terça-feira, 4 de agosto de 2015

As passagens aéreas para o Continente

O preço exorbitante e proibitivo das passagens aéreas nas viagens entre os Açores e o Continente - ou, melhor dizendo, entre outra ilha qualquer que não seja São Miguel e o Continente - tem sido motivo de protestos vários, de reclamações e testemunhos nos jornais e no infindável mundo das redes sociais. Agora é, também, motivo de campanha eleitoral, bandeira política, grito partidário. É compreensível.

Pagar 400 euros ou mais por viagens para o Continente - para território português, sim, e não para um qualquer país exótico do outro lado do mundo - é, tão só, escandaloso. Se se tiver em conta o (curto) poder de compra dos açorianos, ou se porventura nos lembrarmos que há famílias inteiras que precisam de sair das ilhas - em férias, que os ilhéus também têm direito a elas, ou por motivos de saúde - mais indignados nos quedamos.

De resto, e à custa destes preços que não fazem lembrar ao diabo, há coisas verdadeiramente inimagináveis a acontecer, como a disponibilização de viagens mais baratas em classe executiva, quando comparadas com os bilhetes para a classe económica (em horários diferentes).

O motivo é simples: se nas tarifas normais o passageiro tem direito a ser ressarcido até atingir o valor máximo de 134 euros por bilhete, o mesmo não acontece com os bilhetes em classe executiva. Faz sentido? Faz, mas não deixa de ser uma marosca interessante de se contar, já que um passageiro pode facilmente optar pela compra de uma passagem que, ainda que em executiva, é em alguns euros mais barata e que, por isso mesmo, custa menos a sair da carteira. Esse dinheiro, contudo, não volta atrás.

É por isso que exigir um preço máximo nas viagens dos Açores para o Continente não é, nem nunca será, um capricho. Fale-se, pois, sobre o assunto, mas não se fique apenas pelos bitaites eleitorais ou pelas recomendações escritas. A mobilidade dos açorianos está condicionada e isso deve preocupar qualquer um.


Opinião de Oriana Barcelos, publicada no jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

5 comentários:

Anónimo disse...

Andam todos contentes.
O do Pico, que se mudou para S. Miguel para ser comandante, diz que foi um sucesso as lowcost, e que é ele o patrocinador.
O secretáriozinho diz que as lowcost são obra deste governo, e os louros dizem-lhe respeito.
Das duas uma:
ou esta gente não ve um palmo à frente do nariz, coisa que não é de espantar dado o lodaçal onde nos metemos, ou basta as coisas correrem bem em S. Miguel para estar tudo bem.
Desde quando é que pagar 550 € por uma passagem de duas horas num voo doméstico, está bem?
Desde quando é perder uma tarde inteira para ser reembolsado por uma passagem é estar tudo bem?
Desde quando é que criar condições para uma só ilha se desenvolver, deixando as outras a apanhar bonés é estar tudo bem?
Mais uma vez, das duas uma: ou eu sou burro, ou os políticos que temos, e que com os impostos de todos os açorianos pagamos, bem espremidos, não valem meio escudo.
Haja vergonha na focinheira!

Anónimo disse...

não és burro o que estás a dizer é verdadeiro anonimo das 2.15 precisava era mais pessoas como tu atacar e a dizer a verdade.

Anónimo disse...

Os políticos que nós temos e que não valem nada, nem sequer meio escudo. Eles não falam nada ,nem pedem nada para a nossa Ilha, pois para eles está tudo muito bem e os outros eles só precisam para votarem no dia das eleições, por isso nem vale a pena ir votar porque e tudo igual.

Anónimo disse...

Alguém me sabe dizer se o Governo providenciou o aumento do número de viagens aéreas ou do Ariel para o festival dos moinhos com a possibilidade de contribuir para a economia desta pequena ilha?

Anónimo disse...

Anda por aí um tótó - pode-se-lhe porventura chamar outra coisa? - que diz que quer "um teto para o preço das passagens". A criaturinha não percebe que quando se liberaliza, não se põe "tetos". É um contrassenso. Ou se liberaliza ou não se liberaliza. A liberalização não é compatível com tetos nem peias.
É por isso que as lowcost nem os seus dados querem dar para cruzar com os da Sata para o cálculo das compensações.
É o modelo enjorcado por um secretáriozinho de estado do governo PPD/CDS de Lisboa e pelos clones locais que serve e favorece uns e deixa outros a falar sozinhos. Onde é que para se vir de Lisboa às Flores, não sendo residente, se paga por um simples bilhete de avião 560€ quando para ir a São Miguel se paga 50€?
E é com tetos que se resolve isto, ou com um safanão em quem enjorcou esta bandalheira? Há gente que está a ir para São Miguel de graça marcando voo nas lowcost para Lisboa por 60€. Voo que nunca o faz, porque no retorno ninguém lhe pergunta na Sata em Ponta Delgada se foi ou não a Lisboa.
Esta perfeição de modelo, tão querida dos governos de Lisboa, de Ponta Delgada e, claro está, dos empresários de São Miguel, tem sido, para desvergonha nossa, bandeira eleitoral. Está bem para São Miguel está bem para os Açores e ponto final.
A autonomia que criamos, com esta pérola de modelo, serve uns que dia a dia engordam à custa do esmiframento de outros. Chegamos a isto: manda quem é mais gordo.