«Preto no Branco» #24
As Ilhas das Coisas Raras
No rescaldo das eleições [legislativas] regionais de ontem, abundam comentários, análises, prognoses e declarações, para todos os gostos.
A “leitura dos resultados” desdobra-se sempre na objectividade dos números, parciais e totais, bem como na aferição, já mais subjectiva, do significado político que as estatísticas permitem extrapolar.
Costuma dizer-se que, “não há ciência política com teses bastantes para explicar os “fenómenos” das Flores” – e também do Corvo. Depende da “ciência”...
Nem por isso deixámos de arriscar ponderadamente, e com 7 meses de antecedência relativamente ao escrutínio adiantámos aqui alguns indicadores que indiciavam consequências para o “xadrez político” das Flores, a maioria das quais vieram confirmar-se ontem.
A penalização do PS/Flores, que perdeu um deputado; a eleição de um deputado pelo PSD; a eleição de um deputado estreante, que apesar de o não ter sido por uma força [partidária] sem representação parlamentar, atendendo à situação do CDS/Flores em Março passado e mesmo às primeiras expectativas da pré-campanha, bastante mais tarde, acabou por ser o “coelho que saiu da cartola”. Paulo Rosa foi o grande vencedor das eleições nas Flores e dele se espera agora que possa tornar-se num grande deputado regional.
Não pode passar em branco assinalar-se que o PS nas Flores, (embora tendo conseguido o maior número de votos), obteve o score socialista mais baixo de toda a Região, e que em 19 Concelhos dos Açores, o das Lajes foi o único que o PSD ganhou (expressivamente, diga-se), tornando-se no maior reduto laranja do Arquipélago.
No Corvo, “histórico” também é a eleição do candidato do PPM, e o “categórico” 4º lugar obtido pelo PSD, que em 32 anos de Autonomia nunca ficara sem representação nalguma das 9 ilhas.
Ora, como “o melhor da festa é esperar por ela”, o acontecer destas coisas raras acarretará diversas consequências políticas inevitáveis a curto prazo, que se esperam em benefício da ilha [das Flores]. Por outro lado, a reconfiguração político-partidária que resulta destas eleições há-de influir nas eleições autárquicas do próximo ano. Se nas Lajes, aparentemente, só um tsunami pode arrancar o Município das mãos do PSD, em Santa Cruz o tsunami criado está e tudo pode acontecer, Preto no Branco.
Ricardo Alves Gomes
p.s.: A última edição do «Expresso», com chamada de capa, trouxe uma peça muito “interessante” sobre a ilha das Flores. Já não é à noitinha nem “pela porta do cavalo”. Agora é tudo às claras, com fotografias, declarações e até alguma gala. Caso é para dizer que somos, de facto, o extremo ocidental da Europa, e que mais ”far west” não poderia ser! Não há Procuradoria-Geral da República, Comissão Nacional de Eleições ou Tribunal que valha (quem é que quer saber das façanhas de um “benemérito”?). Para não falar na tremenda (ir)responsabilidade dos dirigentes de certos partidos políticos. Vale tudo. Não haverá um único florentino capaz de pôr os “cowboys” a piar fino, ao menos uma vez na vida?
Nota da "Administração" do «Fórum ilha das Flores»: por motivos vários só hoje nos é possível publicar este presente artigo de opinião de Ricardo Alves Gomes, datado de 20 de Outubro, a passada segunda-feira. Ao nosso colaborador (autor deste texto) e a tod@s @s noss@s leitor@s, apresentámos as nossas mais sinceras desculpas.
9 comentários:
como já estou farto de ver tanta politica vou mudar de ritmo. falava-se à poucos dias da caldeira da fazenda e alguém disse que por ali passaria o novo aeroporto internacional. ora muito bem fui hoje ao porto e a olhar para a ponte de capitão disse a mim mesmo olha está ali o inicio do novo aeroporto das flores que poderá ser de dois ou tres mil metros para aviões de100 200 300 passageiros.
vê se mesmo que és um grande mas grande mesmo grande projectista , com um comentário destes a falar de aeroporto
obrigado pelo elogio.
boa ideia essa do novo aeroporto e espero que seja feita a vossa vontade entre as lajes e a fazenda que lugar tem quanto queira para um belo aeroporto. força com a ideia... força com a ideia...
pois??? pois??? um aeroporto com uns dois ou três mil metros seria a desenvolvimento do grupo ocidental, terias a possiblidade de aterragens de aviões vindos da américa da tap etc. etc.
Não precisamos de aeroporto melhor do que temos,precisamos sim muitas mais coisas que são insuficientes , como por exemplo mais e melhores meios médicos no centro de saude , telemedicina ,acabar com a roubalheira...
é verdade se tivesse-mos um aeroporto com uns 2000 ou 3000 metros de certeza que já andavamos mais invluidos, é uma proposta a por ao governo regional.
a uma ponte para o Corvo....
Eu gostaria de dizer que se aparentemente é dificil mudar o rumo dos aconecimentos no concelho das Lajes, no que diz respeito as proximas eleições autarquicas penso que se deve sobre tudo ao grade trabalho desenvlvido pela autarquia neste ultimo mandato,todavia se o PSD não tivesse um lider forte este concelho tambem teria uma votação maioritaria do PS, logo,do meu ponto de vista é facil prever o futuro, assim o João Lourenço esta de pedra e cal para mais 4 anos enquanto que o delfim Luis Maciel cujo o empenho para as regionais foi enorme e que obteve oresultado que se viu penso que politicamente está morto, digo mais, as pesoas não são parvas todos nos sabemos que ele não sente nada pelas Lajes nem p+ela ilha apenas quer um tacho.
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