na Fajã Grande, nos anos 50

Parte I – A importância da sua cultura

A economia (se é que se pode falar em tal) da Fajã Grande, nos anos 50, baseava-se fundamentalmente numa agricultura de subsistência, em que o principal e mais importante produto cultivado era o milho, a cuja cultura estava necessariamente ligada a pecuária. Nesta agricultura de subsistência o cultivo do milho revelava-se deveras muito importante, dado que dele dependia quase na totalidade a sobrevivência da população e, por essa razão, o seu ciclo prolongava-se em etapas diferentes e em tarefas múltiplas e diversificadas ao longo de quase todo o ano. Além disso os espaços circundantes às habitações, nomeadamente as casas de arrumos, os palheiros e os estaleiros, bem como os utensílios agrícolas existentes edificavam-se, construíam-se, adaptavam-se, adequavam-se ou até se adquiriam em função das necessidades a que a árdua tarefa de cultivar e produzir o milho obrigava a população.

Por outro lado, urge clarificar que todo o desmesurado trabalho, o cansativo esforço e até os enormes gastos que se tinha com a produção do milho eram, na realidade, extremamente compensados, com tudo aquilo que o milho dava. Em primeiro lugar o produto final, ou seja, o que de mais importante se extraía do milho – a farinha, com a qual se fazia o pão e o bolo, elementos básicos na cardápio alimentar de então. Mas não se ficavam por aqui os lucros e benefícios de tal produção. As maçarocas, quando o milho estava verde e ainda “vertiam leite”, eram cozidas juntamente com as batatas brancas ou assadas no espeto e constituíam um bom e saboroso alimento. Também com os grãos ainda verdes se faziam as papas grossas, obtidas através de uma farinha moída em moinhos de mão que a maioria das casas possuía. Quem não o tinha, ia moer a casa da vizinha. As folhas tinham um peso substancial na alimentação do gado no Inverno e as espigas, ainda verdes, também alimentavam os bovinos no Verão; a parte interior da casca das maçarocas, depois de desfiada e alisada, era utilizada para encher os colchões, travesseiros e para fazer capachos para a entrada das portas e com a restante também se alimentavam os bovinos; o milho desbastado, quer o mais pequeno mas sobretudo o maior, era utilizado para alimento do gado; parte dos milheiros utilizava-se para fazer o lume em que se cozinhava a comida do porco, enquanto outros eram picados em pequenos pedaços e utilizados para “secar” o curral do suíno das húmidas imundícies em que era profícuo, graças ao seu desassossegado e hediondo reboliço; os sabugos eram utilizados para acender o lume, para as crianças brincarem e até para limpeza e higiene do rabiosque; uma boa parte das maçarocas, sobretudo aquelas cujos grãos eram mais raquíticos bem como as excedentes da produção da farinha, eram utilizados para alimento das galinhas, do porco e das vacas “à engorda” e até com os fios da cabeleira que saíam da ponta da maçaroca, depois de secos, se fazia chá, muito recomendado nos achaques dos rins e nas infecções urinárias. Além disso e depois de peneirada, a farinha deixava no fundo da peneira um farelo que era utilizado em parte para engrossar as águas das lavagens do porco e também para alimento das galinhas, fazendo-se com ele uma espécie de bola a que se juntavam couves e cascas de batatas, geralmente cozidas e picadas. Finalmente, com a farinha do milho ainda não seco faziam-se “papas grossas”.

Daí que toda esta “riqueza” resultante do cultivo do milho justificasse por demais um trabalho excessivo e cuidadoso e envolvesse toda a população no seu cultivo, a que dedicava grandes cuidados e gigantescos esforços. O milho era, na realidade, a causa e a razão de tudo. Daí que ter terras de milho, bem verdinho, muito alto, bem espigado e com boas maçarocas era um orgulho para os seus proprietários e motivo para serem louvados e, talvez mesmo, invejados.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Navio "Hellenic Wind" já foi embora

Aquele navio [fretado pela AtlânticoLine] terminou a operação de transporte de passageiros e viaturas nos Açores, tendo a sua última viagem sido feita no passado domingo [dia 26], entre Santa Maria e São Miguel.

O navio Hellenic Wind, da AtlânticoLine, terminou anteontem a operação de transporte marítimo de passageiros nos Açores. O navio efectuou a última viagem, desta feita entre Santa Maria e Ponta Delgada, estando previsto como próximo destino os Estaleiros Navais de Viana de Castelo onde serão efectuados diversos trabalhos de manutenção.

O transporte marítimo de passageiros fica [apenas] a cargo do navio Express Santorini até ao próximo dia 10 de Outubro, data prevista para o final da comissão de serviço daquela embarcação no arquipélago.


Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Biodiversidade é mais valia turística

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Turismo, este ano subordinado ao tema "Turismo e diversidade biológica”.

Para Gilberto Vieira, presidente da Associação Casas Açorianas, a protecção da biodiversidade é fulcral para o sector do turismo na Região “pois é essa diversidade que cativa os turistas e cria a nossa qualidade de vida”.

O responsável refere que é essa precisamente a mensagem que a sua associação tem vindo a defender à mais de duas décadas, vendo com agrado que a cada ano que passa a Organização Mundial do Turismo, responsável pela escolha do tema do Dia Mundial, “tem vindo, progressivamente, de encontro às nossas ideias”.

Gilberto Viera entende que a sustentabilidade do meio ambiente tem que ser uma prioridade da política turística dos Açores, pois só assim é possível “defendermos os nossos endemismos, aquilo que nos torna únicos”.

A Associação Casas Açorianas iniciou há três anos um processo de classificação de qualidade das unidades [turísticas] rurais da Região, excluindo aquelas que não cumprem as normas internacionais, procurando desta forma que o aumento de oferta sentido nos últimos anos seja acompanhada “de uma subida na qualidade, para que o turismo rural açoriano atinja uma imagem credível e forte”.

Em relação a 2010, Gilberto Viera fala num Verão “surpreendentemente positivo, atendendo às más taxas de ocupação [turística] na época baixa”.


Notícia: jornal «A União».
De salientar também que a biodiversidade açoriana como oportunidade para o desenvolvimento foi uma das conclusões do recente seminário "Gestão da Biodiversidade dos Açores", organizado pelo Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Biólogos.

Saudações florentinas!!

domingo, 26 de setembro de 2010

A ilha das Flores no "Vimeo" (I)

Através do blogue «Mergulho, logo existo!», encontrámos no «Vimeo» [sítio de partilha de vídeos na internet] um pequeno "filme" subaquático, intitulado: «Diving in the Azores - Flores & Corvo», da autoria de Ricardo Cordeiro e com imagens obtidas em mergulhos submarinos realizados durante o passado mês de Agosto nas ilhas das Flores e do Corvo.
Saudações florentinas!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Plano de ordenamento hidrográfico (já) inclui (agora) todas as lagoas açorianas

O investimento governamental para a execução deste plano de ordenamento é de 180 mil euros.

O secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, assinou o contrato destinado à elaboração do Plano de Ordenamento das bacias hidrográficas das lagoas do Fogo, do Congro, de São Brás e da Serra Devassa, [todas] na ilha de São Miguel. Desta forma está completo o quadro dos instrumentos de gestão territorial para todas as lagoas da Região, sendo que o investimento da tutela para a execução deste novo plano é da ordem dos 180 mil euros, beneficiando da comparticipação dos fundos comunitários no âmbito do ProConvergência.

O projecto será coordenado pela Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos e vai ser executado pelo consórcio entre o Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda. e a Universidade dos Açores, estando a sua conclusão prevista para meados de 2012. Refira-se que a finalidade subjacente à elaboração deste plano traduz a consciência da importância do planeamento territorial e do planeamento dos recursos hídricos integrados, visando a obtenção de instrumentos que promovam a salvaguarda e valorização ambiental dos recursos naturais, incluindo a preservação do estado da qualidade da água das lagoas.


Notícia: «Jornal Diário», «Correio do Norte» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Há mês e meio atrás, já havíamos informado do Plano de ordenamento das bacias hidrográficas das lagoas florentinas.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Programa «Saudades dos Açores» inclui este ano os nossos emigrantes no Brasil

Já estão abertas as inscrições para a oitava edição do programa «Saudades dos Açores», que proporciona viagens para os nossos emigrantes com problemas económicos e que pela primeira vez abrange a comunidade açoriana no Brasil.

Este ano tem lugar a oitava edição do «Saudades dos Açores» entre 6 e 13 de Novembro e as inscrições deverão ser efectuadas até ao próximo dia 30 de Setembro.

Promovido pela Direcção Regional das Comunidades, este programa dirige-se a cidadãos nascidos nos Açores e emigrados nos Estados Unidos da América, Canadá, Bermudas e Brasil, que tenham 60 ou mais anos de idade e que não visitem o arquipélago há mais de duas décadas, por motivos de ordem económica.


Notícia: «Açoriano Oriental» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Carlos César irá mudar as presidências das empresas AtlânticoLine e Lotaçor

O administrador da companhia de seguros Açoreana, Carlos Reis, será o novo presidente da AtlânticoLine, empresa responsável pelo transporte marítimo de passageiros entre as ilhas dos Açores.

Uma nota do Governo Regional dos Açores indica que Carlos Reis, licenciado em Organização e Gestão de Empresas, vai substituir, a partir de meados de Outubro, António Raposo na presidência da AtlânticoLine.

No âmbito do sector público empresarial regional será também substituído o presidente da Lotaçor, empresa responsável pelas lotas do arquipélago. Numa assembleia geral marcada para 14 de Outubro, o Governo Regional vai propor que o conselho de administração passe a ser presidido por José Luís Amaral, substituindo Luís Fernandes, que se manterá naquele órgão.

Nesta nota do Executivo açoriano é também anunciada a nomeação de novos titulares para as Direcções regionais dos Assuntos do Mar, Ambiente, Transportes Aéreos e Marítimos e das Comunidades.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

«Preto no Branco» #45

I - Que maravilha!
Dois dos sete prémios foram para os Açores, Região que ganhou o concurso em termos parciais e absolutos. É um marco importante para a afirmação do Arquipélago no Mundo, enquanto maior santuário natural do País e da Europa, e uma das relíquias da Biosfera. O Governo Regional empenhou-se muito neste concurso e o investimento foi uma aposta ganha. Desde 2003 que o autor destas linhas anda a defender que as 9 ilhas, ilhéus adjacentes, bem como o mar e os fundos marinhos, que lhes pertencem, deveriam ser classificadas, em conjunto, como Património Natural da Humanidade. É uma solução a la longue, a qual requer uma visão arrojada e desprendida de complexos de pequenez. A mesma pequenez que julga que grandeza é fazer nascer hotéis como cogumelos, e depois é vê-los “às moscas”, improvisando-se então pacotes turísticos de 3ª categoria, através dos quais quase se implora a hordas de turistas que venham encher essas infra-estruturas, enchendo-nos os olhos. A mesma pequenez que, descendo um degrau, não foi capaz de colocar as Flores entre as 7 Maravilhas de Portugal... caso será para dizer - “o que nos abunda em beleza falta-nos em sabedoria”.

II - Vai uma imperial?
Desconhecemos se a medida foi tomada em todas as festas de Verão que se realizaram nas Flores. Mas merece nota e registo o facto de, pelo menos na Festa de São João, ter sido estipulado pela autarquia que não poderiam ser vendidas nas tascas cerveja em garrafas de vidro, “impondo-se”, com toda a razão, a utilização dos barris de pressão. Curioso foi notar que toda a gente percebeu o alcance da medida e mostrou concordância com o sistema adoptado. É um bom exemplo, que deve ser seguido e alargado a outro tipo de bens de consumo. Todavia, em matéria de resíduos quase tudo está por fazer nesta Reserva da Biosfera. Nesta terra, continua a não haver um único ecoponto; separação de lixo, nem ouvir falar dela; há um único cartaz alusivo ao estatuto alcançado junto da UNESCO na esconsa sala de recolha de bagagens da Aerogare; exportação de papel, vidro e plásticos, isso continua a ser uma miragem; para a lavagem dos contentores, que tresandam, parece que falta água e sabão... enfim, é uma lista que nunca mais acaba... os principais responsáveis locais, caso precisem de aprender como se faz, não precisam de grandes deslocações ou conferências... basta ir ao Corvo e ver as medidas que ali estão a ser tomadas, isto, para não falarmos do incremento à utilização das energias renováveis, pois, se é certo que temos vento, também não é mentira que a ocidente também faz Sol.

III - O pão nosso de cada dia...
Não faltam entidades fiscalizadoras disto e daquilo. Para não falar da famosa ASAE, ele é Instituto para cá, Autoridade para lá, Inspecção disto, Serviço daquilo. A todos esses “corpos expedicionários” que também demandam a ilha das Flores de vez em quando, soma-se, muitas vezes, vamos dizer assim, “um agudo sentido de vigilância” da parte dos florentinos, os quais, na maioria dos casos, costumam saber de cor os números verdes ou azuis de todas esses organismos, e chega a ser impressionante o “sentido de cidadania” com que, por exemplo, o Sr. A liga para a Polícia a dizer que o canto do galo do Sr. B incomoda; que o Sr. C denuncia o Sr. D por que este apanhou uma espécie de pescado dois milímetros fora do tamanho permitido; que o Sr. E faz queixa do Sr. F por causa do bovino que comeu duas maçarocas no terreno alheio, e por aí fora... digamos que a ilha é um Big Brother notável em tudo quanto é miudeza. Ora, atentas as proporções, no que seria de esperar relativamente à escala da gravidade, é de espantar que não tenha havido ainda uma manifestação à porta da padaria! ... O pão da ilha das Flores anda literalmente intragável. Umas vezes é vendido cru, outras esturricado; uns dias não tem sal, outros é pilha; tanto apresenta no miolo bolas de farinha, como cavidades semelhantes à da Gruta dos Enxaréus. Por mim, acho que não há necessidade de reclamar para aqui ou para ali. Corria-se o risco da padaria ser fechada e era pior a emenda que o soneto. Bastará dizer, alto e bom som, que o que se passa é uma autêntica vergonha, e que basta de fazer porcaria!

Preto no Branco,
Ricardo Alves Gomes

terça-feira, 21 de setembro de 2010

«Brumas e Escarpas» #8

Mãe Coragem

Meu avô era um pequeno médio lavrador. Tinha duas vacas leiteiras, uma junta de gueixos para a canga, algumas terras de milho, outras tantas de mato e várias relvas. No Mato tinha a relva do Queiroal, onde, no Verão, soltava o gado alfeiro e, ali logo no cimo da Rocha, a terra do Bracéu. Bem precisava ele, pois, de braços fortes para o ajudar nas lides dos campos, nas tarefas agrícolas e no arranjo e trato do gado. Os primeiros rebentos nasceram meninas e os rapazes, na sua maioria, vieram mais tarde. Umas e outros, no entanto, iam-se escapulindo e zarpando para a América, para o Convento e até, no caso dos rapazes, para a tropa.

Para o ajudar no trabalho agrícola, ficou uma das primeiras filhas, Angelina de seu nome, que, mais tarde, foi minha mãe. Angelina nascera forte, robusta e saudável e logo se tornou jovem moçoila, valente, trabalhadeira e afoita. Depressa se havia de lhe traçar o destino. Assentava-lhe tão bem o trabalho árduo e duro dos campos, a ele se adaptando com mestria e dedicação. Enquanto o Sol lhe ia tornando trigueiro o rosto e o cabo da enxada lhe calejava as mãos, lá ia ela, dia após dia, à chuva, ao vento e às tempestades, pés descalços, foice ao ombro, rodilha à cabeça, aguilhada na mão, calcorreando atalhos e veredas, saltando grotas e tapumes, perfurando madrugadas cinzentas e nevoeiros obnubilados.

Tanto sachava milho na Bandeja como ceifava erva na Figueira, tão facilmente carregava à cabeça cestos de batatas e de inhames, como se agarrava à rabiça do arado abrindo sulcos profundos, revirando e desfazendo as leivas enrijecidas, tão bem sachava, mondava e quebrava espiga, como rachava lenha e a empilhava ordenadamente debaixo do lar da cozinha. Subia a Rocha sem lhe contar as voltas e, ainda noite escura, e no regresso da ceifa da Alagoinha vergava-se sob os pesados molhos de lenha do Cabeço da Rocha. Soltava os bois da manjedoura e atrelava-lhes o corsão ou o arado, ordenhava as vacas, tirava-lhes o estrume e levava-as ao pasto. Desempenhava todas as tarefas agrícolas com perfeição, sabedoria e nobreza, carregando, sem queixumes, sobre a rodilha ou sobre os ombros, o peso inequívoco dos produtos das colheitas agrícolas.

Trabalho digno, honrado, humilde, verdadeiro e empenhado o seu.

Conta-se que certa tarde foi com meu avô às batatas-doces para o cerrado das Furnas. Cortaram a rama, cavaram a terra, sacudiram as batatas e limparam-nas de forma a encher um grande cesto, que a família era muita. Voltaram: ele atrás com o molho da rama; ela à frente, descalça, formosa e segura, de tez morena e bochechas bem avermelhadas, a respingar suores e a arfar cansaço, com um enorme e pesadíssimo cesto à cabeça, bem acaculado e a abarrotar de batatas-doces. Subiu a rua Nova, atravessou as Courelas, entrou na rua Direita e aproximou-se da Praça, onde muitos homens ali se tinham sentado, passando a tarde inteira a descansar, a falquejar, a tagarelar, a comentar, a gozar e, pior ainda, a injuriar, a difamar e a meterem-se na vida alheia.

Ao vê-la com tal carrego à cabeça, logo se insurgiram com ditos e palavras que punham em causa a veracidade do que trazia no cesto. Que era bazófia! Que não podia com um gato pendurado pelo rabo, muito menos um cesto tão cheio de batatas-doces. As insinuações transformaram-se em desconfiança e esta em descrédito. Que aquilo não era tudo batatas. Que para mostrar que era forte, de certo enchera o cesto, por baixo, com a rama leve e apenas lhe colocara duas dúzias de batatas no cimo, para disfarçar. Aldrabona! Trapaceira! Mentirosa! Bem enganava as mulheres, mas a eles, homens rijos e valentes, discretos e trabalhadores, é que não!

Angelina, indignada com tamanha injustiça e tão desmesurada aleivosia, não se conteve, nem esteve com meias medidas e vai disto: aproximou-se dos sacripantas e, perante o espanto e espasmo de todos, chapou-lhes com o cesto das batatas mesmo ali, no meio da Praça, em frente às ventas de tão injustos difamadores.
Ah! Grande mãe! Que coragem!


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

«Visões de futuro: Flores -> 2030» #3

RESULTADOS PRELIMINARES (gráfico geral)

Após a primeira fase de análise, o programa permitiu criar um gráfico geral [imagem abaixo] onde se pode observar qual foi a avaliação geral dos diferentes cenários.

As entrevistas de avaliação multi-critério realizadas aos agentes sociais permitiram perceber melhor quais são as suas perspectivas sobre o desenvolvimento da ilha das Flores. Os dados estão ainda a ser analisados, mas os trabalhos preliminares já permitiram apresentar uma gráfico resumo [imagem abaixo] que sintetiza os pontos de vista dos entrevistados em relação aos cenários.

Dos dois cenários identificados para a ilha das Flores em 2030 pode-se observar que o cenário que apresenta um melhor nível de sucesso é o do Desenvolvimento Equilibrado. Este cenário apresenta também a nota mínima mais alta, o que significa que, no pior dos casos, seria menos negativo que o cenário de Desenvolvimento Standard.

Em relação aos cenários do PReDSA, considerados a priori irrealizáveis já que são demasiado contrastados, os que se valorizaram melhor foram o Ecotopia (baseado no património natural) e o Hotelândia (desenvolvimento turístico). Os cenários Sociopolis (factores sociais) e Infocracia (sociedade da informação) tiveram uma valoração positiva menor. Enquanto que o cenário da Lactogenia (baseado no desenvolvimento da agropecuária) parece ser o menos interessante para a ilha das Flores e o que seria mais negativo no caso deste tipo de desenvolvimento pudesse ser realizado mas não correra bem.

Para além da identificação dos diferentes cenários, e apesar de ainda nos encontrarmos numa primeira fase de análise do projecto, este estudo tem permitido observar que existe uma valorização mais positiva em relação aos cenários diversificados, aqueles que baseiam o desenvolvimento na valorização das especificidades da ilha das Flores e na conservação dos seus valores naturais. Estes cenários são também os que apresentam menor risco associado, ou seja, na pior das hipóteses seriam menos negativos para a ilha.

O presente estudo encontra-se na sua última fase. Ainda falta realizar muito trabalho de análise, mas o blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores» pretende ser uma ferramenta para a divulgação do projecto e os seus resultados. A última acção no âmbito deste projecto foi a realização na ilha das Flores de um workshop de encerramento. Nesse encontro os agentes sociais e os participantes nas reuniões de grupo puderam discutir as suas perspectivas e analisar os resultados do projecto. Também houve oportunidade para identificar possíveis acções de como se atingir essas visões de futuro para a ilha das Flores.

Espera-se que este trabalho possa contribuir para o desenvolvimento sustentável da ilha das Flores. Podem contactar o autor deste estudo, através de email: josebero@yahoo.com ou josebero23@gmail.com, para quaisquer questões em relação ao presente trabalho.


Informação retirada do blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores», trabalho do doutoramento de José Benedicto Royuela.
Saudações florentinas!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Crónica «Viagens com bolso»: Na Fajã

Ao fim de 10 dias na Fajã, sabemos em que dia chega cada coisa e o que é que nunca chega. Estou a escrever sobre um lugar de Portugal onde o [jornal] «Público» não existe.
A Fajã tem uma rua que vai da montanha até ao mar, com a igreja, a mercearia, a tasca, o albergue, o largo das árvores e, no fim, em frente ao mar, o restaurante.
No princípio de Setembro, a igreja prepara a festa. Ao lado, a mercearia mantém-se aberta todos os dias das nove às nove. Há o dia em que chegam os bolos lêvedos, a que toda a gente chama "bolos". Há o dia em que chega a massa sovada, a que toda a gente chama "massa", e que é uma espécie de massa de pão-de-leite em forma de pão-de-ló. Há o dia em que chegam os queijos frescos, a que toda a gente chama "os queijos da Ilda", e que são os melhores do mundo. Há o dia em que chegam os iogurtes da ilha, autênticas bombas, em copinhos de vidro. Se há dia para verduras, nunca fiquei a saber, mas são pobres. A Fajã não é bom lugar para saladas.
O albergue parece deserto, de tão quieto. O largo das árvores varia entre dois e três velhos. E no tasco estão os trabalhadores das obras.
Porque há obras na Fajã, e quem me explicou isso foi o meu amigo cozinheiro. É um rapagão de outra ilha com este talento autodidacta, por exemplo, polvo guisado, um polvo do céu. Foi assim que começámos a falar. Cumprimentei-o pelo polvo e ele perguntou-me se eu era do Porto. Do Porto? Porque haveria de ser do Porto? Ah, porque com as pessoas de Lisboa há sempre problemas, nunca nada está bem, disse ele. No fim da conversa, fiquei a saber que éramos vizinhos. Ele também morava na colina. E na conversa seguinte anunciou-me que se ia despedir porque se zangara com o patrão. Mas é fácil arranjar outro trabalho? Ele riu-se, já tinha trabalho, ia para as obras, que era o que gostava mesmo. Mas há assim tantas obras na Fajã? Ui, disse ele. Há muito trabalho nas obras, as pessoas daqui é que não querem. Os homens que param no tasco vêm de fora. E estão a fazer, por exemplo, a segunda, terceira e quarta casas do presidente da Câmara em frente ao mar, ou aquele - como chamar-lhe? - empreendimento em frente às piscinas naturais. Estão a acontecer coisas na Fajã, disse o meu amigo cozinheiro. Felizmente, existe o mar, e o mau tempo, pensei eu. Longa vida ao mau tempo. O mar e o mau tempo são as barreiras naturais dos Açores.
Mas é mesmo pensamento de lisboeta que lá vai 10 dias. A Fajã não quer ser o Funchal mas também não quer ser este isolamento. Não se nasce aqui, não se é operado aqui, mas morre-se aqui, e uma morte é sempre de todos.
No dia em que vim embora, a Fajã estava de luto. Um homem que eu vira na véspera a mondar a erva, foi à rocha apanhar cabras para a festa da igreja e caiu. Eu soube quando o meu amigo cozinheiro me bateu à porta. Ia fazer de bombeiro, recolher o corpo.


Crónica da autoria da jornalista Alexandra Lucas Coelho, publicada (originalmente) no caderno «P2» do jornal «Público», edição desta sexta-feira (dia 17).
dois anos atrás, havíamos publicado uma outra crónica da mesma autora, também versava sobre as suas férias na ilha das Flores.

Saudações florentinas!!

sábado, 18 de setembro de 2010

Governo Regional atribuiu uma bolsa ao filho da secretária regional do Trabalho

O regulamento de concessão de bolsas de estudo foi modificado e assinado pela governante açoriana meses antes de o seu filho concorrer a uma bolsa.

O filho da secretária regional do Trabalho dos Açores, Miguel Marques Malaquias, recebeu do Governo Regional liderado por Carlos César uma bolsa de estudo no valor de 9.500 euros, montante a que acrescem despesas inerentes à viagem de ida e volta de avião entre Lisboa e o arquipélago. A situação seria regular e nada teria de anormal se a bolsa de estudo atribuída ao filho de Ana Paula Marques não fosse no âmbito de um curso de Piloto de Linha Aérea. Acontece que esta área de formação só passou a fazer parte do regulamento de concessão de bolsas de estudo a partir de Outubro do ano passado, através de uma portaria modificada e assinada pela própria secretária regional, Ana Paula Marques. "Nesta mesma prossecução, e com a experiência obtida, após a aplicação daquele diploma, urge responder a novas necessidades formativas, em especial aos cursos que visem formar pilotos profissionais de avião civil", pode ler-se na portaria nº 80/2009, de 6 de Outubro de 2009, que prevê a mudança do regulamento de acesso às bolsas de estudo do Governo Regional.

A isto acresce o facto de a bolsa atribuída ao filho da governante regional ter um valor muito superior às dos restantes bolseiros. Além de introduzir o curso de Piloto de Linha Aérea no regulamento de bolsas, Ana Paula Marques aumentou o valor dos apoios [para esse curso específico]. Nos Açores, as bolsas de estudo são financiadas com um subsídio equivalente a 65% da remuneração mínima mensal no arquipélago, mas a secretária regional decidiu majorar [as bolsas de estudo para] o curso do filho com um subsídio equivalente a 150% da remuneração mínima mensal.

Além disto, Ana Paula Marques assina um anexo à portaria onde é referido que as bolsas de estudo do Governo Regional dos Açores são atribuídas independentemente das condições económicas dos familiares dos alunos: "Podem aderir ao presente regime complementar de bolsa de estudo os alunos residentes de forma permanente na Região Autónoma dos Açores que, independentemente dos seus recursos económicos, da idade e do ano que frequentem, façam prova de estarem matriculados fora da Região Autónoma dos Açores num curso de formação profissional que satisfaça os requisitos fixados".

Dez meses passados, por despacho de 16 de Agosto [de 2010], é atribuído a Miguel Marques Malaquias, filho da secretária regional do Trabalho e autora da mudança da portaria, uma bolsa de estudo [no valor de 9.500 euros] que se destina a financiar a frequência do curso de Piloto de Linha Aérea, ministrado na Academia Aeronáutica de Évora.

Confrontado com esta informação, o Governo Regional do Açores, liderado por Carlos César, preferiu emitir uma nota explicativa. "Os apoios para os cursos de piloto de aviação civil eram atribuídos através de outros programas: numa primeira fase, até 2007, através do PRODESA e, a partir dessa altura e até 2009, [directamente] por portaria do Governo [Regional]". A secretária, Ana Paula Marques, decidiu optar "por integrar esses apoios no regulamento das bolsas de estudo, apenas para tornar a atribuição do subsídio mais transparente", lê-se na nota do gabinete.


Notícia: jornal «i», RTP/Antena 1 Açores e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Obras no Convento de São Boaventura

Vamos ter as janelas do Museu das Flores (Convento de São Boaventura) "contornadas" a amarelo?

A experiência nas janelas traseiras será para ninguém perceber?

B@dSector tem novas instalações

Foi cedida uma sala na Biblioteca Municipal de Santa Cruz para o funcionamento do Clube Informático.

O Clube Informático B@dSector é um espaço gerido pela Associação de Jovens das Flores e que tem como principal objectivo permitir o acesso às novas tecnologias de informação. Como forma de tornar este espaço mais acessível a todos os utilizadores, a Câmara Municipal de Santa Cruz cedeu uma sala na Biblioteca para funcionamento do respectivo Clube Informático, que reabriu anteontem, dia 15 de Setembro. A entrada é feita pela Rua de Nossa Senhora da Conceição e a utilização deste espaço está sujeita ao pagamento de uma quota anual de seis euros (até aos 12 anos) e de 12 euros (a partir dos 12 anos).

O horário de funcionamento é o seguinte: segundas a sextas das 10 horas às 12h e das 13 horas às 20h e aos sábados das 9h às 12 horas. Aos domingos e feriados este espaço está encerrado.


Notícia: «Jornal Diário» e sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Actividades culturais na Biblioteca

A iniciativa "Uma aventura na Biblioteca" realiza-se amanhã (sexta-feira, dia 17) pelas 19h30.

A Biblioteca Municipal de Santa Cruz das Flores vai organizar um espectáculo de teatro, música e dança intitulado "Uma aventura na Biblioteca". Este trabalho tem a participação da grande maioria das crianças que frequentam a Biblioteca. Com esta iniciativa, visa-se estimular o lado criativo e imaginativo das crianças, que ensaiaram para este espectáculo durante todo o período de férias de Verão.

Esta representação consiste em duas peças de teatro infantil, uma canção, um teatro de fantoches, duas danças e uma apresentação de powerpoint. Contámos com a sua visita à nossa Biblioteca, para que o seu fim de tarde se torne ainda mais agradável.


Notícia: «Jornal Diário» e sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

ENVC já restituíram dinheiro dos navios

Os 31 milhões de euros avançados pela tutela aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC)foram devolvidos.

O coordenador da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, António Barbosa, disse [na passada terça-feira] que a empresarestituiu os 31 milhões de euros ao Governo Regional [dos Açores], relativamente ao caso do navio Atlântida. Recorde-se que a tutela rejeitou (em Abril do ano passado) o Atlântida, por este não cumprir os requisitos de velocidade contratualizados. Refira-se que os ENVC têm encargos anuais na ordem dos 500 mil euros com a manutenção do navio.

Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Encontro do programa «Tu Decides»

A Direcção Regional da Prevenção e Combate às Dependências promove, amanhã [quinta-feira], na Escola Básica e Secundária das Flores, um encontro no âmbito do programa «Tu Decides», que conta com a participação de professores, encarregados de educação e do coordenador do programa.

O «Tu Decides» é um programa de prevenção em meio escolar, que utiliza uma forma de abordar a educação sobre as drogas e substâncias psicoactivas através de uma metodologia simples. Não é um programa centrado na informação sobre as drogas mas [centrado] nas influências sociais, nas pressões de grupo e nos factores afectivos e cognitivos que intervêm no momento da tomada de decisão.

Em 2009, o programa «Tu Decides» abrangeu 6 mil alunos, do 7º e do 9º ano de escolaridade, em 37 escolas de todas as ilhas. Na sexta-feira o encontro repete-se na ilha do Corvo.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Turistas viajarão grátis para os Açores

Campanha começa já em Outubro. Hoteleiros pagam viagem [de avião]. O objectivo é promover o turismo durante a época baixa.

A partir de Outubro, os turistas portugueses que viajem para os Açores e permaneçam no arquipélago por um período mínimo de cinco noites não pagam as passagens aéreas, que serão asseguradas pelos hoteleiros, anunciou o Turismo dos Açores. O objectivo desta campanha é aumentar a visibilidade do destino Açores, desmistificar a ideia de que os Açores são caros e promover o turismo durante a época baixa, explica Sandro Paim, presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores.

A taxa média de ocupação dos hotéis dos Açores é de pouco mais de 20% no Inverno; a iniciativa, agora anunciada, poderá acrescentar 10% de turistas a esta margem, de acordo com os especialistas do mercado. Esta campanha incide em dois suportes: uma, "Os Açores Convidam", em que se irá pôr em marcha uma acção promocional a cargo da Secretaria Regional da Economia; outra, "Os Hoteleiros Oferecem", que passa pela oferta da passagem aérea. "Existe já um acordo com as companhias aéreas", assegura o responsável.

Actualmente, uma viagem de ida e volta aos Açores custa, na SATA, cerca de 200 euros... dependendo dos dias e das promoções. A iniciativa irá abranger "qualquer ilha dos Açores, através dos hotéis que aderirem à campanha", adianta. Os canais de comercialização, diz Sandro Paim, serão os habituais: agentes de viagens e o site www.visit-azores.com, que terá uma ligação aos hotéis.


Notícia: «Diário de Notícias», portal «Agência Financeira», rádio Atlântida e jornal económico «OjE».
Anteriormente, já havíamos divulgado que os "Hoteleiros açorianos propõem voos gratuitos para turistas na época baixa".

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Se César fosse rei... podia sê-lo a vida inteira enquanto bem lhe apetecesse?

Monárquicos açorianos contestam eventual quinta candidatura ‘ilegal’ de Carlos César

O Partido Popular Monárquico vai solicitar uma audiência ao Presidente da República para suscitar a “ilegalidade” de uma possível quinta candidatura de Carlos César a presidente do Governo Regional dos Açores.

Notícia: «Açoriano Oriental» e edição on-line do semanário «Sol».

Mirtilo dos Açores é espécie endémica com maior potencial económico

“A uva-da-serra corresponde muito provavelmente à espécie endémica dos Açores com maior potencial para contribuir para o desenvolvimento económico das ilhas”. Quem o afirma é a professora auxiliar da Universidade dos Açores, Maria João Pereira, que com vasta investigação na matéria tem sido uma das pessoas com maior dedicação a esta espécie.

É provavelmente um dos muitos achados açorianos, uma benesse e contribuição da natureza, que não sendo valorizado por todos tem sido salva pela estudo e perspicácia de poucos. O «Diário dos Açores» procurou perceber todas as qualidades e potencialidades da uva-da-serra e Maria João Pereira explicou um pouco da sua história, bem como aquilo que se tem feito na Região em torno desta espécie.

Conta Maria João Pereira que já em 1817, na revista ‘Rees’s Cyclopaedia’, Sir James Edward Smith botânico e fundador da ‘Linnean Society’, com base num exemplar de herbário sem frutos, atribui o nome científico de Vaccinium cylindraceum, à espécie nativa das montanhas dos Açores, localmente conhecida por uva-da-serra.

Do cientifico ao mais vulgar a uva-da-serra é conhecida por variadas denominações. A espécie é assim conhecida, também, por nomes como uva-do-monte, uva-do-mato, uveira ou romania no arquipélago. No continente português esta espécie é referida frequentemente como o mirtilo-dos-Açores. Segundo as explicações de Maria João Pereira “de facto, o fruto que produz é um mirtilo, este foi e ainda é, consumido fresco ou em compotas nos Açores. O género Vaccinium inclui também, para além da espécie açoriana, outras espécies exploradas comercialmente pelos seus frutos como a espécie europeia Vaccinium myrtillus L. (bilberry) e várias espécies americanas como o Vaccinium corymbosum L. (northern highbush blueberry) ou o Vaccinium angustifolium Aiton (lowbush blueberry)”, descreve.


Clique aqui para ler na íntegra esta notícia...
Mas muito se investigou e sobre esta espécie. A Universidade dos Açores, através dos investigadores do Departamento de Biologia desta academia levou a cabo um trabalho sobre a uva-da-serra permitindo descrever morfologicamente a espécie nas diferentes ilhas dos Açores, bem como conhecer o padrão de desenvolvimento dos arbustos e a sua biologia reprodutora. Os estudos realizados permitiram ainda caracterizar os processos germinativos das sementes de acordo com a sua origem geográfica e criar protocolos de produção em massa por técnicas de cultura in vitro.

E é aqui que entram outros intervenientes que contribuíram para outros tantos passos importantes. Segundo Maria João Pereira o “Departamento de Ciências Tecnológicas e Desenvolvimento da Universidade dos Açores contribuiu decisivamente para atestar a qualidade dos mirtilos-açorianos ao descobrir que estes são até mais ricos em compostos antioxidantes que os frutos comercializados de vaccinium myrtillus e vaccinium corymbosum”, mas também o “estabelecimento, pela Direcção de Serviços de Agricultura e Pecuária (Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário), de um campo de cultura experimental nas Furnas com exemplares de uva-da-serra produzidos por cultura in vitro pelo Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, permitiu concluir que a plantação desta espécie a altitudes menores pode resultar na maturação dos frutos antes da época forte (Setembro) e que existem disponíveis medidas de controlo de pragas na produção do mirtilo-açoriano”.

Várias etapas que na sua conjuntura elucidam um cenário por explorar. Para Maria João Pereira sendo a “uva-da-serra uma espécie endémica dos Açores, pode também ser plantada fora da área da superfície agrícola útil e explorada de forma não intensiva. Trata-se de uma espécie de eleição, para a agricultura biológica e para a criação de produtos regionais certificados. Nesta perspectiva interessa investir e proteger o estabelecimento de campos de produção do mirtilo-açoriano e não produzir mirtilos de outras espécies já que ocorre a produção de híbridos férteis e a perda das características distintivas da espécie açoriana”. Factos são factos e os estudos assim os ditam. Os Açores têm assim uma riqueza por explorar, mas que embora tenho tudo para ser um factor contributivo para uma economia mais forte, e dividida em diferentes sectores, não tem sido, provavelmente muito aprofundada na prática.

Quanto às componentes e evidentes benefícios, a descrição dos atribuídos e possíveis “mercados” de integração desta espécie é feita por Maria João Pereira: “os mirtilos açorianos são fonte de vitamina C, compostos anticancerígenos e compostos auxiliadores da circulação vascular periférica, podem ser consumidos e comercializados, frescos e inteiros (para consumo directo, adição a iogurtes, gelados e confecção de sobremesas) ou sob a forma de polpa congelada, compota ou sumo. Secos, os mirtilos podem ser adicionados a misturas de cereais ou barritas de cereais. Os mirtilos-açorianos podem ainda ser utilizados para a extracção de produtos para a indústria alimentar (corantes naturais e compostos antioxidantes) e farmacêutica (cápsulas de antocianósidos-venotrópicos)”.


E porque não se trata apenas de uma introdução na indústria alimentar, o mirtilo-açoriano poderia ser muito bem utilizado para o bem-estar, para a saúde não só dos açorianos, mas se calhar uma mais-valia para a saúde dos portugueses… “As folhas e os frutos de várias espécies Vaccinium são referidos nos manuais de plantas medicinais como coadjuvantes no tratamento de problemas vasculares, diarreias, flatulência, parasitoses intestinais, infecções urinárias, inflamações da boca e da laringe. As farmácias e ervanárias possuem vários produtos com extractos de mirtilo. Nos Açores os frutos, macerados ou não em aguardente, eram usados para tratar ‘dores de barriga’”, explica Maria João Pereira.

Os Açores, não fossem os estudos e trabalhos de campo terem já comprovado a utilização benéfica desta espécie, já reconheceram, à sua maneira, a uva-da-serra até porque se trata, “ainda”, de uma valorização ambiental. Como refere Maria João Pereira “esta espécie encerra ainda um valor ambiental importante, foi já usada na recuperação de zonas protegidas (projecto Life-Priolo), mas deve o seu uso ser intensificado na revegetação de áreas erodidas e recuperação de antigas pedreiras, na protecção das linhas de água e lagoas na ornamentação de taludes de estrada, miradouros e parques de lazer. Actualmente esta espécie é produzida por cultura in vitro e semente no Departamento de Biologia da Universidade dos Açores e por semente no âmbito do projecto Laurissilva sustentável (LIFE 07 NAT/P/000630)”.


Notícia: «Diário dos Açores».
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domingo, 12 de setembro de 2010

Lagarta das pastagens não é praga

“Não é uma praga, não é uma questão nova, é um corriqueiro e vulgar inimigo das culturas como todos os outros das culturas que têm vida”. É assim que Joaquim Pires, director regional do Desenvolvimento Agrário, se refere à lagarta das pastagens que nos últimos tempos tem importunado dezenas de agricultores, pelo menos, nas ilhas das Flores, Faial e Terceira.

A larva da lagarta das pastagens, mythimna unipuncta, vulgarmente conhecida por “rosca”, danificou várias pastagens este Verão, registando quebras em explorações que se preparavam para fazer silagem de erva ou, noutros casos, de milho. Ora, para Joaquim Pires a lagarta das pastagens é “um vulgaríssimo organismo que é dominado perfeitamente pelos agricultores”. Mas, se­gundo o director regional do Desenvolvimento Agrário “quando baixa a humidade a determinados níveis e aumenta a temperatura, nomeadamente nos meses mais secos do ano (Julho ou Agosto), é quando este organismo se faz expressar, quando aparece mais. Isso é do conhecimento vulgar do agricultor e que o resolve perfeitamente através de determinados produtos”, explica Joaquim Pires.

Quando o «Diário dos Açores» reportou pela primeira vez esta situação alguns técnicos do Serviço de Desenvolvimento Agrário das Flores revelaram um parecer que já há muito não era visto. Agora, Joaquim Pires salienta que os registos quinzenais revelam que não há registos anormais e que este “organismo expressa-se em circunstâncias perfeitamente normais e naturais a qual o agricultor tem o domínio sobre ele”, acrescentando que a agricultura estará sempre dependente da conjugação do solo com o clima, sinal de uma agricultura “saudável e natural”.

A Direcção Regional de Desenvolvimento Agrário sublinha assim que os elementos que dispõe são de “situações perfeitamente naturais para a época do ano, que inclusivamente em meados de Julho até melhoraram com algumas chuvas”. Joaquim Pires informa que “os Serviços de Desenvolvimento Agrário têm permanentemente a porta aberta e sempre que surge algum caso mais anormal devem contar-nos e pedir conselhos aos técnicos. Não faltam técnicos para fazer esse aconselhamento, também nas Cooperativas Agrícolas e Associações Agrícolas. Os agricultores encontrarão apoio para actuar de diferentes maneiras adequadas”, disse.

Quanto aos casos, que o Director Regional quantifica como “pouquíssimos”, Joaquim Pires concluiu que “há anos que de facto são, nesse aspecto, diferentes e menos bons que outros e isso verifica-se, mas dizer que é um ano anormal, não é. O que se verifica é que este ano poderá haver mais expressividade do organismo do que o ano anterior, mas não é um ano anormal”, esclarece.


Notícia: «Diário dos Açores».
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sábado, 11 de setembro de 2010

A subida ao pico mais alto da Europa

Os três açorianos viram-se obrigados a adiar a subida ao monte Elbrus, na Geórgia, devido a atrasos na concessão de vistos.

A subida ao ponto mais alto da Europa, a 5.642 metros de altitude, integrada no projecto «Açores no Topo do Mundo», estava prevista para Junho, mas só deverá ocorrer em Setembro. Luís Bettencourt admitiu que, nessa altura, as condições atmosféricas “não serão tão boas como em Junho”, mas assegurou que não inviabilizarão a subida ao Elbrus. “Vai estar mais frio e teremos uma camada de neve maior, mas em qualquer altura do ano iríamos sempre encontrar neve”, afirmou.

O projecto «Açores no Topo do Mundo» arrancou a 9 de Setembro do ano passado com a subida ao Pico e prosseguiu a 28 de Novembro, quando a bandeira açoriana foi hasteada no cimo do Kilimanjaro, na Tanzânia, o ponto mais alto de África, a 5.895 metros de altitude. Já este ano, em Abril aconteceu a subida ao cimo do Monte Kosciuszko, o pico mais alto da Austrália, a 2.208 metros de altitude.

O jorgense, um florentino e um picoense, querem escalar os oito pontos mais altos do planeta e desfraldar na neve dos seus picos a bandeira dos Açores. A viagem continua agora em Setembro, com a subida do monte Elbrus, o ponto mais alto da Europa, marcando assim a viragem no projecto «Açores no topo do mundo».


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tarifas aéreas promocionais seguem para avaliação da Comissão Europeia

O processo de negociação da proposta do Governo Regional de criação de tarifas promocionais abaixo de 100 euros nas ligações aéreas entre os Açores e o Continente, foi ontem concluído.

O Governo da República, através do secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, aprovou as propostas açorianas. Esta decisão do Governo da República constitui a última fase do processo negocial desenvolvido entre o Governo Regional e o Governo da República quanto às alterações aos termos das obrigações de serviço público que regulam o transporte aéreo entre a Região e o Continente.

De acordo com as regras comunitárias que regulam esta matéria, para a entrada em vigor destas alterações, o Governo da República enviará na próxima semana à Comissão Europeia estas propostas de alteração para apreciação e posterior publicação no Jornal Oficial das Comunidades.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e «Diário de Notícias».
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quem domina a área florestal açoriana (afinal) é o incenso, não a criptoméria

Apenas 10% do território regional é de floresta natural...

Os Açores têm apenas 31,8% do seu território florestado. De acordo com os últimos dados da edição de 2010 das Estatísticas Agrícolas, do Instituto Nacional de Estatística (INE), este é um valor que está abaixo da média nacional (que é de 38,7%) e da Madeira (que atinge os 42,4%).

Mais grave ainda é a situação da floresta natural, que nos Açores é a tão afamada flora macaronésica, com elevado valor histórico e até turístico. Nos Açores, apenas 10,9% do território tem floresta natural, enquanto que na Madeira é praticamente o dobro, com 20,15% do território. A média nacional é bem inferior, apenas 0,45% – mas o interesse estratégico é também muito diferente.

Os dados do INE poderão estar até um pouco inflacionados, uma vez que o Inventário Florestal da Região (IFR), realizado em 2007 pela Direcção Regional dos Recursos Florestais com recurso a sistemas de informação geográfica (SIG), dá dados ligeiramente inferiores. Onde o INE dá 74,7 mil hectares de área florestada, o IFR dá 71,5 mil, o que reduz a área para 30% do total. E onde o INE refere 25,4 mil hectares de floresta natural, o IFR dá 22,9 mil, reduzindo-a para 9,9%.

O Corvo é a ilha com menor espaço florestado (apenas 2,89%) enquanto que a ilha das Flores é a que tem maior espaço florestado (49,3%). Em relação à floresta natural, é de novo o Corvo com o menor espaço (apenas 0,8%), enquanto que São Jorge é que tem a maior mancha de floresta natural (17,24%).

Em termos dos espaços florestais (o total florestado menos os espaços naturais), a espécie com maior predominância é o incenso, uma planta invasora sem utilidade comercial e que impede o vingamento de outras plantas na sua proximidade. Muito utilizada antigamente como sebe viva no interior das quintas (com predominância para os laranjais), acabou conquistando o dúbio troféu de ser a mais significativa espécie florestal dos Açores. O número diz tudo: 49,25% da área florestada açoriana é composta por incenso, o que pode facilmente ser considerado uma espécie de drama. Para se ter uma ideia, a criptoméria, que é a segunda espécie mais importante e dá às ilhas o seu estilo florestal, ocupa apenas 25,5% da área florestada.

As situações mais graves ocorrem precisamente nas ilhas onde há mais área florestada – o que lhes retira boa parte da importância. Nas Flores, 72,67% é incenso, e no Pico 78,4%. É imenso. No Corvo, esse valor atinge os 79,5%. São Miguel parece fugir a essa regra negra, apresentando apenas 23,2% da sua área florestal com incenso – o que representa apenas 15% do total.


Notícia: «Diário dos Açores».
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Livro sobre espécies de aves dos Açores

O primeiro livro em português sobre as espécies de aves que nidificam nos Açores, da autoria do ornitólogo Carlos Pereira, será lançado nesta sexta-feira [na Livraria Gil, em Ponta Delgada], numa edição da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Os Açores possuem uma avifauna única no mundo, incluindo o paínho de monteiro e o priolo, duas espécies que apenas podem ser observadas neste arquipélago.

As ilhas açorianas, em época de nidificação, albergam algumas das mais importantes populações europeias de várias espécies de aves marinhas, além de serem o único local no país onde nidificam algumas espécies de aves terrestres.

O livro «Aves dos Açores», além dos textos de Carlos Pereira, inclui ilustrações de todas as espécies que ocorrem regularmente ao arquipélago, da autoria de João Tiago Tavares e Pedro Fernandes.

Nesta obra é revelada a aparência, distribuição e biologia das espécies que nidificam nos Açores, mas também são apresentadas as principais ameaças que se colocam à sua conservação. Os melhores locais para observar aves nas ilhas açorianas são também indicados neste livro.


Notícia: «Diário de Notícias», «Açoriano Oriental», «Correio dos Açores» e «Jornal Diário».
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

«Visões de futuro: Flores -> 2030» #2

CENÁRIOS PARA A ILHA
(desenvolvidos no contexto do estudo)

O cenário do Desenvolvimento Standard é o cenário do desenvolvimento através do investimento público em infraestruturas, apostando num sector primário mais intensivo que vai permitir exportar alguns produtos agrícolas (carne de bovino, leite e produtos derivados do leite), num modelo de turismo mais estandardizado (apostando nas oportunidades da ilha mas não priorizando o impacto ambiental mínimo) e na exploração da água com fins comerciais. Em certos aspectos este já é o caminho que se está [presentemente] a seguir [na Região], mesmo que o cenário crie certa “apreensão”. Sobretudo o papel da agricultura “produzir mais e mais, isto também é um pouco agressivo”. Mas a ilha das Flores precisa de investimento público e este parece um cenário que permite criar mais riqueza, “o que a gente quer é mais riquezas” e nem todos os investimentos em infraestruturas deveriam ter um forte impacto no ambiente, “as pessoas estão muito mais sensibilizadas com as questões ambientais”. Algumas pessoas afirmam que a ilha das Flores já tomou este rumo, certas infraestruturas já criadas são infra-utilizadas e afirmações como: “nós já temos um elefante branco e “as coisas das Flores são feitas fora de sítio”, levam a pensar isto.

“Se efectivamente houver um desenvolvimento no sentido de melhorar as acessibilidades e os custos destas, penso que a ilha das Flores poderá ter ambição de viver muito à custa do turismo”
Francisco T. (organização de apoio ao investimento nas áreas rurais)

“... tudo isso dá uma certa animação sócioeconómica, promove o comércio, promove a agricultura, promove o desenvolvimento. Porque o que a ilha das Flores precisa é de pessoas, só que as pessoas não se fixam lá se não houver economia.”
Joaquim G. (professor na Universidade dos Açores)


O cenário do Desenvolvimento Equilibrado é o cenário do desenvolvimento através de altos standards de qualidade ambiental e valorização dos valores próprios associados à própria natureza e vivência da ilha das Flores, apostando, por exemplo, fortemente no estatuto de Reserva da Biosfera. Neste cenário, “agradecido com o ambiente”, são fundamentais investimentos prudentes e infraestruturas que pretendam valorizar a ilha pensando no turismo mas, sobretudo, nos seus habitantes, e que priorizam o impacto ambiental mais baixo, assim como a preservação, melhoramento e valorização dos eco-serviços e redução da dependência exterior, “é bom fazer alguma coisa para não estar[mos tão] dependentes do exterior” (nomeadamente ao nível das importações). Este cenário, “talvez utópico”, vai precisar de investimentos que se calhar a ilha das Flores não tem, mas, em geral, tem sido considerado melhor [cenário] para a ilha, algumas pessoas acham que a ilha das Flores está bem encaminhada para este cenário. Mesmo que promova um cenário assim, que “tem em conta as pessoas” e “ao promover estas coisas, vai dar muita mais actividade e, por isso, isto dificilmente acontece”, o risco é criar um elefante verde no meio do Atlântico.

“Tem que ser uma agricultura, digamos, sustentável. Já com uma agricultura vocacionada para a preocupação da preservação. Não utilizar excessivamente os solos, nem os adubos, nem os fertilizantes; tem que ser dada formação aos agricultores nessa área para eles também aprenderem a preservar os recursos ambientais.”
Leonor M. (representante de concelho nas Flores)

"Um sítio destes podia ser um paradigma para o resto do Mundo, tem as condições para isso."
Daniel A. (técnico de turismo rural)

Informação retirada do blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores», trabalho do doutoramento de José Benedicto Royuela.
Nota: o texto que (acima) aparece a azul são contributos da população local, ocorridos nas reuniões de grupo da segunda fase do projecto.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

«Visões de futuro: Flores -> 2030» #1

O PROJECTO

Porquê a ilha das Flores?

A ilha das Flores, recentemente nomeada Reserva da Biosfera pela UNESCO, apresenta uma série de desafios quanto ao seu desenvolvimento. Por esta razão foi realizado um estudo, dividido em três fases, sobre as visões de futuro para a ilha das Flores no ano 2030.

Fases do estudo

A primeira fase de estudo consistiu numa série de entrevistas realizadas na ilha das Flores em Abril de 2009. Foram entrevistados 23 agentes sociais no total (na ilha e na Região), com o objectivo de identificar as suas visões para as Flores em 2030. A partir destas visões começaram a desenvolver-se dois cenários para a ilha das Flores em 2030.

Numa segunda fase, estes cenários, que iremos chamar de Desenvolvimento Standard e de Desenvolvimento Equilibrado, foram discutidos e analisados em reuniões de grupo realizadas entre Setembro e Outubro de 2009. Foram realizadas sete reuniões, com um total de 30 participantes. Estas reuniões permitiram incorporar as perspectivas da população local às visões identificadas nos agentes sociais.

Finalmente, numa terceira fase, que decorreu em Novembro e Dezembro de 2009, os agentes sociais foram novamente entrevistados. Foi solicitado (a cada um deles) uma avaliação dos dois cenários definidos para a ilha das Flores e de mais cinco cenários previamente desenvolvidos pela SRAM para o conjunto da Região (cenários do PReDSA), em função de uma série de critérios definidos previamente nas reuniões de grupo junto da população local.


Informação retirada do blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores», trabalho do doutoramento de José Benedicto Royuela.
Saudações florentinas!!