Primeira missão de emergência [médica aérea] à ilha das Flores... foi há 40 anos
No dia 15 de Outubro de 1968, um avião C-47 da Força Aérea Portuguesa partia da Base das Lajes rumo às Flores numa missão de emergência. A bordo ia uma equipa médica para operar uma cidadã francesa. "A missão era urgente, não havia possibilidade de ir de navio. Devia ser preparado um avião e uma tripulação (de voluntários) para a missão", recorda o piloto Sobral Bastos.
Ainda hoje as ilhas mais pequenas e periféricas sentem mais fortemente os efeitos da insularidade. Imaginemos, então, como seria na década de 60, quando o Arquipélago estava muito longe dos níveis de desenvolvimento dos nossos dias. Já nessa altura, os militares da Força Aérea Portuguesa, estacionados na Base das Lajes [ilha Terceira], encurtavam distâncias entre ilhas, salvavam vidas e acudiam a emergências. Uma dessas aconteceu no dia 15 de Outubro de 1968. O então Comandante da Zona Aérea dos Açores, coronel tirocinado Braz de Oliveira, e o Comandante da Base Aérea 4, coronel Telles Pereira, informaram o capitão piloto aviador Sobral Bastos que havia necessidade de enviar um avião C-47 à ilha das Flores para transportar a equipa médica, chefiada pelo Dr. Garrett, que ia operar uma cidadã francesa, com uma gravidez extra-uterina.
"A missão era urgente, não havia possibilidade de ir de navio. Devia ser preparado um avião e uma tripulação (de voluntários) para a missão. Nessa altura, [eu] era o piloto do quadro da Base [das Lajes] que mais recentemente tinha vindo da Guiné e, portanto, com experiência em aterragens em pistas curtas e situações adversas de temperatura e humidade", recorda Sobral Bastos, hoje coronel piloto aviador na situação de reforma. "Tivemos ainda a sorte - conta - de se encontrar em missão na Base das Lajes uma tripulação vinda da Guiné para uma troca de aviões. Imediatamente o então tenente Cartaxo se voluntariou para integrar a tripulação, o que foi óptimo, dada a sua experiência mais recente".
A missão descolou a meio da tarde. Decorreu normalmente: "O tempo estava limpo nas Flores e o vento mais ou menos alinhado com a pista permitindo uma entrada directamente do mar para terra", lembra Manuel Themudo Sobral Bastos. O tempo de voo foi de uma hora e trinta e cinco minutos para cada percurso, tendo descolado das Flores já ao pôr do sol: "Soubemos depois que a operação [médica] tinha corrido bem, tendo sido salva a vida da paciente. A equipa médica regressou dias depois num navio da Armada Portuguesa", pormenoriza.
De referir que naquela altura - 1968 - a pista das Flores ainda não estava terminada. Tinha 800 metros asfaltados, com valas laterais e no topo da pista. Tinha comunicações rádio e informação do vento. Normalmente o C-47 Dakota não usava pistas com menos de 1.000 metros. "Todos tínhamos confiança no avião e - perdoe-se a imodéstia da minha parte - na tripulação. Além disso era uma missão de salvamento e nós estávamos lá também para isso".
"Reportagem" integrante da edição de 10 de Outubro do semanário regional «Expresso das Nove»; também foi publicada uma outra reportagem sobre esta temática no jornal [terceirense] «A União». Outras informações podem ser encontradas em http://www.lajes.af.mil.
Saudações florentinas!!
8 comentários:
se não estou em erro antes desta emergencia a força aérea portuguesa nos fins de 50 ou inicios de 60 fez um serviço de emergencia às flores num daqueles aviões que ateravam no mar para ir buscar a filha de um senhor das lajes que tinha tido um acidente de bicicleta.
o centro de saude na altura tinha muitos e melhores meios ,que vergonha a saude que temos neste momento.
Alguém confirma o comentário de 27.10 10:36. É apresentado com alguma dúvida, e é novidade para muita gente.
os aviões não aterram no mar...
sim,e verdade que foi feita essa evacuação e o aviao aterrou no mar.felizmente correu tudo bem com a rapariga na altura,mas infelizmente ,ja senhora, veio a falecer ainda muito nova.
volto a falar no assunto, a minha dúvida era se tinha cido nos fins de 50 ou principios de 60 pois também tinha poucos anos. e confirmo o que o josé fernandes diz que a senhora faleceu muita nova.
Referente ao comentário do 27 de Outubro,10:36.
Não será preciso provas. Basta recuar aos velhos tempos, ou fazer perguntas aos mais velhos, de passagens que remonta mais de sessenta anos.
No tempo da Última Guerra Mundial, por duas vezes(pelo menos)
o Hidro-Avião,designado por (Albatroz) -no tempo da caça à baleia) deixou cair na baía das Lajes, embalagens de bobines, destinadas para o motor de arranque de duas lanchas de reboque,uma denominada (Leta) da Firma Maurício Fraga, sem precisar amarar.
Eles, os pilotos, deixaram cair uma (boia) fumegante) para localizar a embalagem, porque o mar se encontrava revolto. Todavia, se não houvesse mar crespo, o avião, decerto, teria amarado. Afinal,eles, os aviadores vinham preparados para as duas coisas: amarar ou sobrevoar.
Geralmente, o hidro-avião, não pousa na água com mar revolto.
-Isto deu-se no princípio de 1940.
(was not a big deal!..)
a força aerea tem prestado um bom serviço as flores
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