domingo, 7 de agosto de 2016

Respeito pelas chamadas ilhas pequenas

Esta semana deslocou-se à ilha das Flores o escritor José Andrade para apresentação pública da trilogia “Anos Decisivos”, que é uma revisitação da “vida política do arquipélago dos Açores, desde a revolução nacional de 25 de Abril de 1974 até à posse do primeiro Governo regional a 8 de Setembro de 1976, nos relatos da imprensa diária dos distritos autónomos de Ponta Delgada (jornais Diário dos Açores, Correio dos Açores e Açoriano Oriental), Angra do Heroísmo (jornais A União e Diário Insular) e Horta (jornais O Telégrafo e Correio da Horta)”.

A trilogia é composta por “1974 Democracia... o 25 de Abril nos Açores” (volume I – editado em 2014), “1975 Independência? O ‘Verão quente’ nos Açores” (volume II – editado em 2015) e “1976 Autonomia! O Governo próprio dos Açores” (volume III – editado em 2016).

O projecto editorial visou comemorar o 40º aniversário da Autonomia dos Açores e o escritor quis que, para além de sessões de lançamento do último livro em Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada, a trilogia tivesse apresentação pública em todas as ilhas neste ano evocativo. No caso das Flores acertou a integração no programa sociocultural da festa Cais das Poças, promovida pelo Município de Santa Cruz das Flores, em sessão a ser presidida pelo presidente da Câmara e na qual seriam oradores “para um testemunho evocativo da sua participação na primeira legislatura do Parlamento dos Açores” os primeiros deputados eleitos pela ilha das Flores, do PPD e PS.

Raramente acontece que em iniciativas desta natureza os escritores tenham a delicadeza de se deslocarem às chamadas “ilhas pequenas”. Quando o fazem deveria constituir uma honra para os habitantes, que a deveriam agradecer, pelo menos, com uma presença suficientemente significativa, capaz de dignificar não apenas a sessão, mas principalmente a própria ilha.

Neste caso a trilogia está recheada de um reportório de factos históricos que são essenciais para a cultura social e política, desconhecidos de muitos cidadãos e até de muitos dos actuais políticos.

A vice-presidente da autarquia presidiu à sessão conferindo-lhe – pelas palavras e atitude – dignidade, mas considero todavia inexplicável que o presidente da Câmara de Santa Cruz se tenha eximido de participar, como também não é plausível a ausência dos actuais dois deputados eleitos pelo PS. Se queremos respeito pelas “ilhas pequenas” sejamos respeitadores; especialmente os eleitos para representar o povo.

Como então partilhei “quem acredita que a História é a mestra da vida, quer conhecer e interpretar o passado com vista a melhorar o presente e a construir o futuro”.


Opinião de Renato Moura, publicada no portal Igreja Açores.
Saudações florentinas!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Renato, se bem me lembro, dia 03 agosto foi um dia de muito calor, acha que os nossos deputados têm tempo para essas coisas?? o dia esteve bom, o final de tarde na fajã grande esteve óptimo. os nossos deputados devem ter passado um belo fim de tarde nesse extremo mais ocidental da europa, a beber uma cervejinha e a comer uns tremoços ou amendoins.

Anónimo disse...

Que se esclareça aqui uma coisa: Renato Moura não foi o primeiro deputado eleito pelo PSD nas Flores. Em 1976 a lista do PSD era encabeçada por José Arlindo Armas Trigueiro e RM era o nº2. Compreende-se a representação dado o delicado estado de saude de José A Trigueiro, mas ficava bem esclarecer.

Anónimo disse...

Aqui o que se está a tratar não é quem era o 1º 2º ou 3º mas sim a falta de respeito , demonstra que cada vez existe menos democracia e educação ,uma coisa é certa é que todos os nossos políticos a exercer actividade incluindo Presidentes de câmara deputados não valem um e um só eleito após o 25 de Abril e mais não digo até podia alumiar vários, mas estes tristes não dão encosto