quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Criado parque arqueológico do Slavonia

Governo Regional pretende criar em breve uma rota de parques arqueológicos e sítios onde ocorreram naufrágios para dar notoriedade e estabelecer condições de mergulho naquelas zonas, que representam "um vasto" património subaquático.

A partir de quarta-feira [hoje], o mergulho à zona onde está afundado o navio inglês Royal Mail Ship Slavonia, que naufragou em 1909 ao largo da ilha das Flores, passa a ser feito com regras de acesso e de salvaguarda daquele património subaquático, segundo o decreto regulamentar regional que cria o Parque Arqueológico Subaquático do Slavonia, ontem publicado em Diário da República.

“Com esse diploma publicado e com mais outro que está a aguardar publicação, a Região fica com cinco parques arqueológicos. E tem, além disso, vários sítios que ainda não são parques arqueológicos, mas que são visitáveis”, disse o diretor regional da Cultura, avançando que o Governo Regional "está a trabalhar para estabelecer um roteiro ou uma rota que é composta por cinco parques arqueológicos e diferentes [espaços de] naufrágios que são acessíveis".

No ano passado, o Governo Regional criou o Parque Arqueológico Subaquático da Caroline, junto à ilha do Pico, onde naufragou, em 1901, o navio francês que controlava o mercado europeu dos adubos. Há ainda o parque arqueológico da baía de Angra do Heroísmo, o Canarias (na ilha de Santa Maria e a aguardar promulgação pelo representante da República) e o do Dori, em São Miguel.

"O sítio do naufrágio do Slavonia apresenta características que permitem visitas de mergulhadores, mediadas por empresas marítimo-turísticas devidamente licenciadas, sem impacto negativo sobre a conservação dos bens arqueológicos e naturais presentes”, sublinha o decreto publicado em Diário da República.

Nuno Lopes disse que sempre foi possível fazer mergulho naquela zona, mas agora ficam definidas determinadas regras e formas de gestão, e revelou que a informação sobre o barco estará patente no Museu das Flores, que vai reabrir no próximo ano.

O sítio do naufrágio do Slavonia, "em águas pouco profundas junto à costa sudoeste da ilha das Flores, no Lajedo", apresenta "condições de visitação, a que se juntam o interesse e a representatividade da embarcação naufragada, já que o barco é representativo das grandes vagas de emigração europeia para os Estados Unidos da América". Além disso, "encarna a narrativa do comércio de pessoas e bens à escala atlântica das grandes companhias privadas, que caracterizam o liberalismo económico de pendor capitalista do século XIX, tanto quanto do imperialismo britânico, na época do seu máximo esplendor", sustenta o decreto, indicando que na zona está potenciado "um ambiente similar aos recifes naturais costeiros" onde se abrigam espécies marinhas de importância ecológica e económica.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», semanário «Sol» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cortejo etnográfico Vivências e Tradições

A cultura do povo ao longo das gerações através dos séculos é mantida graças ao empenho e persistência de muitas pessoas que teimam em preservar o que é mais eloquente e que foi a base de toda uma vida que, no passado mais ou menos longínquo, em nada pode ser comparado com os tempos actuais.

A festa municipal do Cais das Poças realizou-se com toda a pompa e circunstância. O momento alto do Cais das Poças 2015 ocorreu na abertura da festa a 31 de Julho, com o cortejo “Vivências e Tradições” trazendo às ruas da vila de Santa Cruz mais de três centenas de figurantes, que com enorme profissionalismo e empenho desfilaram pelas ruas até ao local das festas. As imagens são o testemunho de como tudo aconteceu, bem como a satisfação dos espectadores presentes, alguns milhares.

Obrigado à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, a todos os figurantes, bem como todos os que tornaram possíveis estas imagens. Obrigado especial à Luísa Silveira pela imprescindível ajuda. Obrigado a todos.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Fenomenal eclipse total de super Lua

Na madrugada desta segunda-feira ocorrerá "um dos maiores e mais esperados acontecimentos astronómicos do ano": o eclipse total de uma super Lua. E só volta a repetir-se em 2033.

Se as condições do céu ajudarem, o eclipse total da Lua será visível na Europa Ocidental, incluindo Portugal, ocorrendo nesta madrugada um dos maiores e mais esperados acontecimentos astronómicos do ano. O último eclipse total de uma super Lua ocorreu em 1982 e o próximo só está previsto para 2033.

"A Lua entra na penumbra da Terra à 1h10 desta madrugada e a partir desse instante a Lua escurece progressivamente", explica o Observatório Astronómico de Lisboa.

"Às 2h07 a Lua entra na sombra da Terra, começando a ficar com tons mais avermelhados e acastanhados" e cerca de 40 minutos mais tarde estará à menor distância da Terra (356.877 km), uma proximidade que faz com que "a Lua apareça 14% maior no céu".

O eclipse total tem início às 3h11, com a Lua ser visível mas numa cor avermelhada e acastanhada, e atinge o seu máximo às 3h47. Três minutos depois "ocorre o instante da fase de Lua Cheia" e, pelo facto de estar à menor distância da Terra, irá assistir-se a um eclipse da super Lua.

A partir das 4h24 a Lua sairá progressivamente da sombra, explica o Observatório Astronómico.


Notícia: «Jornal de Notícias» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

domingo, 27 de setembro de 2015

Concelho de Santa Cruz: resumo histórico

O cosmopolitismo do povoamento não retirou à ilha das Flores a sua colonização marcadamente lusitana, com o domínio absoluto dos valores arquitectónicos, religiosos, sociais e gastronómicos do interior de Portugal, e prevalência do Alentejo e do Minho.

A mais antiga referência a Santa Cruz como "vila" está datada de 1548, sendo anterior mas desconhecida a atribuição desse estatuto. Como Francisco Gomes ilustra transcrevendo de Gaspar Frutuoso, esse documento de 1548 narra a chegada à ilha das Flores dos tripulantes da nau Nossa Senhora da Misericórdia, "trazendo dois cofres de ouro que, por ter aberto no mar de maneira que com água por muitas vezes cuidaram de se perder, parecera bem a todos que saíssem com os ditos cofres na vila de Santa Cruz". Nos começos do século XVII, Diogo das Chagas já define Santa Cruz como "cabeça da ilha", uma "vila mui bem assentada com o melhor porto que tem esta ilha, de onde saía a primeira rua da vila e do porto das Poças outra rua, que é a última da vila, dentro das quais as outras ruas se cruzam".

A primitiva Igreja matriz datava do século XVI e foi reconstruída em 1627 pelo seu vigário, padre Inácio Coelho, que em 1641 deu a terra para fundação do Convento franciscano de São Boaventura, além de pão e vinho para sustento dos religiosos. Em finais de seiscentos, Santa Cruz continua a sua parábola de crescimento e, por volta de 1693, frei Agostinho de Montalverne atribui-lhe cerca de 900 habitantes, que moram em 180 casas.

Desde 7 de Janeiro de 1841 a vila de Santa Cruz, principal centro urbano do Oeste açoriano, possui a titularidade da única Comarca das Flores e do Corvo, que administra a justiça nas duas ilhas, dantes sob a alçada de um Juiz de Fora.

Santa Cruz cresceu depressa e ultrapassou as Lajes demográfica e economicamente, chegando à hegemonia política nas duas ilhas ocidentais em 1895. Em 18 de Novembro desse ano foi decretada a extinção do concelho das Lajes e o concelho de Santa Cruz passou portanto a integrar o das Lajes (e do Corvo) de 1895 até 1898, quando o conselheiro José Luciano de Castro operou a restauração da anterior divisão administrativa.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 26 de setembro de 2015

Concelho das Lajes: resumo histórico

A ilha das Flores pensa-se que foi descoberta em 1452 por Diogo de Teive e seu filho João do Teive, tendo o seu primeiro donatário sido o próprio descobridor. Aparentemente os direitos sobre as ilhas das Flores e do Corvo foram passando de mãos até que por volta de 1500, Maria de Vilhena (administradora da capitania em nome do seu filho menor - Rui Teles) ter convidado com o intuito de promover o povoamento da ilha, o flamengo Willem van der Hagen, também conhecido por Guilherme da Silveira.

Fazendo parte da comitiva, há referência durante a primeira década de Quinhentos, de alguns dos mais importantes povoadores florentinos, nomeadamente: Lopo Vaz, Antão Vaz, Diogo Pimentel e Gomes Dias Rodovalho. Por volta de 1508-1510 terá ocorrido o povoamento definitivo da ilha sob a direção dos aludidos povoadores.


"A descendência generosa dos primeiros povoadores desta ilha granjeou futura estima do Governo, que logo confiou neste lugar a instituição da primeira vila, denominada Lajes."

O reconhecimento oficial da criação da vila das Lajes ocorreu no ano de 1515, embora a data exacta não seja consensual.

"A história desta ilha não oferece cenas sanguinolentas como a de outras partes do Mundo Novo, porque nele não se encontravam habitantes quando se a descobriu", contudo, dada a localização geográfica da ilha, a mesma não ficou imune às incursões corsárias, primeiramente de origem mourisca e anos mais tarde de origem inglesa e americana. Os primeiros denotavam alguma inaptidão para a actividade corsária, pelo que os prejuízos causados nunca atingiram grande monta, porém, os últimos demonstraram ter uma propensão inequívoca para a prática da pirataria, tendo os seus ataques causado estragos mais significativos. As populações locais construíram fortificações estratégicas e foram instaladas peças de artilharia que ajudaram a desencorajar tentativas de saque. Lamentavelmente os vestígios dessas defesas são hoje quase inexistentes.

Assim sendo, temos que Lajes das Flores é um concelho sito na metade sudoeste da ilha das Flores, no Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores, com uma área de 69,59 km². É limitado a nordeste pelo município de Santa Cruz das Flores, rodeado por todos os demais lados pelo oceano Atlântico. A sede é a vila de Lajes das Flores, na costa sul da ilha e onde se situa o porto comercial que a serve.

O concelho de Lajes das Flores está dividido em sete freguesias: Fajã Grande, Fajãzinha, Fazenda, Lajedo, Lajes das Flores, Lomba e Mosteiro.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Gastronomia florentina é ponto forte e deve ser mais valorizada turisticamente

A ilha das Flores é cada vez mais procurada pelos turistas e os florentinos esperam que essa tendência se mantenha. José António Corvelo, empresário da restauração, diz que a gastronomia é um ponto forte da oferta da ilha.

Segundo dados da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, o número de turistas que procuram as Flores, assim como o tempo médio de permanência na ilha, tem vindo a aumentar. Os efeitos dessa tendência são já percetíveis?

O turismo na ilha das Flores foi durante largos anos muito sazonal sendo mais visível a partir de meados de Junho a finais de Agosto. Nota-se que essa tendência alterou-se e de uma forma progressiva esse período foi-se alargando. Este ano em Maio eram já muitos os turistas que visitavam a ilha e agora em meados de Setembro ainda são muitos os que nos visitam. A par disso, a tendência de permanecer na ilha e em muitos casos a vontade de cá regressar é notória, tendo em conta algumas trocas de impressões que mantemos com alguns dos turistas que nos visitam. Este efeito acaba por refletir-se no comércio local, com efeitos imediatos no alojamento local e na restauração que também tem vindo a aumentar em termos de oferta.

Na sua opinião, o que é que distingue as Flores? O que procuram os turistas que passam férias nesta ilha?

Todas as nossas ilhas são bonitas, mas a ilha das Flores é diferente pela sua beleza paisagística. O verde da ilha, a sua água cristalina e as suas lagoas, a par do seu relevo único e das suas pequenas freguesias que mais parecem pequenos presépios perdidos no tempo, oferecem uma fotografia única que seduz quem nos visita. É essa beleza ainda num estado muito natural que toca o turista pela primeira vez e que os leva a querer regressar mais vezes. Entre fazer férias num local repleto de gente, muitos preferem ficar na ilha das Flores que tem pequenas unidades hoteleiras e sobretudo turismo de habitação, muitas delas localizadas nas várias freguesias da ilha. Os passeios a pé pelos nossos trilhos, as viagens de barco à volta da ilha, o mergulho e o canyoning, são algumas variantes que temos por cá e que cada vez mais são mais procuradas.

Nesse quadro, que papel ocupa a gastronomia da ilha? A gastronomia típica das Flores é apreciada pelos visitantes?

Quem nos visita quer conhecer a nossa gastronomia de uma forma geral. Há cada vez mais a vontade de conhecer a comida típica, pela curiosidade de experimentar pratos diferentes ou em muitos casos porque um amigo que já passou por cá o aconselhou a procurar este ou aquele prato típico em determinado restaurante. Neste caso penso que a gastronomia local é um ponto forte da ilha que deve ser aproveitada e valorizada pela nossa restauração.

Quais são as expectativas dos empresários do setor? De que forma pode o turismo evoluir nas Flores?

As expectativas julgo que são animadoras. A procura é cada vez maior e durante vários meses, o que leva a acreditar que a ilha das Flores vai ser cada vez mais procurada pelo turismo nacional e sobretudo estrangeiro. A pacatez e a beleza da ilha são pontos a nosso favor. Não podemos competir com Sol e praia de muitas paragens, mas temos ainda a beleza selvagem que toca o coração de quem nos visita.

Que mudanças entende serem necessárias para que essa evolução seja plena e positiva?

Temos de melhorar a rede de transportes para a ilha das Flores, para que o turista possa escolher sem problemas o período para nos visitar. Para além das viagens aéreas há que alargar as viagens de barco para as Flores. Na própria ilha é necessário apostar ainda mais nos nossos produtos locais que por vezes escasseiam e sobretudo valorizar tudo o que é nosso, desde a natureza, passando pela gastronomia, alojamento e lazer, preservando o que é nosso, porque se o fizermos, estamos a contribuir para o futuro da ilha de forma sustentada em termos turísticos. O resto virá por acréscimo. A ilha das Flores vai ser cada vez mais procurada pelo turismo nos próximos anos, estou certo disso.

Entrevista de José António Corvelo ao jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

5 ilhas magníficas (mesmo sem areia)

Há gelo e neve, flores e lagoas, cidadelas e montanhas. Nestas ilhas pode encontrar tudo, mas muito pouca (ou nenhuma) areia. Entre elas não podiam faltar... os Açores.

Não estão repletas de areia, nem são famosas pelas palmeiras. Estas ilhas fogem à norma e mostram uma natureza mais peculiar (mas igualmente encantadora). Algumas delas estão mesmo aqui ao lado e são bem portuguesas: os Açores, com as terras férteis e as caldeiras quentes do vulcanismo do arquipélago, bem como o ponto mais alto do país: o Pico.

Das paisagens dos Açores, a seleção da televisão americana CNN passa para as ilhas cobertas de neve e o céu rasgado por auroras boreais da Noruega. Por isso, da próxima vez que planear uma viagem para uma ilha deserta pode esquecer a areia nos pés.


Notícia: jornal «Observador».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Finalmente, as ilhas das Flores e Corvo!

Há certos livros que por muitas vezes que os leiamos encontramos sempre coisas novas. As palavras e os símbolos estão cristalizadas no texto, mas os leitores fruem deles a perenidade da sua leitura renovada.

Com os Açores, acontece-me o mesmo. Em quarenta anos de visitas assíduas a ilhas que derramam encanto, entre as veredas, fragas e escarpas, respiro a espiritualidade do meio envolvente e vou-me apercebendo de aspetos e de matizes em que antes não reparara. Finalmente rumei à ilha das Flores. A minha amiga escritora perguntava-me frequentemente: “Quando cá vens? Foste ao Faial e ao Pico, era só uma saltada!”. Tinha visto muitas fotografias e lido poesia inspirada na ilha das Flores, mas é a estreme realidade que nos transmite a vivência local. Logo no primeiro dia visitei a Calheta. No patamar das escadas que descem para a praia deparei-me com um silêncio e uma quietude envolvente. Balbuciei algo, mas senti que devia permanecer calado. Algumas crianças e adultos banhavam-se calmamente no suave esparrame das ondas – senti que tinha entrado no paraíso descrito pelo escritor açoriano João de Melo em “Um Lugar caído no Crepúsculo”. Mas este era um paraíso de águas tépidas e límpidas. Fui visitar as quedas de água. A tabuleta na estrada indicava que a Alagoinha distava oitocentos metros. “É canja!” - pensei eu na ignorância do percurso. O cenário deslumbrante foi a concretização da passagem do purgatório para o céu. Suei as estopinhas, mas fui recompensado com uma das paisagens mais fantásticas que observei.

Cada milímetro quadrado de terra e cada torrão têm uma planta, o que torna as Flores uma ilha verde. Na verdura da paisagem pouca gente se vê, pelo que foi uma surpresa ver a multidão e os carros que se juntavam nas Sopas do Espírito Santo. Quem pede ao Espírito Santo pede para os outros e não para si. Como cada um de nós é o próximo dos outros, todos recebem e todos pedem. Eu recebi o convívio de muita gente - açorianos e continentais - enquanto saboreávamos a carne colocada numa fatia de pão mergulhado no caldo da cozedura com aroma a hortelã e regado com vinho tinto. A Casa do Espírito Santo recebia-nos a todos. Prefiro a designação de Casa do Espírito Santo a Império, pois a Casa de Deus é a nossa casa e o Império lembra o poder temporal dos exércitos.

Ao visitar a Fajã Grande, que é a freguesia mais ocidental da Europa, pensei quão enganados estão aqueles que afirmam que Portugal é um país periférico. O navio-escola Sagres, fundeado nas Lajes, recordava que Portugal fica situado no meio do Atlântico, entre a Europa e a América. Tinha sido algo difícil a viagem de automóvel até à Fajã devido ao nevoeiro. Mas, como alguém dizia, o nevoeiro vai e vem e não tardou a aparecer o Sol, que dimanava sobre as copas das árvores.

Os Açores é uma terra de gente culta, que tem dado a Portugal grandes escritores. Nesta visita tive oportunidade de conhecer pessoas de grande valor intelectual, quer florentinos, quer estrangeiros.

Dado o meu temperamento, nunca me imaginei a viajar num barco semi-rígido para a ilha do Corvo, alapado no banco traseiro. Mas como somos um país de marinheiros, não quis fugir à tradição. As grutas da ilha das Flores são soberbas, especialmente a Catedral, e só podem ser visitadas de barco.

No Corvo tive uma grande surpresa. Sempre ouvi dizer que nesta ilha as portas não têm fechadura. Verifiquei que, além de terem fechadura, muitas delas têm cadeado e correntes. Numa reportagem da televisão, a ilha aparecia sem automóveis, o que não corresponde à realidade. A subida à caldeira valeu a viagem. Dizia-se que os pequenos montes, formando o seu relevo, representavam, em miniatura, as ilhas do arquipélago.

De regresso à ilha das Flores, tivemos a grata companhia de uma comunidade de roazes, que nos seguiram e rodopiavam, a bombordo e a estibordo, fazendo cabriolas à nossa volta enquanto navegávamos em círculo.

Na próxima visita aos Açores, continuarei a encontrar algo que nunca antes vira, apesar de anteriormente ter estado mesmo em frente dos meus olhos, tal como acontece com as equações e os símbolos dos livros da Matemática.

A Graciosa e Santa Maria são as próximas páginas do livro.


Opinião de Carlos Garrido, publicada no jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

CMLF organiza Festival de Tradições

No próximo fim-de-semana realiza-se o Festival de Tradições, no Jardim Municipal das Lajes, contando com a atuação de diversos artistas locais e dos artistas terceirenses Maria e Luís Bettencourt.

Haverá ainda animação de rua com o grupo Velha Lamparina - União de Artes e Ofícios e Recriações Históricas (de Vila do Conde), uma corrida equestre com a participação de cavaleiros locais e ainda a mostra e exposição de trabalhos e materiais tradicionais, de artesãos locais.

Este conjunto de atividades insere-se nas comemorações dos 500 anos do concelho de Lajes das Flores, pretendendo a promoção e valorização da nossa cultura e das nossas tradições.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Prazo médio de pagamentos das Câmaras

Os últimos dados divulgados pela Direção Geral das Autarquias Locais indicam que a Câmara Municipal de Lajes das Flores tinha, em Dezembro do ano passado, um prazo médio de pagamentos a fornecedores de 20 dias, muito diferente dos 87 dias que se registavam em Dezembro de 2013.

Por seu lado, a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores registou inacreditáveis resultados do seu prazo médio de pagamentos a fornecedores nos trimestres do ano passado: zero dias (em Março), dois dias (em Junho) e um dia (em Setembro e Dezembro de 2014).

Pagar a fornecedores em poucos dias significa mais dinheiro circulando na economia da ilha das Flores, dinamizando o comércio local e contribuindo para que as empresas que fornecem bens e/ou serviços às Câmaras Municipais florentinas também possam honrar os seus compromissos a tempo e horas.

Saudações florentinas!!

domingo, 20 de setembro de 2015

A freguesia da Caveira

A curiosidade pela freguesia da Caveira começa logo quando se ouve pela primeira vez o seu nome terrificador, que não pode deixar de espantar qualquer lusitanista. A origem do topónimo é desconhecida, mesmo se a chamada Lenda da Caveira já foi esquematizada por outros escritores. Basicamente, a lenda viria dos primórdios do povoamento e seu protagonista é o náufrago Demétrio, recolhido no rolo e acudido no lugarejo que nunca mais deixou. Demétrio adorava as pessoas e a sua religiosidade mas, apesar de cristão, pensava que paraíso, purgatório e inferno fossem uma treta, assim como as orações pelos defuntos; tratava-se de um pensamento invulgar e sem dúvida "protestante" no século XVI, e a lenda conta que o homem morreu com as suas grandes questões e dúvidas. Depois do falecimento do náufrago adoptado pela comunidade, começou a brilhar no cume dum morro uma caveira incandescente, gritante, que pedia para que rezassem pela sua alma. Os habitantes do lugar, naturalmente assustadíssimos, rezaram em coro para a clemência de Deus; assim, como escreveu Guido de Monterey, "a caveira desapareceu, mas deixou que a própria lenda se assenhoreasse do local". O mistério da Caveira continua conturbante e talvez o heretismo imperante no III Milénio devolva a caveira fluorescente, uma possível bendição turística para esta freguesia de grande beleza (sobre)natural.

A freguesia da Caveira tem por orago as Benditas Almas e a igreja actual com o mesmo nome é do século passado, tendo começado em 1867 os trabalhos para a sua construção. A curiosa invocação do século XVIII poderá relacionar-se com a Encomendação das Almas, uma antiga devoção quaresmal exclusiva de Portugal e das terras por onde os portugueses se expandiram. "Encomendar", "lembrar", "apregoar" as almas ou "cantar às almas" era uma tradição religiosa bastante macabra também em uso na ilha das Flores, onde até cerca de 1930 era comum em toda a ilha com excepção da vila de Santa Cruz, que já a esquecera. Ao crepúsculo os encomendadores, com xailes pretos nas cabeças, cantavam num tom cavo e lúgubre e, conta-nos Pedro da Silveira, os que em suas casas os ouviam ajoelhavam-se e rezavam os padre-nossos e as avé-marias pedidos. A elevação a paróquia do lugar da Caveira, topónimo já identificado por Gaspar Frutuoso em finais de quinhentos, deu-se por alvará de D. João VI em 19 de Dezembro de 1823 a pedido do reitor da vizinha freguesia da Lomba, padre José Joaquim de Almeida.

A Ponta da Caveira, importante prominência da recortada costa florentina, alberga no seu lado setentrional a bela Gruta dos Encharéus, a maior e mais famosa da ilha das Flores, com cerca de 50 metros de comprimento e 25 de largura. É visitável de barco e segundo a tradição foi esconderijo de uma embarcação corsária, que em finais de quinhentos conseguiu escapulir-se à perseguição dos navios de Espanha e da Provedoria das Armadas Portuguesas.

Aninhada sobre a crista da homónima Ponta, entre vales profundamente cavados e alcantiladas montanhas, a Caveira é a mais pequena freguesia dos Açores por território, actualmente com cerca de 75 habitantes. Ao longo do século XX o povoado "desceu" consideravelmente pelo topo da ponta, abandonando progressivamente a Caveira de cima, onde começou o povoamento e onde fica a igreja, hoje bastante descentrada em relação ao núcleo habitado; o seu altar-mór, danificado pelo tempo, foi novamente dourado em 1998.

Se a pavorosa encomendação das Benditas Almas já não se verifica há mais ou menos sessenta anos, na Caveira também se realizam, como em qualquer outra freguesia dos Açores, as festividades do Espírito Santo e no último domingo de Junho festeja-se igualmente São Pedro, um santo muito popular na ilha das Flores. No fim do Verão, a Festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento tem lugar no terceiro domingo de Setembro, juntamente com o Bom Jesus: um casamento perfeito!


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 19 de setembro de 2015

Flores integra Roteiro de Arquitectura

51 obras, oito ilhas: o Roteiro de Arquitectura dos Açores pretende valorizar e divulgar o património edificado do arquipélago.

Um total de 51 obras, dispersas por oito das nove ilhas e com "várias linguagens", integram o Roteiro de Arquitetura dos Açores, um projeto online e bilingue da delegação açoriana da Ordem dos Arquitetos.

"São 51 obras e abrangem oito das nove ilhas dos Açores. Apenas o Corvo não tem essa cobertura", afirmou o presidente da delegação dos Açores da Ordem dos Arquitetos, acrescentando que as obras selecionadas vão desde habitações unifamiliares a equipamentos e arranjos urbanos.

O primeiro Roteiro de Arquitetura dos Açores visa valorizar e divulgar o património edificado no arquipélago e resulta da seleção feita por um júri das várias candidaturas entregues por parte de arquitetos açorianos ou não, com obra feita nas ilhas.

Nos últimos anos vários projetos arquitetónicos edificados nas ilhas têm merecido destaque em revistas da especialidade e prémios em concursos internacionais. Segundo Carlos Marques, mais do que uma montra do melhor da arquitetura na Região, o roteiro pretende ser uma "mais-valia para os turistas esclarecidos" que visitam as ilhas e que "não vêm só pelas paisagens, gastronomia ou artesanato, mas sim por um todo".


Notícia: «P3», rádio Atlântida e RTP.Notícias.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Qualidade da água com valores elevados

De salientar a enorme melhoria do Município das Lajes na qualidade da água fornecida nas torneiras.

Recentemente tornado público o relatório (relativo a 2014) do controlo da qualidade da água para consumo humano revela que os parâmetros analisados atingiram “valores próximos dos máximos” nos Açores.

Em 2012 o Município das Lajes registava 83,64% de cumprimento do valor paramétrico nas análises do controlo da qualidade da água para consumo humano, sendo que em 2014 esse valor subiu para 92,86% das análises em cumprimento dos valores paramétricos na torneira do consumidor. Foi no concelho de Lajes das Flores que se verificou a evolução mais positiva em todo o arquipélago.

Os maus resultados anteriormente ocorridos nos parâmetros microbiológicos, nomeadamente Escherichia coli (E. coli) e bactérias coliformes poderão ser explicados por uma deficiente desinfeção na maioria dos casos em que ocorrem.

Em 2014 só duas entidades gestoras apresentaram 100% no indicador de água segura: Santa Cruz das Flores e Lagoa.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Monitorizar a dispersão de plásticos

No âmbito da conferência “Como melhor proteger as regiões costeiras atlânticas da poluição marítima”, o eurodeputado Ricardo Serrão Santos moderou o debate dedicado ao tema “Como responder à poluição marítima na bacia do Atlântico”.

“Os Açores estão no centro da circulação do tráfego marítimo do Atlântico Norte e recebem influências de diversos quadrantes, quer através da atmosfera como da circulação oceânica”, referiu o eurodeputado. “Por esta razão, os Açores há muito que estudam problemas relacionados com a poluição marinha, tendo aliás feito avançar o conhecimento científico no contexto das tendências históricas de acumulação de metais pesados em diversos organismos marinhos”, especificou Serrão Santos.

“Os Açores estão numa posição ideal para a monitorização da dispersão dos plásticos e micro-plásticos no Atlântico, matéria em que o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores está particularmente empenhado, sendo que o interesse internacional reflectiu-se no financiamento e no apoio do Instituto nas Nações Unidas para a Conservação na Natureza”, referiu o cientista marinho.

Para concluir o eurodeputado Ricardo Serrão Santos chamou a atenção para outras ameaças invisíveis nos oceanos e áreas costeiras relacionados com poluentes emergentes, nomeadamente os produtos farmacêuticos, entre os quais destacou os associados aos consumo crescente nas sociedades modernas de anti-depressivos e outros neurológicos, analgésicos, medicamentos para os diabetes.


Notícia: rádio Atlântida e jornal «Terra Nostra».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Projeto municipal “Lajes Solidária”

Está em vigor desde Abril de 2014 o projeto de solidariedade social designado “Lajes Solidária - pequenas reparações domésticas ao domicílio”. Tendo por base a intervenção social no concelho das Lajes, a Câmara Municipal considerou oportuna a implementação de um programa deste cariz, de forma a proporcionar à população reformada ou pensionista, carenciada, ou portadora de doença permanente do concelho das Lajes, o acesso facilitado a um conjunto de pequenas reparações domésticas, tais como: serviços de canalização, carpintaria, instalações elétricas, entre outros.

A implementação deste serviço, que é prestado gratuitamente pela Câmara Municipal das Lajes, gera uma maior proximidade entre o Município e a comunidade do concelho, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida, através da satisfação de pequenas intervenções relacionadas com o conforto e a segurança das suas habitações.

Para requerer este apoio os munícipes interessados deverão inscrever-se na Câmara Municipal das Lajes, mediante apresentação dos documentos de identificação, bem como documentos comprovativos dos seus rendimentos ou de doença incapacitante. O apoio será atribuído aos agregados cujo rendimento per capita não ultrapasse 80% do salário mínimo regional.

Desde que o projeto “Lajes Solidária” entrou em vigor, deram entrada nos serviços competentes da Câmara Municipal das Lajes diversos requerimentos, sendo que, no ano de 2014, foram feitas intervenções em sete habitações e, no corrente ano, já foram aprovados quinze pedidos.


Pode consultar todas as informações relacionadas com este programa no regulamento “Lajes Solidária – pequenas reparações domésticas ao domicílio”, que se encontra disponível na página eletrónica da Câmara Municipal das Lajes.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Vida selvagem que mergulha nos Açores

A Biosphere Expeditions tem um projeto de conservação sustentável da vida selvagem existente nos mares em redor do arquipélago dos Açores.

Existem para garantir que a vida selvagem permanece protegida dos humanos. E têm conseguido: a Biosphere Expeditions é uma organização sem fins lucrativos que abrange vários projetos internacionais de conservação da natureza. Um deles localiza-se nos Açores, onde a vida marinha assume uma presença muito importante.

Qualquer um está convidado a participar nos projetos: “Sejas novo ou velho, torna-te num cientista-cidadão por uma, duas semanas ou mais”, convida a equipa de voluntários da Biosphere Expeditions. Tudo passa por unir a ciência às necessidades locais: “Nós focamo-nos em projetos de conservação sustentáveis com um alvo muito bem definido, uma vez que são assuntos críticos que o humano tem a capacidade de mudar”.

A equipa da Biosphere Expeditions é membro da União Internacional para a Conservação da Natureza e do programa ambiental das Nações Unidas.


Notícia: jornal «Observador».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

100 razões para visitar as ilhas açorianas

Agora que já há voos low cost para o arquipélago, a revista «Visão» oferece mais cem (boas) razões para visitar as nove ilhas dos Açores.

Ilha das Flores

33 - Trilhar as sete lagoas

São sete as crateras vulcânicas existentes na ilha das Flores, onde se formaram outras tantas lagoas. Na zona sul ficam a Caldeira Rasa e a Caldeira Funda, que apesar de muito próximas estão situadas a cotas diferentes. Bem no centro da ilha encontram-se as Caldeiras Branca, Seca, Comprida e a Negra (ou Funda), esta última com 105 metros de profundidade é conhecida pelos tons azulados da sua água. E um pouco mais isolada, a uma altitude de 550 metros, está a Caldeira da Lomba. Melhor forma de as observar: percorrer o trilho, de 7 quilómetros, entre o miradouro das lagoas e o Poço do Bacalhau.

34 - Visitar a Gruta dos Enxaréus

A imensa beleza natural da ilha das Flores é sublinhada por fenómenos geológicos únicos, como a Gruta dos Enxaréus, uma enorme cavidade vulcânica situada à beira-mar, com cerca de 50 metros de comprimento e 25 de largura, que pode ser visitada apenas de barco. Reza a lenda que devido à sua enorme dimensão, esta gruta servia como esconderijo aos navios piratas que em tempos assolavam estes mares.

35 - Iniciação ao canyoning

O relevo bastante acidentado, de vales profundos e picos elevados, associado à grande abundância de água, faz desta ilha o local perfeito para a prática de canyoning. Existem quase quatro dezenas de percursos, devidamente sinalizados e equipados, aconselhados a todo o tipo de praticantes, desde os mais experientes aos iniciados. Um dos maiores atrativos da ilha das Flores são mesmo as cascatas. A mais imponente é a da Ribeira Grande, com uma queda de água de centenas de metros.


Notícia: revista «Visão».
Saudações florentinas!!

domingo, 13 de setembro de 2015

A freguesia da Fajã Grande

A Fajã Grande é uma das freguesias mais povoadas do concelho das Lajes. Localizada na costa oeste da ilha das Flores, confronta com as freguesias de Ponta Delgada e Fajãzinha e representa o lugar mais ocidental de toda a Europa. Um pouco afastado encontra-se o ilhéu de Monchique, o último sinal físico que separa o Velho do Novo Mundo, assim descrito pelo padre José António Camões, na sua obra «Roteiro exacto da costa da Ilha».

Administrativamente, só na segunda metade do século XIX, a Fajã Grande obteve a sua autonomia política e religiosa. A freguesia de Nossa Senhora do Remédios de Fajãzinha, a que pertencia o lugar da Fajã Grande, havia sido instituída em 1676 englobando os lugares da Ponta, Fajã Grande, Caldeira e Mosteiro. Nesse ano haviam sido desanexados os lugares da Ponta da Fajã, relativamente ao da Ponta Delgada, e do Mosteiro, relativamente às Lajes. Ora, só passados duzentos anos, a provisão do Bispo de Angra datada de 1861 institui a paróquia de São José da Fajã Grande em conjunto com as povoações da Ponta e Cuada.

Através da colorida descrição que Gaspar Frutuoso nos oferece na sua obra «Saudades da Terra», pode-se inferir que na época a Fajã Grande era centro de grandes transações comerciais, chegando mesmo as caravelas da Índia a encontrar aqui um precioso desembarcadouro. Por outro lado, o autor faz ainda uma clara referência à riqueza e variedade do pescado da região, ainda hoje preservado. Apesar de actualmente não registar tão grande azáfama a Fajã Grande continua a encantar quem a visita, pela amenidade do seu clima, pela transparência das suas águas ou pelas suas piscinas naturais, enfim, assume-se hoje como uma verdadeira estância de veraneio para todos os florentinos.

De todos os lugares que compõem esta pitoresca freguesia, dois sobressaem pelas suas paisagens naturais: a Ponta da Fajã Grande e a Cuada.

A Ponta da Fajã é uma aldeia imaginária e de sonho, num mundo marcado pela solidão e pela falta de valores. Desde que serviu de fronteira entre as freguesias de Nossa Senhora do Remédios de Fajãzinha e de São Pedro da Ponta Delgada, o destino desta região ficou para sempre traçado. Actualmente, com as suas cascatas de águas e escorrer pelas escarpas abaixo, a Ponta da Fajã Grande é um idílico lugar onde vivem menos de 20 pessoas. Com tradições profundamente rurais, aqui ainda se ouve o cantar dos pássaros, o murmurar das águas e o marulhar do mar, por vezes intempestivo.

A Cuada, palavra que deriva de saracotear, ou seja, "andar de um lugar para o outro", foi uma povoação que, desde cedo, sentiu o fenómeno da desertificação. Este airoso terraço entre a Fajã Grande e a Fajãzinha, encontra-se assim associado, na mais pura tradição florentina do aldear, aos contrastes e dissabores que, com o tempo, foram surgindo na Fajã e que levaram algumas famílias a abandonarem a sua terra natal. Hoje, quase todo o povoado foi recuperado para fins turísticos o que constitui sem dúvida um exemplo de turismo rural de sucesso. Aldeia da Cuada, assim baptizada pelo empresário Carlos Silva, seu proprietário e gerente é um sítio convidativo à paz e ao bucolismo que a ilha das Flores inspira.

Porque as pessoas são parte integrante da História de cada região, a freguesia da Fajã Grande orgulha-se de ter sido o berço de algumas personalidades que, no seu tempo e à sua maneira, contribuíram para o seu engrandecimento. De entre as várias individualidades florentinas, destacam-se o padre José Luís de Fraga, pelo seus dons de orador, escritor e músico; e Pedro da Silveira, historiador e poeta, com vários trabalhos publicados.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 12 de setembro de 2015

Haver preço razoável do peixe para locais

Investigador considera que os açorianos não devem pagar o mesmo preço cobrado pelo peixe exportado.

Gui Menezes defende a criação de duas lotas nos Açores: uma para os compradores locais e outra para os exportadores. Só assim diz ser possível garantir que os açorianos tenham acesso a peixe de qualidade por um preço que não esteja acima das suas possibilidades.

"Só havendo uma lota [como acontece actualmente], o comprador local está a competir com o exportador, sendo que o exportador está sempre a comprar peixe por valores exorbitantes porque sabe que vai vendê-lo num mercado com maior poder de compra", frisou o investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.

Gui Menezes acredita que o peixe dos Açores tem qualidade e que deve haver uma aposta nos mercados gourmet, no entanto, salienta que os açorianos "têm direito a comer o seu peixe". Havendo duas lotas, diz que o peixe exportado poderia ser vendido por um valor alto, que garantisse a sustentabilidade das espécies, porque não seria necessário capturar muita quantidade. Por outro lado, havendo uma lota destinada aos compradores locais, haveria um preço acessível ao bolso dos açorianos, o que contribuiria para a sua saúde (já que os açorianos ainda comem pouco peixe) e para o crescimento do turismo.

"Os Açores podiam ter a atração especial de serem um dos únicos sítios do mundo onde hoje ainda se pode comer bom peixe fresquinho, acabado de capturar", salientou o investigador universitário, lamentando que os restaurantes regionais não apostem no peixe de qualidade por não poderem praticar preços elevados.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

SATA é empresa âncora para os Açores

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo afirma que a liberalização do espaço aéreo nos Açores traz competitividade mas pediu cautela com a SATA, por ser uma empresa "âncora" na acessibilidade ao arquipélago.

"Os Açores têm problemas de acessibilidade muito grandes. Por isso, os Açores têm uma dependência muito grande da SATA. É comparável à dependência do Continente com a TAP, mas nos Açores a dependência da SATA é maior", afirmou Pedro Costa Ferreira, ouvido pela Comissão de inquérito ao Grupo SATA na Assembleia Regional.

O presidente da APAVT considerou ser "essencial ter uma SATA forte e com futuro" para que a Região tenha algum controlo sobre a acessibilidade ao destino Açores, dada a dependência do transporte aéreo. Pedro Costa Ferreira pediu cautela quando se olha para os resultados da liberalização, apesar de reconhecer que esta trouxe "fatores positivos" aos Açores, como "juntar novos segmentos de procura e aumento dos fluxos turísticos".

"Se a liberalização [do espaço aéreo] for a cura para a Região, espero que a SATA não morra dessa cura. Só assim não correremos enormes perigos de causar uma dependência muito pior de algo de que não temos controlo", afirmou Pedro Costa Ferreira, defendendo que os Açores não se dever tornar num destino barato.

O presidente da APAVT considerou que a liberalização traz competitividade: “Temos de acompanhar este processo com muito cuidado. Não deitaria fogo-de-artifício nesta primeira fase. No território nacional já vi chegar companhias ‘low cost' e vi partir companhias ‘low cost'. Neste processo de liberalização o que mais me preocupa é a SATA, por ser a âncora. Todo este movimento precisa de consolidação”. Se a SATA desaparecesse, disse Pedro Costa Ferreira, do ponto de vista teórico, o destino Açores não desaparecia, mas "o processo de substituição de uma companhia aérea é doloroso e demora algum tempo".

"A Região e os políticos da Região devem saber encontrar um equilíbrio já que a SATA é um instrumento político, mas não deve ser instrumento da política", afirmou Pedro Costa Ferreira.


Notícia: «Açoriano Oriental», RTP.Notícias e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Flores afetada por má gestão da SATA

A continuada falta de oferta de lugares disponíveis provocou número levado de cancelamentos de reservas nos estabelecimentos hoteleiros florentinos. Alguns empresários falam mesmo em aproximadamente 20% de cancelamentos durante o mês de Julho.

A ilha das Flores está a ser gravemente penalizada pelo mau planeamento da SATA. Apesar dos vários alertas já feitos pelo PSD/Açores e por muitas instituições da sociedade civil, persiste a falta de lugares nas ligações inter-ilhas, o que está a prejudicar a mobilidade dos florentinos.

Mas os grandes prejudicados com o mau planeamento da SATA são os doentes deslocados. Com a escassez de lugares disponíveis nos voos inter-ilhas, os florentinos que se deslocaram por motivos de saúde para o exterior foram obrigados a permanecer mais tempo que o necessário fora da sua ilha. Esta situação acarretou custos financeiros e sociais para estas pessoas.

Toda esta situação vem demonstrar a impreparação da administração da SATA, bem como do Governo Regional para preparar a operação inter-ilhas durante este Verão. Uma administração responsável, competente e rigorosa na aplicação dos dinheiros públicos colocaria a SATA como pilar central de uma cadeia de valor que lhe está dependente e associada, permitindo assim a alavancagem da economia regional.

Não são necessários estudos de milhares de euros para saber que o novo modelo de transporte aéreo entre a Região e o exterior já fazia prever o aumento do número de passageiros em todas as rotas, o que obrigava a SATA a fazer um planeamento adequado das ligações inter-ilhas. A falta de lugares disponíveis que se está a verificar comprova que a operação da SATA Air Açores foi planeada em cima do joelho.


Notícia: "sítio" do PSD/Açores e jornal «Terra Nostra».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Prémio de fotografia Christiano Júnior

Este prémio destina-se a galardoar os fotógrafos regionais e a valorizar a atividade cultural regional no domínio da imagem fotográfica.

O Prémio de fotografia Christiano Júnior é constituído por um valor pecuniário de 12 mil euros, sendo 6 mil euros para a categoria fotografia geral com temática livre; 3 mil euros para a categoria paisagem natural e humanizada e 3 mil euros para a categoria retrato com fotografia de pessoas.

José Christiano de Freitas Henriques Júnior foi um açoriano nascido na ilha das Flores que se distinguiu na fotografia no Brasil e na Argentina na segunda metade do século XIX, período de pioneirismo e afirmação dessa arte. Ao longo da sua carreira dominou as várias técnicas fotográficas então conhecidas e deu ao seu trabalho um carácter pictórico singular, onde predomina a preocupação com a estrutura cénica e a composição.

Para além de ter sido um pioneiro da fotografia etnográfica e social, documentando usos e costumes dos escravos negros do Rio de Janeiro, cujas fotografias se constituem como memória única, Christiano Júnior foi também precursor da fotografia científica, deixando vasta documentação fotográfica sobre a elefantíase.

A obra de Christiano Júnior denota uma forte preocupação histórica e cultural que o destaca dos restantes fotógrafos da época, constituindo um importante acervo documental para o conhecimento do Brasil e da Argentina do seu tempo, tornando-se numa referência incontornável para a reflexão sobre a História social da América Latina.


Notícia: blogue da Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF) e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Taxas moderadoras "valem" 7,4 milhões

Desde Julho de 2011 até ao final do ano passado, o Serviço Regional de Saúde arrecadou quase 7,5 milhões de euros em taxas moderadoras pagas pelos utentes nos Hospitais e Centros de Saúde.

A deputada regional Ana Espínola considera que a gestão que tem vindo a ser feita do sistema público de saúde nos Açores, com a implementação de medidas de austeridade e cortes, tem um objetivo claro: “O Governo Regional está a restringir o acesso dos açorianos, sobretudo da classe média, ao Serviço Regional e Saúde. É de difícil compreensão que quem consegue arrecadar um montante de quase 8 milhões de euros em taxas moderadoras tenha a capacidade e a habilidade de efetuar cortes nos cuidados de saúde como os que se têm verificado nesta legislatura regional, como são a diminuição das deslocações de médicos especialistas às ilhas sem hospital, cortes nos reembolsos, elevadas listas de espera cirúrgicas, não pagamento aos fornecedores, deixou de comparticipar a formação dos profissionais de saúde...”.

Ana Espínola questionou ainda sobre “a moderação atingida com a introdução das taxas” e “em que medida aumentaram as consultas nos médicos de família e se reduziu a afluência às Urgências ou aos Serviços de Atendimento Permanente?”.


Notícia: «NO revista».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Miosotis Azores com maior abrangência

Em 2015, os alojamentos locais podem pela primeira vez concorrer ao galardão ‘Miosotis Azores’.

Com o objetivo de promover o incremento do turismo sustentável realiza-se este ano a quinta edição do galardão 'Miosotis Azores' a que poderão concorrer pela primeira vez os alojamentos locais, estando as candidaturas abertas até 19 de Outubro.

Distinguindo atualmente 57 empreendimentos turísticos em todas as ilhas (representando mais de 25% da oferta hoteleira da Região), os prémios e certificados deste galardão destinam-se a todas as unidades de alojamento regionais que implementem boas práticas ambientais, à excepção dos parques de campismo.

No seguimento de uma política de apoio e sensibilização, este galardão pretende valorizar os alojamentos regionais e é gratuito.

O galardão 'Miosotis Azores' atribui vários níveis de reconhecimento a empreendimentos turísticos regionais pelos seus bons comportamentos ambientais, implementados em diferentes valências, nomeadamente ao nível da poupança de recursos, da correta gestão dos resíduos e da valorização local.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 6 de setembro de 2015

A freguesia da Fazenda

Foi a última freguesia a ser criada na ilha das Flores, por desanexação da vila das Lajes. São poucos os cronistas açorianos que se referem à existência da localidade da Fazenda, talvez por apenas no século XX ter sido elevada a freguesia. Contudo, o padre José António Camões, quando redige uma descrição sobre a ilha das Flores, afirma que após a ribeira Funda "corre ao mar de cima de uma rocha outra ribeira chamada da Fazenda. Continuando para susueste, ainda na mesma baía e pouco distante da baixinha do Cherne está uma pequena ponta chamada a Ponta da Fazenda".

Mais adiante no seu «Roteiro exacto da costa da Ilha», o mesmo historiador florentino refere que, na época, a Fazenda contava com 72 casas, num total de 395 habitantes, sendo 198 homens e 197 mulheres. O lugar continha 35 casas de telha e apenas 5 homens calçados. A mesma fonte regista ainda que neste lugar "se fabrica a melhor telha da ilha e é onde antigamente se criavam os homens mais fortes e mais robustos, mais animosos de ambas as ilhas".

Crê-se que o povoamento desta região ter-se-á encetado na zona da Eirinha Velha, durante o século XVI.

Em termos administrativos, apesar de apenas em 1919 ter adquirido a sua autonomia, a Fazenda já havia sido elevada a curato em 1904. Já nessa altura, o senador André de Freitas lançou a ideia de elevar a povoação a freguesia, embora sem resultados práticos. Mais tarde, o senador Machado Serpa retomou esta ideia de independência e a 9 de Dezembro de 1919 foi promulgada a lei que criou uma paróquia civil na povoação da Fazenda.

Não obstante, apenas em 1959 o bispo Manuel Afonso de Carvalho erege o já curato da Fazenda a paróquia com todos os direitos e deveres previstos no Direito canónico.

Terra de gente com muita fé e muita vontade, aquando da benção da primeira pedra da sua Matriz um jornal local caracterizava a Fazenda como sendo "um lugar muito importante das Lajes pela boa índole dos seus habitantes, pela abastança de um grande número de proprietários que ali há, parecendo a sua povoação uma pequena vila".


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 5 de setembro de 2015

A freguesia de Ponta Delgada

Aquela "ponta delgada" no Norte da ilha das Flores foi ocupada sensivelmente ao mesmo tempo das duas vilas, mas é desconhecida a data da sua elevação a paróquia, ainda dentro do século XVI.

A Igreja de São Pedro foi reedificada em 1763 sob impulso do poderoso padre Francisco de Fraga e Almeida, vigário e ouvidor das Flores e Corvo. Conforme o padre João de Jesus Lourenço, São Pedro é hoje a igreja mais rica em talha dourada na ilha das Flores, sendo toda madeira de cedro, como a armação. Por isto vale a pena uma visita. Património exclusivo da freguesia de Ponta Delgada, a lenda de Santo Amaro é tão singular e enraizada que todos os anos no primeiro domingo de Setembro celebra-se ainda a festa homónima. A lenda propriamente dita diz que uma estatueta de Santo Amaro foi encontrada no rolo além da Baixa Rasa, no sítio do Vento, proveniente talvez de um naufrágio; com certeza sabe-se só que foi há mais de trezentos anos. O rolo passou a chamar-se rolo de Santo Amaro e as terras de pastagem também.

Da Ponta do Albarnaz goza-se duma paisagem fenomenal sobre a costa oeste do concelho de Santa Cruz. Entre os séculos XIX e XX, esta fascinante orla marítima era conhecida em todos os Açores como sendo o lugar mais propício para o embarque de clandestinos, que aqui chegavam de todas as ilhas para emigrar "de salto", ou "pelo alto", rumo às Américas.

O cenário marítimo é fechado pelo sólido ilhéu do Monchique, rochedo à prova de ondas, mais longe a sudoeste. Este ilhéu, que pertence ao concelho e projecta a oeste a jurisdição de Santa Cruz, é muito famoso pelo que simboliza, a última partícula de terra europeia, mesmo se já assente sobre a placa americana.

As festas do Espírito Santo, numa freguesia que conta com quatro casas e cinco coroas dedicadas a esta entidade religiosa da Santíssima Trindade, são particularmente sentidas em Ponta Delgada, realizando-se entre Maio a Agosto. A 29 de Junho, juntamente com o Coração de Jesus, celebra-se a festa de São Pedro, testemunha das tradições piscatórias. No segundo domingo de Julho realiza-se, no cenário inspirador do Pico do Meio Dia, a festa de São João, com tasca e espaço coberto para bailes e, no primeiro domingo de Agosto, no sítio do Vento, tem lugar a festa da Senhora da Guia. Finalmente, no primeiro domingo de Setembro e carregada de todo o seu espírito lendário, a festa de Santo Amaro é o último acontecimento religioso e cultural peculiar da freguesia de Ponta Delgada, antes das recorrências religiosas universais típicas do Outono e Inverno.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Não acabe as férias sem visitar os Açores

Não, não é uma campanha promocional do turismo açoriano. Uma das mais prestigiadas revistas de viagens dos EUA incluiu os Açores como um dos 12 destinos para rematar as férias deste Verão.

A Condé Nast Traveler chama-lhe "12 maneiras de apreciar um final de Verão". Há, claro, vários destinos nos Estados Unidos da América, e só dois na Europa: a Cornualha (em Inglaterra) e os Açores.

O jornalista Andrew Sessa lembra que o arquipélago está a cinco horas de avião a partir de Boston (voos diretos da SATA até meados de Outubro), fala no clima, nas praias e em diversos atrativos culturais dos Açores.

Além desses dois destinos na Europa, a Condé Nast Traveler inclui ainda nessa sua lista as praias do Brasil, Cartagena (na Colômbia) e as ilhas Aruba, Bonaire e Curaçao (nas Caraíbas).


Notícia: TSF - Rádio Notícias.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Lira Açoriana actua na ilha das Flores

Na sua primeira deslocação à ilha das Flores, os setenta jovens que integram o projeto Lira encontram-se esta semana a realizar um estágio nas Lajes e têm oportunidade de mostrar publicamente o seu trabalho no próximo sábado, pelas 21h30, na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, na Fajãzinha.

O programa de actuação da Orquestra Regional Lira Açoriana consta de várias peças unidas por duas principais caraterísticas: energia e harmonia. Estas duas forças inerentes à musica e aos jovens que compõem o projeto Lira, são o tema dominante deste concerto. Paralelamente ouviremos obras portuguesas, assim como uma obra a solo interpretada pelo músico açoriano Davide Lopes. Pretende-se que o momento do concerto seja memorável para o público, mas sobretudo para estes jovens que nos mostram o seu elevado nível musical, abrindo portas e aguçando a sua curiosidade por desbravar este enorme e vastíssimo mundo da grande música.

A Câmara Municipal de Lajes das Flores apoia esta iniciativa da Direção Regional da Cultura, tendo em conta a importância desta vertente artística e cultural para o enriquecimento e projeção do concelho das Lajes.


Notícias: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Ainda no âmbito da Temporada Artística 2015, a Orquestra Regional Lira Açoriana irá também actuar no próximo domingo (dia 6) às 21h30 na Igreja Matriz de Santa Cruz.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Mão criminosa na morte dos coelhos?

Nos tribunais dos Açores entraram 11 processos judiciais contra desconhecidos, por suspeita de crime no surto de Doença Hemorrágica Viral (DHV) que matou milhares de coelhos em oito ilhas.

"Existem alguns processos judiciais a correr. A Secretaria regional da Agricultura e Ambiente naturalmente que tem toda a disponibilidade e participa como testemunha nesses processos”, disse Luís Neto Viveiros, acrescentando que a Direção regional dos Recursos Florestais se constituiu assistente nestes processos.

O surto hemorrágico do vírus DHV2 ocorreu entre o final de 2014 e o segundo semestre de 2015 em oito ilhas açorianas, com exceção do Corvo por não ter coelhos-bravos.

Neto Viveiros assegurou que o Governo Regional não está em condições de comprovar se houve ou não mão criminosa neste surto, mas reconheceu que esta é uma tese em avaliação: “Havendo indícios, como algumas associações de caçadores entendem, que terá havido mão criminosa na disseminação da doença e introdução da mesma nos Açores, naturalmente que a Secretaria estará disponível para colaborar na identificação desta questão. Comprovando-se, os seus responsáveis devem ser devidamente punidos”, sustentou o secretário da Agricultura.

Refutando as acusações de “negligência e desorientação” feitas ao Governo Regional e expressas na moção de censura da autoria de uma Associação de caçadores da ilha de São Miguel, Neto Viveiros recordou que “foram tomadas todas as medidas que a situação aconselhava e que ocorreu nos Açores e noutras zonas do país e do mundo”.

Neste momento, a proibição de caça ao coelho bravo mantém-se válida apenas nas ilhas das Flores e Santa Maria, porque segundo o secretário regional da Agricultura o surto hemorrágico “foi mais forte e fez com que as densidades da espécie sofressem uma redução substancial”, prevendo-se que a caça só deva voltar a ser permitida nestas duas ilhas em 2016.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Ilhas mais bonitas e intocadas do mundo

O "sítio" Thrillist.com fez uma lista das 14 mais bonitas e intocadas ilhas do mundo. Mas deixa um pedido: "estas são 14 ilhas onde a civilização ainda não arruinou tudo; se você lá for (ou lá vive), tente não ser aquele que estraga tudo".

NaturezaEscreve o editor Adam Lapetina que "qualquer ilha cujo nome advenha da sua enorme abundância de flores tem que ser um lugar sereno para se estar, e a ilha das Flores certamente faz jus a essa suposição. A sua geografia vulcânica e o relativo isolamento no meio do Atlântico, tornam a ilha das Flores num lugar de contrastes entre o mar e o céu, e a comida que os moradores retiram do oceano e cultivam na terra (solo vulcânico significa grandes coisas para as vacas!) é absolutamente sublime. E - eu reitero - as flores! Tantas flores!"

A lista das 14 mais bonitas e intocadas ilhas do mundo - realizada pelo "sítio" Thrillist.com - inclui ainda as ilhas Gili (na Indonésia), a Ilha Grande (em Angra dos Reis, Brasil), a ilha de Skye (na Escócia), Isle Royale (no Michigan, Estados Unidos da América), a ilha Kangaroo (na Austrália), as ilhas Ko Yao (na Tailândia), a ilha de Lampedusa (em Itália), a Pequena Ilha do Milho (na Nicarágua), a ilha Lopez (em Washington, Estados Unidos da América), as ilhas Miyako (no Japão), as ilhas Raiatea e Taha'a (na Polinésia francesa), a ilha Stewart (na Nova Zelândia) e Streymoy (nas Ilhas Faroé).


Notícia: jornal «Huffington Post» e "sítio" Thrillist.com.
Saudações florentinas!!