sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Gastronomia florentina é ponto forte e deve ser mais valorizada turisticamente

A ilha das Flores é cada vez mais procurada pelos turistas e os florentinos esperam que essa tendência se mantenha. José António Corvelo, empresário da restauração, diz que a gastronomia é um ponto forte da oferta da ilha.

Segundo dados da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, o número de turistas que procuram as Flores, assim como o tempo médio de permanência na ilha, tem vindo a aumentar. Os efeitos dessa tendência são já percetíveis?

O turismo na ilha das Flores foi durante largos anos muito sazonal sendo mais visível a partir de meados de Junho a finais de Agosto. Nota-se que essa tendência alterou-se e de uma forma progressiva esse período foi-se alargando. Este ano em Maio eram já muitos os turistas que visitavam a ilha e agora em meados de Setembro ainda são muitos os que nos visitam. A par disso, a tendência de permanecer na ilha e em muitos casos a vontade de cá regressar é notória, tendo em conta algumas trocas de impressões que mantemos com alguns dos turistas que nos visitam. Este efeito acaba por refletir-se no comércio local, com efeitos imediatos no alojamento local e na restauração que também tem vindo a aumentar em termos de oferta.

Na sua opinião, o que é que distingue as Flores? O que procuram os turistas que passam férias nesta ilha?

Todas as nossas ilhas são bonitas, mas a ilha das Flores é diferente pela sua beleza paisagística. O verde da ilha, a sua água cristalina e as suas lagoas, a par do seu relevo único e das suas pequenas freguesias que mais parecem pequenos presépios perdidos no tempo, oferecem uma fotografia única que seduz quem nos visita. É essa beleza ainda num estado muito natural que toca o turista pela primeira vez e que os leva a querer regressar mais vezes. Entre fazer férias num local repleto de gente, muitos preferem ficar na ilha das Flores que tem pequenas unidades hoteleiras e sobretudo turismo de habitação, muitas delas localizadas nas várias freguesias da ilha. Os passeios a pé pelos nossos trilhos, as viagens de barco à volta da ilha, o mergulho e o canyoning, são algumas variantes que temos por cá e que cada vez mais são mais procuradas.

Nesse quadro, que papel ocupa a gastronomia da ilha? A gastronomia típica das Flores é apreciada pelos visitantes?

Quem nos visita quer conhecer a nossa gastronomia de uma forma geral. Há cada vez mais a vontade de conhecer a comida típica, pela curiosidade de experimentar pratos diferentes ou em muitos casos porque um amigo que já passou por cá o aconselhou a procurar este ou aquele prato típico em determinado restaurante. Neste caso penso que a gastronomia local é um ponto forte da ilha que deve ser aproveitada e valorizada pela nossa restauração.

Quais são as expectativas dos empresários do setor? De que forma pode o turismo evoluir nas Flores?

As expectativas julgo que são animadoras. A procura é cada vez maior e durante vários meses, o que leva a acreditar que a ilha das Flores vai ser cada vez mais procurada pelo turismo nacional e sobretudo estrangeiro. A pacatez e a beleza da ilha são pontos a nosso favor. Não podemos competir com Sol e praia de muitas paragens, mas temos ainda a beleza selvagem que toca o coração de quem nos visita.

Que mudanças entende serem necessárias para que essa evolução seja plena e positiva?

Temos de melhorar a rede de transportes para a ilha das Flores, para que o turista possa escolher sem problemas o período para nos visitar. Para além das viagens aéreas há que alargar as viagens de barco para as Flores. Na própria ilha é necessário apostar ainda mais nos nossos produtos locais que por vezes escasseiam e sobretudo valorizar tudo o que é nosso, desde a natureza, passando pela gastronomia, alojamento e lazer, preservando o que é nosso, porque se o fizermos, estamos a contribuir para o futuro da ilha de forma sustentada em termos turísticos. O resto virá por acréscimo. A ilha das Flores vai ser cada vez mais procurada pelo turismo nos próximos anos, estou certo disso.

Entrevista de José António Corvelo ao jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

há maior e mais frecoente queixa dos turistas este verão ,e a falta dum bom restaurante em st crus e nas lages , se queremos ter turismo que são uma fonte de rendimento para a nossa ilha , temos de melhorar muito amaneira com os recebemos , não podemos ter so bares que servem so refeições simples , as vezes deixando muito a desejar , outra queixa deles eram os horários em que tudo fechava em alguns sítios as 22 horas .

Anónimo disse...

Em complemento do que escreve o Anónimo de 26/9, 01h00,eu penso que é necessário melhorar e diversificar a oferta da restauração, com melhor serviço,originalidade e qualidade do que servimos.
Ao nível do que servimos,é efectivamente indispensável apresentar bem, os nossos pratos tradicionais, como o feijão assado com toucinho, as tortas de erva patinha (algas),a carne de vaca guisada, que é diferente da das outras Ilhas, a cozinhada de porco com couves,os rolinhos de dobrada, a linguiça com inhames,entre outros e peixe, muito peixe bom e fresco! Peixe à posta,não é a arruama que a exportação não quer. Temos que privilegiar o abastecimento local. em quantidade e qualidade, porque isso vende e promove. Também as lapas e as cracas,dentro dos limites que as não extingam.A melhor carne,também, claro.
Outro segmento importante, dentro da restauração, é os produtos agrícolas frescos.É preciso vender a nossa fruta da época e os nossos frutos silvestres, como as amoras e os araçás,que dão sobremesas magníficas,como saladas, gelados, geleias, etc e os legumes, podiam ser todos de origem local, com aproveitamento da nossa gente.
Ao nível do serviço,é igualmente necessário melhorar a qualidade sem perder a simpatia. As nossas Escolas de Formação Profissional, tem formado imensa gente nas diversas áreas da hotelaria,muitos dos quais estão no desemprego ou a trabalhar em áreas para as quais não terão qualificações. Falar linguas,principalmente Inglês e Francês. é indispensável.
Depois das dificuldades que a agricultura e a pecuária atravessam e das limitações impostas à pesca,o turismo é,inegavelmente, uma actividade mais do que complementar,talvez mesmo principal e paralela,para o nosso desenvolvimento, tendo em conta o emprego que cria, a riqueza que gera, muita da qual é exportação, e tem a vantagem de ser inesgotável, ser for correctamente administrado.