Chef florentino Joel Vieira faz questão de “respeitar o produto e quem o faz”
Joel Vieira, de 29 anos, nasceu na ilha das Flores e conta que “como qualquer criança” foi variando os sonhos sobre o queria fazer no futuro.

De regresso a São Miguel ainda esteve quatro anos em Economia – “não gostava daquilo não me sentia realizado” – até ter encontrado a sua vocação, a gastronomia. Decidiu arriscar – “nunca devemos ficar na dúvida” - e foi tirar um curso na Escola de Formação Turística e Hoteleira dos Açores. Antes disso diz que gostava de cozinhar “pelo lado social”, que até sabia cozinhar, “mas muito mal”.
As primeiras lembranças sobre cozinha remontam à sua vida na ilha das Flores: “Tenho três irmãs mais velhas que com a minha mãe sempre foram figuras muito presentes na minha educação e muito importantes na minha vida... tive a felicidade de as ver cozinhar”. A sua vida na ilha das Flores influenciou a sua maneira de estar na vida e principalmente na profissão, já que desde muito novo Joel Vieira se habitou a ter não só “vacas, porcos e galinhas” mas muitos produtos vindos da terra: “Tínhamos tudo o que era de cultivo: as batatas, as cenouras, as cebolas, os pepinos no Verão, as alfaces e o tomate...”
“Sempre tive essa envolvência – apesar de nessa altura não gostar – fui crescendo com essa envolvência e acho que isso também foi uma coisa que me deu um gosto e uma sensibilidade um bocado diferente”, afirma Joel Vieira. Assim foi com a horticultura, como foi com o peixe e com a carne: “Ver uma vaca a crescer e depois ser abatida, deu-me um respeito pelo produto que se calhar a maior parte das pessoas não tem”.
É por isso que hoje em dia, que chefia a cozinha no restaurante Calçada do Cais (em Ponta Delgada), faz questão de “honrar o produto”, querendo com isto dizer “respeitar o produto e quem o faz” e “ter o mínimo de desperdício possível”.
É tarefa difícil pedir-lhe que classifique o seu tipo de cozinha e é a custo que o faz: “Matriz regional, sazonal, fresco e de respeito pelo produto”. Insiste neste último ponto: “Tento ao máximo respeitar o produto porque sei que aquilo deu trabalho a fazer, deu trabalho a semear ou a plantar, deu trabalho a colher e é também uma maneira de respeitar todas as pessoas que estiveram envolvidas”.
Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
2 comentários:
Mais um das Lajes que teve de sair da Ilha e o Governo e a Camara nada fazem para os manter cá.
Há gente séria, com brio e gosto pelo seu trabalho, que à sua maneira contribui positivamente para o bem comum. É o que nos vai valendo e animando.
Em plena época quaresmal, onde o recato devia prevalecer, afigura-se um carnaval. Começou a dança das listas, nos partidos, onde tudo serve para a mediocridade sobreviver. Descosem-se, difamam-se, insultam-se, toureiam-se, urdem intrigas, fazem trapaças e, não raras vezes, vão ao nariz uns dos outros, em pungentes batatadas.
E isto para quê? Para darem contributos à sociedade e intervirem positivamente para o bem público? Não. É para andarem inchados por aí, senhores da sua importância. É para se servirem e servirem quem querem, à conta do nosso trabalho e daquilo que lhes pagamos.
Parabéns a este rapaz que faz o que gosta e, ao que consta, bem feito.
Enviar um comentário