domingo, 11 de janeiro de 2015

Iluminação pública: andamos às escuras

A Direção regional da Energia diz que o Governo decidiu, em 2011, reduzir em 40% os gastos com a iluminação pública. Foi criado um grupo de trabalho donde saiu uma nova metodologia na fixação do horário da iluminação pública, tendo sido, em Janeiro de 2012, implementado esse novo horário, depois de ouvidas as Câmaras Municipais. Basicamente, a iluminação está ligada a um relógio astronómico que tem em conta a latitude e longitude de cada local, bem como a rotação da Terra. Encurtando razões, o relógio deve estar avariado, pois de manhã, ainda escuro como breu, já as luzes estão apagadas e, à tarde, já escureceu e as luzes ainda não estão ligadas. Desta nova metodologia terá resultado uma poupança de 20% e não os ambicionados 40%. Como, pelos vistos, o povo não se manifesta contra, razão forte para não se mudar. Não quer dizer que esteja certo - note-se - mas como não há protestos, não se muda e o povo vai-se amanhando. O pior é que esta metodologia do "faça-se e logo se vê" está a pegar moda em muito sectores da administração e como o povo é pacífico e vai engolindo a crise goela abaixo, assim legitima essas decisões.

É louvável o espírito de poupança por parte do Governo Regional, que seja à custa de nos pôr às escuras já é mais criticável. Que aqui e ali poderia haver exagero na iluminação e que a remoção de alguns postes não punha em causa o essencial, achamos que pode e deve ser feito. Mas não temos dado conta que outras medidas tenham sido tomadas para lá de desligar poste sim, poste não. Investimento, por exemplo, em tecnologia led que tem como retorno poupança elevada no consumo, não temos notado que Governo Regional ou autarquias estejam a fazer, dando sinal de que é possível poupar sem prejuízo das horas de iluminação. É verdade que a nova tecnologia ainda é cara (mas é verdade que a cotação está a baixar todos os dias) e não é preciso substitui-la toda de uma só vez. É uma questão de fazer contas. Manter desligado o interruptor é mais fácil, dá menos trabalho e a conta ao fim do mês é obviamente mais baixa.

Em tempo de crise, todos temos de apertar o cinto, reduzir gorduras, colaborar para que a despesa pública seja menor. Mas mesmo que não haja dinheiro para substituir tecnologia, se calhar em conjugação com as autarquias seria possível, localidade a localidade, definir a iluminação mínima, ainda que tecnicamente seja difícil dizer que postes se devem manter iluminados. Mas, como o povo não se queixa, é capaz de estar bem como está.


Editorial do jornal «Diário Insular», edição de 9 de Janeiro.
Saudações florentinas!!

8 comentários:

Anónimo disse...

Os cagarros e as cagarras agradecem.

Anónimo disse...

a nível de energia renovável temos muito por onde escolher. não foi há muito tempo que vi uma noticia que numa freguesia rural do interior do continente que a iluminação publica é feita através de painéis solares colocados nos postes de iliminaçao publica e nós cá andamos é sempre pra trás, vamos sempre atrás dos outros, nunca somos capazes de dar um passo à frente. temos agua, temos vento, temos sol. e pouco ou nada se aproveita infelizmente. se é verdade que as duas eloticas da ilha dao 25% da energia consemida da luz, porque não montam mais 4 já subia pra quase 80% da energia da ilha. somos sempre os últimos em tudo. lamentatelmente.

Anónimo disse...

Pagamos uma das energias mais caras da Europa.
Porquê?
Porque há interesses que bloqueiam as energias renováveis.

Anónimo disse...

Nem com renováveis nem sem elas.
Os combustíveis tem vindo a baixar de dia para dia, diminuindo despesas, mas as tarifas electricas não se alteram.
Isto entende-se?

Anónimo disse...

Meus amigos, as renovaveis nao interessam nos açores! E digos isto porque quem manda de verdadde na Regiao são os Bensaude! quem sao os chefes da EDA?? Os Bensaude!! Quem manda nos combustiveis nos Açores? Os Bensaude!!!
Assim, é facil entender este grande loby. Quem fica a ganhar sao sempre os mesmos! Se houvesse mais energias renovaveis estes ficariam a perder!!

Anónimo disse...

A produção,ditribuição e venda de energia eléctrica,incluindo a formação do seu preço,é uma questão demasiado complexa para a maioria dos consumidores,que têm dificuldades em entender o que pagam.Leia-se com atenção a Factura da electricidade.E isto não é só nos Açores.
Sendo esse um sector dominado pela iniciativa privada,parece-me a mim, que deviam ser os investidores a financiarem os investimentos a fazer nas renováveis,por exemplo,que por sua vez,a prazo,colheriam os benefícios,os dividendos,natural retorno do capital investido.
Mas parece que não é bem assim.O Estado,que somos todos nós,se bem entendi,subsidia fortemente esses investimentos,garantindo rendimento aos investidores,por longos períodos de tempo,sendo ainda agravada a factura dos consumidores. Desta forma,os investidores,obtêm um rendimento quase fácil,a curto prazo,o que é altamente atraente.Aqui reside o facto de,apesar das renováveis e até da baixa dos preços do petróleo,a factura da electricidade não descer.
Quanto ao aumento da produção de renováveis,põe-se também algumas dificuldades;primeiro,a de maior esforço do Estado/Região na subsidiação de novos investimentos,o risco de excesso de produção,que ainda não pode ser armazenada e a necessidade de continuar a manter em funcionamento as térmicas,não só para os períodos de seca e de pouco vento,mas também porque em certos casos existe o compromisso do Estado na tal subsidiação.
Este é apenas um modesto contributo para o debate da questão, que resulta do que li e ouvi sobre a matéria.
Porém,admito poder estar de algum modo errado,por isso acho que seria útil que alguém porventura melhor informado,viesse trazer aqui melhor informação.
É uma questão do maior interesse para todos os cidadãos e empresas,pois o custo da energia tem um peso maior do que as despesas com o pessoal,nos custos de contexto das empresas.

Anónimo disse...

Já agora....andaram ai na vila a desligar alguns postes da iluminação publica (um sim um não) verificando-se de imediato uma quebra da iluminação publica...
pergunto eu agora, essa regra não terá chegado ao bairro novo composto por duas residências na Terça???? é que por aqueles lados todos os postes continuam com a luz acesa...

Anónimo disse...

E é difícil de perceber,não é?
Um Bairro ainda não povoado,com apenas duas residências,fora do centro urbano,situado numa zona semi-rural...