domingo, 27 de setembro de 2015

Concelho de Santa Cruz: resumo histórico

O cosmopolitismo do povoamento não retirou à ilha das Flores a sua colonização marcadamente lusitana, com o domínio absoluto dos valores arquitectónicos, religiosos, sociais e gastronómicos do interior de Portugal, e prevalência do Alentejo e do Minho.

A mais antiga referência a Santa Cruz como "vila" está datada de 1548, sendo anterior mas desconhecida a atribuição desse estatuto. Como Francisco Gomes ilustra transcrevendo de Gaspar Frutuoso, esse documento de 1548 narra a chegada à ilha das Flores dos tripulantes da nau Nossa Senhora da Misericórdia, "trazendo dois cofres de ouro que, por ter aberto no mar de maneira que com água por muitas vezes cuidaram de se perder, parecera bem a todos que saíssem com os ditos cofres na vila de Santa Cruz". Nos começos do século XVII, Diogo das Chagas já define Santa Cruz como "cabeça da ilha", uma "vila mui bem assentada com o melhor porto que tem esta ilha, de onde saía a primeira rua da vila e do porto das Poças outra rua, que é a última da vila, dentro das quais as outras ruas se cruzam".

A primitiva Igreja matriz datava do século XVI e foi reconstruída em 1627 pelo seu vigário, padre Inácio Coelho, que em 1641 deu a terra para fundação do Convento franciscano de São Boaventura, além de pão e vinho para sustento dos religiosos. Em finais de seiscentos, Santa Cruz continua a sua parábola de crescimento e, por volta de 1693, frei Agostinho de Montalverne atribui-lhe cerca de 900 habitantes, que moram em 180 casas.

Desde 7 de Janeiro de 1841 a vila de Santa Cruz, principal centro urbano do Oeste açoriano, possui a titularidade da única Comarca das Flores e do Corvo, que administra a justiça nas duas ilhas, dantes sob a alçada de um Juiz de Fora.

Santa Cruz cresceu depressa e ultrapassou as Lajes demográfica e economicamente, chegando à hegemonia política nas duas ilhas ocidentais em 1895. Em 18 de Novembro desse ano foi decretada a extinção do concelho das Lajes e o concelho de Santa Cruz passou portanto a integrar o das Lajes (e do Corvo) de 1895 até 1898, quando o conselheiro José Luciano de Castro operou a restauração da anterior divisão administrativa.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Assim valente, haja alguem que explica ao Lajenses que o seu concelho não está a fazer 500 anos mas sim 497.Tudo serve para a festarola.Até se inventam datas!

Anónimo disse...

mas que dores de cotovelo tem este parvalhão das 14,28 sobre os 500 anos da vila das lajes, vou-te passar uma receita para esta cura. antigamente como havia pouco dinheiro os sapateiros usavam lixa de gata nos sapatos. ora esta lixa era muito boa e aconselho o amigo anónimo a usala nos seus cotovelos que lhe passará as dores para o resto da sua via.