sábado, 8 de março de 2014

Esclarecimento de José Agostinho Serpa

Após muita reflexão sobre o assunto, cheguei à conclusão que seria útil esclarecer o seguinte: como é do conhecimento público, sempre que posso e me é possível faço recolha de imagens do que por cá (ilha das Flores) se passa, logo que na minha opinião seja assunto que tenha relevância e/ou sirva para mostrar os nossos saberes, usos e costumes, bem como tradições, muitas delas seculares.

Por vezes não é fácil conciliar a minha disponibilidade com o facto de existir mais que um evento no mesmo dia. Assim sendo, e como é do conhecimento de todos, dou o meu melhor com a ajuda imprescindível da Luísa. Mas muitas são as vezes que me dizem que eu ganho muito dinheiro com este trabalho. Pois, para esclarecimento público, tal como os trabalhos que têm vindo a ser feitos, informo que nem 50 cêntimos ganho com isto, aliás tendo em conta o preço dos combustíveis, da electricidade, do equipamento necessário, as centenas de horas de captação de imagem, bem como outras tantas para edição, software adequado/profissional para edição de vídeo e fotografia... já se podem fazer algumas contas e imaginar resultados.

(A título de curiosidade: a máquina de filmar teve uma avaria que custou 500 euros para reparar, eu pedi ajuda a uma instituição pública do concelho que me respondeu - entre outras coisas - que nada tinha a ver com isso, pois que eu fazia isto porque queria. A ajuda que pedi foi de 200 euros. Bem, este foi um desabafo.)

Nunca pedi nada em troca pelos trabalhos feitos e mais acrescento que costumo pagar as entradas, caso elas existam, nos locais para captar as imagens, bem como as águas que consumo. Apenas um trabalho foi encomendado e teve uma remuneração simbólica.

Acho que a ilha das Flores, bem como os seus usos e costumes merecem ser documentados para memória futura, já que na minha opinião fazem parte do nosso património cultural imaterial que requer preservar. Para além disto e como fui emigrante quase trinta anos, sei o quanto é bom saber e ter conhecimento do que por cá se faz, bem como também dar a conhecer a outras paragens um pouco da nossa realidade.

Só pelo facto de saber que muitos florentinos, quer de primeira, segunda ou terceira geração e até muitos e muitos que nada são a esta terra do Sol Poente, ficam felizes por ver os trabalhos, já vale a pena. Aqui fica o meu abraço e agradecimento pelas mensagens de alento e agradecimento que me fazem chegar, quer por escrito ou pessoalmente.

Assim fica, desta forma, o esclarecimento.
Obrigado pela atenção dispensada.


José Agostinho Serpa

11 comentários:

Anónimo disse...

Sou de outras paragens e lhe agradeço por mostrar tantas imagens que, para mim, são muitíssimo interessantes. Continue com esse seu trabalho!

Anónimo disse...

Sempre que vêem uma pessoa entusiasmada, a fazer o que gosta desinteressadamente, a ser cidadão de corpo inteiro, desconfiam.
Mas aqueles que desconfiam são os que nunca dariam nada sem segundas intenções mesquinhas e egoístas.
Felicito-o pelo contributo de nos unir.

Viktor Medina
Terceira

Anónimo disse...

Permitam-me fazer uma observação.
No que diz respeito ádedicação, empenho e pertinencia das peças,podem ser questionaveis mas obrigatoriamente temos de respeitar e reconhecer que é com grande sacrificio, vontade e sentido de um dever publico que tudo isto acontece.
Outra situação é a parcialidade com que muitas vezes faz as peças sobretudo dando a ideia de ser o orgão oficial de propaganda da Camara Municipal das Lajes.
E neste contexto desejo que corrija este aspecto e não se deixe levar como o mui dignissimo directr do Jornal o Monchique o faz.
Mais, entenda esta opinião como uma opinião construtiva e não embarque na tentação facil de que quemnão concorda comigo é contra mim.

Anónimo disse...

Também sou de outras paragens e conheci um pouco da ilha através das suas reportagens mesmo antes de a visitar, e, agora que já a conheço continuo a ver o que o José Agostinho propõe, nem que seja só para matar saudades dessa vossa ilha maravilhosa.
Espero que possa continuar e agradeço o seu trabalho,
Virginia

Anónimo disse...

Continue com o excelente trabalho. No entanto deve realmente tentar ser sempre imparcial nas suas apresentações. Bem sabemos que por vezes é dificil, pois os lobbies estão por todo o lado, mesmo ao nosso nivel.

Anónimo disse...

Sr. Serpa
Os outros, a larga maioria, gosta e aplaude.
Uma minoria, se calhar, critica este ou aquele aspecto, em função do seu gosto pessoal e das suas convicções.
Que se saiba, ninguém desgosta do seu trabalho.
Mas isso pouco interessa.
O Sr. faz aquilo que gosta, não faz?
É isso que interessa.
Então quer ganhe dinheiro quer não ganhe, isso não diz respeito a ninguém.
As Flores são uma terra pequena, pois é. Mas não se deve ser complacente com a má língua, muito menos com a inveja.
A visão que se tem sobre um dado tema é impressão digital que fica nas imagens.
E isso tem algum mal?
Mau é esconder convicções e andar por aí a "boiar", na mira sabe-se lá de quê.

Anónimo disse...

Caro anonimo das 00.45.00 nem todas finalidades justificam os meios e as formas, não podemos continuar a pensar desta forma minimalista em que desde que se atinga algum aspecto positivo todos os outros podem ser negativos que estão justificados, não é assim.
O facto de procurarmos faxer as coisas de uma forma mais correcta, mais isenta, mais capaz só nos faz sair desta mediocridade que caracteriza a sociedade Florentina, e para isto, basta que analise como os restantes açoreanos veem a sociedade Florentina.
Quando nós pensamos que já sabemos tudo temos uma enorme dificuldade de aprender, nem estomos dispostos a que nos ensinem e este estado de negação só faz de nós mais ignorantes.

Anónimo disse...

Olá Zé
Mesmo de forma anónima,para ser honesto,tenho que declarar previamente um conflito de "interesses", porque sou teu amigo.
Mas não é apenas por isso que aprecio e aplaudo o teu trabalho.É porque ele é bem feito,é útil a todos os títulos e ainda por cima é voluntário e desinteressado. E mais;porque também já tive a amarga experiência de fazer coisas para a comunidade,de forma igualmente voluntária e desinteressada e ser olhado como ganhando algo com isso. Infelizmente há pessoas na nossa terra, que não querem fazer nada pelo outros ou pela sua terra, mas criticam quem o faça,que é para aferir por baixo.
Tua e a Luisa estão a fazer um exercício de cidadania altamente meritório. Enquanto estiverem disponíveis para o fazer, façam-no e não se preocupem com as más línguas porque vozes de burro não chegam ao céu.
Parabéns e um abraço.
Boa noite.

Anónimo disse...

A "isenção" é como se sabe um conceito relativo.
O que é isento para uns é tendencioso para outro e vice versa.
Não há volta a dar.
O fazer as coisas "de uma forma mais correcta" para uns é incorrecto para outros e vice versa.
Não há volta a dar.
A "mediocridade que caracteriza a sociedade Florentina" (sic) não advém de cada um ter legitimamente a sua própria opinião. Bem pelo contrário. Advém dos pamoias, dos cinzentos, dos que hoje bajulam uns amanhã outros. Dos chamados boias, habituados a viverem à conta dos impostos dos outros, dependurados nas benesses públicas.
Presumo que o Sr. Serpa faz o seu trabalho o melhor que pode, de acordo com aquilo que legitimamente pensa.
Isso não deve meter medo a ninguém. Medo, deve meter os que "agradam a todos", coisa que nem Jesus Cristo que era Deus conseguiu.

Anónimo disse...

muitas pessoas não sabem o que dizem e fazem muitas vezes.
estive o último fimde semana com o Sr. Agostinho e foi muito interessante ver o que ele mostrou e falar com ele.
entre muitas coisas da nossa conversa, a que mais me marcou foi ele ter desabafado que ficaria feliz se as câmaras das flores lhe dessem o ordenado mínimo.
Bem, isto é de uma enorme humildade e dignidade o desejo do Sr. Agostinyho, pois o que são 480€ para duas câmaras municipais. qual o valor que representa o trabalho que ele nos tem mostrado e pelo que vejo e me dizem, pois não sou nunhum espernto na internete, mas dizem que está espalhado pelos cuatro cantos do mundo.
assim espero que esta mensagem seja também vista pelo mundo para saberem como é as realidades por cá e o trabalho por amoor á camiza.

Anónimo disse...

Peço imensa desculpa mas tenho de fazer um reparo ao seu desabafo de uma instituição pública não lhe dar um "apoio" para o arranjo da sua máquina.. Então andamos a descontar para arranjar máquinas de terceiros? Se a minha TV avariar terei o direito de achar que a Junta de Freguesia ou a Câmara têm de me dar dinheiro para arranjar? Peço imensa desculpa mas eles tiveram toda a razão. Pelo que vejo o sr faz o que faz como passatempo, ou é contratado por alguma instituição pública? É que neste caso quem teria de lhe fornecer o material seria a dita instituição. Como passatempo o material é seu e ninguém se obriga a pagar seja o que for, seja com o propósito de divulgar a ilha ou não.