Criado parque arqueológico do Slavonia
Governo Regional pretende criar em breve uma rota de parques arqueológicos e sítios onde ocorreram naufrágios para dar notoriedade e estabelecer condições de mergulho naquelas zonas, que representam "um vasto" património subaquático.
A partir de quarta-feira [hoje], o mergulho à zona onde está afundado o navio inglês Royal Mail Ship Slavonia, que naufragou em 1909 ao largo da ilha das Flores, passa a ser feito com regras de acesso e de salvaguarda daquele património subaquático, segundo o decreto regulamentar regional que cria o Parque Arqueológico Subaquático do Slavonia, ontem publicado em Diário da República.
“Com esse diploma publicado e com mais outro que está a aguardar publicação, a Região fica com cinco parques arqueológicos. E tem, além disso, vários sítios que ainda não são parques arqueológicos, mas que são visitáveis”, disse o diretor regional da Cultura, avançando que o Governo Regional "está a trabalhar para estabelecer um roteiro ou uma rota que é composta por cinco parques arqueológicos e diferentes [espaços de] naufrágios que são acessíveis".
No ano passado, o Governo Regional criou o Parque Arqueológico Subaquático da Caroline, junto à ilha do Pico, onde naufragou, em 1901, o navio francês que controlava o mercado europeu dos adubos. Há ainda o parque arqueológico da baía de Angra do Heroísmo, o Canarias (na ilha de Santa Maria e a aguardar promulgação pelo representante da República) e o do Dori, em São Miguel.
"O sítio do naufrágio do Slavonia apresenta características que permitem visitas de mergulhadores, mediadas por empresas marítimo-turísticas devidamente licenciadas, sem impacto negativo sobre a conservação dos bens arqueológicos e naturais presentes”, sublinha o decreto publicado em Diário da República.
Nuno Lopes disse que sempre foi possível fazer mergulho naquela zona, mas agora ficam definidas determinadas regras e formas de gestão, e revelou que a informação sobre o barco estará patente no Museu das Flores, que vai reabrir no próximo ano.
O sítio do naufrágio do Slavonia, "em águas pouco profundas junto à costa sudoeste da ilha das Flores, no Lajedo", apresenta "condições de visitação, a que se juntam o interesse e a representatividade da embarcação naufragada, já que o barco é representativo das grandes vagas de emigração europeia para os Estados Unidos da América". Além disso, "encarna a narrativa do comércio de pessoas e bens à escala atlântica das grandes companhias privadas, que caracterizam o liberalismo económico de pendor capitalista do século XIX, tanto quanto do imperialismo britânico, na época do seu máximo esplendor", sustenta o decreto, indicando que na zona está potenciado "um ambiente similar aos recifes naturais costeiros" onde se abrigam espécies marinhas de importância ecológica e económica.
Notícia: jornal «Açoriano Oriental», semanário «Sol» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!