domingo, 13 de setembro de 2015

A freguesia da Fajã Grande

A Fajã Grande é uma das freguesias mais povoadas do concelho das Lajes. Localizada na costa oeste da ilha das Flores, confronta com as freguesias de Ponta Delgada e Fajãzinha e representa o lugar mais ocidental de toda a Europa. Um pouco afastado encontra-se o ilhéu de Monchique, o último sinal físico que separa o Velho do Novo Mundo, assim descrito pelo padre José António Camões, na sua obra «Roteiro exacto da costa da Ilha».

Administrativamente, só na segunda metade do século XIX, a Fajã Grande obteve a sua autonomia política e religiosa. A freguesia de Nossa Senhora do Remédios de Fajãzinha, a que pertencia o lugar da Fajã Grande, havia sido instituída em 1676 englobando os lugares da Ponta, Fajã Grande, Caldeira e Mosteiro. Nesse ano haviam sido desanexados os lugares da Ponta da Fajã, relativamente ao da Ponta Delgada, e do Mosteiro, relativamente às Lajes. Ora, só passados duzentos anos, a provisão do Bispo de Angra datada de 1861 institui a paróquia de São José da Fajã Grande em conjunto com as povoações da Ponta e Cuada.

Através da colorida descrição que Gaspar Frutuoso nos oferece na sua obra «Saudades da Terra», pode-se inferir que na época a Fajã Grande era centro de grandes transações comerciais, chegando mesmo as caravelas da Índia a encontrar aqui um precioso desembarcadouro. Por outro lado, o autor faz ainda uma clara referência à riqueza e variedade do pescado da região, ainda hoje preservado. Apesar de actualmente não registar tão grande azáfama a Fajã Grande continua a encantar quem a visita, pela amenidade do seu clima, pela transparência das suas águas ou pelas suas piscinas naturais, enfim, assume-se hoje como uma verdadeira estância de veraneio para todos os florentinos.

De todos os lugares que compõem esta pitoresca freguesia, dois sobressaem pelas suas paisagens naturais: a Ponta da Fajã Grande e a Cuada.

A Ponta da Fajã é uma aldeia imaginária e de sonho, num mundo marcado pela solidão e pela falta de valores. Desde que serviu de fronteira entre as freguesias de Nossa Senhora do Remédios de Fajãzinha e de São Pedro da Ponta Delgada, o destino desta região ficou para sempre traçado. Actualmente, com as suas cascatas de águas e escorrer pelas escarpas abaixo, a Ponta da Fajã Grande é um idílico lugar onde vivem menos de 20 pessoas. Com tradições profundamente rurais, aqui ainda se ouve o cantar dos pássaros, o murmurar das águas e o marulhar do mar, por vezes intempestivo.

A Cuada, palavra que deriva de saracotear, ou seja, "andar de um lugar para o outro", foi uma povoação que, desde cedo, sentiu o fenómeno da desertificação. Este airoso terraço entre a Fajã Grande e a Fajãzinha, encontra-se assim associado, na mais pura tradição florentina do aldear, aos contrastes e dissabores que, com o tempo, foram surgindo na Fajã e que levaram algumas famílias a abandonarem a sua terra natal. Hoje, quase todo o povoado foi recuperado para fins turísticos o que constitui sem dúvida um exemplo de turismo rural de sucesso. Aldeia da Cuada, assim baptizada pelo empresário Carlos Silva, seu proprietário e gerente é um sítio convidativo à paz e ao bucolismo que a ilha das Flores inspira.

Porque as pessoas são parte integrante da História de cada região, a freguesia da Fajã Grande orgulha-se de ter sido o berço de algumas personalidades que, no seu tempo e à sua maneira, contribuíram para o seu engrandecimento. De entre as várias individualidades florentinas, destacam-se o padre José Luís de Fraga, pelo seus dons de orador, escritor e músico; e Pedro da Silveira, historiador e poeta, com vários trabalhos publicados.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

3 comentários:

Anónimo disse...

fagã grande e o padre pimentel ficou atrás a camara não fala dele.

Anónimo disse...

Que +e que ele fez de importante para a terra?

Anónimo disse...

Rezou a Nosso Senhor para perdoar as más línguas, que vivem o seu dia a dia nas tentações do demónio.