sábado, 31 de janeiro de 2015

Recolher devidamente os dejetos caninos

A Câmara Municipal de Santa Cruz instalou alguns dispensadores de sacos e receptáculos de dejetos caninos em diversos locais da vila. Com esta campanha de sensibilização, o Executivo municipal solicita aos munícipes que ao levarem os seus animais a passear na via pública efectuem a recolha dos dejetos dos cães e os depositem nos respetivos contentores.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Urgente definir os reencaminhamentos aéreos para as restantes ilhas açorianas

A liberalização das ligações aéreas de São Miguel e da Terceira com o Continente entra em vigor a 29 de Março, segundo informação publicada no Jornal Oficial da União Europeia.

A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) quer ver rapidamente resolvida a questão dos reencaminhamentos aéreos dos turistas e residentes das restantes ilhas do arquipélago não abrangidas pelas ligações low-cost das companhias RyanAir e EasyJet, anunciadas no final do ano passado no contexto das novas obrigações de serviço público.

Segundo a Comissão de Turismo da CCAH, "por altura do anúncio da liberalização do espaço aéreo para São Miguel e Terceira foi comunicado que os reencaminhamentos dos turistas, bem como de qualquer residente, seriam gratuitos", situação que a CCAH diz continuar sem resposta.

O receio da CCAH é que "o atual cenário coloque as restantes ilhas em concorrência desleal, favorecendo-se uma única ilha (São Miguel), até o modus operandi dos reencaminhamentos não se encontrar definido e implementado". Receio que se agrava com a indefinição da estratégia das companhias aéreas portuguesas SATA e TAP em relação à ilha Terceira, e que a CCAH considera ser apenas mais um cenário de incertezas no meio dos restantes que afetam aquela ilha no presente ano.

Reivindicando a resolução desta questão dos reencaminhamentos aéreos de passageiros com origem ou com destino aos Açores, a Comissão de Turismo da CCAH acrescenta mesmo que "de acordo com as simulações feitas recentemente nos sítios da RyanAir e EasyJet, não há opção de escolha como destino de qualquer uma das restantes ilhas do arquipélago", não havendo também quaisquer soluções para ultrapassar este problema nas agências de viagens.


Notícia: «Diário Insular», rádio Lumena e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Navio patrulha visita as ilhas ocidentais

O navio patrulha oceânico Figueira da Foz encontra-se em missão na zona marítima dos Açores e visita pela primeira vez a ilha das Flores.

O comandante do navio, capitão-tenente Coelho Dias e a sua guarnição convidam todos os florentinos a visitarem este navio não combatente que se destina prioritariamente a exercer funções de autoridade do Estado e a realizar tarefas de interesse público nas áreas de jurisdição ou responsabilidade nacional.

As visitas podem ser realizadas em dois dias (nesta sexta-feira e também no domingo) das 10 horas às 12 horas e das 14 horas às 16 horas, no Porto das Lajes.

Na manhã deste sábado, a Antena 1 Açores realiza uma edição especial do programa “Inter-Ilhas” conduzido por Vasco Pernes diretamente do navio patrulha Figueira da Foz ao largo da ilha do Corvo.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Grande reportagem do Primeiro Encontro Internacional de Canyoning nos Açores


O primeiro Encontro Internacional de Canyoning nos Açores (CIMA: Canyoning International Meeting in Azores) decorreu na ilha das Flores de 28 de Setembro a 3 de Outubro passado.

Evento destinado à divulgação do potencial dos Açores para a prática do canyoning, constituiu uma oportunidade para troca de experiências com a comunidade internacional da modalidade.

Foram mais de cem os praticantes oriundos das mais variadas partes do Mundo. Segundo a organização este foi um momento alto a nível mundial nesta prática de desporto de aventura.

Costa Ocidental acompanhou de perto a descida de duas ribeiras, a do Cão e a das Casas. Aventura e muita adrenalina são, sem sombra de dúvida, os pontos fortes desta modalidade, não esquecendo o factor descoberta desta pérola do Atlântico: a ilha das Flores.

É objectivo da organização que este tipo de evento seja estendido a outras ilhas açorianas, cujas características sejam propícias à prática da modalidade.

Costa Ocidental agradece à organização pela autorização e cedência de imagens, todos os que cederam fotografias e vídeos, aos praticantes, à Gabriela Silva que incansavelmente dá o seu melhor para o projecto Costa Ocidental e a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para que este trabalho chegasse a bom porto, ou neste caso a “boa ribeira”.

Agradecimentos à Câmara Municipal de Lajes das Flores, pela cedência do espaço onde foram realizadas as entrevistas. Agradecimento especial a João Bettencourt, director regional do Turismo, pela amabilidade e simpatia com que se prontificou a dar o seu contributo para este trabalho.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Bons tratos faz vacas darem mais leite

Afagos e “conversa” garantem melhores vacas leiteiras: boa relação humano-animal é importante elemento a ter em conta para garantir uma exploração leiteira sustentável. A ideia é defendida por professores da Universidade de São Paulo, em artigo publicado no sítio MilkPoint.

A visão é apoiada quer por Anabela Gomes, como por José Matos, professores da Universidade dos Açores. “Quando se trata da relação humano-animal, ainda muitos investigadores não a reconhecem como valiosa. Muitas vezes, os animais são encarados como máquinas e os seres humanos como ferramentas do processo produtivo”, lamentam Guilherme Franchi e Iran Silva.

Os investigadores destacam que o bem-estar dos trabalhadores das explorações leiteiras é o ponto de partida, que depois se vai refletir nos animais: “Um colaborador desanimado ou insatisfeito poderá influenciar negativamente o bem-estar animal e o andamento de uma exploração animal. Logo, é essencial compreender todos os aspectos da vida de cada indivíduo envolvido no processo de produção”, frisam.

Franchi e Silva elencam até as atitudes que os lavradores devem adoptar. São bons gestos afagar, dar “palmadinhas”, apoiar as mãos nas pernas, costas e flancos da vaca e “conversar” com o animal utilizando um tom de voz suave. Por outro lado, palmadas com força, empurrões, golpes com a mão ou com objectos e gritos dificultam o maneio.

O professor universitário José Matos destaca que os bovinos são muito sensíveis ao stress: “Quando estão num ambiente calmo e são bem tratados, produzem mais, têm maior longevidade e apresentam menos incidência de doenças”. José Matos destaca que a relação humano-animal nos Açores é centenária e acredita que a maior parte dos produtores são bons exemplos.

No entanto, Anabela Gomes, também docente da Universidade açoriana, garante que há bovinos a passar fome nos Açores: “Em ilhas como o Pico, Corvo e Flores são muitas as mortes no Inverno porque os animais estão subalimentados. Outra situação é a das vacas dos criadores de toiros, também muitas vezes mal alimentadas”, frisa, defendendo que a atribuição de subsídios deve ter o bem-estar animal em conta. Anabela Gomes sublinha também que o tratamento violento de animais nas salas de ordenha é uma realidade que persiste.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário Insular».
De lembrar que a marca Terra Nostra irá investir 7 milhões de euros para ter leite de “vacas felizes” dos Açores, onde essas vacas pastam ao ar livre e produzem leite que pretende ser premium.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

País para reformados... estrangeiros

Portugal está entre os dez melhores países para passar a reforma em 2015, considera o índice do grupo editorial americano International Living.

O índice para este ano do International Living - que edita uma revista mensal que ajuda quem quer viver bem a sua reforma a encontrar as melhores opções - coloca Portugal na nona posição dos melhores países para aposentados, uma subida de seis lugares em relação à classificação do ano passado.

O índice de 2015 é liderado pelo Equador e inclui outros dois países europeus: Espanha e Malta, na sexta e sétima posições, respetivamente. Panamá, México, Malásia e Costa Rica seguem-se ao Equador, e Colômbia e Tailândia completam os dez melhores países para reformados. A classificação, que seleciona 25 países, baseia-se em vários fatores, como o setor imobiliário, o custo de vida, o acolhimento, a qualidade dos serviços de saúde, as infraestruturas e o clima.

Um artigo sobre Portugal publicado na «International Living» aponta algumas das razões para a escolha. "Passei recentemente algum tempo em Portugal e fui conquistada pelos baixos preços. Em Portugal, pode usufruir de um custo de vida tão barato como o dos mais desenvolvidos países latino-americanos, mas com todos os benefícios da vida europeia", descreve-se. Para além disso, destacam-se o clima ameno, a qualidade das infraestruturas e a proximidade com Espanha. "O inglês é bastante compreendido, sobretudo nas maiores cidades, o que, combinado com a hospitalidade dos portugueses, facilita a integração e a sensação de estar em casa", resume a revista.


Notícia: «Açoriano Oriental», TVI 24 e «Jornal de Notícias».
Saudações florentinas!!

domingo, 25 de janeiro de 2015

Porto das Poças, que remodelação afinal?

O PSD/Açores pediu esclarecimentos sobre a intervenção anunciada para o Porto das Poças, na ilha das Flores. Para o deputado Bruno Belo, o Governo Regional “deve esclarecer os florentinos em relação ao projeto a executar, e se é o mesmo apresentado com pompa e circunstância antes das eleições regionais de 2012″, avançou.

Num requerimento enviado à Assembleia Regional, o deputado florentino lembra que, “no dia 19 de Março de 2012, o então subsecretário regional das Pescas e uma delegação de pescadores florentinos assistiram, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), aos ensaios em modelo reduzido da solução preconizada para a ampliação do Porto das Poças”.

“O que queremos agora saber, é se a obra inscrita na Carta Regional das Obras Públicas (com início previsto para o primeiro semestre de 2015) corresponde ao projeto testado no LNEC, nomeadamente se a ampliação do porto prevê a construção de um molhe de 302 metros e de um contra-molhe de 104 metros, ficando com cerca de 15 mil metros quadrados de área molhada, 8 mil metros quadrados de terrapleno e pontões flutuantes com capacidade para 88 embarcações”, questiona Bruno Belo.

O deputado florentino realça que “nos ensaios realizados no LNEC foram aprovadas pelos profissionais das pescas as condições de entrada e saída do Porto das Poças, e as condições de abrigo proporcionadas por aquela solução em condições de mau tempo”, explica Bruno Belo.

“Agora os florentinos exigem saber se é de facto aquela obra que vai avançar, ou se há outro projeto para ser implementado. A reabilitação do Porto das Poças assume grande importância económica, pois é onde existe o maior número de barcos de pesca profissional e desportiva, sendo também o porto onde se faz o embarque e o desembarque de passageiros para o Corvo”, conclui Bruno Belo.


Notícia: "sítio" do PSD/Açores.
Na última visita estatutária à ilha das Flores, o Governo Regional deu orientações à Portos dos Açores para desencadear os procedimentos de lançamento da empreitada que visa melhorar as condições de operacionalidade do Porto das Poças, bem como iniciar procedimentos para a aquisição e instalação de uma grua naquele porto.

Saudações florentinas!!

sábado, 24 de janeiro de 2015

Sétima edição da Geração Depositrão

Açores participam na 7ª edição da Geração Depositrão com 31 escolas e mais de 20 mil alunos.

Mais uma vez, esta iniciativa apela à recolha e ao correto tratamento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos e também de resíduos de pilhas e acumuladores, envolvendo as escolas e a comunidade local nesta missão.

Nesta acção participam cerca de 600 escolas de todo o país, o que corresponde a mais de 320 mil alunos e 30 mil professores. Com esta iniciativa, integrante do programa Eco-Escolas, pretende-se introduzir o tema da gestão destes resíduos junto dos mais novos, tendo as escolas como agentes importantes na divulgação e introdução de boas práticas.

No final do ano letivo as escolas da Geração Depositrão serão premiadas de acordo com o peso total de resíduos recolhidos, segundo dois critérios: peso absoluto e peso por aluno.

Para além da atividade de recolha, as escolas respondem a desafios criativos, segmentados por grau de escolaridade (ensino básico, secundário e superior), que promovam o contacto com os principais conceitos a ter em conta nesta matéria.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário da Lagoa».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Apenas 2 médicos especialistas em 2014

Nos últimos dois anos houve redução superior a 80% nas deslocações de médicos especialistas às ilhas sem hospital, com particular incidência nas Flores e Pico.

Relativamente à ilha das Flores, de 2012 para 2014 o Governo Regional acabou com as deslocações de médicos especialistas nas áreas da cirurgia vascular, cardiologia, endocrinologia, psiquiatria, oftalmologia, otorrinolaringologia e pneumologia.

O número de consultas de especialidade diminuiu drasticamente na ilha das Flores: em 2012 houve 2.301 consultas; em 2013 reduziu para 1.221 consultas; em 2014 baixou 95%, para apenas 109 consultas de especialidade. No que se refere ao número de deslocações de médicos especialistas à ilha das Flores regista-se uma redução também dramática: em 2012 efectuaram-se 20 visitas; em 2013, 18 visitas; em 2014, apenas 2 visitas. Entre 2012 e 2014, a redução do número de consultas de especialidade na ilha das Flores foi de 95,3%.

Mais grave do que os cortes nas deslocações dos médicos especialistas, o deputado Félix Rodrigues aponta que “o cenário é tão mais violento quando se verifica que nem os especialistas se deslocaram às ilhas sem hospital, nem esses doentes foram deslocados às ilhas com hospital para realização das consultas”.

“Este brutal corte na saúde dos açorianos representa um acto de verdadeira violência praticado sobre milhares de doentes que foram remetidos para o sofrimento”, afirma o deputado do CDS, apelando “que se ponha cobro imediato a este colossal ataque que está a ser desferido ao Serviço Regional de Saúde, com particular incidência nas ilhas sem hospital”, caso contrário continuaremos a assistir “a um autêntico retrocesso civilizacional nos Açores e um ataque ao sofrimento dos doentes”.


Notícia: Antena 1 Açores, «Correio dos Açores» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Monitorização regular das águas-vivas

Docente do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores defende a criação de programa que permita a monitorização regular das águas-vivas para "estudar o fenómeno e tentar mitigar o problema".

No último Verão, banhistas de várias zonas dos Açores alertaram para uma maior concentração de águas-vivas (alforrecas) em zonas balneares açorianas. Também na última quinzena de 2014 surgiram testemunhos de banhistas sobre a presença de águas-vivas particularmente na ilha de São Miguel, algo que é pouco frequente durante os meses de Inverno.

“Não há nenhum sistema geral de monitorização para este tipo de organismos. A investigação científica funciona com base em projetos de curto prazo, no máximo de três anos, e virado para questões que envolvam novas tecnologias”, disse o professor universitário João Gonçalves.

Embora sem dados científicos que permitam garantir que as águas-vivas apareceram em maior quantidade em 2014, o docente do DOP admitiu que essa maior concentração tenha ocorrido em função de alguns fatores naturais, desde logo o regime de ventos que geralmente originam "a acumulação na costa de todo o tipo de resíduos e águas-vivas". Além disso, "em anos mais quentes existe uma tendência para a formação de mais águas-vivas", acrescentou João Gonçalves, para quem "as entidades governamentais deveriam criar um programa comum" para monitorizar aqueles organismos e os resíduos que dão à costa.

No seu entender, esta monitorização permitiria disponibilizar informação interessante aos banhistas e indicadores científicos que poderiam surgir cinco anos após a implementação do projeto: "Permitiria, por exemplo, saber se na realidade aqueles fenómenos estão ou não a aumentar. Se estão a ocorrer alterações do ecossistema. É que depois acontecem estes fenómenos e as pessoas ficam alarmadas e não sabem o porquê", considerou João Gonçalves, lembrando que a Região tem, na área das pescas, um projeto deste género, o POPA (projeto de observação das pescas dos Açores), que tem permitido "uma recolha de informação vastíssima".

Para o docente do DOP, está na altura de pensar na concretização de um projeto de "observação, de longo prazo, das águas-vivas e resíduos, envolvendo várias ilhas e várias organizações" com uma metodologia comum para estudar o fenómeno: "São questões que deveriam merecer projetos de longo prazo, até porque, nas diretivas comunitárias, a estratégia marinha obriga a uma atenção dos países sobre estes assuntos. E é uma pena não haver uma entidade que dinamize um estudo de longo prazo sobre estes fenómenos", considerou João Gonçalves.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «TeleJornal» da RTP Açores.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Confirmado surto viral no coelho-bravo

Análises laboratoriais confirmaram que há um surto de doença hemorrágica viral entre os coelhos-bravos das ilhas das Flores, Terceira e São Jorge, onde já foram recolhidos mais de quatro mil animais mortos.

As análises foram realizadas pelo Laboratório Regional de Veterinária e pelo CIBIO da Universidade do Porto às amostras de coelhos-bravos mortos recolhidos nas ilhas das Flores, São Jorge e Terceira, tendo-se confirmado “a presença da nova estirpe da doença hemorrágica viral nas populações de coelho-bravo” daquelas três ilhas, segundo comunicado do Governo Regional.

Entre dia 2 e 19 de Janeiro foram recolhidos 2.780 coelhos mortos na ilha das Flores, 1.333 em São Jorge e 80 na Terceira. Na ilha das Flores, os Serviços Florestais têm contado com a colaboração da população, da Câmara Municipal das Lajes, das Juntas de freguesia de Ponta Delgada e Caveira e dos Serviços operativos do Desenvolvimento Agrário, das Obras Públicas e do Ambiente.

O Governo Regional vai manter a proibição de qualquer ato venatório, decidida preventivamente no início deste ano para as ilhas das Flores e São Jorge devido ao surgimento de um significativo número de coelhos-bravos mortos.

Os caçadores dos Açores já reagiram ao que consideram ser “uma tragédia de proporções incalculáveis”.


Notícia: RTP.Notícias, rádio Atlântida e jornal «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Lavoura volta a não receber pelo leite

Os produtores de leite da ilha das Flores têm seis meses por receber.

A Cooperativa Ocidental não paga o leite entregue na fábrica e deixou de fornecer rações, assim obrigando os lavradores a comprarem o alimento para o gado a pronto pagamento na Associação Agrícola.

Recorde-se que no ano passado foi escolhida uma nova direção para a Cooperativa Ocidental precisamente para resolver os problemas com a lavoura florentina.

A actual direcção do Cooperativa (presidida por Francisco Xavier) não fala com os lavradores: "Nem sequer fazem uma reunião para a gente saber como é que está, como é que não está! A explicar porque é que não têm ração, explicar por isto... não explicam nada, quer dizer... agora ficou parado! Antes dizia-se mal do antigo presidente [Vitorino Azevedo] mas ele sempre chamava a gente e dizia como é que estava. Agora ninguém diz nada a ninguém!", afirma o produtor José Freitas.

A viabilidade da Cooperativa Ocidental passa por um aumento de produção, mas não está fácil: em vez de entrarem novos produtores, nos últimos meses saíram mais dois.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
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domingo, 18 de janeiro de 2015

Não há nenhum município açoriano no mapa das autarquias livres de pesticidas

Grupo de cidadãos lançou petição a defender o fim do uso de herbicidas em espaços públicos nos Açores.

A petição “Não ao uso de herbicidas em espaços públicos nos Açores” é endereçada à Associação de Municípios dos Açores, às Assembleias e Câmaras Municipais açorianas e às Assembleias e Juntas de Freguesia açorianas. Em poucos dias esta petição já conseguiu angariar mais de 200 assinaturas.

O texto refere que “o uso de herbicidas (nomeadamente daqueles em que a substância ativa é o glifosato) é uma prática generalizada em diversas autarquias locais” e alerta para se tomar em consideração “os riscos de vários herbicidas e em particular daqueles cuja substância ativa é o glifosato que atua nos animais como desregulador hormonal e cancerígeno, mesmo em doses muito baixas”, informando também “que há outros meios para o controlo das ervas espontâneas, como os mecânicos e térmicos” e que “a nova legislação sobre o uso de pesticidas aponta para que só haja aplicação de herbicidas quando não existam outras alternativas viáveis, nomeadamente meios de combate mecânicos e biológicos”.

Os cidadãos peticionantes apelam a todas as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia açorianas para que adiram ao manifesto “Autarquia sem Glifosato”, a qual significa evitar o uso de herbicidas e recusar a utilização de glifosato, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida de todos os que residem ou visitem os Açores.

Já no ano passado, a Quercus e a Plataforma Transgénicos Fora tinham iniciado a nível nacional uma campanha alertando para os riscos ambientais e de saúde da aplicação de herbicidas em espaços urbanos.

A associação ambientalista Quercus recebe inúmeras queixas e denúncias que reportam a abusiva e inadequada aplicação de herbicidas, ou simplesmente um receio dos cidadãos face aos impactes dos químicos no ambiente e na saúde.


Notícia: «Diário dos Açores» e «Diário de Notícias da Madeira».
Saudações florentinas!!

sábado, 17 de janeiro de 2015

Alteração do calendário venatório

Após a identificação da doença hemorrágica viral que está a afetar os coelhos-bravos da ilha das Flores, a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente alterou o calendário venatório para a época 2014/2015.

Desta forma, até 30 de Junho fica proibido o exercício da caça na ilha das Flores bem como a libertação de cães de caça em qualquer tipo de terrenos onde ocorra ou exista fauna cinegética.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Museu das Flores recebe nova exposição

Hoje pelas 17 horas ocorrerá a apresentação da exposição "Natália Correia - A Feiticeira Cotovia".

A sessão apresentará ao público florentino uma interessante abordagem à vida e obra da escritora Natália Correia, incluindo peças emblemáticas do seu universo literário e artístico, nomeadamente a pintura Auto-retrato (realizada por Natália Correia em 1965), o seu busto em gesso (da autoria de Júlio de Sousa), um prato da Irmandade da Segunda-Feira do Espírito Santo das Ribeiras e a sua máquina de escrever.

Consagrada a esta figura incontornável das áreas cultural e política nacionais da segunda metade do século XX, a exposição "Natália Correia - A Feiticeira Cotovia" dá ênfase à ação cívica no empenhamento de Natália Correia em várias causas humanitárias, entre as quais, a defesa da liberdade, a denúncia dos regimes autoritários, a causa feminina, a defesa do património nacional e da paz universal. A exposição reúne vários documentos inéditos, onde o destaque incide nos relatórios dos censores às obras proscritas durante o regime do Estado Novo.

A exposição “Natália Correia – A Feiticeira Cotovia” estará patente no Museu das Flores até 13 de Março e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 12h e das 14h às 17h.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Concerto de Reis na Matriz das Lajes

O concerto da Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios, que [no passado domingo] se realizou na Igreja Matriz das Lajes, marcou a entrada em 2015, quando se assinalam os 500 anos de presença da Igreja Católica no lugar mais ocidental da Europa.

“Este ano somos convidados a olhar a nossa História: a descoberta da ilha por volta de 1452, seguindo-se o povoamento após 1504, depois com a formação da Paróquia e da vila, somos levados a um passado de 500 anos (1515-2015) que constroem aquilo que é o falar e o sentir das gentes desta ilha que outrora se chamou dos Corvos Marinhos, depois São Tomás, e, por fim, pela abundância de flores se veio a chamar o nome que hoje ostenta: ilha das Flores”, lembrou o diácono Eurico Caetano na abertura do concerto.

A presença da Igreja está intimamente ligada ao povoamento e por isso falar dos 500 anos desta paróquia é falar em toda a História da ilha das Flores e isso corresponde a um esforço que permite “conhecer de onde vimos, ao mesmo tempo que devemos perguntar: Que queremos ser? Para onde vamos, como florentinos e como cristãos”, destaca o diácono ordenado em Agosto de 2014 e colocado na Ouvidoria das Flores.

Eurico Caetano apelou à recuperação de tradições antigas que façam preservar a memória coletiva dos florentinos. Entre elas a do rei preto, que está ligada ao concelho das Lajes. Reza a lenda que existiu um “rei preto” a quem chamavam de atrasado visto ter chegado à lapinha oito dias depois. Em sua homenagem os florentinos saem à rua todos os anos nesta data para visitar os amigos, entoando canções alusivas à época.

O programa comemorativo dos 500 anos da paróquia de Nossa Senhora do Rosário prossegue durante todo o ano de 2015.


Notícia: portal «Igreja Açores».
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CMLF mantém restrições orçamentais

A Câmara Municipal de Lajes das Flores vai manter as restrições orçamentais em 2015, dando prioridade à redução do endividamento do município.

Os objetivos foram traçados pelo autarca socialista Luís Maciel, que herdou uma "pesada herança" dos mandatos anteriores geridos pelo PSD e que, sublinhou, deixaram ao município um elevado nível de endividamento: "Já reduzimos substancialmente o endividamento da Câmara, em cerca de 60%", lembrou Luís Maciel, referindo-se ao trabalho efetuado no seu primeiro ano de mandato. O responsável referiu que parte desse esforço financeiro foi conseguido através da entrada de fundos comunitários.

O autarca entende, porém, que é necessário manter as "restrições financeiras" na Câmara Municipal das Lajes durante o ano de 2015, já que o orçamento do município (a rondar 4 milhões de euros), não é suficiente para fazer face às suas despesas: "Por via disso, o investimento público vai ser muito criterioso. Vamos dar prioridade ao emprego, nomeadamente ao reforço dos programas criados pelo Governo Regional, e também no apoio aos principais setores de atividade do concelho, como o turismo, a agricultura, as pescas e as áreas sociais", destacou Luís Maciel.

Plano e Orçamento da Câmara Municipal das Lajes foram aprovados por maioria, com a abstenção do PSD, que embora admita compreender as "restrições orçamentais", entende que este não é o projeto que gostariam de ver aplicado no concelho: "Compreendemos que os momentos que vivemos não são os mais fáceis. Não votámos a favor, mas também não votámos contra. Abstivemo-nos porque este não é o nosso projeto", explicou a vereadora social democrata Alice Ramos.

O concelho de Lajes das Flores, o mais ocidental da Europa, tem uma população de apenas milhar e meio de habitantes e está dividido em sete freguesias.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

CMSCF investe no abastecimento de água

A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores vai investir em 2015 no reforço do abastecimento de água e nos apoios sociais, agora que tem "as contas equilibradas".

A autarquia socialista gerida por José Carlos Mendes poderá ter de alterar o seu orçamento ao longo do presente ano, devido à imprevisibilidade em relação aos fundos comunitários: "O orçamento para 2015 é de apenas 2,7 milhões de euros, mas poderá ter de ser alterado em cerca de 50%", admitiu José Carlos Mendes que realça, por outro lado, a saúde financeira da autarquia que tem "as contas equilibradas e não tem dívidas a fornecedores".

A aposta da Câmara Municipal de Santa Cruz, em matéria de investimento público no ano de 2015, está concentrada nos apoios sociais, no combate ao desemprego e no abastecimento de água às freguesias do concelho: "O nosso Plano tem uma componente muito forte no apoio às pessoas, às empresas e ao emprego, especialmente ao emprego jovem e qualificado", destacou o presidente do município, lembrando também o "reforço do abastecimento de água às freguesias da Caveira e Cedros e ao lugar da Ponta Ruiva, num investimento superior a 1 milhão e 500 mil euros".

Plano e Orçamento da Câmara Municipal de Santa Cruz foram aprovados por maioria, com a abstenção do PSD que defendia uma maior aposta na criação de emprego no concelho: "Este Plano não traz emprego para o nosso concelho, não traz nada de positivo para a nossa ilha. Mantém uma linha de rigor financeiro, mas não é só disso que vive o concelho", sublinhou o vereador social democrata William Braga.

O concelho de Santa Cruz das Flores, no grupo ocidental dos Açores, tem uma população inferior a duas mil e trezentas pessoas e tem apenas quatro freguesias.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

FundoPesca ativado para Flores e Corvo

O conselho administrativo do FundoPesca decidiu ativar os apoios aos pescadores das ilhas das Flores e do Corvo devido ao mau tempo verificado em Dezembro.

Segundo o diretor regional das Pescas, apenas os pescadores das ilhas do Grupo Ocidental reuniam as condições para receberem os apoios previstos no decreto legislativo regional que regula o FundoPesca, por terem ficado impedidos de exercer a atividade durante oito dias consecutivos devido às más condições meteorológicas registadas no passado mês de Dezembro: "No restante arquipélago foi decidido não reativar o FundoPesca, precisamente pelo facto de não estarem reunidas as condições previstas no diploma, ou seja, não se cumpria a regra dos oito dias seguidos ou 15 dias interpolados sem ir ao mar e sem efetuar descargas em lota num período de 30 dias", afirmou Luís Costa.

A medida abrange mais de três dezenas de profissionais da pesca das ilhas das Flores e Corvo, que vão receber, cada um, um valor equivalente a 50% do salário mínimo mensal em vigor na Região.

A decisão não foi, no entanto, bem aceite pelo presidente da Federação de Pescas dos Açores, José António Fernandes (que também integra o conselho administrativo do FundoPesca), que no final do encontro criticou o Governo Regional: "Cingiram-se àquilo que o decreto regional diz, não analisaram outros fatores que deviam ter sido analisados", lamentou, recordando que os pescadores açorianos "tiveram quebras de rendimentos brutais em 2014".

José António Fernandes defendeu, por outro lado, a revisão do decreto legislativo regional que define as regras para a atribuição do FundoPesca, por entender que apresenta algumas lacunas, que admite só agora terem sido descobertas: "Algumas coisas ficaram atrás e nós só agora vimos que aquilo é uma ratoeira. Temos de tentar corrigir alguns pontos daquele decreto regional", sublinhou o presidente da Federação de Pescas, lamentando que o Governo Regional não tenha tido "boa vontade" para aplicar os apoios [a pescadores das outras ilhas].

O diretor regional das Pescas garantiu, no entanto, que o Governo Regional vai continuar a monitorizar as descargas de pescado em lota em toda a Região, assumindo o compromisso de ativar o FundoPesca "logo que estejam reunidas as condições".


Notícia: «Açoriano Oriental», Antena 1 Açores e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

domingo, 11 de janeiro de 2015

Iluminação pública: andamos às escuras

A Direção regional da Energia diz que o Governo decidiu, em 2011, reduzir em 40% os gastos com a iluminação pública. Foi criado um grupo de trabalho donde saiu uma nova metodologia na fixação do horário da iluminação pública, tendo sido, em Janeiro de 2012, implementado esse novo horário, depois de ouvidas as Câmaras Municipais. Basicamente, a iluminação está ligada a um relógio astronómico que tem em conta a latitude e longitude de cada local, bem como a rotação da Terra. Encurtando razões, o relógio deve estar avariado, pois de manhã, ainda escuro como breu, já as luzes estão apagadas e, à tarde, já escureceu e as luzes ainda não estão ligadas. Desta nova metodologia terá resultado uma poupança de 20% e não os ambicionados 40%. Como, pelos vistos, o povo não se manifesta contra, razão forte para não se mudar. Não quer dizer que esteja certo - note-se - mas como não há protestos, não se muda e o povo vai-se amanhando. O pior é que esta metodologia do "faça-se e logo se vê" está a pegar moda em muito sectores da administração e como o povo é pacífico e vai engolindo a crise goela abaixo, assim legitima essas decisões.

É louvável o espírito de poupança por parte do Governo Regional, que seja à custa de nos pôr às escuras já é mais criticável. Que aqui e ali poderia haver exagero na iluminação e que a remoção de alguns postes não punha em causa o essencial, achamos que pode e deve ser feito. Mas não temos dado conta que outras medidas tenham sido tomadas para lá de desligar poste sim, poste não. Investimento, por exemplo, em tecnologia led que tem como retorno poupança elevada no consumo, não temos notado que Governo Regional ou autarquias estejam a fazer, dando sinal de que é possível poupar sem prejuízo das horas de iluminação. É verdade que a nova tecnologia ainda é cara (mas é verdade que a cotação está a baixar todos os dias) e não é preciso substitui-la toda de uma só vez. É uma questão de fazer contas. Manter desligado o interruptor é mais fácil, dá menos trabalho e a conta ao fim do mês é obviamente mais baixa.

Em tempo de crise, todos temos de apertar o cinto, reduzir gorduras, colaborar para que a despesa pública seja menor. Mas mesmo que não haja dinheiro para substituir tecnologia, se calhar em conjugação com as autarquias seria possível, localidade a localidade, definir a iluminação mínima, ainda que tecnicamente seja difícil dizer que postes se devem manter iluminados. Mas, como o povo não se queixa, é capaz de estar bem como está.


Editorial do jornal «Diário Insular», edição de 9 de Janeiro.
Saudações florentinas!!

sábado, 10 de janeiro de 2015

«Brumas e Escarpas» #83

Virgem

Imaculadamente virgem, Aurora saiu de casa dos pais com destino à igreja. No altar esperava-a o padre Silvestre, o Chico do Ferreiro e uma enorme angústia.

Chegara a hora de se aviar a moçoila. Era a mais velha e a casa do Rebimbas rebentava pelas costuras: na loja, entre cestos de batatas e sacos de inhames, três barras para os rapazes e a sala a abarrotar com as pequenas. De resto, apenas um minúsculo e esconso quarto de cama destinado ao casal e a cozinha, esta sim, apesar de vetusta e desordenada, muito ampla e, exageradamente, espaçosa. Filhos e filhas, a roçar a dúzia, atarracavam-se em disputas e em desejos incontidos, atropelavam-se nos dias invernosos e, à noite, sobretudo na hora de lavar os pés, ameaçavam-se em murmúrios desgovernados e em ameaças hostis. Um sufoco!

Primogénita, agora com vinte e dois anos, Aurora era a candidata natural ao primeiro desbasto e, além disso, desde há muito que o Chico do Ferreiro lhe catrapiscava o olho. Ela, nada. Aquela pasmaceira, indiferente e fria, habituada ao trabalho, educada entre rezas e jaculatórias, alheia aos mais simples prazeres da vida. Mas isso pouco importava. Virgem de corpo e ingénua de alma, nem às da sua idade compartilhara sentimentos ou, sobre elas, despejava desvelos ou paparicava curiosidades. Na sua supérflua ignorância e imaculada vivência, entendia que casar era um destino normal e comum, mas sem significado e importância. Era como ir lavar um cesto de roupa à ribeira. Casar era, apenas, partilhar a casa com um homem, cozinhar, lavar, arrumar, ter filhos e ajudar nos campos. Mas, pior do que isso. Para ela, casar era um martírio, um sacrifício, uma ignomínia a roçar a indignidade, porquanto à noite, embora com o corpo bem tapado com um desafogado “naitigão”, era obrigada a partilhar a cama com um homem que lhe era totalmente estranho e que, de um momento para o outro, se transformava em marido.

Simples a cerimónia, pobre a boda. Os tempos eram de miséria e a vida cerceada por limitações. E à noitinha, depois de desertarem os convidados, lá partiu Aurora com o Chico, a caminho da Via d’ Água onde lhe haviam montado um pequeno, pobre e humilde casebre.

Aurora acendeu o lume, aqueceu água numa chaleira a abarrotar de tisna, lavaram-se à vez, na cozinha, numa selha de madeira, e deitaram-se, na mesma cama, porque não havia mais nenhuma. O Chico ainda tentou uma, duas e três vezes, procurar-lhe o corpo arquejante, envergonhado e temeroso, acariciando-lhe as mãos e os braços nus. De seguida, galvanizado pela suavidade daquela pele, acicatado pela doçura daquele corpo, incendiado por desejos lascivos, tentou afagar-lhe os seios. Aurora, porém, de imediato se esquivou, lívida, petrificante e apavorada, expelindo uma decidida e inequívoca rejeição. Nem por sombras havia de deixar-se ser tocada por um homem. O Chico insistiu. Mas as respostas vinham sempre tão abruptas, tão inveteradas, transformando-se em recusas decididas, radicais e absolutas. E a noite a transformar-se numa aflição para ela e um agastamento para ele. Com o intuito de lhe afastar as tentações, Aurora pegou no terço que a mãe lhe dera como prenda de casamento e começou a dedilhá-lo com meticulosa fogosidade e acentuado fervor. O Chico, embora convulsivo e revoltado, aquietou-se. Não queria molestá-la, nem muito menos fazê-la sofrer, embora sonhasse, desde há muito, com aquela noite terna, maviosa, envolvente e sublime, durante a qual se entregaria, total e plenamente, à mulher que escolhera como companheira. Durante o namoro, conciso e intervalado, nunca lhe arrancara sequer um abraço, nem, muito menos, um beijo. Herdara as esquisitices da mãe, sempre a ameaçar, sempre a perseguir, sempre a meter medo com tolices e despautérios que haviam provocado aquela cegueira com que ela, mesmo agora, depois de casada, o afastava de carinhos e enlevos. Os fantasmas e as palermices que lhe haviam arrolhado na cabeça é que a impediam de se entregar na sublimidade e na doçura daquela noite. Se quisesse podia força-la, obrigá-la... Talvez ela, ao sentir-se forçada, cedesse e acabasse por descobrir o prazer da entrega e da paixão e, assim, apagasse as cicatrizes dos medos, das interdições, das ameaças, dos castigos, do inferno. Voltou-se num impulso instintivo, quase animalesco, açulado por uma natureza abrupta e cósmica, mas pura e ingénua. Ela, acicatada pelo sono, já abdicara do terço e deslizava, agora, sobre o travesseiro, cuidando que ele se aquietara do seu ousado atrevimento. Mas não. Ele, apenas por momentos, descera ao abismo do silêncio escuro. Mantinha-se vigilante, resistente, disposto a lançar-se numa investida que protagonizasse todo o seu vigor. Era tão grande a ânsia de desfazer aquele afastamento, anular aquela recusa, ultrapassar aquela oposição. A luz de petróleo há muito que se apagara e o quarto permanecia numa escuridão mórbida e silenciosa. O Chico encostou, parcialmente, o seu corpo ao dela que permanecia apática, indiferente, despegada de desejos e prazeres. Fortes pulsões pediam-lhe uma concentração forte dos sentidos e uma rapidez de movimentos que ela, antecipadamente, não percebesse, voltando, assim, a rejeitá-lo. Ardendo em desejos, o Chico esvoaçava aspirações, perante um corpo aparentemente inerte e despido de vontade, perdido na escuridão do quarto. Uma instintiva pujança diluiu-lhe o corpo, consubstanciando-se numa posse rápida, eficiente e certeira, numa comunhão não partilhada pela amante gélida, fria, estática, incapaz de identificar uma nesga que fosse do píncaro do prazer. E num ápice o Chico explodiu...

Aurora levantou-se, confusa, estonteante e indignada. Acabava de pecar gravemente, entrelaçando-se nas mais hediondas forças do mal, entregando-se a Satanás. Por isso, nenhuma razão tinha para continuar ali, nem fora para isso que viera. Não havia de colocar-se, todos os dias, ao lado daquele homem, com lágrimas, dor, sofrimento e desalento. Nunca mais havia de consentir que voltassem a pecar.

O Chico, agastado de sublimidade, acariciado num cansaço doce e extasiante, aquietara-se da agitação subsequente ao enlevo, adormecendo. Aurora levantou-se, juntou as suas parcas roupas e, enrolando-as num xaile, fez uma trouxa.

Madrugada, ainda noite escura, a mãe, após toda uma noite alvoraçada, ouviu um leve arranhar de mãos na porta da cozinha. Veio à janela e, em voz baixa, indagou:
- Quem está aí?
De fora uma voz trémula e assustada, respondeu:
- Sou eu, a Aurora.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Nas Lajes irá cantar-se aos Reis

Neste sábado (amanhã) o Museu das Lajes recebe uma noite de “Cantar aos Reis”, pelas 20 horas. Este encontro conta com a participação de Rondas de Reis de toda a ilha das Flores e com o grupo de crianças do Centro de Actividades de Tempos Livres das Lajes.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
No domingo, pelas 20h30, a Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios irá actuar em Concerto de Reis, na Igreja Matriz.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Novas regras para vacas aleitantes

Os produtores açorianos podem candidatar-se a estes apoios europeus até 30 de Janeiro, junto do Serviço de Desenvolvimento Agrário da sua ilha.

As novas regras para candidatar vacas aleitantes aos apoios financeiros atribuídos ao abrigo do programa europeu para as regiões ultraperiféricas (POSEI) foram publicadas no Jornal Oficial da Região Autónoma.

O novo regime do POSEI para os Açores entrou em vigor este mês e vem aumentar o valor dos prémios atribuídos às vacas aleitantes. “A portaria que estabelece as novas regras de candidatura à reserva regional de direitos individuais ao prémio à vaca aleitante (reforçado para 300 euros por animal), determina a atribuição aos agricultores açorianos de um lote de seis mil direitos, correspondentes a uma dotação orçamental de 1,8 milhões de euros”, é referido na Portaria que estabelece as regras de atribuição do prémio à vaca aleitante.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Retorno ao normal tratamento da água para consumo no concelho das Lajes

Estão concluídos os trabalhos que permitem neste momento todas as zonas de abastecimento (num total de 10) no concelho das Lajes estejam com os sistemas de tratamento de água a funcionar em pleno, pelo que o Município de Lajes das Flores deixa de ser o único concelho dos Açores sem tratamento da água destinada a consumo humano.

A legislação em vigor determina que as entidades gestoras dos sistemas públicos de abastecimento de água têm obrigatoriamente de assegurar um adequado tratamento da água destinada ao consumo humano, devendo a água distribuída ser submetida a um processo de desinfeção. De acordo com a mesma legislação as entidades estão obrigadas a fazer o controlo da qualidade da água, pelo que os cidadãos podem consultar mensalmente os resultados das análises de água das zonas de abastecimento.

Como se verifica também que muitas pessoas recorrem a alguns fontanários não ligados à rede pública, nomeadamente no Lajedo e na Fajãzinha, foi efetuada também a análise da água destes e o resultado indicou que se trata de água bacteriologicamente própria para consumo. De modo a garantir também o controlo destes fontanários, a Câmara Municipal das Lajes irá continuar a efectuar a análise da água com alguma regularidade.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Caça está proibida preventivamente

A Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente anunciou a proibição da caça nas ilhas das Flores e São Jorge devido ao "significativo" número de coelhos-bravos que nos últimos dias apareceram mortos, tal como já acontece desde Dezembro na Graciosa.

A tutela adianta que a interdição da caça ao coelho-bravo nas ilhas das Flores e São Jorge “é uma medida apropriada e que deve ser tomada a nível preventivo antes da confirmação da doença”, acrescentando que a patologia, “apesar de muito contagiosa para os coelhos (bravos e domésticos), não é de modo algum transmissível aos seres humanos ou a outras espécies animais”.

Enquanto se espera pelos resultados das análises para apurar as causas da mortandade entre os coelhos nestas ilhas, a Direção Regional dos Recursos Florestais tem em curso iniciativas destinadas a informar a população sobre os comportamentos a adoptar, nomeadamente no que se refere à promoção de boas práticas para impedir a disseminação do vírus, caso se confirme tratar-se da doença hemorrágica viral dos coelhos.

Em locais públicos, como portos e aeroportos, têm sido colocados editais informativos proibindo o trânsito de coelhos e seus derivados para o restante arquipélago. O Governo Regional assegura que a implementação de todas estas iniciativas tem permitido “uma evolução positiva na contenção dos efeitos do surto” da virose hemorrágica detetada na ilha Graciosa.

Além do controlo e da realização diária de vistorias, recolha e eliminação dos cadáveres com o apoio da Câmara Municipal das Lajes, como forma de eliminar potenciais focos infeciosos, está a ser distribuído um folheto informativo sobre a forma de atuar perante a deteção de animais mortos, apelando-se a que os Serviços Florestais locais sejam imediatamente avisados para a sua recolha e registo.

A tutela revela, ainda, que também já foram registados dois animais mortos na ilha Terceira, tendo-se igualmente procedido à recolha de amostras para análise no Laboratório Regional de Veterinária, que determinará eventuais medidas adicionais.

É desaconselhado o consumo humano de carne de coelhos eventualmente infetados.


Notícia: «Açoriano Oriental», Antena 1 Açores e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Procedimentos perante coelhos mortos

O aparecimento nos últimos dias de coelhos-bravos mortos na ilha das Flores, poderá indiciar a ocorrência da doença hemorrágica viral, embora a confirmação esteja ainda dependente dos resultados laboratoriais dos coelhos-bravos enviados para análise.

O Serviço Florestal das Flores e do Corvo torna público o seu Boletim Informativo, indicando alguns procedimentos que os cidadãos devem cumprir perante o aparecimento de coelhos-bravos mortos.

Considerando a necessidade de se acautelarem eventuais repercussões ao nível da saúde pública, resultantes do surgimento de um elevado número de coelhos-bravos mortos no campo e de se reduzirem as hipóteses de disseminação da eventual doença pelas populações de coelhos-bravos e coelhos-mansos, torna-se necessário, no mínimo prudente, atender ao seguinte:

• a doença hemorrágica viral (DHV) é uma doença infecto-contagiosa dos coelhos (mansos e bravos) causada por um vírus (calcivírus), quase sempre fatal, que provoca a morte do animal num espaço de cerca de 48 horas após a infeção;

• o vírus transmite-se por contato direto entre coelhos doentes ou pelo contato com material orgânico proveniente de coelhos doentes. A sua transmissão também é possível através de vetores vivos e de objetos contaminados, podendo o homem funcionar como um meio de disseminação da doença, principalmente durante o período venatório;

• não é considerada uma doença transmissível ao homem, nem a animais de outras espécies.

Como principal forma de evitar a propagação da DHV, é muito importante que se recolham e eliminem todos os coelhos encontrados mortos no campo. A colaboração de todos é essencial!

Algumas normas a cumprir na recolha e eliminação dos coelhos encontrados mortos:

• Recolher todos os coelhos encontrados mortos e proceder de uma das seguintes formas: enterra-los no local onde foram encontrados (cobrindo-os com cal, antes de tapar a cova) ou colocá-los num saco de plástico bem vedado e depositá-los em local identificado para o efeito junto das oficinas dos Serviços Florestais, em Santa Cruz.

• Para evitar o contacto direto com os coelhos devem utilizar-se luvas descartáveis ou um saco de plástico, que devem ser posteriormente eliminados juntamente com os coelhos.

• Deverá proceder-se à desinfeção do material utilizado (sachos, pás, etc.), vestuário e calçado, com um desinfetante que tenha ação viricida ou em alternativa utilizar lixívia.

Para esclarecimentos adicionais deve contatar-se telefonicamente os Serviços Florestais, através do 292590370.

Saudações florentinas!!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Surto hemorrágico chegou às Flores?

Há caçadores nas Flores que já identificaram alguns coelhos mortos. Se tal vier a acontecer, é a primeira vez na história da caça ao coelho que um surto hemorrágico chega à ilha das Flores.

O caçador micaelense Gualter Furtado confirmou um estado de grande preocupação por parte dos caçadores um pouco por todas as ilhas açorianas, mas sobretudo na Terceira, São Jorge e Flores: “A verificarem-se estes surtos hemorrágicos em São Jorge e nas Flores (duas ilhas com grande quantidade de coelhos e para onde habitualmente vão caçadores nacionais), será o princípio do fim da caça ao coelho nos Açores”, afirmou Gualter Furtado ao jornal «Correio dos Açores».

Na ilha de São Miguel, as associações de caçadores estão em alerta máximo, não se conhecendo ainda qualquer caso de morte de coelhos por doença hemorrágica que se propaga a grande velocidade e é extremamente difícil de travar. Na maioria dos casos, estes surtos têm origem em acção humana. As organizações de caça nos Açores desconhecem, no entanto, se se trata de uma acção organizada, individual ou mesmo poderá acontecer que tenha origem em determinados adubos importados de países onde exista a doença.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

sábado, 3 de janeiro de 2015

Flores no meio do mar: visitas mágicas

Visitámos a ilha das Flores, nos Açores, em Junho de 2014. Ficámos numa aldeia, para mim mágica, chamada Aldeia da Cuada, isolada numa ilha já por si situada numa das áreas mais remotas da Europa.

Antes da viagem li que a Cuada tinha sido abandonada nos anos 60 do século passado pelos seus habitantes que emigraram para a América à procura de uma vida melhor. As silvas invadiram, então, os campos e tombaram as pedras das casas e dos muros. As madeiras das portas e das janelas apodreceram. As telhas começaram a cair e os telhados a ruir.

Hoje são as pessoas com uma vida boa que ficam alojadas na aldeia à procura do que os seus habitantes abandonaram, isto é, de isolamento, tranquilidade, simplicidade e das raízes que nos ligam a todos à terra e à natureza.

Graças a um senhor chamado Carlos Silva e à sua esposa Teotónia, a aldeia é hoje como era: não circula qualquer veículo motorizado, caminha-se por passeios de calhaus irregulares, as paredes das casas mantêm-se de pedra, fiéis ao traço da arquitetura rural da ilha, há vacas nos campos e por vezes cruzámo-nos com galinhas e gatos.

Por dentro, as casas têm comodidades que não existiam no passado, nomeadamente cozinha equipada e casa de banho. Todavia, recuámos igualmente no tempo ao caminharmos sobre um soalho de madeira que range; ao sentarmo-nos em cadeiras de verga onde há almofadas coloridas feitas por mãos populares; ao repararmos nas colchas de lã artesanais ou ao encontrarmos móveis parecidos com os que havia na casa dos nossos avós.

Foi nesta aldeia, situada num planalto sobranceiro ao oceano, que ficámos os quatro dias que passámos no extremo mais ocidental da Europa. Destinaram-nos a casa mais distante, um antigo palheiro de nome Fátima que, à semelhante das outras casas, mantém o nome da sua antiga dona.

São quinze casas relativamente dispersas, separadas por prados e muros de pedra, com direito a jardim próprio. O nosso, onde gostávamos de ler e de nos sentar a comer queijo delicioso das Flores, situava-se à beira do precipício sobranceiro ao mar. Do outro lado, tínhamos vista para a aldeia toda e para as montanhas e fios de água que por elas escorrem.

Por tudo isto sentia-me pequenina naquela casa, aconchegando-me bem à noite na cama, atenta a todos os sons que não estou habituada a ouvir, sons tão simples como o vento, o mar, a chuva ou o bramido misterioso de umas aves chamadas cagarros.


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Observatório para controlar invasoras

Em 2011, investigadores da Universidade dos Açores recomendaram a criação de um Observatório exclusivamente dedicado às espécies invasoras. O projecto nunca saiu do papel.

O problema das plantas invasoras nos Açores justificaria a constituição de um Observatório que acompanhasse as estratégias de erradicação das espécies exóticas nas ilhas. A opinião é do investigador universitário Rui Elias, lembrando que essa proposta foi feita em 2011, não tendo sido, ainda assim, concretizada.

“É fundamental que haja a condensação de informação num só local. Neste momento, essa informação sobre as plantas invasoras está dispersa. Há anos, num congresso sobre o assunto, um conjunto de investigadores - não só dos Açores, mas de outros lugares como o Havai, que tem grande experiência nessa matéria - recomendou que se constituísse um órgão que agregasse todos os take-overs da questão, nomeadamente as Juntas de Freguesia, as Câmaras Municipais, o Governo Regional, a Universidade... Isto permitira, por exemplo, que assim que se visse uma coisa estranha, que pudesse ser uma dessas espécies, fosse dado o alerta. Prevenir é o melhor que se tem a fazer”, afirmou Rui Elias.

A proposta dos investigadores passava pela criação de uma entidade regional - o Observatório Regional de Biologia das Invasões - exclusivamente dedicada aos problemas associados às invasoras, a quem caberia a recolha e gestão de informação, a prevenção e análise de risco, a detecção precoce, o alerta e a resposta rápida, o controlo e a monitorização, o apoio à decisão, a educação ambiental e a transferência do conhecimento. Trata-se de uma ideia que, segundo Rui Elias, continua a fazer sentido. Recentemente, aliás, foi publicado um artigo em «Science for Environment Policy» sobre o desenvolvimento de uma base de dados sobre espécies invasoras marinhas, que pode permitir a partilha de conhecimentos entre os vários interessados na problemática. Uma partilha que, sublinha o especialista, não existe, neste momento, nos Açores.

“Não há uma coordenação, ninguém fala com ninguém. Seria necessário criar um verdadeiro mecanismo de interação entre as várias vertentes - prevenção, controlo e gestão - para que o combate às espécies invasoras fosse eficaz. O Governo Regional tem, de facto, algum trabalho feito no controlo das espécies, mas de resto cada Parque Natural de Ilha faz o que entende”, avançou.

O facto é que são necessários vários passos para que a gestão e o controlo das pragas sejam mais eficazes. Até porque fazê-las desaparecer, frisa Rui Elias, é impossível: “Pode controlar-se a expansão nos últimos redutos de floresta natural dos Açores. O que os investigadores temos feito são estudos sobre essas espécies. No que diz respeito ao incenso, por exemplo, temos um trabalho a decorrer há cinco anos em que, em quadrados experimentais, erradicamos a planta e recolhemos os dados científicos, fazemos o acompanhamento para que possamos ter algumas certezas sobre como a floresta reage ao controlo”.

Trata-se, adiantou o investigador universitário, de um problema complexo: “Não se pode simplesmente não voltar lá, porque podem aparecer outros indivíduos e o controlo de uma invasora pode propiciar o aparecimento de outra”, sublinhou Rui Elias.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário Insular».
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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Mostrando o mar dos Açores em apneia

Filmado nos Açores, um documentário sobre pesca submarina focando a sua sustentabilidade conseguiu ultrapassar em apenas 48 horas o objetivo traçado, afirmando-se como um dos poucos casos de pleno sucesso de crowdfunding em Portugal.

A paixão pelo mar em geral, dos Açores em particular, e pela pesca submarina enquanto desporto sustentável, levou David Ochoa, Frederico Hall Silva e André Domingues a vários mergulhos nas ilhas açorianas, que ficaram registados em imagens. Os cinco anos de filmagens resultaram na captação de imagens inéditas, que deram agora origem a um documentário de uma hora e meia.

O projecto só foi possível graças a uma acção de crowdfunding que decorreu até 14 de Dezembro, fazendo com que os mentores do projecto respondessem a encomendas de 14 países diferentes: "Foi um sucesso conseguimos o valor pedido em 48 horas", disse David Ochoa.

Totalmente filmado em apneia, a profundidades muitas vezes abaixo dos 30 metros, onde estão registadas mais de quarenta espécies marinhas diferentes, o documentário 'INHALE – The Azores in One Breath' atravessa as zonas mais selvagens e inexploradas do ecossistema subaquático açoriano, onde retrata a pesca submarina como a mais sustentável de todas as formas de pesca e como uma actividade amiga do ambiente. "Não é o típico filme de pesca submarina que muitas vezes parece violento", explicou David Ochoa. "Há um grande respeito pelo mar e pelas espécies", defendeu.

Este filme conta com o testemunho de várias personalidades reconhecidas mundialmente neste ramo, como é o caso de André Domingues (cinco vezes campeão nacional de pesca submarina), António Bessone Basto (praticante da modalidade e o atleta mais eclético de sempre em Portugal), João Barreiros (biólogo marinho e professor na Universidade dos Açores) e de Jody Lot (campeão mundial de pesca submarina), entre outros num total de 15 entrevistados.

David Ochoa, que pratica pesca submarina desde os 7 anos, aliou a paixão antiga à área em que se formou - jornalismo e cinema - e agora já pensa no próximo projecto, que passa pela promoção e desenvolvimento de roteiros turísticos para pesca submarina e mergulho em apneia: "As ilhas portuguesas são locais privilegiados para quem gosta do fundo do mar", concluiu.


Notícia: jornal «Diário de Notícias da Madeira».
Saudações florentinas!!