quinta-feira, 12 de junho de 2014

Impõe-se passar da palavra à acção

É necessário apostar no turismo durante todo o ano e não apenas na escassa temporada de Verão. Facto é que o nosso clima dificulta o acesso à ilha, mas não o impossibilita, de todo. Há outras atividades que podem constituir fatores de atração turística, como é o exemplo da agricultura biológica.

O arquipélago dos Açores é especial, por natureza e pela natureza. É um destino turístico cada vez mais procurado e, neste contexto, realço o potencial da ilha das Flores, de onde sou natural e onde escolhi residir, embora consciente do desafio que é cogitar o seu futuro.

A ilha das Flores é Reserva da Biosfera, denominação da UNESCO, facilmente percetível. Existem cerca de vinte e cinco percursos destinados à prática de canyoning, quatro percursos pedestres homologados, seis geosítios, onde estão incluídas, por exemplo, seis das sete lagoas existentes, bem como a Rocha dos Bordões e, por último, sete locais privilegiados para a observação de aves. São inúmeras as baías, locais propícios para o mergulho recreativo, ilhéus, cascatas e ainda temos para oferecer a possibilidade de praticar pesca desportiva, observar cetáceos e acampar em plena natureza.

Para além da hotelaria tradicional, tem sido aposta de alguns empresários locais o turismo rural, como é o caso da Aldeia da Cuada, inclusivamente reconhecida como um dos cinquenta hotéis mais românticos do Mundo (pela revista «Travel+Leisure») e, recentemente, como uma das dez aldeias mais pitorescas de Portugal (conforme publicação da «3 vilas»). O empreendimento de ecoturismo Sítio da Assumada, que contempla o aluguer de casas de madeira, auto sustentáveis, é o mais recente exemplo dessa aposta.

Apesar de todas estas oportunidades, penso que é necessária a criação de condições de desenvolvimento. A mais óbvia é a adequação do preço das passagens aéreas, uma luta antiga. No entanto, há muito para fazer noutros domínios, de forma prioritária. É necessário apostar no turismo durante todo o ano e não apenas na escassa temporada de Verão. Facto é que o nosso clima dificulta o acesso à ilha, mas não o impossibilita, de todo. Há outras atividades que podem constituir fatores de atração turística, como é o exemplo da agricultura biológica, que começa a conhecer algum desenvolvimento por parte de alguns empresários locais e pela comunidade estrangeira residente na ilha.

A vertente cultural, histórica e patrimonial deveria ser mais explorada na época baixa, nomeadamente através de visitas às estruturas museológicas e religiosas, como forma de transmissão daquilo que nos define como povo. A gastronomia é outro ponto fundamental. Têm de ser potenciadas condições para receber melhor, formação, quiçá.

Temos excelentes produtos: carne, peixe, marisco, laticínios e outros alimentos frescos e naturais, que podem enriquecer a nossa oferta.

Será tudo isto assim tão inalcançável ou irrelevante? Os dados estatísticos revelam que as dormidas na hotelaria tradicional subiram no mês de Janeiro. No caso da ilha das Flores, ficaram hospedadas mais cinquenta e duas pessoas do que em Janeiro do ano passado, num total de cento e oitenta e nove visitantes. É, no mínimo, um sinal positivo de que o turismo deve ser explorado durante mais tempo.

A população florentina encontra-se cada vez mais reduzida e envelhecida. O número de residentes não chega a três mil e oitocentos e não há condições para a fixação dos jovens. Impõe-se, com urgência, passar da palavra à ação, criar dinâmica, condições que promovam o emprego, que fixem os jovens, que muitas vezes pretendem regressar mas simplesmente não têm oportunidade. O turismo é uma porta entreaberta. Mas pretende-se um turismo sustentável, não direcionado para as massas e que respeite as condições naturais que definem o nosso panorama paisagístico e cultural.


Susana Soares
Repórter e técnica de audiovisual, Lajes das Flores

Artigo de opinião de Susana Soares, integrante da edição de 30 de Maio do mensário «Mundo Açoriano», contendo caderno temático sobre o futuro dos Açores visto por 19 jovens de todas as nove ilhas.
Saudações florentinas!!

15 comentários:

Anónimo disse...

Belo artigo, não só pelo conteúdo e qualidade, mas também pela oportunidade. Há muito que digo isto nas conversas informais sobre o nosso desenvolvimento.
Penso que é uma boa dica para potenciar a reflexão e diálogo dos nossos autarcas e destes com actuais e potenciais operadores turísticos locais.Se não mesmo com o envolvimento da população,que tem uma importância muito grande no acolhimento dos turistas.
O turismo é, efectivamente uma das actividade com imensas potencialidades, desde que explorado de forma correcta. É uma das que cria mais emprego,por exemplo.
Parabéns Susana.
Um Florentino.

Anónimo disse...

Como é que querem ter turismo se todos os dias chega ao porto das Lajes turistas e tem um Bar na Murralha feito à mais de um ano e nunca abriu. Será que é assim que querem fazer Negócio!

Biosfera disse...

De facto deve-se apostar no turismo, pois é o grande potencial da nossa terra!
Afinal somos reserva da biosfera , temos de rentabilizar esse título!
no entanto não estamos preparados para receber turismo quando se fala de restaurantes, de lixeiras a céu aberto, da etar da Cooperativa de laticínios, da falta de civismo das pessoas e o amontoar de lixo junto a caixotes por não se fazer separação devida.
Tudo coisas a ter em conta, quando se quer rentabilizar turismo!

Anónimo disse...

Potenciar o turismo, acessibilidades, passagens baratas!
Mas afinal quem tem nas mãos estes desígnios?
Os mesmos que desconsideram as Flores desde que esta foi povoada, sejam eles "laranjinhas", "rosinhas", tangerinas ou limões.
Já não vivo o suficiente para ver mudanças, pois estas só existirão na semana anterior às eleições e apenas no papel, pois quando chega o momento de efectivamente dar a cara por uma terra com um grande potencial, é vê-los correr para longe!

Anónimo disse...

eu já de à anos que vejo que eles querem o turismo é para são miguel e terceira e os outros que se lixem por isso não há passagens baratas.

Anónimo disse...

o anónimo das 7,06 tem razão faz-se uma obra e continua fechada, parece que não estão entressados em negocio ou estão à espera de mais algum subsidio da UE, se fosse o João Lourenço na camara esta obra à muito que estava em movimento, e eu bastante avisei que quando são os dois da mesma cor nada se faz agora voces que aguentem o tempo que falta e votem em quem faz obra. muitos já estão arrependidos mas agora é tarde.

Anónimo disse...

se fosse o anterior presidente, a camara ja tinha falido!

Anónimo disse...

deves ser um grande palhaço com tudo o que o joao fez nao deixou nada e fazia mesmo com o atual president que era variador a dar pa traz mas se estao bem assim melhor seus palhaços!

Anónimo disse...

olha o gordo atrevido zangado!!!!
mamaste pouco por isso é que a única coisa que cresceu foi a barriga!
a única coisa que o "joão" deixou foi dívidas e o resto é lixo!

Anónimo disse...

eu depois de reconhecer que fiz uma grande asneira em ter votado ps nas lajes, tambem reconheço que tem razão o anónimo das 13,59 em dizer que avisou que os dois da mesma cor nada se faz nas lajes e está à vista de todos, ele que aproveite este mandato que de certeza não vai voltar a presidente da camara.

Anónimo disse...

Vivemos no meio de gente boa. Mas há também muito quem não preste.
Há estupor que não respeita a terra onde vive, deixando rasto de esterco por onde passa.
Ainda há dias uma ratazana escondida perfurou árvores ornamentais com o propósito de as secar... Acaso estamos condenados a arrastar trambolhos destes?
Bom. Vamos ser construtivos.
Algumas achegas para o artigo da Susana.
O turismo na época baixa pode e deve apostar no bem estar e na saúde. Deve-se voltar para gente reformada, com dinheiro, que vive em países de clima frio. Temos a segurança que só os meios pequenos proporcionam. Temos a natureza exuberante, que também é bonita no inverno. Há por esse mundo fora parques e jardins que alugam guarda chuvas e impermeáveis aos visitantes.
Temos o mar com efeitos benéficos para o corpo e para a alma: a talassoterapia está na moda. Termos águas quentes, que podem ser aproveitadas para lazer no inverno. Temos o isolamento e o sossego que muita gente busca nos meios agitados onde vive.
Deus deu-nos estas mais valias, não as aproveitamos porquê?

Anónimo disse...

O Anónimo das 10:04 tem toda a razão (na segunda parte do seu comentário que a primeira não faço ideia nem quero saber).
Uma nota apenas: não penso que a Ilha das Flores seja interessante apenas do ponto de vista turístico. As mesmas razões que tornam turisticamente atraente esta ilha maravilhosa onde espero estabelecer-me num futuro que prevejo não muito longínquo, também a podem tornar uma jóia a preservar, procurada por um tipo de população - portuguesa ou internacional - mais genuina, criativa, inovadora, com uma visão holística da vida e orespeitadora da natureza de quem afinal somos todos filhos; a ilha é um oasis de paz, sossego e beleza ímpar, e eu estou convicta que no futuro vai ser crescentemente procurada por um tipo de pessoas - jovens e menos jovens - em cujas mãos está afinal o próprio destino da humanidade; porque as sociedades assentes na ganância, matança, competição, cinismo, desrespeito de tudo e de todos terão forçosamente de ceder, sob pena de este nosso mundo maravilhoso acabar muito mal.
O futuro da própria humanidade não está nas grandes cidades, nem em paradigmas já ensaiados e notoriamente falhados: está em lugares como a Ilha das Flores e em pessoas como os seus cidadãos.
Virginia

Anónimo disse...

Já alguns dias que não vinha às Lajes, e fui fazer uma visita ao Porto, reparei com vários Iates fora do Porto de Recreio, o que me levou a pensar o seguinte. Será que a Camara das Lajes tem conhecimento deste assunto e que já fez um pedido ao Governo Regional para aumento deste Porto de Recreio que é uma mais valia para este Concelho e até a própria Ilha das Flores. Despede-se aguardando uma resposta muito positiva. O Sempre Atento para o Melhor nas Lajes das Flores.omo

Anónimo disse...

Acho muito bem que pensem no turismo para a nossa Ilha das Flores, mas acho que e muito importante haver limpeza,o que tem faltado ultimamente nas Lajes,o turista se calhar também gosta de lugares limpos e o que vejo e pessoal de volta de alguns jardins, mas há mais para fazer, por exemplo, a erva nunca mais foi cortada,o cemitério está uma autentica vergonha com a erva alta como nunca teve e depois quando a forem cortar cortam também as flores como foi sempre hábito, está tudo sujo,o portão já não fecha, precisa ser pintado ,as luzes arranjadas,o cemitério sempre esteve um bocado abandonado, mas eu tinha a esperança que agora as coisas iam melhorar, enganei-me e não e por falta de pessoal,e mesmo desleixo, porque há muita gente e só manda-los trabalhar e se não quisessem, iam para casa, porque ainda há gente que quer trabalhar e não tem oportunidade.Por favor olhem ao vosso redor e façam alguma coisa, as Lajes precisa de limpeza.

Anónimo disse...

na garagem da camara das lajes é um asilo de rapazes novos com tanto para fazer cá para fora. ve-se noutras ilhas trabalhadores do funde desemprego homens e mulheres a trabalharem na limpeza de estradas ribeiras devedidos pela camara nas obras publicas e nas juntas de freguesias.