Açores são a região do país com maior incumprimento dos pârametros de avaliação da qualidade da água potável
Os Açores são a região do país que apresenta os maiores incumprimentos dos diferentes parâmetros para avaliação da qualidade da água, revela o relatório anual do instituto regulador do sector relativo a 2007.
Na Região Autónoma dos Açores, 22,01 por cento das análises feitas no concelho da Calheta (ilha de São Jorge) apresentam valores que não cumprem os parâmetros previstos por lei para o consumo humano. A seguir, estão os municípios de Lajes das Flores (17,51%) e Nordeste (14,27%), indiciando um problema de qualidade no abastecimento de água que se reflecte noutras ilhas do arquipélago. No Continente, os valores mais elevados verificam-se em Castro Daire (10,08%), Murça (8,48%), Terras de Bouro (8,33%) e Ponte de Sor (8,37%).
No relatório, os maiores incumprimentos da frequência mínima de amostragem - número mínimo de análises - verificaram-se nos parâmetros do controlo de inspecção, designadamente os referentes a poluentes orgânicos e metais. Esta situação está relacionada com o elevado custo das respectivas análises, salienta o relatório sobre o «Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano» do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), relativo a 2007.
Por outro lado, a violação dos parâmetros microbiológicos está relacionada principalmente com a insuficiência ou ausência de desinfecção, questões relacionadas com o pH, ferro, manganésio e arsénio, devido essencialmente a causas naturais. Outra questão que motiva a violação dos parâmetros é o excesso de alumínio, uma situação relacionada com a operação das estações de tratamento. De acordo com as autoridades de saúde, não há evidências que os incumprimentos verificados se tenham traduzido em casos associados a doenças transmitidas pela ingestão da água distribuída pelas entidades gestoras, nem houve relatos de surtos epidemiológicos associados à ingestão de água para consumo humano devido à qualidade insuficiente.
Em mais de 200 municípios de Portugal Continental e da Região Autónoma dos Açores, a percentagem de análises em falta foi nula. A grande maioria dos incumprimentos dos parâmetros ou do número de análises mínimo continua a registar-se no interior, em zonas de abastecimento com menos de cinco mil habitantes, onde há mais falta de recursos humanos, técnicos e financeiros. Nestas zonas, estão concentradas 87,8 por cento das análises em falta e 86,8 por cento dos incumprimentos dos valores paramétricos, apesar de representarem apenas 18,6 por cento da população servida. O relatório de 2006 indicava que naquelas zonas do interior se concentravam 80,3 por cento das análises em falta e 84,2 por cento dos incumprimentos dos valores paramétricos.
Notícia: «Jornal de Notícias», «Portugal Diário», Notícias.RTP.pt, «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias». Adicionalmente leia-se ainda a notícia do «Correio dos Açores»: "Plano Regional da Água, relatório chega finalmente às autarquias".
Saudações florentinas!!
Sem comentários:
Enviar um comentário