Governo Regional atribuiu uma bolsa ao filho da secretária regional do Trabalho
O regulamento de concessão de bolsas de estudo foi modificado e assinado pela governante açoriana meses antes de o seu filho concorrer a uma bolsa.
O filho da secretária regional do Trabalho dos Açores, Miguel Marques Malaquias, recebeu do Governo Regional liderado por Carlos César uma bolsa de estudo no valor de 9.500 euros, montante a que acrescem despesas inerentes à viagem de ida e volta de avião entre Lisboa e o arquipélago. A situação seria regular e nada teria de anormal se a bolsa de estudo atribuída ao filho de Ana Paula Marques não fosse no âmbito de um curso de Piloto de Linha Aérea. Acontece que esta área de formação só passou a fazer parte do regulamento de concessão de bolsas de estudo a partir de Outubro do ano passado, através de uma portaria modificada e assinada pela própria secretária regional, Ana Paula Marques. "Nesta mesma prossecução, e com a experiência obtida, após a aplicação daquele diploma, urge responder a novas necessidades formativas, em especial aos cursos que visem formar pilotos profissionais de avião civil", pode ler-se na portaria nº 80/2009, de 6 de Outubro de 2009, que prevê a mudança do regulamento de acesso às bolsas de estudo do Governo Regional.
A isto acresce o facto de a bolsa atribuída ao filho da governante regional ter um valor muito superior às dos restantes bolseiros. Além de introduzir o curso de Piloto de Linha Aérea no regulamento de bolsas, Ana Paula Marques aumentou o valor dos apoios [para esse curso específico]. Nos Açores, as bolsas de estudo são financiadas com um subsídio equivalente a 65% da remuneração mínima mensal no arquipélago, mas a secretária regional decidiu majorar [as bolsas de estudo para] o curso do filho com um subsídio equivalente a 150% da remuneração mínima mensal.
Além disto, Ana Paula Marques assina um anexo à portaria onde é referido que as bolsas de estudo do Governo Regional dos Açores são atribuídas independentemente das condições económicas dos familiares dos alunos: "Podem aderir ao presente regime complementar de bolsa de estudo os alunos residentes de forma permanente na Região Autónoma dos Açores que, independentemente dos seus recursos económicos, da idade e do ano que frequentem, façam prova de estarem matriculados fora da Região Autónoma dos Açores num curso de formação profissional que satisfaça os requisitos fixados".
Dez meses passados, por despacho de 16 de Agosto [de 2010], é atribuído a Miguel Marques Malaquias, filho da secretária regional do Trabalho e autora da mudança da portaria, uma bolsa de estudo [no valor de 9.500 euros] que se destina a financiar a frequência do curso de Piloto de Linha Aérea, ministrado na Academia Aeronáutica de Évora.
Confrontado com esta informação, o Governo Regional do Açores, liderado por Carlos César, preferiu emitir uma nota explicativa. "Os apoios para os cursos de piloto de aviação civil eram atribuídos através de outros programas: numa primeira fase, até 2007, através do PRODESA e, a partir dessa altura e até 2009, [directamente] por portaria do Governo [Regional]". A secretária, Ana Paula Marques, decidiu optar "por integrar esses apoios no regulamento das bolsas de estudo, apenas para tornar a atribuição do subsídio mais transparente", lê-se na nota do gabinete.
Notícia: jornal «i», RTP/Antena 1 Açores e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!
19 comentários:
Isto é para eles, família, amigos e próximos.
O socialismo restrito ou de proximidade em acção.
Há aqui algumas coisas que me fazem confusão.
Quanto custa à região um piloto aviador "importado" do exterior?
O governo tem ou não competencias para atribuir bolsas de formação em áreas onde não existem profissionais?
O governo abriu estas bolsas para todos os açorianos que quisessem concorrer ou especificamente para o filho de uma governante?
Todos os açorianos tem direitos iguais, ou aos filhos dos governantes são vedados alguns?
O titulo deste post enferma de uma má fé verdadeiramente intolerável numa sociedade livre e que se quer democrática.
Para quem pôs o filho em «deputado», sem que se lhe conheça algum serviço aos Açores, atribuir uma bolsa dessas é canja.
Antes do 25 de Abril, o Zeca Afonso cantava; «eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...»
O comentador «Farto de Mamões» já tinha alertado para a industrialização da mama em Portugal e nos Açores.
Se o país está na bancarrota, não é preciso ir ao oftalmologista para ver quem são os responsáveis!
Os deputados, que me conste, não são lá postos por ninguém. São eleitos. Escolhidos por quem vota.
O filho do Sr. Presidente do Governo não posto lá pelo pai, como o ignorante Pardal faz crer. Foi eleito, ou seja, livremente escolhido, pelos eleitores micaelenses.
Os filhos dos governantes, pelo facto dos pais desempenharem funções públicas, tem os mesmos direitos e os mesmos deveres constitucionais que os outros.
Eu ainda não consegui perceber esta folia raivosa.
Acaso o rapaz não tem direito a concorrer enquanto os outros tem?
Acaso o rapaz deve ser discriminado, só porque é parente de um governante?
Há aqui qualquer coisa que não bate muito certo.
Anónimo de 20:10 de 18.09.2010:
Ignorante é V.Exª., pois toda a gente sabe que o Cesarião foi colocado na lista em «lugar elegível» pelo próprio pai, já para não falar do incentivo maternal.
Porque é que não o colocaram nos últimos lugares da lista?
Por que é que jovens da própria área do governo - com provas dadas, diplomas, currículos, capacidade profissional ou empresarial - não foram convidados e colocados?
Porque é que os partidos - e essa doença não é exclusiva do partido maioritário - escolhem para deputados normalmente «yes mens» ou que são meros funcionários públicos que estão dependentes das chefias politicas?
Se você olhar para a nossa Assembleia pode apontar quem não é funcionário público ou equiparado?
Com gente obediente e serviçal, as directorias dos partidos, têm essa gente na mão e fazem o que querem.
Por isso é que a Assembleia Regional é aquela tristeza.
Se não fosse alguma (muito pouca) comunicação social, alguns blogues ou alguns cidadãos independentes, muitos dos escândalos que vão acontecendo, não vinham cá para fora, pois a Asssembleia Regional não fiscaliza nem monitoriza rigorosamente nada.
A própria «oposição» passa o tempo, ou assobiar para o lado, ou a propôr mais despesa.
Quando faltar o «pilim» é que a gente vai ver!
Já agora experimentem pôr o macaco Tião numa lista eleitoral em lugar «elegível» e depois digam-me se o povo vota ou não nesse simpático símio...
Temos uma gama de escritores ou escritoras que não é "brinquedo"!!!(anónimos das 13h55 e 20h10)para mais agora em vésperas do governo cá chegar.
Já agora espero que se insurjam contra aqueles que assinam contratos de livre vontade e depois os "rasgam" porque há quem dê mais arame e não existe nenhum mal nisso.
E eu que já votei nesta gente?!!!
Depois de me ter deixado enganar da primeira vez, ainda voltei a cair no conto do vigário e nas patranhas (velhas e reles!) de sempre.
Não há nada contra a lei, apenas que é amoral toda esta história.
Para vocês socialistas, não é, pois vocês já não distinguem o que é um rato, e o que é um esgoto.
Ao 2º e 3º senhores anónimos uma simples perguntinha:
Como explicam que para estas bolsas,a remuneração seja de 150%,e logo decidida pela mamã de um candidato?
Um dos problemas de falta de ética é só este.
já que falam na visita do governo ás flores. quando é!
Esse Pardal, para além de ignorante, é burro.
Os deputados são eleitos. Ninguém os "mete lá".
Se os micaelenses nao tivessem votado nos seus deputados, eles não teriam sido eleitos.
Quem lá está, independentemente do grau de parentesco que tenha seja lá com quem for, tem a legitimidade do voto, que, suponho, em democracia é que conta.
Um exemplo de falta de visão na atribuição de bolsas.
Ao que me contaram, para tudo o que respeita à geotermia nos Açores, recorre-se a empresas americanas. Que cobram, como não podia deixar de ser, a peso de ouro.
Se no tempo de Mota Amaral, há 30 anos atrás, se tivesse investido nos nossos jovens e concedido bolsas nesta área, não teria sido lucrativo para a região?
Mais para a SATA, que é para quando chegar o Inverno não sair de Ponta Delgada devido ao "mau tempo" e o outros que andem a pé, porque formação e competência é o que não falta a estes novos pilotos da SATA (Air Açores), que se virem bem vêm quase todos das familias de bem açoreanas.
Isto é uma cambada de "filhos do diabo" que só sabe falar mal do seu semelhante, que só sabe denegrir o nome de uma pessoa que como cidadão comum e no seu direito, beneficiou de algo que outros já tinham beneficiado. Até parece que isto era uma coisa nova, inventada de propósito para o Jovem Miguel? Já não existia a ajuda da união europeia, então? São todos parvos? Que culpa é que tem o, ou os jovens, daquele curso ser daquele valor? E qualquer cidadão não se podia candidatar? “filhos do diabo”!
E só se referem a ele por ser filho da secretária, e os outros que também receberam ninguém fala neles? E que talvez até em melhor condição financeira! Pensam que sabem tudo mas, de certeza que não conhecem todos os pormenores só querem é denegrir o seu próximo!!! “filhos do diabo”!
Esses que andam nesses blogs e noutros lugares deviam ter vergonha na tromba, já não digo na cara, e olhar para si próprios e lembrarem-se do que já beneficiaram, daquilo que já fizeram, e continuam a fazer!
Tenho vergonha de ser Açoreano! Sim! Eu que não tenho nada a ver com politica e que nem sequer conheço os atingidos!
Somos uma raça excomungada e que também descendemos de alentejanos, algarvios, transmontanos, gentes das beiras, os piores das sociedades dos nossos avós, e por isso cá estamos mas, sejamos e excepção a esta regra para bem de todos nós e não atiremos pedras a quem vem de fora pois também de lá viemos, e precisamos todos uns dos outros! Tenham vergonha nessa cara!
Sejamos Açoreanos com orgulho e com respeito por todos, e assim seremos vistos por quantos nos visitam e nos conhecem como dignos deste belíssimo lugar e do nome que temos!
Ajudemos a construir e não destruir, a amar e não odiar!
Sejamos pessoas melhores!
Anónimo das 23:39 voçê se não sabe devia saber que são sempre os filhos dos grandes os mais bem servidos!
Óh amigo anónimo, o problema não são os «filhos do diabo».
O problema é que uns são «filhos» e outros são «enteados».
Mas,ó meu rico filho, numa coisa estou de acordo contigo: «Tenho vergonha de ser açoriano!».
Ainda há pouco tempo os Açorianos eram conhecidos pelo seu apego ao trabalho, ao esforço, à ética, à moral e no respeito dos recursos públicos.
Hoje em dia estamos a transformar-nos progressivamente em «ciganos». Mestres no pedinchar e no desfalque. No sacar. No mandriar. No receber sem trabalhar.
Podemos ser uma «raça excomungada», como tu dizes, mas nem todos os açorianos descendem de alentejanos, algarvios ou transmontanos.
Eu por acaso descendo de flamengos e o meu vizinho da frente descende de bretões.
Mais grave ainda é a Exma. Sr.ª Secretária ter alterado as regras de atribuição da referida bolsa no final do ano de 2009, o que permitiu ao beneficiário, seu filho, usufruir da mesma.
Óh Dr. Pardal.
Não temos que nos envergonhar!
Alentejanos,Algarvios,Transmontanos
Açoreanos,Flamengos,Bretões e cães de caça, são tudo a mesma raça.
O mesmo será dizer:
PS,PSD,CDU,BE,CDS,PPM e outros que
p´rái andam, é tudo farinha do mesmo saco, uma um pouco mais refinada,outra com um pouco mais de farelo,mas no fundo é tudo uma questão de oportunidade...
Ke mal tem a atribuição da bolsa quando comparada com os jobs for the boys que diariamente são criados , e postos á disposição dos fieis correlaginarios??? è insignificante, um emprego é para o resto da vida!!!!Não é preciso sair daqui!!! Quantos empregos o partida atribui mensalmente?
Como é que se consegue uma transferência para o continente em dois dias? E se mete lá o filho em quatro?Que é que o filho vai dizer aos filhos? Eu sou fruto da democracia xuxialista!!!Meu pai o mamador eu aproveitei......
Tem dois pontos " manhosos " : majoração do valor da bolsa para formação numa área onde não há carencia; basta ter em conta o ultimo concurso da SATA; e , atribuição de uma(S)bolsa(S) sem ter em conta o rendimento do agregado familiar. Numa altura de crise, nada justifica que os impostos paguem a quem não necessita. Dizem, por ultimo , que o aproveitamento do formando é tão suspeito quanto s bolsa atribuida.
O anónimo de 18 de Setembro 20H10, não sabe mesmo como é que os deputados aparecem a votação, ou quer fazer parvos todos os demais ? Porventura alguém pode candidatar-se pessoalmente a deputado ? Não sabe que tem que ser incluido na lista de um partido,mesmo que seja como independente ? E também não sabe que as listas dos partidos são criteriosamente elaboradas,tendo em conta assegurar lugares e não ter meninos "mal comportados?" Acha que os partidos são organizações minimamente democráticas no seu funcionamento interno? Deixe-se de palhaçada!Mas é por essa e por outras que a abstenção sobe de eleição para eleição e longe não virá o dia em que eles representar-se-ão apenas a si próprios, porque niguém os leva a sério nem os respeita.
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